quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Nipo Rangers "Utopia do Mal" - Cap. 03 - Sahr Rebdush!

A cena parecia novamente ficar em câmera lenta, era possível sentir a estática fluindo, enquanto o ar ionizava-se de forma brutal ao redor de Lanthys e então, um relâmpago se projetava dos céus ao solo, enquanto outro iniciava a trajetória oposta, partindo do solo para os céus, causando descargas elétricas poderosas que atingem seu ápice e se chocam, em uma altura média entre chão e ar, e desse romper de energias turbulento, agora com a movimentação da cena retomando sua velocidade original, surgia em direção ao demônio em carga, o homem-máquina Lanthalder, em toda sua capacidade combativa, com pequenos relâmpagos à percorrer-lhe o corpo devido ao alto índice de íons ao redor do guerreiro, mantendo seu braço direito retesado para trás, seu punho do mesmo braço completamente fechado, enquanto o esquerdo lhe guarnecia a frente, como uma espécie de escudo poderoso!

Sahr Rebdush impressiona-se com o ocorrido, afinal, o oponente havia se transformado diante de seus olhos e com certeza, ele percebia, havia se tornado ainda mais combativo e mais imprevisível; os assustados Beavers igualmente espantam-se com a cena, enquanto que as crianças escondidas mais ao fundo, divertiam-se com os pelos eriçados devido à estática que o local havia sido permeado! Rebdush não se deixa abalar apesar da cena, Lanthalder tão pouco iria se permitir tal situação e assim, ambos atingem ponto de impacto e o combate se inicia!

A cena parecia novamente retornar à velocidade mais arrastada, não extremamente como na vez primeira, mas ainda se podiam ver todos os movimentos dos dois combatentes de forma precisa, Rebdush mais brutal, mais visceral, garras estendidas buscando dilacerar, já Lanthalder, com mais postura, punhos fechados buscando o impacto e o final do combate, de forma rápida e menos grotesca!

Rebdush abre seus braços com vigor, as garras eram sem dúvida sua arma utilizada naquele ataque e, com velocidade extrema, puxa os dois braços novamente à frente, como se tentasse abraçar seu oponente, enquanto que na verdade, o foco era rasgar as duas laterais dos ombros do homem-máquina, ou mesmo, atingir sua cabeça, com um golpe poderoso e destrutivo, que na visão do demônio, iria abalar e muito, a capacidade de reação de seu adversário! No entanto, ele não estava a enfrentar um guerreiro inexperiente, ele não tinha a mínima noção do que o androide era capaz, muito menos cogitava  tamanha agilidade!

O androide observa o golpe, seus sistemas acionam o CORTEX (Combat ORientated Tactical EXpert - usando uma alusão a um “cérebro” especializado em combate, associando tecnologia e inteligência) e assim, o melhor contragolpe é encontrado! Lanthalder executa o “pêndulo” inicialmente, esquiva muito utilizado no esporte chamado boxe e, magnificamente escapa dos dois braços ficando abaixo deles, deslocando-se para a esquerda do oponente e ao fazer isso, os olhares dos dois se cruzam, o homem-máquina confiante, percebeu a expressão inusitada de Rebdush, que deixava claro, havia sido desarmado e sofreria as consequências agora!

Estando Lanthalder quase abaixo de sua axila esquerda, o androide ergue o punho direito, reto, acima, com força brutal, no movimento conhecido como “upper”, também da arte do boxe, atingindo de forma brutal o queixo do demônio, que completamente desnorteado pelo golpe, eleva sua cabeça, abre sua guarda e então a cena volta à velocidade normal… Lanthalder agora com o braço esquerdo, volta à frente do oponente, desferindo um potente impacto ao centro do abdômen da criatura, o obrigando a voltar com a cabeça ao centro do corpo pela dor, e então, executa novo golpe, estando novamente mais à esquerda, com o braço direito, desferindo outro impacto direto na cabeça, levando o oponente ao chão de forma brutal, erguendo uma potente nuvem de pó ao redor de todos, tamanha a força com que Rebdush foi impactado ao chão do deserto!

Lanthalder recua rapidamente, se mantém fora do alcance padrão de Sahr Rebdush, esperando sua reação diante do ocorrido, e uma vez mais o androide tenta: “- Não precisamos continuar com isso, me conte sua história, me deixe entender o porquê de suas atitudes…

Rebdush fica um pouco ao chão, se podia ver a fúria em seu íntimo devido as baforadas de areia que saltavam do solo conforme ele respirava em raiva intensa… Lanthalder sente a intenção do oponente, se mantém em posição defensiva e então a resposta à fala do androide veio, como Rebdush deixou claro desde que surgiu, sempre seriam assim, brutais!

Com um impulso único, o demônio se ergue e se lança em carga novamente contra Lanthalder, este por sua vez apenas fecha sua guarda e observa cada detalhe, enquanto o CORTEX processava a melhor resposta, baseado no ataque que estava para receber: um direto de direita, extremamente violento e envolto em energias rubras, diretamente ao rosto do androide!

