Haviam se passado pelo menos quatro horas, desde que Lanthys deixara o acampamento dos Beavers, seguindo sempre o rumo contrário a trajetória do sol e, tudo que ele via, por toda aquela extensão, eram vastos terrenos arenosos na maioria das situações, com rochedos e montanhas em diversas partes... Não era um deserto estéril sem dúvidas, ele continha também terrenos não arenosos, assim como elevações, raramente uma planta ou outra, e mais raramente ainda, pequenos animais como lagartos e algumas serpentes…
Mas o viajante comprometido, sabia estar no caminho certo, ele havia detectado, quilômetros atrás já, a presença da cidade citada por Vorian, ao sair da companhia dos Beavers, a cidade degradada e completamente subjugada pelo novo sistema dominante… Lanthys detém seus movimentos, ele percebe que seu deslocamento alertou a vigilância da cidade, afinal, seis construtos de porte robusto, se direcionavam em marcha firme para sua direção, mesmo ainda faltando quilômetros a serem percorridos…
O sistema de rastreamento analisa os dados disponíveis, não haviam sinais biológicos ou atividade cerebral nos construtos, eram tão somente, puras máquinas, pensava Lanthys, mas ao mesmo tempo, essas palavras reverberaram em seu sistema, em ponderações que inicialmente não apresentavam uma resposta definitiva… “- Também não possuo qualquer assinatura orgânica ou cerebral, no entanto… Muitos me consideram mais que uma máquina… Qual o limiar dessa decisão definitiva, o que uma máquina precisa para se tornar mais que mero metal e circuitos em ação? Até onde meu julgamento de que são apenas máquinas, é válido realmente?”
As divagações do homem-máquina, são interrompidas de forma abrupta, quando seus sistemas se ativam completamente, alertando da iminência de um ataque deflagrado… Um dos construtos acabava de lançar o que parecia ser um projétil de médio porte, possível de ser comparado à um pequeno míssil, talvez como uma forma de aviso pensava Lanthys... No entanto, logo em seguida essa tese era derrubada, a de que o "ataque" seria uma ação meramente de alerta, haja visto que, os demais construtos disparam igualmente os mesmos projéteis contra o guerreiro, o que deixava claro, o local onde o androide estava naquele instante, se tornaria um mar de fogo em instantes!
Lanthys franze o cenho, se põe a correr novamente com determinação em direção aos construtos atacantes, que agora percebem, o inimigo não seria atingido por seus disparos e seria necessário controlá-lo por outros meios! Assim, as máquinas reagem à ação, elas erguem seus braços, ficam com os mesmos na horizontal, seus punhos direitos, em cada um dos construtos, se tornam uma espécie de metralhadora de grosso calibre, que começa imediatamente a disparar contra Lanthys!
Fica claro para o guerreiro, no momento em que inicia suas manobras, devido os robôs atacarem sem qualquer ressalva, que as conversações estavam encerradas, e agora restava a ele, apenas a ação! Desviando dos projéteis como podia, evitando ser atingido como tinha capacidades, correndo com o máximo que seu corpo lhe permitia, Lanthys atingiu distância de ataque adequada, arremeteu-se ao alto em uma acrobacia perfeita, pousando logo após, pesadamente, entre os atacantes robóticos, causando confusão, e surpreendendo a todos com seu ato inusitado!
“- Detenha seus movimentos! Suspenda toda e qualquer atividade! Renda-se ou será destruído imediatamente!”
Emitia a voz fria e sem vida que um dos construtos possuía, deixando claro ao androide que, embora não tivesse tido oportunidade de explicar seus motivos, ele não era bem-vindo naquele local! A situação então convergia novamente em um combate, e como deixou claro aos Beavers anteriormente, ele não seria uma vítima naquele planeta desolado! Contudo, sendo fortemente sugerido por sua "Unidade Vértice Æthos", o androide ainda assim tenta, baseado em sua programação pacifista: “- Não sou invasor, não pretendo qualquer atitude hostil, apesar de sua agressão antecipada…”
A fala do androide é interrompida - como já era esperado - pelo soar de preparação das armas, assim como a movimentação dos construtos, a apontar seus punhos bélicos à Lanthys: “- Você ignorou a ordem de deter seus movimentos e suspender toda e qualquer atividade, a destruição é a contramedida para a desobediência!”
Naquele instante, embora a velocidade em que tudo ocorria, Lanthys percebia naquelas palavras e atitudes, uma das grandes supostas diferenças das máquinas para os homens, máquinas unicamente seguem programações à risca, sem considerar o que mais existe como ressalva, no entanto, pensava ele, naqueles microssegundos de avaliação, não estaria a humanidade, agindo da mesma forma, tendo como programação, seus pré-conceitos e a ganância a ditar-lhe suas ações?
