quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Nipo Rangers "Utopia do Mal" - Cap. 01 - Realidades!


Nota do autor: Caso você nunca tenha lido nada sobre Nipo Ranger, basta clicar neste LINK e acessar a página contendo todas as informações sobre a saga que deu origem aos personagens que você irá acompanhar agora! Boa leitura!

Anteriormente:

Base CTG Cap´s… Local indefinido, acesso impossível à qualquer ser, salvo a permissão de quem sincroniza e mantém a funcionalidade da mesma: Argos, o cão-máquina! Concebido por uma tecnologia e ciência ainda sem explicação aos olhos mortais, sua interligação com a base é perfeita se tornando quase uma extensão de seu corpo! Ao seu lado, acabando de chegar de sua rotina de verificação de arredores e pontos vulneráveis, Lanthys, o androide combatente, criado pelo cientista gênio incomparável Dr. Chang, com meta de ser o guerreiro que traria o fim das guerras, lutando em lugar de humanos para encerrar conflitos, sem derramamento de sangue inocente…

Ambos não são seres vivos, mas possuem um sistema de inteligência artificial que funciona como seu cerne; agregados a eles, sistemas que identificam, analisam, assimilam e aprendem para se tornarem cada vez mais aptos a decidir entre certo e errado, bem e mal, justiça e injustiça… Principalmente Lanthys, detém em seu interior um dispositivo denominado “circuito de autoanálise” que o permitia deliberar sobre suas ações, baseado em seus bancos de dados e situações à acontecer, sempre buscando a paz, nunca a guerra, como medida primordial!

Eles já foram um grupo, unidos a outros de capacidades únicas e especiais, eles enfrentaram uma ameaça inigualável ao planeta, e, de forma dramática e inesquecível, superaram desafios, superaram a morte, evoluíram e se tornaram muito mais que guerreiros, recebendo até uma alcunha, em um livro lançado por uma jovem e promissora repórter…

Mas estes dias haviam chegado ao fim, a batalha colossal estava encerrada, os dois guerreiros agora poderiam cuidar do mundo sem precisar sacrificar a juventude e a vida dos humanos que lutavam aos seus lados e assim, cada um seguira seu rumo, Lanthys e Argos como os guardiões da paz, enquanto os demais, cada qual empenhou sua jornada pessoal longe das batalhas…

Esta foi a saga daqueles que ficaram conhecidos como “Super Guerreiros Nipo Rangers” e ela havia se encerrado com louvor, mas assim que os sinais da base começaram a oscilar de forma totalmente inesperada, Argos e Lanthys sabiam, algo novo e talvez completamente perigoso, estava para acontecer! Como que em resposta, rapidamente um clarão os cega, removendo totalmente a capacidade de se orientarem, mesmo com os diversos sistemas tecnológicos de ambos e da base sofisticada, para logo em seguida tal cegueira diminuir, e ser possível aos poucos, à dupla, observar à frente deles um ser humanoide, sem características faciais, sem uma feição humana, os aguardando ao centro do espaço profundamente branco… Lanthys e Argos de pronto se preparam para o combate assumindo posição defensiva, e sem dúvidas a primeira pergunta que surgia aos dois era: “- Quem é você?”

O ser irradiando energia apenas gesticula pedindo calma e explica: “- As realidades precisam de vossos trabalhos guerreiros, escutem as minhas palavras, as nossas palavras…" Mais dois seres idênticos surgem e se posicionam ao lado deste conclamando em uma só voz: "- Nós somos... Os Observadores!


Nipo Ranger - Utopia do mal!