Lanthalder então ergue os dois braços à frente e segura o impacto com esforço, mas de forma efetiva e satisfatória, ao passo que Rebdush percebe em definitivo que, ou usaria tudo que tinha ou seria derrotado neste combate! Em frações de segundos, o demônio retesa seu pulso e inicia uma sequência de golpes em altíssima velocidade contra Lanthalder, que mantém sua posição e move-se de forma vigorosa, bloqueando ou desviando todo e qualquer dos golpes desferidos, sequência que perdurou por pelo menos dez segundos, até que Lanthalder usa o ombro esquerdo para bloquear um dos golpes e o arremete levemente, causando um pequeno desequilíbrio na postura ofensiva do demônio, iniciando então seu contra-ataque!

Tal qual Rebdush havia feito, o androide começou a desferir movimentos chamados de “jab”, principalmente com o punho esquerdo, mas eventualmente com o punho direito igualmente e, em poucos segundos, ele estava criando a frente de ataque tal qual Rebdush havia feito. Assim, por pelo menos cento e vinte segundos, ambos ficaram alternando entre atacante e defensor, cada qual melhorando seus golpes a cada segundo, cada qual se esforçando cada vez mais para achar uma brecha, os golpes pareciam distorcer o ar e criar uma espécie de onda quase visível devido suas velocidades em atrito com o ar carregado de íons do local, até que o impensável aconteceu!

Os Beavers em extrema ansiedade com o desfecho do combate, percebem a cena como sendo praticamente o encerramento do duelo, e observavam o desenrolar, atônitos… Lanthalder começa a atingir, em algumas vezes o ombro de Rebdush, e por consequência, acha uma pequena oportunidade na postura do demônio, visando o atingir de forma potente ao estômago, mas o galopante usa seu cotovelo direito para desviar o trajeto do punho de Lanthalder, ficando assim o androide, em uma posição vulnerável e desprovida de defesa, que é quando o demônio, sorri maliciosamente, atacando: “- Eu estava esperando por este momento!

O punho direito do demônio rasga o ar em direção ao homem-máquina, sua força criava uma forma de energia ao redor e parecia gerar distorção no ar devido à força e velocidade empregadas, alguns dos Beavers cobrem o rosto, outros não querem perder a cena por nada, e o punho destrutivo atinge alcance adequado, com o demônio considerando que venceu seu oponente com tamanho impacto que seu ataque iria causar!

Porém, Lanthalder havia percebido a intenção, seu sistema CORTEX reagiu de forma precisa e o guerreiro máquina gira levemente o corpo, colocando novamente o ombro esquerdo à frente do golpe no último instante, como um escudo, executando para tal um movimento semi-circular em sentido horário, retornando assim que bloqueou o golpe, à sua posição de ataque, com seu punho direito fechado, recoberto de energia acumulada para aquele movimento específico, respondendo à bravata de forma séria, e determinada: “- Na verdade, eu é quem estava a esperar por esta falha na sua postura!

O golpe era como um “direto”, mas levemente curvado em ângulo côncavo, quase que atingindo de cima para baixo e não totalmente na reta; o punho direito de Lanthalder impacta-se contra o centro do rosto do demônio de forma brutal, sua face é amassada levemente para dentro e ele novamente, com violência e brutalidade, é arremetido ao chão, desta vez de costas, levantando novamente uma cortina de areia em meio ao vento, ao passo que o androide uma vez mais se afasta e novamente insiste: “- Vamos conversar, este combate não levará à nada…

Shar Rebdush se enfurece a cada nova falha, bate ao chão com os punhos, se ergue novamente e parte outra vez para cima de Lanthalder, sua boca e nariz sangravam em profusão devido ao impacto violento sofrido, e ele tenta novamente golpear o androide, mas outra vez o guerreiro máquina usa o movimento “pêndulo”, desvia do ataque uma vez mais, e então, um novo golpe poderoso é desferido, com o braço esquerdo contra o abdômen da criatura, que novamente cuspiu sangue e tentou se proteger, curvando-se para frente…

Lanthalder se afasta com dois passos rápidos e então, ataca de novo, Rebdush percebe e se põe em ofensiva outra vez, mas recebe sem chances de bloquear, um "direto de direita" no ombro, e  a agora já enfraquecida defesa de Rebdush falha uma vez mais, o que permite ao homem-maquina, naquela fração de segundos, desferir novo ataque, desta vez um “upper” que atinge a altura do rim esquerdo do demônio, o fazendo se curvar levemente em agonia, que é quando Lanthalder inicia nova sequência de golpes com ambos os punhos, onde desesperadamente Rebdush tentava bloquear a todos, e com isso, uma vez mais deixava sua guarda completamente exposta, momento em que Lanthalder então sentenciou:

- A batalha termina aqui…” Um novo “upper” atinge o estômago de Rebdush, dessa vez tão potente que o ergueu centímetros do chão, o que já parecia sem sombra de dúvidas, o final da luta, mas Lanthalder não queria que ele se erguesse novamente, era necessário acabar com aquele combate desnecessário, e o golpe final colocou o demônio fora de combate de uma vez por todas… Um “cruzado” de esquerda atinge seu rosto em cheio, o fazendo rodopiar pelo menos três vezes, antes de bater ao chão de forma brutal, ficando ao solo, finalmente sem condições de se reerguer novamente…

Lanthalder recua dois passos e aguarda a atitude do oponente, não somente por questões de combate, mas para demonstrar seu respeito para com ele, apesar da fama que ele detinha diante dos assustados Beavers…

Alguns segundos se passam, Rebdush movimenta levemente sua mão esquerda, então começa a se apoiar para ficar em pé… Com alguma dificuldade, o demônio ergue-se, inicialmente ele mantém-se de costas para Lanthalder, e é nesta posição em que ele fala: “- Todos neste planeta são culpados por tudo de ruim que aqui aconteceu… Eu talvez o maior deles, pois não fui capaz de salvar a nenhum… Por não se darem sequer o benefício da dúvida, levaram milhares à loucura… À perdição… E à morte… São culpados, são a escória da existência… Ninguém merece estar aqui, nem mesmo eu…

Rebdush vira-se de forma violenta, seu corpo todo parecia emanar energia poderosa e destrutiva, e uma vez mais ele se põe em corrida contra Lanthalder, mesmo estando completamente ferido e sangrando por diversos ferimentos, principalmente no rosto! Lanthalder assume posição defensiva, se prepara para o impacto e então, os dois novamente voltam a trocar “jabs potencializados, invertendo entre defesa e ataque até que Rebdush gira o corpo com uma velocidade descomunal e, com um chute giratório muito bem colocado, embora a defesa perfeita de Lanthalder, o arremete para trás com força poderosa, o fazendo distanciar-se metros do ponto de embate, permitindo tempo suficiente para que o demônio tentasse sua última cartada, e foi neste momento crucial, que talvez, o destino daquele mundo tenha começado a mudar de vez…

O demônio retesa seu braço direito para trás, o mais que lhe era possível, sua garra se abre e uma esfera de energia negra e rubra começa a se formar nela rapidamente, e assim, com um movimento devastador que parecia fazer tremer o chão, ele arremessa a poderosa concentração de energia contra Lanthalder, que, parecia ser o único à perceber o fato secundário e devastador acontecendo em simultâneo… O pequeno Beavers que havia cuspido ao chão durante a conversa ao redor da fogueira, saiu inadvertidamente de seu túnel, correndo em direção à Lanthalder como se pudesse salvá-lo, e seria atingido de forma mortal, sem sombra de dúvidas, e sem tempo hábil para que fosse salvo!

O homem-máquina, óbvio, se lançou com sua maior força e velocidade para alcançar o pequeno, mas havia sido empurrado no último ataque com muita força, sua distância era maior entre ele e a cena se desenrolando, ele estava bem mais longe da energia disparada por Rebdush e desta forma, por consequência, também do pequeno Beaver desavisado! O tempo não seria suficiente, pensava Lanthalder, enquanto a inércia parecia mais forte do que nunca e teimava em deter seus movimentos, como se tudo estivesse terrivelmente lento, enquanto o androide esperava ter tempo hábil, para a salvação ao garoto...

Saindo da movimentação executada para disparar a energia escurecida, Rebdush percebe a movimentação diferenciada do androide oponente, ele então visualiza a mesma cena que Lanthalder, a situação em curso e a tentativa quase que sem chances de dar certo do homem-máquina... Os olhos do demônio brilham em intenso vermelho ao ver a criança em direção à morte certa, e novamente como se o tempo quase parasse, se podia ver Lanthalder, a esfera e o pequeno em uma perspectiva, mas se via também Rebdush, muito mais veloz que todo o restante dos acontecimentos, se movendo em uma velocidade inconcebível, rumo ao pequeno Beaver, se arremetendo sobre ele com todo seu vigor e com suas garras estendidas com em um ataque fulminante!

A velocidade da cena volta ao normal, a esfera energética se choca contra algo, a irradiação destrutiva é poderosa, Lanthalder detém seu movimento percebendo que era tarde demais, tendo tempo apenas de cobrir seus olhos e proteger seu corpo diante da onda de choque… Ao que tudo indicava, por algum motivo ainda incapaz de ser entendido, Rebdush preferiu atacar o ser pessoalmente, embora a descarga energética fosse fazer isso por si só, no entanto, o homem-máquina se perguntava, porque tal atitude diante da certeza de ser atingido por seu próprio golpe? Uma momentânea atitude impensada? A fúria descontrolada o dominou? Algo estava muito errado em toda a situação desde a chegada do demônio galopante, Lanthalder tinha certeza disso enquanto percebia a onda de choque cessar!