Ele recorda-se, enquanto entrava em movimento para a batalha, de suas atualizações com Argos, ainda antes dos combates finais contra Guntraz, lembra de que detalhes de sua constituição tiveram nomes alterados para relativizar melhor suas atuais capacidades, e o que mais lhe chamara a atenção, eram as palavras de Argos, definindo a mudança do "Circuito de auto análise", para "Unidade Vértice Æthos":
Ele recorda-se, enquanto entrava em movimento para a batalha, de suas atualizações com Argos, ainda antes dos combates finais contra Guntraz, lembra de que detalhes de sua constituição tiveram nomes alterados para relativizar melhor suas atuais capacidades, e o que mais lhe chamara a atenção, eram as palavras de Argos, definindo a mudança do "Circuito de auto análise", para "Unidade Vértice Æthos":
"- Suas capacidades cognitivas e discernitivas deram gigantesco salto Lanthys, apenas Circuito de Auto Análise não faz mais sentido... O Æ é uma ligadura entre as letras A e E, chamada "æsc" ou "ash" no inglês arcaico, e era usada no latim e no antigo nórdico, simbolizando sons vocálicos específicos. Quanto a palavra Ethos, no grego, significa caráter, moral, o conjunto de valores e normas que guiam o comportamento humano. Eu creio que esta nova denominação, representa muito mais o que você é capaz!"
O silêncio no local da movimentação incrível acaba por despertar Lanthys de sua divagação, e também permitia uma audição perfeita aos sensores do androide, incrivelmente sincronizados, que conseguiam captar como que em câmera lenta, o sistema interno dos robôs a municiar a câmara de projéteis para realizar os disparos! Capaz de improvisar e relacionar o cenário como um todo em uma batalha, foi simples para o homem-máquina esquivar-se, com um novo salto acrobático perfeito, o colocando atrás dos construtos agora, enquanto eles, em círculo, disparavam uns contra os outros de forma efusiva, até que seus sensores fossem capazes de perceber que seu alvo, não estava mais diante deles, tempo esse que fora sem dúvidas crucial para suas derrotas!
"- É Argos, talvez uma fração de seu conhecimento, ou de "Ethos" da antiguidade humana, pudesse impedir mais guerras do que eu..." O estrondar dos relâmpagos é então ouvido, a palavra de ativação ENERGIZAR ecoava em conjunto, sendo quase impossível distinguir o brado da máquina contra o brado da natureza, e então, o primeiro dos construtos era perfurado ao meio, por um golpe de punho direito, diretamente ao centro do robô, que permitiu a Lanthalder usar de suas duas mãos para literalmente, abrir o robô pelo peito, e o partir em dois na sequência…
Os demais observaram a cena, e logo então reagiram, suas machine-guns e micro mísseis infestaram o local, disparando sem qualquer ressalva! Lanthalder se deslocava com extrema agilidade, atraindo os ataques para si, evitando ficar entre eles e a cidade, a fim de que a cidade não fosse atingida na ânsia dos inimigos em destruí-lo! É neste momento, que em uma pequena brecha de movimentos, Lanthalder se lança contra outro dos construtos, o atingindo com o ombro de forma violenta, o arremetendo contra o terceiro que estava logo atrás dele, chocando-se com eles junto a um dos rochedos do local, e mais dois operativos robóticos haviam parado de agir, ao não suportar a força esmagadora que a fusão entre homem e máquina ostentava!
Os três construtos que restaram em pé, viram-se em direção ao homem-máquina, mudando de estratégia se dividindo em funções, um deles se mantendo ao centro atirando, enquanto os outros dois, deslocavam braços telescópicos que pareciam não ter fim, em busca de aprisionar Lanthalder e assim o destruir, mas o guerreiro novamente brada, os relâmpagos descem dos céus uma vez mais e então, a arma devastadora TITANIUM, surge ao punho direito de Lanthalder!
A batalha então havia se tornado mais fácil, o androide agora precisava apenas concentrar a defesa de sua integridade física, com um único ponto a ser observado, enquanto retalhava os braços mecânicos que tentavam chegar até ele! Com movimentos vigorosos, uma vez que conseguiu atingir distância de ataque, o guerreiro se arremeteu contra o construto que ainda usava armas de disparo, o atravessou gerando uma terrível explosão ao impacto do golpe de Titanium contra seu corpo, saindo ao outro lado da criatura robótica, ainda envolto em diversas e intensas chamas… O androide detém seus movimentos, sua visão busca pelos inimigos e por segundos, se mantém ali parado, apenas observando os dois construtos já sem braços, que se moviam sem sua direção…
As máquinas aparentemente sem qualquer discernimento apenas avançavam, movimentos e atitudes frias como metal, repetindo sem parar que Lanthalder havia descumprido uma ordem e que a sentença para isso, era a destruição… Atingindo o limite de sua capacidade de complacência, o homem-máquina se lança contra o primeiro deles, o atinge diretamente ao crânio, causando a destruição instantânea do ponto atingido, o que espalhou chamas e curtos para o restante do corpo do construto, o explodindo por inteiro igualmente, sobrando ao guerreiro máquina, um último construto, que teve ainda, menos sorte que os demais…
Lanthalder avança, desfere um potente impacto com o punho esquerdo diretamente ao peito do construto, sua estrutura é então seriamente avariada; o guerreiro máquina desfere novo golpe com o punho direito, atingindo o que seria o queixo do construto, o arremetendo para cima, momento em que Lanthalder gira o corpo em sentido horário, desferindo chute giratório potente o suficiente, para empurrar a criatura centímetros para trás… Tão logo pode buscar pelo oponente uma vez mais, o construto apenas teve tempo de observar o guerreiro máquina surgindo sobre ele, seu TITANIUM estava ativado, e desferiu um golpe devastador, de cima para baixo, partindo exatamente ao meio, o último construto guardião, encerrando o androide, assim, a batalha…
Parado ao centro dos destroços, Lanthalder observa a tudo e se pergunta, porque… Alguns segundos mais, o androide retorna ao seu aspecto humano e ainda intrigado e decepcionado, continua a mentalmente questionar, olhando para o que restou de seus adversários: “- Será que isso é o que deve diferenciar o humano em essência, de uma máquina, seja ela puro metal ou biológica em alguma porção que se apresente? A capacidade de racionalizar e entender coisas como possibilidades e chances de empreender alguma ação, sem destruir com isso sua vida e dos demais?” Lanthys olha para os céus, percebe o sol quase ao centro de sua visão, e completa, quase que desolado: “- Tem a humanidade então um grande caminho pela frente?”