Agora:

Era tudo muito alvo, extremamente branco, não havia limites físicos para onde se observasse, ainda assim, os corpos de três seres humanoides estavam sobre algo aparentemente sólido e claro, extremamente branco… Abaixo deles ainda o branco se fazia, não havia céu, não havia horizonte, não era possível se ver absolutamente nada naquele lugar além do branco que, apesar de intenso, era sensível e agradável, se é que se podia chamar aquilo de "algum lugar". O aroma que se podia sentir era leve, nem puro demais, nem poluído tão pouco, era como uma espécie de frescor agradável sem perfumes ou odores e tinham certeza, os dois androides, não estavam na base como segundos atrás estavam, mas não estavam também em lugar algum que pudessem definir… Um dos seres parecia expressar uma leve respiração, o ser central, o primeiro que surgiu, e finalmente então ele se pronuncia:

“- Somos os Observadores, e vocês podem fazer a diferença em um mundo que perdeu seu dom mais precioso… A esperança!”

Os sistemas de Argos se ativam de forma frenética, seus olhos emitiam leve pulsar energético, era perceptível ao homem-máquina, que o aliado estava a analisar tudo que podia. Bastaram menos de cinco segundos para que o fiel companheiro olhasse para Lanthys argumentando: “- Não tenho como dar resultados seguros deste ambiente, ele é totalmente desconhecido e sem bases de análise, no entanto, tenho total certeza de que não estamos mais na base… Ainda assim, embora sem dados concretos, eu não consigo me sentir desconfortável na presença deles, é como se de alguma forma, eu tivesse a certeza de que estamos seguros e na presença de entidades benevolentes… Desculpe, isso é novo para minha existência, não ter bases que corroborem meus argumentos…

Lanthys observa Argos, observa novamente os assim chamados Observadores e, desfazendo sua pose ofensiva, vira-se para os “anfitriões” dando dois passos à frente na sequência, focando principalmente aquele que agora falava com eles: “- Não temos a menor noção de o que está acontecendo… Observador… Mas, eu também tenho a convicção de que se quisesse nos fazer mal, Argos detectaria antes de sua ação, assim sendo, nos dispomos a ouvir suas palavras, nos mostre o que podemos fazer, e se estiver ao nosso alcance, creio que resgatar a esperança seria algo pelo qual nosso criador desejaria nosso empenho… Como podemos ajudar?

O ser então, embora não ostentasse olhos e boca como os seres que conhecemos, demonstrava de alguma forma se sentir reconfortado com as palavras do androide, e seguindo o que o herói solicitara, iniciou sua explanação:

“- Antes de mais nada, é necessário dizer que, todo e qualquer evento ou acontecimento, que se dê, deste ponto em diante, acontecerá em uma lacuna de tempo e espaço diferentes, que de maneira alguma afetarão o que fizeram até aqui… As vidas que viveram, e os eventos dos quais participaram, e tão logo a missão cumprida, tudo voltará do exato ponto onde iniciamos nossa conversa. Nenhum detalhe em sua realidade será alterado de qualquer maneira, tenham total certeza disso…”

Lanthys cruza os braços e acena positivamente com a cabeça, sem dizer qualquer palavra, ao passo que Argos se aproxima e senta-se ao lado do irmão máquina, ambos denotando estarem prontos a ouvir a explanação do ser… Este compreende e então, tudo muda ao redor deles, imagens incríveis e jamais imaginadas pelos dois, começavam a desenrolar-se em volta do grupo…

Era como se tivessem sido transportados ao espaço sideral, a resplandecência de planetas, luas, estrelas, constelações e galáxias iam e vinham, assim como nebulosas, buracos negros, até que se pudesse ver um montante infinito de uma espécie de bolhas energéticas, ocupando praticamente tudo e qualquer espaço… A cena era indescritível em sua magnitude sem dúvida, os guerreiros máquina davam pequenos passos pelo local observando mais de perto as esferas que pareciam estar vivas, movendo-se lentamente pelo lugar como os planetas se movem pelo universo, e é diante dessa visão, que embora maravilhados e impressionados com tamanho espetáculo visual, Lanthys e Argos voltam suas atenções ao Observador, enquanto ele retomava a palavra:

“- Esta é uma visão do verdadeiro universo... Ele se expande muito além de suas concepções e muito além ainda desse pequeno ponto que podemos visualizar agora… Cada esfera que percebem a pulular toda a visão, são universos individuais, entre eles, em algum lugar, está o seu universo e os demais… São universos desconhecidos ainda aos que vivem hoje no que vocês chamam de lar, mas, todos eles, sem exceção, seguem jornadas como as que vocês seguem, em evoluções e retrocessos, sempre buscando o melhor para si mesmos…”

Lanthys observa os cenários com gosto, seu banco de dados registrava tudo com intensidade frenética; Argos por sua vez parecia estar completamente focado, igualmente analisando e registrando dados em seus sistemas, mas era o jovem androide quem questionava: “- Isso quer dizer que em cada um destes planetas e universos, existem cópias nossas e de nosso mundo, vivendo tal qual cada um de nós, mas em outras dimensões diferentes da nossa?

O Observador faz um movimento com seu braço, formando um arco de cento e oitenta graus que gera um brilho colorido… Esse brilho cria um ambiente escuro, como se fosse um céu estrelado, porém, ao invés de estrelas, em seus lugares haviam mais esferas, não energéticas como as anteriores que viram… Estavam sim espalhadas para todos os espaços como se fossem diversos planetas, centenas delas, talvez milhares aos que os olhos dos androides poderiam deduzir, e elas brilhavam fortemente em um branco puro e vivo.

O ser dimensional então continua: “- Em alguns pontos sim, em outros não… Neste caso específico, estas esferas, representam realidades cada uma, e ambas muito similares com a que vocês conhecem em seu mundo, por isso, embora em planetas e universos diferentes, nós as tratamos como, “realidades”. Para cada grupo de realidades diferentes, um grupo de nós é responsável em mantê-las seguindo com seu fluxo latente, para que não tomem caminhos aos quais não foram projetados, e eis a razão de necessitarmos de sua ajuda… Observem aquela realidade ali…”

O Observador aponta para uma esfera logo atrás de seus convidados que se viram acompanhando o movimento, chocando-se os dois androides ao vê-la, diferente de todas as outras realidades, envolta por uma espécie de miasma energético... Era uma esfera negra, sem vida, completamente opaca e sem qualquer pulsação, em meio àquele mar de esferas brancas cheias de vida. O Observador então continua:

“- Entendam essas realidades como conceitos de mundos, cada realidade dessa, está aqui dentro de uma dimensão, que ao mesmo tempo existe e não existe, apenas aqui está como forma de que possam compreender, dentro de seus entendimentos ainda singelos sobre o universo, como tudo isto é possível… Como a realidade de vocês, as que vocês tentam proteger dos males que as assolam, existem várias, talvez bilhões ou trilhões de outras, que são criadas através de desejos excepcionalmente fortes e poderosos, afinal, tudo nesta existência é energia, o pensamento tem uma força descomunal ainda desconhecida pelos terráqueos em seu universo, e quando algo assim excepcional acontece, uma nova realidade surge, muito similar a original, com as mudanças programadas pela força avassaladora que as criou, tanto para o bem, quanto para o mal!”

Argos e Lanthys continuavam a observar aquele planeta desolado e estéril, envolto em trevas espessas e opressivas, enquanto o Observador, após uma breve pausa, continua: “- Eis o motivo de nós, que somos apenas observadores, existirmos… Detectar essas mudanças, verificar seu potencial nocivo a si e a outros, e buscar uma solução para tais realidades…”

O ser que falava com eles, parecia ser o único a se pronunciar, mas a sensação de que os três seres falavam e se permutavam nas definições era clara, embora nada pudessem realmente constatar, que validasse tal impressão. Da mesma forma, o ser assume um semblante sereno embora não tivesse uma face, era impossível explicar, eles apenas sentiam isso, como se eles emitissem energias que denotavam o que os músculos faciais, olhos e boca fazem pelas expressões do ser humano…