Os Beavers saem de seus túneis correndo e gritando, Lanthalder fica a observar tudo enquanto a reação residual energética ainda era forte não os permitindo se aproximar, até que finalmente uma mudança no cenário acontece, o sistema auditivo de Lanthalder capta dois sons, extremamente peculiares… Dois batimentos cardíacos com toda certeza… Com vigor o androide abre os braços e os fecha de novo, batendo uma mão na outra com ambas espalmadas, e então uma lufada de vento limpa o local, permitindo que se pudesse observar a cena melhor, e também a agir da forma que fosse possível, e eis que o inusitado chega para todos…

Rebdush estava sobre a criança, com as costas arqueadas como um escudo, bastante ferido e machucado, mas o pequeno Beaver... Estava intacto, completamente à salvo abaixo do demônio ofegante… Rebdush olha então para serzinho, percebia que o mesmo estava bastante assustado, e algo ainda mais inesperado, chamou mais sua atenção… No pescoço do garoto, um pequeno colar com uma imagem trabalhada em um pedaço de madeira estava pendurado, uma forma humanoide a quem Rebdush olhou inicialmente com espanto e logo depois com ternura, deixando finalmente escapar uma palavra, quase que inaudível… “- Th'redox…

Percebendo então que todos o observavam naquele instante, uns com medo e alguns até mesmo com ódio, o demônio sai de cima da criança e se arremete para trás, perdendo o pouco equilíbrio que lhe restava, vindo a cair de costas ao chão, onde ficou, sem demonstrar mais qualquer hostilidade, enquanto os pais do pequeno Beaver o pegavam nos braços com lágrimas aos olhos, ao passo que Lanthalder, se aproxima do oponente, com semblante sereno, aguardando pelo próximo passo naquele “diálogo” estabelecido entre os dois…

O demônio então, agora menos ferido - se podia ver claramente o mesmo se regenerando aos poucos, fazendo o androide lembrar do que Pil Ath explicou, seres de energia, força do pensamento, tudo era extremamente relevante naquele mundo - ao que Rebdush quebra a divagação de Lanthalder, esbravejando com ele: “- Eu já falei o que tinha para falar, e você já me venceu… Agora me destrua e acabamos de vez com todo esse impasse…” O guerreiro máquina então o observa por alguns instantes para logo depois, finalmente se expressar…

- Eu conheço o nome que pronunciou… E vi sua atitude diante do perigo do pequeno Beaver… Também fui capaz de compreender seu remorso por não ter salvo alguém que lhe era importante… Somado ao fato de que você destruía coisas e deixava os Beavers enterrados ao solo depois do ataque, fica fácil perceber a real situação de tudo aqui…” Rebdush mantinha os olhos aos céus, observando a vastidão da noite, enquanto Lanthalder completava:

- Você nunca se deixou enganar mas foi vencido pela falta de conduta dos demais… Você jamais deixou de acreditar e de fazer o que estava ao seu alcance, no entanto os que iam em sentido contrário ao da retidão, eram muito mais numerosos… Hoje ainda, apesar de todas as dores, você protege a vida, muito mais do que vemos aqui, mesmo que queira demonstrar o contrário… Os caminhos do certo são árduos, se faz necessário o esforço crucial pelo bem, e entre eles, está o processo de conviver com nossas falhas, mesmo que tenhamos feito tudo que de melhor podíamos… Aceitar nossas incapacidades diante de certos acontecimentos, é a forma de conseguirmos marchar para um futuro que aspiramos…

Lanthalder faz uma pausa, o demônio continua em silêncio a olhar para os céus, e então o androide finaliza: “- O que acha que ele estaria fazendo agora? Descontando sua ira e frustração em seres que temem por sua vida a cada segundo, ou... Tentando proteger esses mesmo seres e todos os outros que pudesse, em busca de restaurar a verdade e a crença, em quem ainda possui pelo menos um resquício dela? E eu não estou falando apenas dos demais seres vivos…

Rebdush mantinha a mesma posição, mas inadvertidamente e contra a vontade do demônio - sem dúvida alguma - uma lágrima escorre de seu olho direito, misturando-se ao sangue que ali ainda jazia, momento então em que ele finalmente se pronuncia: “- Não há esperança… Você não pode enfrentar tudo e a todos… Mesmo que derrote alguns, jamais chegará a mudar o pensamento de um planeta inteiro… Sua causa é perdida, e os seres deste mundo jamais irão se dispor à arriscar-se por este intento… Você pode ter sobrevivido agora, mas será destruído muito em breve, acredite nas minhas palavras…

Então, uma energia enegrecida toma conta do demônio, o engolfa por completo, logo uma onda energética amplia a modulação de radiância luminosa do local, como que em uma pequena explosão, dando lugar a uma nova nuvem de poeira já tão familiar para todos ali… Onde antes estava Sahr Rebdush, agora estava em seu lugar, o poderoso corcel robótico que atacara Lanthalder pela vez primeira, olhando diretamente para o androide…