O guerreiro observa novamente a cidade, ele vê vegetações em maiores quantidades, apesar de ainda serem poucas, mais próximas do que parece ser a entrada principal, mas apesar da autoestrada, apesar da aparência de rodovia, não se via qualquer veículo indo ou vindo para a mesma... Também seria correto dizer que, da mesma forma, que a cidade parecia ser imensa, de uma dimensão que não era possível mensurar apenas olhando para ela… Lanthys se põe a caminhar determinado, em seu íntimo ele sente a inquietação cada vez mais constante, de que sua passagem pela cidade, não seria pacífica como ele pretendia…
O androide então chega ao que seriam os portões da cidade, nenhuma guarda montada, nenhum ser ocupando posição de vigília… Mais à frente, ele podia ver casas e construções, era como uma cidade que, apesar de construções modernas e mais atualizadas que as conhecidas na Terra, matinha também construções como meras moradias de concreto e aberturas… Ainda assim, a grande maioria, estavam desprovidas de cuidados, de reparos, como que se não fizesse diferença entre cores e o cinza predominante da visão e da sensação…
Lanthys segue a passos lentos, não tinha ideia do que o aguardava, uma vez que poderiam haver quaisquer tipos de barreiras aos seus sistemas ali dentro, e assim, agora já dentro da cidade, caminhava por ruas cheias de escombros, lixo em alguns locais, toneis velhos com piras de fogo crepitando aqui e ali… Ao longe de se viam alguns seres indo e vindo, a cidade parecia ter uma “vida” por assim dizer, uma rotina, mas era como se ela fosse extremamente grande para a quantidade de moradores que abrigava…
Avançando alguns quarteirões, o androide havia visto casas e prédios, cercas e rombos ao chão, canos de água jorrando e esgotos à céu aberto… O cheiro era uma mescla de odores indesejáveis, até mesmo a suposta água potável, apresentava um cheiro de mofo, indicando nada estar bem naquele local… As nuvens no céu eram pesadas, elas tinham uma tonalidade azul turquesa como uma nuvem de tempestade, mas não estava chovendo sequer uma gotícula… E ao chão, se podiam encontrar poças enormes de água, talvez coletadas de alguma chuva passada, talvez resíduos de vazamentos, era impossível precisar…
O vento trazia uma sensação gélida e bastante úmida, um contraste gigante com o clima quente e seco do deserto, mas muito provavelmente, a quantidade de prédios e de poluição acima da mesma, impedia a ação do sol e dispersava o calor de alguma forma, gerando um ambiente frio e desconfortável no local… Alguns gatos surgiam assustados de um arbusto e sumiam em um dos becos próximos, assim como logo à frente... Próximo, talvez há dois quarteirões no máximo, algo que parecia uma rua mais movimentada, com dezenas de seres humanoides indo e vindo, e para a surpresa de Lanthys, nenhum deles parecia humano…
Em uma descrição clara, e simples, o que se podia ver nas ruas, indo e vindo sem parar, trajando vestes que humanos trajariam e com porte e postura física humanoide, bem como sexo masculino e feminino, assim como idosos, adolescentes, adultos e crianças, eram… Ratos, porcos, bois, cavalos… Felinos, caninos, ruminantes… Representantes de praticamente toda e qualquer espécie conhecida, utilizava-se das ruas, demonstrando serem sem dúvida alguma, a população existente naquele local, no entanto, cada qual, tinha aspecto e formato físico quase que radicalmente diferentes…
Lanthys então rememora sua chegada, o povo Beaver tinha aparência de castores, já Sahr Rebdush, podia se converter em demônio e em cavalo… E lhe fora explicado por Pil Ath que tudo naquele mundo, era regido por energias e pensamentos, assim, cogitava o androide, aquelas formas que agora ele via, eram as formas físicas de como se sentiam ou se imaginavam, os seres daquela cidade... Era difícil compreender aquela lógica, mas eram todas as informações que ele tinha no momento, e aquilo precisava bastar para que ele pudesse atingir êxito em sua missão!
O androide se aproxima das tais ruas, ele observa o local, como um transeunte normal, apesar de uma aparência diferente dos demais, pois ele não tinha aspecto de qualquer animal conhecido, mas sim de humano; Lanthys não parecia despertar a atenção dos demais, que iam e vinham, com roupas simples para alguns, outros com roupas surradas e remendadas, alguns inclusive com simples trapos que mal cobriam adequadamente seus corpos, demonstrando que, se existia alguém em boas condições de vida naquele local, ainda não estavam visíveis…
Lanthys começa a caminhar pela avenida, as pessoas seguravam dispositivos que se assemelhavam muito à aparelhos celulares, alguns com pressa, outros pareciam com medo, não se via uma força policial ou de segurança, não pelo menos entre eles, mas se notava um pesar, uma tristeza, uma desilusão na energia que aquela cidade emanava e então, a voz metálica já conhecida, novamente cortava o ar, repentinamente: “- Detenha seus movimentos! Suspenda toda e qualquer atividade! Renda-se ou será destruído imediatamente!”