A serenidade se mostrava maior do que até então, o grandioso ser vinha apresentando e, olhando em volta, vislumbrando cada uma das realidades que se era possível ver, ele - ou talvez eles, não era possível definir - prossegue com suas explicações aos dois heróis: “- Todas essas realidades... Em cada uma delas existem pessoas que vivem com sentimentos, sejam eles negativos ou positivos. Saudade, amor, ódio, esperança, a dor da perda, a não aceitação, a negação, a frustração, vontades, medos, desejos. Tudo que vocês puderem imaginar em forma de sentimentos, geram energias que em um determinado nível, acabam criando, mesmo que íntimas e individuais, novas realidades.”

O Observador abre sua mão e a conduz em um movimento circular leve e sutil, enquanto as esferas realidades giram ao redor deles igualmente, e assim continua: “- Assim como sua realidade, neste mundo agora degradado, seres com sentimentos tão fortes e tão intensos existiram e ainda existem, mas que de formas diversas e compassadas, foram tendo suas mentes modificadas por acontecimentos tortuosos…”

As demais esferas se afastam enquanto a esfera enegrecida se aproxima tanto que eles se sentiam adentrando de forma incrivelmente veloz, a atmosfera da mesma… Tudo na visão do planeta então começou a mudar como se recuperada fosse, e um mundo incrivelmente híbrido entre o tecnológico e bioma vegetal e animal surgia, algo muito similar ao nosso mundo, porém, mais avançado, mais civilizado, mais futurista, onde pessoas pareciam viver em relativa paz e harmonia… 

Então, uma leve sombra começou a crescer no horizonte, para logo em seguida ganhar mais massa escura e asas gigantescas, como se de uma criatura demoníaca fossem, se formarem, cobrindo parcialmente aquele mundo, visando claramente avançar e dominar tudo! É neste instante, que quatro vultos radiantes surgem diante daquela sombra, como que se colocando como barreira, entre a sombra e suas intenções… E é só então que o Observador continua:

“- Nobres em alma e corpo, amigos acima de tudo, quando as sombras da ganância, da avareza e da total inexistência de empatia surgiram, esses quatro seres demostraram os mais altos padrões de moral e justiça, enfrentando com afinco a temida sombra em todas as suas mais poderosas investidas, no entanto… A sombra era astuta e não apenas agressiva, ela sabia manipular e, tinha a certeza de que enfrentar os determinados heróis, ainda mais em um embate frontal e direto, era uma vitória impossível! Assim, com persistente ardil, ele usou das mentes ainda enfraquecidas e vulneráveis da população, disseminando mentiras, espalhando acusações e imputando crimes, envenenando a mente de todos aqueles que ainda mantinham algum nível de egoísmo e ganância dentro de si, conclamando a esses, se unirem ao seu intento, em suas palavras, o estopim da mudança para novos tempos, os convencendo infelizmente, de que sua causa era a correta…”

As imagens mudam, se vê então os vultos serem confrontados por uma população enfurecida e armada, enquanto o Observador continuava sua narrativa: "- Se separando, os heróis fogem pelas ruas, cientes de que apesar das impurezas em seus cernes, aquelas pessoas não eram o verdadeiro mal, eles não deveriam ser atacados ou feridos… Não havia outra opção, eles precisavam evadir do local e repensar sua luta, se ocultaram ao máximo, até que depois de dias de fuga sem fim, o pior aconteceu e então, nada mais seria como antes naquele mundo…”

A imagem muda novamente, se observa um dos vultos encurralado, e o Observador elucidava: "- Ele detinha porte masculino robusto, ele detinha capacidades especiais para revidar, mas suas capacidades eram letais, ele se recusou a matar seus agressores e então, recebeu um golpe brutal em seu crânio vindo a desfalecer..." 