Lanthalder em resposta, retorna à sua forma humana, deixando claro que o combate havia se encerrado… O corcel por sua vez, se mantinha a o observar, enquanto balançava a cabeça e mexia uma das patas dianteiras, como que se adaptando ao local onde pisava… Os Beavers haviam coberto os olhos enquanto a energia negra ganhava espaço e não contemplaram o exato momento da transformação, mas Lanthys entendia claramente o que acontecia ali e, sorria levemente, demonstrando satisfação…

Já o corcel, apenas observou Lanthys com seus olhos vermelhos, para logo em seguida então virar-se, e iniciar sua marcha, não sem antes, deixar uma frase final chegar até o sistema auditivo de Lanthys, sem que ele sequer mexesse sua boca: “- Você tem boas palavras, mas só narrativa não o manterá vivo após alguns dias… Quando conseguir uma prova, de um único ato real de esperança, eu poderei pensar em considerar suas palavras!” O corcel vira-se e inicia sua marcha ao passo que Lanthys reverbera em bom tom:

- Você já fez isso, já nos deu a prova de esperança… Ninguém salva uma vida, se não sentir esperança… Sahr Rebdush…” O corcel detém sua marcha, ele não se vira para trás ou mesmo faz menção de responder, apenas se mantém em silêncio por alguns segundos, para logo depois, partir em sua cavalgada vigorosa, rumo ao deserto desconhecido, novamente assumindo forma de tempestade, desaparecendo em um poderoso estrondo, assim como um retumbante relinchar cibernético, centenas de metros à frente…

Lanthys então vira-se para os Beavers e se aproximando dos protetores do pequeno ser, pergunta pela condição do assustado menino, sendo novamente cercado pelos demais, todos com expressões de completa surpresa, diante de tudo que aconteceu ali… Pil Ath é o que mais próximo estava, mas Yott se aproxima também e posicionando-se ao lado de Ath, olha para o androide, quase suplicando “- Existe mesmo… Uma esperança?

O garotinho Beaver sai dos braços de seus tutores e pega a mão de Lanthys, observando então à Yott e sorrindo: “- Ele derrubou o maldito demônio, ele é a esperança!” Pil Ath coloca a mão sobre a testa em desaprovação, alguns riem, Lanthys se abaixa para ficar na altura do pequeno, e explica a ele, e igualmente a todos os demais: “- A esperança, por mais contraditório que seja por vezes, simboliza crença… Para termos esperança precisamos acreditar em algo, e também em alguém… No entanto, apesar da aparência e das atitudes, Rebdush não é um maldito, é necessário que saibam…

Lanthys se ergue e o pequeno continua a segura-lo pela mão, enquanto o androide completa: “- Vocês não o reconheceram, e é melhor que seja assim por enquanto, mas Rebdush é alguém tão temeroso ou magoado quanto vocês, apenas, se expressa diferentemente em sua dor… Talvez as lendas sobre ele sejam exageradas, alguém já viu realmente alguém de seu povo, ou de outros, ser morto por ele? Ou participaram de funerais de seres que foram abatidos por ele?

O grupo começa a se olhar uns aos outros, Pil Ath olha para Yott e ambos olham para os demais, eram uma constatação que nunca haviam ponderado, percebiam agora… Era o próprio Ath, surpreso com a ponderação não imaginada, quem comentava: “- Realmente, nunca tivemos um único membro nessa situação, apenas ouvimos as histórias e nos escondemos a cada aparição dele… No entanto, sempre vimos as destruições e, sempre nos foi dito que ele matava quem encontrasse… Creio que simplesmente seguimos o que nos foi dito…

Lanthys então acena positivamente e explica: “- Foi desta forma, que chegaram a este ponto… Crença não raciocinada, cria apenas fanáticos e extremistas… Tudo que se ouve precisa ser confirmado antes de ser colocado em prática ou tomado como verdadeiro… Todos viram Rebdush salvar o pequeno, no entanto, um ser dito demoníaco e sem esperança em um futuro melhor, jamais faria algo tão altruísta…A chance de trazermos a esperança de volta existe, mas é necessário confiar, assim como é necessário estar atento ao que, e em quem se confia… É uma sentença difícil, eu compreendo, mas que se querem coexistir em paz e sem medo, deverão aprender a resolver…

O grupo então fica pensativo por mais alguns segundos e eis que um idoso adentra o centro do local, calmamente saindo da multidão de Beavers, fazendo uma leve e lenta reverência, falando em voz calma e serena: “- Até mesmo nós os mais velhos, esquecemos dessa lição preciosa meu jovem… Nem tudo que recebemos de eras passadas, deve ser levado à frente, sem um profundo cuidado com a verdade, apenas alegando, tradição… Suas palavras me fazem crer na esperança há tanto perdida e acredito também, é hora de começar a reunir os anciões e debater sobre o que sabemos, o que levamos à frente e como devemos agir de aqui, até o futuro esperado… Afinal, a esperança necessita de confiança, raciocinada… Que jamais esqueçamos dessa sentença valiosa novamente…