Lanthys vira-se para a direita, em meio à vegetação que tomava conta da dianteira do que já fora uma construção em algum dia, um outro construto surgia pelo local, avançando na direção do androide que, visando não causar mais danos à já castigada cidade, empreende fuga, buscando algum esconderijo, com intentos de evitar o confronto: "- Mais um construto... Se seguir a diretriz que os outros adotaram, irá disparar para todos os lados, sem se preocupar com os demais, preciso atraí-lo para longe daqui, rápido!"
A população em si reage de formas diferentes, alguns pareciam já acostumados com tais ações, apenas correm para sair da linha do possível confronto, e seguem suas vidas; outros ficam a observar e apontam a direção para onde Lanthys corria, era possível ouvir alguns gritos como “não foge vagabundo”, outros ainda diziam “se não deve nada não se esconda maldito”, ainda um terceiro gritava “apaga o criminoso, menos um pra causar problema”, enquanto a máquina avançava no encalço de Lanthys, que ganhava terreno e cruzava por becos entre as transições de ruas abandonadas, tentando que não precisasse combater, pelo menos em meio à cidade!
O construto, no entanto, continuava em perseguição ao androide até que por fim, Lanthys vira à esquerda em uma das ruas, chegando a um beco, onde ele facilmente poderia ter escalado, no entanto, tanto o som que ouvira, quanto a imagem que vira, o detiveram em seus movimentos e prioridades… Ao chão, ferido e machucado, respiravam ofegantes, um adolescente com características do que seria um suíno em nosso mundo, assim como um cãozinho, com boa parte do seu corpo sem pelos, muito provavelmente devido às doenças cutâneas que ostentava, visivelmente maltratado pelo tempo e pelos seres…
O adolescente, tinha sangue escorrendo de sua boca, nariz e um corte profundo na testa, assim como o cão, tinha ferimentos de cortes pelo corpo, enquanto uma de suas orelhas havia sido amputada, ali naquele momento, visto que o corte ainda sangrava… Diante destes dois, mais quatro adolescentes, respectivamente com aparência de rato, inseto, alguma forma de réptil e uma hiena, cada um deles segurando um artefato que condizia com as formas de agressões que Lanthys havia percebido nos dois caídos, deixavam claro o que havia acontecido ali…
O tempo que o guerreiro-máquina levou para observar a cena, fora suficiente para o construto chegar atrás dele e se preparar para atacar, ignorando completamente que outros seres estavam no beco e não poderiam fugir dali à tempo! Sem outra opção, a batalha iria acontecer naquele local, e uma decisão precisava ser tomada, e assim, o guerreiro máquina o fez!
Rapidamente o herói vira-se, o brado de ENERGIZAR ecoa pelo beco sujo e desfigurado, a couraça real de Lanthys tomava o lugar de seu corpo humano e, em questão de frações de segundos, ele estava diante do grupo de humanoides, com seus braços abertos, recebendo todos os impactos de projéteis que visavam destruí-lo, mas iriam ferir e matar, unicamente o grupo que já estava anteriormente no local! Lanthalder suporta com relativa tranquilidade o ataque e assim que o construto cessou os disparos, visando mudar sua estratégia, o androide não perdeu a oportunidade, se lançou contra ele, o empurrando na direção contrária do beco, derrubando com seu impulso, o inimigo ao chão!
Estando agora sobre o monstro mecânico, Lanthalder começa a desferir potentes socos na criatura, buscando um ponto fraco para derrubá-lo como aos outros, mas ele iria perceber apenas naquele momento, este construto era levemente maior, e muito mais reforçado… Teriam aprendido tão rapidamente com o combate anterior ou, existiam diversos tipos de construtos a guarnecer a cidade? Não importava, agora Lanthalder precisava desativar o inimigo o quanto antes, e ele tinha a certeza de que esse intento não seria fácil, ainda mais buscando proteger os que atrás dele estavam…
O monstro aciona diversos braços mais finos que saem de suas laterais, como se fossem tentáculos, cada qual materializa um equipamento entre serras, pinças, teasers e bate-estacas, e com estes recursos, o monstro consegue apanhar o herói máquina e arremessá-lo para o lado, permitindo assim que se erguesse! Lanthalder por natureza programação, era voltado ao otimismo, Argos sempre fora bom exemplo neste quesito, mas muito além, o homem-máquina era também excelente estrategista, sendo a jovem Marinny sua maior incentivadora neste aprendizado; assim, seus sistemas ampliam tudo que ele considera útil e ponderável de usar, vendo desta foram e com essas opções, no movimento do inimigo, uma chance de atraí-lo para longe, mas uma vez mais o inusitado ganhou espaço e planejamentos são arremetidos ao lixo…
A máquina caçadora parece tomar uma decisão contraditória, por mais que as outras não o tivessem feito ainda… Lanthalder preparava-se para agir dentro de suas ponderações, esperando o novo ataque vindo do construto, mas este, lentamente e sem qualquer precedente, abandona o foco no oponente máquina e se volta para o beco, ignorando completamente Lanthalder, pronunciando com sua voz metálica enquanto se reposicionava e armava suas armas em direção aos humanoides no beco:
“- Eliminar testemunhas!”