A imagem muda novamente, se podia ver agora a multidão se aglomerando ao redor do ser, o atacando de forma feroz e desenfreada, e o Observador era quem continuava: “- Contra ele, foram disparadas informações falsas, de que teria sido o responsável pela vinda das catástrofes naturais, que mataram centenas de pessoas, uma vez que seu poder superava o dos demais, e que a sua existência é que realmente causou o desiquilíbrio deste mundo, pois assim, ardilosamente a sombra vociferou aos quatro cantos daquele mundo, alegando que nunca havia acontecido nenhum mal a eles, antes de que o poder daquele herói fosse manifestado…”

Os dois guerreiros observam a cena atônitos enquanto o Observador a removeu de seus olhos e, diante deles, o ser cósmico, empenhou nova fala, e sua voz parecia pesarosa: “- Este fora o último dia daquele que um dia chamaram de Th'redox, o primeiro a se erguer contra as sombras e que acabou sendo vítima daqueles que ele defendia… Uma vez que tiveram conhecimento do destino de Th'redox, os demais não conseguiram suportar o terrível acontecimento, eles se lançaram em fúria contra a multidão, dando assim ares de verdade à todo veneno espalhado pela sombra selando de vez seus destinos… Suas mentes já cansadas e exigidas ao máximo, colapsaram, cada um deles assumiu uma nova forma de ver toda a realidade baseado na dor que destruía seus íntimos, culminando essa revolta na extinção completa das últimas mentes poderosas, com discernimento adequado para ver o mal que a sombra significava para aquele mundo…”

Argos e Lanthys ficam com suas faces para baixo remoendo tudo que lhes fora dito, de certa forma, sentindo uma parcela ínfima da angústia e sofrimento que aqueles seres sofreram, e eis que o Observador completa: “- Em um mundo onde mentes poderosas podem moldar a realidade, uma sombra que se alimenta de energias mentais para amplificar a sua, acaba por controlar todo aquele que não se impõe contra sua vontade; quando alguém tenta a façanha e minimamente contraria sua vontade, é destruído sem piedade e assim, um mundo de trevas e sem esperança se formou, onde os únicos três que ainda poderiam fazer algo, perderam a fé nas pessoas que defendiam, em seus ideais, e principalmente em si mesmos, devido a morte prematura e brutal a que fora submetido, aquele irmão de equipe a quem eles tinham como líder e exemplo…”

A imagem retorna ao espaço onde antes estavam, com as esferas infindáveis e a realidade enegrecida na mesma distância uma vez mais e então, o Observador, seguido de seus dois “irmãos” se aproxima dos dois, completando sua missão: “- Nosso pedido é injusto, sabemos… Sabemos que suas existências não tem responsabilidade sobre outros mundos, mas como já fizemos antes, por vezes, seres que supostamente não teriam qualquer elo com um fatídico acontecimento, é que podem reconstruir algo que fora destruído… Lanthys, homem-máquina… Se descer ao planeta, sua presença será logo detectada, a recepção será completamente hostil, ainda assim estaria disposto a tentar restaurar a esperança nesta realidade e, trazer a vida de volta à um mundo degradado por seus próprios habitantes, embora nada disso seja de qualquer responsabilidade sua?”

Lanthys observa Argos, o aliado o observa de volta, ambos acenam positivamente e olham para o Observador uma vez mais, e é Lanthys quem completa: “- Argos e eu nascemos com a missão de proteger a vida… Nunca nos foi dado limitações para qual vida deve ser protegida, não conhecemos uma única regra que nos conduza a ignorar ajuda a qualquer que seja a criatura necessitada… Se temos algum dom que pode ajudar à uma vida, seja lá em qual for o mundo em que esta vida exista, eu duvido que Dr. Chang esperaria que fossemos desenhar vidas a serem salvas… Se estiver ao meu alcance, eu ajudarei a restaurar a esperança neste mundo, dou minha palavra!”