Pil Ath mostrava-se com os olhos mareados olhando o idoso, e o velho Beaver sorria de volta com seus dentes já desgastados pelo tempo, completando: “- Você tinha razão filho… É necessário simplesmente acreditar, em algumas vezes…” O idoso então olha ao redor para todos que o observavam naquele momento, e com voz mais altiva e motivadora, conclama: “- Que os Beavers e todos os outros nômades adotem nova postura, que a partir de agora, tenhamos um novo rumo em nossos pensamentos… Contatemos os demais povos para dialogar sobre, rever condutas, rever posicionamentos, uma nova era está para surgir, a esperança está para retornar, se a queremos de volta, devemos, à nosso modo, fazer como este jovem ser fez… Lutar!

Os Beavers erguem grande comemoração e a ovacionar as palavras do ancião, todos ao redor da fogueira, seguida de emotiva manifestação, por cânticos e danças, comemorando assim, mesmo que ainda muito incerta e fragilizada, uma nova expectativa de vida… Yott ainda se mostrava um tanto temeroso, mas se podia ver em sua expressão, a esperança de dias melhores, ou de pelo menos, validar uma existência em busca dessa melhora, algo que não fazia parte de seu semblante quando Lanthys o conheceu…

As horas se passaram, Lanthys percebeu que era chegado o momento de partir, e então vai até Pil Ath que conversava com o idoso que havia falado as palavras motivadores, interpelando os dois de forma cortês, e é Ath quem toma a frente: “- Jovem Lanthys, eu não tive a oportunidade, este é Vorian, vulgo meu pai, o antigo líder de nosso grupo… Eu só posso agradecer por tudo que fez por nós hoje e, que eu tenho fé, fará ainda por nosso mundo… Como podemos ajudar neste momento?

Lanthys então, após ter acenado com a cabeça para Vorian, observando o horizonte e percebendo o nascimento do sol, apenas pede para que Pil Ath confirme sua direção, uma vez que compartilhou com eles que deveria seguir no sentido contrário do sol, como os Observadores o haviam especificado, e era o próprio Vorian quem explicava: “- Sejam lá quem forem esses Observadores, eles estão corretos… Siga a trajetória contrária do sol, não sei o que encontrará até sua meta final, a morada de Galbah, mas logo à frente existe uma cidade em ruínas, e muito, mas muito à frente depois, encontrará seu desafio mais temeroso, onde a sombra se resguarda, em uma terra entre o limiar do calor infernal e do frio extremo, o local mais agressivo do planeta todo… Lhe desejo sorte nobre jovem, e que a esperança nunca o abandone…

O androide então acena positivamente, se despede do grupo e antes de sair, explana seu ponto de vista: “- Sahr Rebdush dificilmente os atacará novamente, eu creio que algo mudou nele, no entanto, sempre se afastem de combates e busquem segurança para os seus… Nos veremos novamente, assim que a esperança reinar uma vez mais neste mundo e Yott... Acredite, de nossa crença depende nossa vitória…

Lanthys então remove o pequeno Beaver de seu pescoço, o colocando no chão e questionando: “- Eu ainda não sei seu nome, mas você sabe o meu… Que tal deixarmos isso mais justo?” O pequeno acena positivamente e responde: “- Eu sou Azahn!” Lanthys acena positivamente, ergue-se e o recomenda: “- Certo Azahn, agora cuide para que seu povo tenha esperança sempre, posso contar com você?

O pequeno Beaver se sente extremamente feliz e acena positivamente com muita ênfase, enquanto o androide faz uma respeitosa reverência à todos, agradecendo: "- Vocês deram o primeiro passo e me mostraram que as palavras de Rebdush podem ser combatidas! Muito obrigado Beavers!

O guerreiro máquina então se ergue, vira-se, e coloca-se em marcha, rumo ao caminho indicado… Enquanto caminhava, além de tudo que se passou desde que chegou ao planeta, ele debate mentalmente sobre várias coisas, como se fizesse uma lista de tudo que se passava em seus pensamentos naquele instante… “- Porque ele destrói acampamentos mas não mata os que ali vivem… Deve existir algo mais por detrás disso tudo, e não tenho dúvidas, ele é um dos quatro que tentaram salvar este planeta, mas que como disse Pil Ath, retrocedeu em sua evolução, atingindo essa febre inebriante, alternando entre animal, demônio e quem sabe qual mais forma, possa se tornar… Os Beavers o viam como um demônio que cavalgava o corcel, e nunca perceberam se tratar do mesmo ser, mudando de forma rapidamente conforme sua poderosa vontade…

A caminhada do guerreiro era firme, ao longe os Beavers ainda acenavam para ele, o pequeno Azahn pulava eufórico, e Lanthys continuava a se questionar enquanto acenava uma vez mais a todos: “- E você, o que é afinal? Desde que cheguei você me observa… Será uma espécie de sonda? Não… Eu sinto que não é maligno, mas, porque se mantém à distância dessa forma? Pois bem, quando achar adequado, você mostrará sua face, até lá, espero já ter libertado este mundo…

O homem-máquina se põe então em corrida vigorosa na direção determinada, em seu íntimo a certeza de que ainda existia esperança neste mundo, e para este mundo! Como prometido, ele faria o seu melhor e enquanto isso, no céu, muito acima do que se podia observar, um brilho dourado intenso surge, e logo desaparece novamente…

Continua...