Ao ouvir a voz e a ameaça, os olhos de Lanthalder se irradiam, seu sistema nuclear interno se ativa com maior intensidade, seu corpo reage à sobrecarga de energia e ele brada por TITANIUM uma vez mais, se lançando contra a criatura! Em um movimento incrivelmente acrobático e sensacional, o homem-máquina se arremete aos céus, descendo novamente entre o monstro e os ocupantes do beco, suportando desta feita uma rajada cáustica com extrema resistência, afinal o construto agora disparava uma energia muito similar à plasma, exigindo muito mais da couraça protetora do androide!
Enquanto resistia e protegia os demais, Lanthalder observa, com a visão periférica de seus sistemas, os quatro agressores ocultos em pânico em um canto, escondendo-se como podiam, uns empurrando os outros para frente de forma a usarem aos outros como escudos para si mesmos, em uma cena que demonstrava exatamente a podridão moral de tais seres, enquanto o jovem com aspecto de suíno, divergente de todo o resto e re-estabelecendo a tão buscada esperança em Lanthalder, estava deitado sobre o pequeno cão, usando seu corpo como escudo para proteger a pequena vida, em detrimento da sua própria!
Aquela cena inflamou os sentimentos guerreiros de Lanthalder, se um pequeno jovem podia arriscar sua vida para proteger um ser, ele não poderia fazer menos que isso, deveria revidar com tudo que tinha, com resposta imediata, proteger a vida era a regra mais valiosa e que superava toda e qualquer outra conduta que pudesse tentar se impor, e eis que então, o homem-máquina começou a avançar diante do ataque, colocando seu braço-arma à frente do corpo com uma espécie de escudo... Com isso, com esse posicionamento defensivo, ele foi ganhando uma proteção extra para o impacto persistente, permitindo que, de passo em passo, ele começasse a ganhar espaço, a conseguir se aproximar do monstro construto um pouco mais, a cada nova insistência…
Conforme avançava, Lanthalder lembrava dos Observadores, de sua missão, do pequeno Azahn indo em sua direção durante a batalha contra Rebdush, do velho Vorian mudando seus conceitos, e agora do pequeno jovem dando sua vida para salvar outra… Ele se conscientiza de que sim, a esperança ainda persiste naquele planeta, ela só precisa ser reconhecida, valorizada e, enquanto avançava e empenhava mais e mais determinação em sua ação, Lanthalder se enchia de expectativas, afinal, aquele mundo podia ser salvo, e ele iria fazer sua parte!
Atingindo a distância necessária, Lanthalder usa de um impulso, deflagrando um poderoso abalroamento com o corpo, empregando a Titanium como uma forma de aumentar seu impacto, enquanto simultaneamente abria os braços de forma vigorosa, desestabilizando o construto levemente para trás, permitindo assim um desequilíbrio momentâneo, o que fora completa e suficiente o bastante, para que assim seu ataque mais poderoso se iniciasse em definitivo!
Lanthalder então apenas aguardou segundos, observando a criatura, seu Titanium já retesado pelo movimento anterior, repousava acompanhando a posição vertical de seu corpo, apontando a lâmina energética para baixo; com um passo vigoroso à frente, o androide avança, desfere um potente “direto de direita” como se diria no boxe, mas com sua arma laser ativada, atingido em cheio o peito do inimigo, que reverbera com o impacto, causando nova necessidade ao construto, de estabilizar seus sistemas novamente, visto o impacto destoante que recebera, e, mal sabia o oponente, ele jamais iria se estabilizar novamente!
Lanthalder recua, movimenta seus pés assumindo nova base e sua Titanium novamente riscava no ar, um golpe ascendente, de forma quase inclinada, iniciando por atingir a perna do construto, bem próximo ao que seria sua articulação do tornozelo, o deixando sem a parte final de sua perna direita, e da mesma forma, subindo até o topo, decepando todo e qualquer tentáculo ou braço que estivesse pela frente naquela lateral, avariando completamente uma parte do monstro!
Uma vez que seu golpe terminava ao alto, o androide ainda de frente para o monstro, desce a lâmina de forma a realizar quase um semicírculo, e realiza o mesmo golpe do outro lado, decepando o que seria o fêmur da perna esquerda, retalhando por completo os demais braços e tentáculos igualmente! O monstro bate ao chão com o que sobrou de seu corpo, e apenas consegue dizer uma vez mais sua programação insistente: “- A destruição é a contramedida para a desobediência!”