O Observador parecia emanar uma aura que de alguma forma transmitia agradecimento sem igual aos dois, eles podiam sentir isso, mas Lanthys se pronuncia uma vez mais, solicitando algo: “- Eu não posso deixar nossa realidade sozinha, sei que Argos compreende em sua lógica e análises, o quanto ele estar de volta ao nosso planeta para cuidar de nosso mundo é importante…”

Argos o observa, acena positivamente e o Observador questiona: “- Unidos, suas forças físicas seriam mais destruidoras e combativas, é uma verdade, mas talvez jovem Lanthys, sua ponderação seja justa, a força não seria a chave para este mundo e sim, o diálogo e a empatia… Deve ser por isso que nós Observadores não devemos agir e somente solicitar o melhor auxílio, as ponderações das mentes corretas podem ser a chave tão buscada para a reversão de uma catástrofe em andamento… Enfim, concordas em tornar à sua realidade, nobre Argos?”

O cão máquina acena positivamente, completando: “- Em diversas oportunidades, Lanthys foi quem nos guiou para a vitória, ele tem sem dúvida todas as condições de se aventurar e se manter seguro, confiaria minha vida à ele, assim como confio plenamente que ele é capaz de cumprir esta missão… E sem dúvida alguma, seria ilógico deixar nosso mundo desguarnecido, uma vez que nossa realidade ainda é assolada pelos maus intuitos… Eu concordo, e tenha certeza Observador, Lanthys cumprirá a diretriz à qual fomos criados!”

Argos e Lanthys se observam uma última vez, acenam com a cabeça um para o outro… Lanthys sorria, Argos se demonstrava satisfeito com a decisão, e então, tudo ao redor deles mudou novamente, Argos desaparecera lentamente diante de Lanthys, enquanto o androide se via agora, avançando de forma poderosa em direção ao planeta envolto em trevas, até que sua visão finalmente escurece e então, o silêncio completo…

Os olhos de Lanthys, aparentemente após alguns segundos, se abrem lentamente, sua visão leva apenas frações de tempo para se ajustar… Ele se ergue e observa ao redor… O cenário era como um deserto, não repleto de dunas de areias, mas sim de um ambiente estéril, esturricado, sem vida… Nenhuma vegetação viva, nenhuma fonte de umidade ou água, o sol, desta feita, levemente maior que o que conhecia em sua realidade, emanava forte energia e calor, à um local já cáustico ao limite da vida como se conhecia…

Os sistemas de Lanthys fazem um checkup geral, seu sistema estava intacto, suas funcionalidades completamente operantes, assim como suas capacidades ofensivas e defensivas, confirmadas em total efetividade… Seu corpo se energiza como se preparando-se para a ação, o androide se prepara para dar o primeiro passo e buscar uma forma de perceber para onde deveria seguir jornada, quando então, surge diante dele, translúcida, a figura do Observador:

“- Siga a trajetória do sol jovem Lanthys, do poente para o nascente e, irá encontrar o foco da falta de esperança deste mundo… Lembre-se, os seres desta terra desvirtuada, em sua grande maioria, estão sob controle, seja mental ou pela força do medo, da sombra que se abateu sobre eles, e não somente os seres comuns, como também aqueles que um dia foram o máximo da esperança e, por conta de sua perda, desistiram de proteger, e passaram a abominar aqueles que permitiram sua grande perda… Não podemos seguir viagem com você, nossa presença energética nas realidades altera suas estruturas, uma forma de impedir que tomemos atitudes para corrigir as realidades ao nosso bel prazer, assim, estar aqui é quase impossível para nós, mas, sempre que possível, viremos em seu auxílio, mesmo que seja na forma de uma sugestão… Desejo à você, toda a esperança e vontade dos universos conhecidos, nobre Lanthys, e obrigado por atender ao chamado de nós, que só podemos observar, e nenhuma atitude concreta tomar…”

O ser desaparece, Lanthys observa o sol quase ao final de um ciclo e analisa sua trajetória, percebendo exatamente a linha que ele traçava, no entanto, mesmo que não tivesse sido possível verificar a rota da estrela daquele mundo, o retumbar de passos metálicos à distância, já denotavam uma posição à seguir… Virando-se de costas para a atual posição do sol, Lanthys podia avistar com sua visão aprimorada, dezenas, talvez centenas de criaturas robóticas similares a aracnídeos, contendo disparados sobre seu topo, se movendo velozmente em sua direção, com intenções claras de ataque!