Galeria de imagens:

Nômades do deserto - Beavers:


O pequeno Beaver - Azahn:

O velho Beaver, pai de Pil Ath - Vorian:

Cavalo robótico, a montaria do demônio galopante:

O demônio galopante temido pelos nômades:

4 comentários:

  1. Grande Lanthys!

    Como foi revigorante essa leitura !

    Em nossas conversas no privado, falamos muito dos dias atuais
    e como certos acontecimentos nos entristecem.

    De como as pessoas estão passando por um processo de involução e insensatez sem precedentes.

    O certo está virando o errado e o errado está sendo endeusado.

    Inversão de valores.

    O mundo atual está sombrio e, muitas vezes, em nossas fraquezas, ficamos pessimistas.

    Mas, esse capítulo poderoso, me retomou o ânimo e a esperança; tema desse capítulo tão bem escrito por ti.

    Eu poderia falar da luta entre Lanthalder e Rebdush.Mas, é chover no molhado. Tu arrebentas!

    Você é craque em descrever cenas de lutas e novamente elas foram intensas e poderosas.

    Mas, quero falar de atitudes...

    E esse episódio ressalta bem isso!

    São as atitudes que nos diferenciam e falam mais do que palavras.

    Para os Bravers, Rebdush era simplesmente um demônio destruidor.

    Mas, Lanthys/Lanthalder vislumbrou além, percebendo que atrás daquela aparência existia um ser nobre que, em certa medida, se perdeu, em meio às mentiras e o caos completo.
    Ao salvar o garotinho Braver da morte certa, Rebdush mostrou sua verdadeira alma.

    Esse texto nos faz refletir...

    Em tempos de discurso de ódio, intolerância e fake news,
    Lanthys/Lanthalder precisa existir aos milhares.em nosso mundo.

    O nosso homem-máquina com suas atitudes, aponta o caminho que a nossa humanidade deveria seguir e não segue, se apegando às coisas supérfluas e rasas em detrimento
    da verdade oculta e mais profunda.

    No mundo real, a eleição de Trump, depois de tudo o que ele já causou, me deixou pra baixo e desmotivado.

    Mas, esse texto me revigorou!

    Obrigado por isso!
    Parabéns pelo trabalho primoroso e pela mensagem que acalenta o coração!

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    1. Grande amigo Jirayrider, não imagina como fico feliz em ler tais palavras, em saber que, diante do desânimo e desilusão da semana, eu consegui te trazer boas vibes com nosso estimado Lanthalder, isso com certeza me revigora, fico muito feliz! Estamos vivendo uma época, onde as pessoas não tem mais vergonha de estarem errados, de assumirem posturas fora da civilidade, se tornou prática normal alegar coisas sem provas e não ser confrontado pela mentira, de pessoas receberem mentiras diariamente e simplesmente não se preocuparem com a veracidade ou não dos fatos, das pessoas colocarem suas mãos aos bolsos e considerar "eu não tenho nada que ver com isso", uma vez que somos uma sociedade e todos dependemos, direta ou indiretamente, uns dos outros! Aqui na minha cidade, uma mulher dependente caiu morta no chão, na rua, a câmera de segurança filma um outro senhor de rua tentando ajudá-la e pedindo socorro, as pessoas passaram, um estacionou o carro e entrou na casa, uma criança brincando parou do lado pra olhar, e somente o senhor de rua tentou salvar a vida dela, os demais passaram como se aquilo, não fosse responsabilidade deles, isso é brutal! Da mesma forma, a população deste planeta, foi bombardeada com notícias falsas, creram no terror imposto sem analisaram, cometeram erros e se tornaram vítimas de quem as conduziu ao erro, e talvez por falta de interesses, Lanthys vislumbra à frente disso, baseado em dados de "como deveria ser o ser humano" e não "como fica mais cômodo para mim, serem os seres humanos", e por isso ele consegue ter este ponto de vista... Por crerem em mentiras, derrubaram os que podiam se erguer contra quem os oprimia e agora, gerações pagam o preço por isso... E reestabelecer a confiança não será algo fácil, não será algo a ser resolvido na palavra apenas, como bem dissestes, atitudes é tudo que podem realmente fazer uma mudança neste mundo, e espero que Lanthalder possa corresponder a isso! Gratidão sem fim pela leitura meu amigo, espero que a continuidade dele possa continuar te cativando, abração!! \0/