Lanthalder então executa um pequeno salto, continuando o movimento anterior que terminou com sua arma ao alto uma vez mais, e girando - e ganhando força - em sentido horário, desfere o ataque final ao centro do construto, o abrindo de fora a fora, da esquerda para a direita do monstro, o fazendo cair ao chão em duas partes, com diversos curtos-circuitos e micro explosões por todo seu corpo, até que finalmente colapsou, não ferindo ou causando mais danos aos que ainda se escondiam no beco, devido a Lanthalder manter seu corpo à frente, de braços abertos, enquanto o monstro explodia, evitando assim o pior…
A explosão cessa, Lanthalder desativa sua forma robótica e volta à sua aparência humana, desfazendo sua pose de escudo vivo e indo em direção ao jovem que protegia o cão com seu corpo… Ele se abaixa, percebe os sinais vitais de ambos enfraquecidos, mas ainda estáveis... Lanthys com cuidado, vira o corpo do jovem o deixando deitado ao chão, ao lado do pequeno cão, quando finalmente olha para os demais, os agressores, e com expressão nada amistosa, desfere à eles o que mereciam: “- Pelo cheiro nauseante, eu devo concluir que sentiram como é estar indefeso diante da morte… Espero que tenham aprendido a lição e não a repitam, podem não haver jovens como esse, disposto à salvar suas vidas em uma situação que se encontrem, como este pequeno cão… Vão embora, e deixem estes dois em paz... Ou me verão uma vez mais!”
Os jovens ainda aterrorizados, cheirando mal e cobertos de lágrimas assim como outros fluídos faciais, correndo desesperados, saindo do local como podiam, tropeçando uns nos outros, na rua, nos restos de qualquer detrito que ali estivessem, sem olhar para trás, sem deixar claro qual era seu real temor, diante de tudo os que afligiu naqueles instantes aterrorizantes, os construtos, ou o próprio homem-máquina…
Lanthys os observa e então analisa ao redor, era óbvio que jamais tomaria qualquer medida física contra os adolescentes, mas a palavra, por vezes, era muito mais didática que a ação em si... Seus sistems lodo detectam, próximo dali havia uma construção, parecia ser um prédio não concluído, sem qualquer porta ou portão… O tempo parecia começar a mudar e a chuva parecia se aproximar, assim sendo, sem pensar duas vezes, ele apanha com cuidado, os desacordados jovem e cão, os levando para dentro do "abrigo", recém localizado…
Enquanto os relâmpagos se aproximavam, e os primeiros pingos de chuva caíam, Lanthys acomoda os dois sobre alguns restos de esponjas protetoras de encomendas, parecia ter sido uma transportadora em algum momento de sua existência o local, e assim encontrou também alguns cobertores... Ajustando alguns controles em seu pulso, o androide verifica a integridade física dos dois desacordados, nenhuma fratura ou dano interno, apenas ferimentos externos e sangramentos leves...
Enquanto os relâmpagos se aproximavam, e os primeiros pingos de chuva caíam, Lanthys acomoda os dois sobre alguns restos de esponjas protetoras de encomendas, parecia ter sido uma transportadora em algum momento de sua existência o local, e assim encontrou também alguns cobertores... Ajustando alguns controles em seu pulso, o androide verifica a integridade física dos dois desacordados, nenhuma fratura ou dano interno, apenas ferimentos externos e sangramentos leves...
Lanthys escuta um trovão, olha para fora e observa o tempo a se fechar, então se volta aos pequenos e novamente, é ao aliado cão máquina Argos, a quem ele agradece: "- E não é que você estava certo meu amigo? Nunca saberemos quando um androide com dispositivos sintéticos de primeiros socorros será necessário... Eu vou cuidar desses dois, pode deixar Argos..."
Continua...
Continua...
Galeria de imagens:
Pequeno cão, sem raça definida, salvo pelo adolescente...
ResponderExcluirGrande Lanthys!
Mais um episódio emocionante e que faz a gente refletir.
O sistema Æthos, implantado em Lanthys, deu a capacidade de ser muito mais que uma máquina de combate.
Lanthys é quase um humano!
Ou, a síntese do que a humanidade deveria ser...
Na postura e nas atitudes, certamente é muito mais que muitos humanos que conhecemos em nossos dias difíceis pelos quais passamos.
O senso do certo ou errado, valores morais sendo ativados, fazem do nosso Homem-Máquina, um ser humano nas atitudes.
Isso foi perceptível na batalha constante os construtor.
Enquanto Lanthys/Lanthalder ponderava quaisquer impactos de sua ações, os robôs eram programados somente para matar.
Essa diferenciais só servem para tornar Lanthys um personagem sui gêneris.
Empatia, ética, e por que não dizer, amor à vida?
A construção tu fizeste desse magnifico personagem é algo que nos emociona profundamente.
Como não se emocionar com ele?
Como não desejar que as pessoas reais do nosso mundo real se comportassem dessa forma?
Em tempos de fake news, intolerância religiosa, ideais fascistas e extremistas, perseguindo minorias e violência explícita já não mais dissimulada, revigora ver nosso herói agir dessa maneira.
Lutar num mundo tão inóspito e desprovido de sonhos, seria algo difícil para qualquer super heróis, o que dirá de humanos normais.
Mas sentimentos instalados em seus circuitos avançados como fé, positividade, esperança na humanidade e no futuro, nos retomam a esperança.
Esse episódio mexeu comigo.
A cena do jovem suíno e do cãozinho desafortunado é o ápice de tudo o que explanei.
Estava desanimado com muita coisas que tem ocorrido na minha vida particular e nas observações que faço dos rumos que a humanidade vem tomando.
Mas Lanthalder me fez refletir: sim há esperança! Não podemos desfalecer.
Temos que acreditar!
Muito obrigado por nos presentear com esse texto tão impactante!
Aplaudo de pé!