O androide inicia então sua caminhada rumo ao combate, determinado e, respondendo ao Observador, ciente de que ele não estava mais ali, mas de que com certeza o ouviria onde quer que estivesse: 
“- Encontrarei uma forma de trazer a esperança para este mundo de novo Observador, toda vida importa, e mesmo que o povo daqui ainda tenha longo caminho pela frente até entender a coexistência, ninguém pode manipular suas mentes a seu favor! Encontrarei os heróis e, trarei unidade a este mundo de novo, eu prometo!”

A jornada nunca antes imaginada pelo herói máquina se iniciava… Restaurar a fé aos heróis, derrubar a sombra dominadora e permitir que aquele mundo retornasse à sua evolução correta e cadenciada, livre de manipulações externas… Apesar de toda a certeza e convicção, uma dúvida ecoava na mente do herói máquina ainda assim, ele lembra das palavras do Observador “- Neste caso específico, estas esferas, representam realidades cada uma, e ambas muito similares com a que vocês conhecem em seu mundo”, e fica a divagar sobre elas… “- Até que ponto este mundo e o nosso eram similares?”

A jornada impensada, estava apenas iniciando, os soldados aracnídeos atingiam distância de combate, Lanthys começa a correr em direção a eles enquanto o ar ao redor do guerreiro começava a se ionizar e formar pequenos e múltiplos relâmpagos ao redor de seu corpo… Conforme aumentava sua velocidade, sua determinação também se elevava, e um brado nunca ouvido naqueles confins antes, agora marcaria o início, da retomada da vida e da esperança: “- ENERGIZAR!!”

Continua…

3 comentários:

  1. Cara! Esse é o tipo de potencial que vi em Nipo Rangers, desde que eu li as primeiras histórias e vi toda a evolução e amadurecimento que você teve com a sua escrita durante o passar dos anos.
    Ao relembrar da trajetória do título é impossível não sentir um quase reboot, com o Lanthys adentrando um mundo totalmente novo com potenciais novos aliados e enfrentando uma ameaça gigantesca.
    Até o seu modo de escrever me dá a certeza de amadurecimento.
    O texto me prendeu totalmente do começo ao fim.
    E que essa nova aventura seja fantática para você como escritor como, tenho certeza, será para nós leitores.
    Parabéns!

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  2. Grande Lanthys!
    Com muita emoção vejo , um singelo pedido sendo tão carinhosamente atendido por ti.

    Nipo Rangers, que emoção!

    Obrigado!

    Com mais emoção ainda mato a saudade de personagens que tanto me impactaram.

    O androide Lanthys com seu senso de justiça muito mais apurado que muitos humanos e seu cão fiel , Argos.

    Um texto primoroso, que começa com a apresentação dos Observadores aos heróis e a posterior explanação do nova missão que Lanthys e Argos terão que enfrentar.

    Devo ressaltar que, apesar de um texto relativamente curto , se levarmos em conta o seu estilo de escrita, o mesmo não deixou de detalhar os pontos necessários, como a teorização das dimensões e seu papel no universo.

    Você mudou seu estilo, sem perder a qualidade.

    Parabéns meu amigo !

    Que Lanthys e Argos tragam a esperança de volta à dimensão que lhes foram confiadas.

    Vida longa aos Nipo Rangers !!!

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  3. Ops: Em tempo...

    As dimensões que lhes foram confiadas ,.pois Lanthys e Argos se separaram.

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Nipo Rangers "Utopia do Mal" - Cap. 01 - Realidades!

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