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  2. Que batalha fenomenal.
    Os detalhes dela, tanto nas transições de "camera lenta" para a normal ficaram muito bem boladas, se feitas sem esse cuidado, poderiam soar artificiais, mas você injeta um ar tão cinematográfico às cenas de ação que, dessa forma, ajuda ao leitor a "ver" a cena de forma tão natural quanto ver em um filme.
    As alusões ao boxe, com seus golpes sendo breve e perfeitamente descritos ficou incrível
    Gostei demais da atitude do Lanthalder, a todo momento tentando fazer seu inimigo encerrar a luta, mas sem ficar tomando porrada "de graça", algo que, realmente nos faz crer que ele foi a melhor escolha dos Observadores para a redenção que esse mundo precisa.
    E conseguiu bolar um final totalmente surpresa, com a atitude do Rebdush, ao salvar o pequeno Beaver, o que gerou a faísca de esperança que o povo castor precisava.
    Ainda conseguiu deixar no ar o mistério de quem o observava e sobre a verdadeira identidade do Rebdush que, acredito que não vimos pela última vez.
    É revigorante ver esse título, principalmente pela qualidade absurda, o que deixa ainda mais destacado a evolução da sua escrita.
    parabéns amigão!

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    1. Grande amigo Norberto, o meu muito obrigado por tua leitura, por teu incentivo, por este comentário poderoso, e por estar sempre me incentivando e direcionando, à estudo, à esforço, à mudança e adaptações, no intuito de sempre ser mais capaz de criar boas narrativas, o resultado, parece estar surgindo, fico muito feliz! Sim, eu gosto deste efeito câmera lenta, isso nos coloca diante da cena, nos "dá tempo" de ver todos os movimentos, assim como este efeito na tela, me parece que ele nos faz segurar um tempo da leitura, pra imaginar a cena, e acho que ele torna mais atrativo, por não nos fazer apenas, "ficar lendo linhas", nos "cobra" digamos assim, que imaginemos a cena, e acho essa técnica muito proveitosa! Já quanto às técnicas de combate de Lanthys/Lanthalder, achei interessante - como em Matrix - deixar claro como ele luta, afinal, ele tem recursos de armas, mas para poder imaginar as cenas de lutas e ver como seria a movimentação e estilo do androide em combate, uma vez que não temos cenas, seria familiarizar quem está lendo, com algo já visto, este foi um dos truques que aprendi pesquisando, se comparar com algo que seja muito conhecido, tu ativa a mente do leitor, pra imaginar o que tu está descrevendo, e cara, funciona bem mesmo, até quando testo as técnicas, pra ver se um golpe encaixa na sequência do outro, fica muito mais fácil de quem está lendo compreender! E como em Matrix, que eu tinha citado antes, Lanthys/Lanthalder tem tudo em seu CORTEX (achei interessante, embora seja o mesmo tipo de sistema, diferenciar de Metalder, pelo menos no nome), qualquer tipo de técnica de luta conhecida, e, é capaz de armazenar novas técnicas que por ventura ele venha a ter contato, era necessário eu creio, familiarizar com técnicas já conhecidas! Assim, pode esperar Lanthalder lutando com qualquer arte de combate que possa imaginar, o CORTEX é o limite das capacidades desarmadas (e também armadas, porque não) do nosso androide! Quanto as atitudes de nosso amigo cibernético, eu confesso que usei aqui, uma lição simples de "pai", ou seja, tu educa/ensina/informa muito mais por atitudes, do que por palavras... Nosso filhos imitam nossas atitudes e comportamentos, muito mais do que seguem nossas explicações, dessa forma, eu creio que, se Lanthys quer restaurar a fé e a esperança daquele mundo, ele precisa demonstrar isso em atitudes, e não somente com palavras... Ele conseguiu criar um lampejo em Rebdush, abriu a mente do pequeno Azahn e ainda conseguiu destravar a mente controladora do ancião mais importante (Yott ainda tá meio na dúvida, mas temos tempo, a gente mostra pra ele kkkk), assim, eu creio que seria incompatível, o Lanthys falar de esperança e crença, mas desce a porrada em todo mundo e os faz seguir pela força, acho que a demonstração e a atitude, fazendo sempre a coisa certa, são o melhor caminho para restaurar qualquer bom sentimento ou atitude, veremos se Lanthalder conseguirá nos cativar com suas atitudes também! Meu amigo, gratidão sem fim por estar lendo e apoiando, como te disse em chat, é uma satisfação pra mim poder trazer meu personagem mais icônico, para um mundo mais coeso e menos bagunçado, eu finalmente estou conseguindo dar ao Lanthys/Lanthalder, o tipo de personalidade e atitude que eu queria, fico feliz que esteja se sentindo cativado em acompanhar! Um grande abraço e mais uma vez, muito obrigado por tudo! \0/

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