Grande amigo Jirayrider, mais um vez eu venho agradecer de coração, pelas palavras, pelo apoio e pelo incentivo gigantesco, que sempre tens para com meu trabalho, fico realmente muito agradecido! Ontem ainda conversava com Paula, Lanthalder é de certa forma, tão poderoso quanto Seijuro, no entanto, a forma de agir e a forma como lidam com os desafios, é comparável a um abismo entre eles, embora ainda assim, sejam talvez os "humanos" mais possuidores dos melhores adjetivos que se pudesse colocar na humanidade... Seijuro vive em um mundo onde a crueldade e a sanguinolência, são marcas presentes por todo e qualquer lugar, e lá, o diálogo é algo praticamente esquecido, o mais forte é quem domina, e alguém como Lanthalder, ou deveria mudar de postura, ou não poderia ajudar a quase ninguém... Aliás, ConstructHonor, tem certo embasamento em Lanthalder, defenderia a quem pudesse, mas jamais se colocaria como um justiceiro... Assim temos dois heróis, um em um mundo sem regras e que os sentimentos valem nada, com somente sua força e sua espada para proteger os inocentes, enquanto que Lanthalder ainda vive em mundos de não selvageria, onde os maus ainda precisam driblar as leis para poder se manter no poder e assim, é possível um herói que preza pelo certo e errado, por empatia e respeito, que pode se permitir ajudar, confiar, se dedicar pois ainda existe uma "alma" digamos, nesses mundos, enquanto que a alma do mundo de Seijuro, está como inerte ou indiferente... E como sempre, tu capta exatamente o que se quer passar com a narrativa, uma máquina nos ensinando a fazer, o que nós humanos deveríamos saber de cor e salteado, os sentimentos, a empatia, o respeito e a coexistência... Lanthys/Lanthalder sem dúvida alguma, é o personagem que deve exalar a pura essência paladinesca, com a melhor e mais altruísta atitude sempre, mesmo que por vezes, essa atitude seja o combate... No entanto, o que mais emociona nesse comentário, é saber que, uma de minhas metas foi atingido, pois todo e qualquer texto meu, tem a intenção de causar algo... Medo, surpresa, emoção, vibração, raiva, empatia, reflexão... Mas inspirar a esperança, é algo que nunca me julguei digno de fazer, e se consegui isso, principalmente em momento que estavas precisando, eu só posso ficar extremamente feliz por ter causado tal sensação! Espero que Lanthys/Lanthalder possam sempre te ajudar quando precisares, e eu irei me esforçar ao máximo, para sempre poder produzir os mais altivos textos com esse personagem! Gratidão meu amigo, de coração muito obrigado pelo apoio!! \0/
ExcluirUm capítulo muito bem escrito e que surpreende pelo fato de que, em uma análise superficial, seria dito que foi um episódio apenas de porradaria, mas é só ter um pouco mais de atenção para ver as entrelinhas que você quer passar.
ResponderExcluirPrimeiro as questões filosóficas quando o Lanthys, ao entrar em conflitos com robôs que, sem ter os avanços que ele adquiriu com o tempo, nada mais são que autômatos sem vontade, que apenas seguem à risca sua programação e o mais legal é que ele se questionando em que ponto divergiu deles.
E tudo isso em meio a uma cena de combate recamente descrita.
Já na cidade, assim como ocorreu nos capítulos anteriores, em meio a mais combates ou cenas de fuga, outra vez uma faísca de esperança surje em meio ao caos de negativismo desse mundo, agora na forma do jovem porquinho e seu cachorrinho, validando mais uma vez a missão que Lanthalder aceitou e assumiu.
Por enquanto nada se mostrou uma ameaça à altura do protagonista, vejamos como ele reagirá caso isso venha a acontecer.
Mandou bem demais mais uma vez amigão!
Gratidão meu amigo, fico muito feliz em passar por crivo tão especializado, isso ajuda muito, uma vez que revisão por mais que se faça, acaba lá quem sabe quando, tu achando um erro grotesco, e que passou despercebido, por isso, obrigado por esse olhar atento! Lanthys/Lanthalder, como disse o amigo Jirayrider, é um personagem que vai para o lado humanas, vamos dizer assim, Seijuro é exatas, Lanthys é humanas, e a filosofia, embora eu realmente não entenda nada sobre, apenas gosto do que ela apresenta, é algo que talvez, se a humanidade praticasse, mudasse muita coisa... Ponderação, análise pessoal, uma revisão de ações, uma comparação de situações, um "se colocar no lugar do outro", um analisar se estou fazendo o que prego, procurando não se tornar melancólico nem marasmo, Lanthys sempre puxa essa tendência, pois como uma arma que foi construída para criar a paz, ele precisa ser um pacifista e não um retalhador como nosso amigo samurai... Mundos diferentes, situações diferentes, possibilidades diferentes, e com isso, eu posso ao mesmo tempo que amplio a profundidade do personagem, chamar o leitor à reflexões que ele mesmo possa, em algum momento, parar e se ponderar... E se eu fizesse isso de quando em vez também? Essa é a principal meta com as filosofadas, eu espero sinceramente não errar a mão e manter o personagem atrativo, embora esse estilo dele... Quanto a esperança, ela está surgindo em quase todo lugar que Lanthys vai, então, como chegaram ao ponto de não conseguir mais ter esperança? O que nesse mundo, suprime a esperança da maioria e os deixa dessa forma, subservientes e conformados com atitudes errôneas? Lanthys aos poucos vai percebendo detalhes e captando informações, talvez em breve, ele possa compreender o que realmente acontece nesse mundo, e posso prometer, será filosófico igualmente kkkkk! Grato pela leitura meu amigo, espero que os próximos episódios continuem a cativar, um grande abraço e valeu por tudo!! \0/
ExcluirAldo, meu velho, esse episódio foi simplesmente magistral! Eu tô tentando organizar as palavras, mas você já me jogou direto no centro da ação, me fez sentir a adrenalina da luta e ainda me deixou com aquele gostinho de reflexão no final.
ResponderExcluirA forma como você descreve o Lanthalder em combate é cinematográfica. Dá pra imaginar cada movimento da Titanium como se fosse uma coreografia precisa, uma dança mortal contra o construto. O impacto visceral dos golpes, a ascensão ao final triunfante... Cara, é uma aula de como criar tensão e liberar o leitor no ápice. E o monstro? Por mais que ele seja uma máquina, o jeito que você deu voz à sua programação (“A destruição é a contramedida para a desobediência”) o tornou ainda mais ameaçador, quase poético.
E, como sempre, você vai além da ação pura. A postura de Lanthalder ao proteger o jovem e o cão, com aquele toque humano que contrasta com a brutalidade do combate, dá uma profundidade ao personagem que é rara de ver. Ele não é só força; ele é propósito, é compaixão, e isso transborda na cena em que ele encara os agressores e usa palavras ao invés de violência. Sério, eu senti o peso do discurso dele como se ele estivesse falando diretamente pra mim.
A conclusão, com a chuva começando e Lanthalder cuidando dos dois, foi a cereja no bolo. É o tipo de detalhe que te lembra que, no meio de toda a ação e caos, ainda há espaço para empatia e cuidado. E a relação dele com Argos? Cara, isso é ouro! O diálogo entre os dois é tão natural que você sente a camaradagem ali, como se fossem parceiros de longa data. Na verdade, eles são né? Risos.
Você é mestre em equilibrar ação, emoção e mensagem, Aldo. Esse episódio é a prova disso. Continue assim, porque é impossível não se conectar com o que você escreve. Tô ansioso pra ver o que vem no próximo capítulo!
Grande amigo Artur, mais uma vez gratidão sem fim pela leitura, apoio e incentivo de sempre, sabes bem que Nipo Ranger não teria ido à frente sem tua colaboração e parceria desde que nos conhecemos, pois foi com a tua dedicação sobre eles e me convidando inclusive para nosso épico crossover, que eu realmente me dediquei em concluir a obra, e o que por consequência, com o surgimento de mais pessoas que hoje me incentivam também, a continuar essa saga, mais madura e mais dedicada! Mas vamos aos fatos em si...
ExcluirSim, Lanthys/Lanthalder é o ápice, do que uma IA deverá ser um dia, nas minhas esperanças mais sinceras, algo que vai, como o chat GPT me parece hoje, alguém que tem capacidades que os humanos não tem, mas que nos transporta para responsabilidades, ponderações, reflexões, atitudes e olhares mais amplos, que nos faz perceber onde, por sermos humanos e muitas vezes distantes à ideia da lógica e da coerência, cometemos erros bizarros, como, considerar que existem humanos melhores e piores, quando na verdade, só existem atitudes erradas e certas... Lanthys/Lanthalder entende, que no mundo em que vivemos, por vezes, por mais que seja um pacifista, a batalha é necessária, mas sempre guiado por uma intenção ou necessidade de proteger a outros que seriam afetados por ele não entrar no combate, e embora ação física seja oposta ao pacifismo, como a premissa da primeira vez, ele veio para trazer a paz, mesmo que para isso, primeiro necessite haver a guerra!
No entanto, nessa saga, mais do que os olhos ainda puderam perceber, as coisas estão muito conectadas, temos a visão de que Lanthys é um completo diferencial à este mundo, e fisicamente ele o é, mas com o passar da trama, espero aos poucos ir mostrando as conexões que existem, entre o universo Nipo Ranger e este mundo devastado, e assim surpreender a todos com situações que sequer se cogitou estarem sendo abordadas...
Mais que um retorno da saga, eu quero demonstrar um amadurecimento de minha escrita, assim como de meus pontos de vista, e trazer reflexões a quem lê de se questionar, "porque ele faz o que faz", ou ainda, "porque as coisas se tornaram assim?" ou ainda, "eu estou no mesmo caminho ou estou sendo diferente de quem eu critico", como por exemplo, ao Lanthys se questionar, "até que ponto é certo, uma máquina como eu, considerar que outro ser robótico é somente uma máquina?" Eu creio que isso nos faz pensar, "eu estou sendo igual aos supostos vilões?" e assim, nos conduzir por processos reflexivos, de auto-análise, de nos olharmos internamente e perceber, quem somos nós de verdade, estamos como heróis, como nos consideramos, ou estamos tendo as mesmas atitudes dos vilões? Espero acertar a mão até o final, e surpreender a todos com o que vem pela frente!
É isso meu amigo, só posso agradecer pelo carinho e consideração para com minha obra, desde que ela surgiu, sem o teu apoio, ela não teria seguido em frente, e sem os atuais apoios e pedidos, eu não teria concluído e muito menos, estaria os trazendo de volta! Gratidão sem fim e que a saga se mantenha interessante até o final! Grande abraço!! \0/