terça-feira, 23 de abril de 2024

Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"


O dia amanhecia, como há muitos dias não acontecia, com o grupo despertando em camas, dentro de moradias, o cheiro de comida nova emanava pelos cômodos, acordando até mesmo os mais despreocupados com horários… Era claro que Kinseph e Jhon Raven, já haviam despertado antes do sol nascer e haviam feito suas reservadas conversas com suas respectivas divindades, mas Syndra, Nissa, Akron e Tharg, eram agora chamados por esses amigos para iniciarem o dia, e sua jornada em direção ao combate final!

Akron ouve o chamado com facilidade, ele salta da cama em um movimento acrobático e parte em direção ao banho, ao passo que Syndra e Nissa que dividiram o quarto, estavam já dentro de sua tina de banho, haviam se antecipado ao chamado de Jhon e Kinseph, ao que tudo indicava, e, preparavam-se para sair e descer as escadas em poucos instantes… Grund-Tharg por sua vez abriu a porta parecendo ter sido pisoteado por uma manada de porcos selvagens, sujo, cabelo completamente desgrenhado, mas além disso, ainda encontrava-se completamente sem roupas e com um terrível mau cheiro, devido ao sangue ressecado em seu corpo pelas últimas batalhas! O bárbaro faz então a devida menção de descer e acompanhar os demais, porém Jhon e Kinseph o observaram, e pedem que ele retorne e corrija a situação, afinal, ele se quer havia se banhado após os últimos dias! Contrariado, mas acatando o pedido dos dois aliados, o selvagem retorna e mergulha na tina de banho que havia em seu quarto, levando algo em torno de quinze minutos para completar a "tarefa" e finalmente se unir aos demais, devidamente asseado como era necessário para a convivência junto aos demais!

O grupo sabia que partiria logo, então todos já traziam consigo seus pertences, assim como todos haviam igualmente se equipado, para somente então descerem as escadas de uma das casas do vilarejo de Ravini, local que lhes havia servido como pernoite, e também funcionava provisoriamente - uma vez que sua taverna virou pedra - como novo estabelecimento do vilarejo! O grupo vai aos poucos, adentrando a sala ampla, buscam seus lugares e vão sentando-se à gigantesca mesa, a fim de fazerem a primeira refeição do dia, e neste caso, devido aos acontecimentos, muito mais de forma simbólica e comemorativa do que por necessidade realmente, embora estivessem famintos! E como tal ato, o que encontraram não fora qualquer refeição, pois ao olhar para tudo que os aguardava, quentinho e aromático, sobre a grande mesa cerimonial, até mesmo os mais comedidos como Jhon Raven, se sentiam extremamente gratificados!

Desde carne assada dos mais diversos tipos, passando pelos pães e demais farinhados, assim como frutas de diversos sabores e particularidades, tudo regado a muito suco de fruta para os que preferiam, e cerveja gelada para aqueles que desejavam degustar o sabor da fermentação já pela manhã! Aquela refeição, na visão dos moradores, era sua última chance de agradecer por tudo que o grupo havia feito por eles e, tomando a frente desse agradecimento, foi que Herindor, o chefe da guarda e também líder dos licantropos, se levantou em uma das pontas daquela mesa gigante, olhou a todos os aventureiros nos olhos com olhar de poucos amigos, mantendo por alguns instantes aquela expressão mal-humorada, tão característica aos mestres anões…

“- Apesar do ocorrido de ontem…” O anão licantropo, ostentando diversos curativos pelo rosto e corpo, parecia remoer algo mal resolvido e olhava firmemente para Grund-Tharg, na verdade ele se com sua fala ao bárbaro, uma vez que ao final da noite anterior, o mesmo havia estado em meio ao matagal do vilarejo, com sua filha e outras mulheres da vila, momento em que o anão os encontrou e, bárbaro e lobisomem se digladiaram para resolver a questão… Herindor então parecia buscar coesão e razão no que tinha para falar após “digerir” as lembranças nada agradáveis, e continuou: “- Quero em nome de todos nós agradecer por tudo que fizeram… Se não tivessem surgido nestas redondezas, talvez muitos de nós não estivéssemos mais aqui e…”

“- E SUA FILHA NÃO ESTARIA VENDO ESTRELAS CADENTES COMO ESTÁ DESDE ONTEM À NOITE HERINDOR!”

Era Bull, o anão licantropo de barba aparada quem erguia o caneco de cerveja e gritava, interrompendo a fala sisuda de Herindor, fazendo com que todos caíssem na gargalhada de forma estrondosa. Em meio a todo esse alvoroço, apenas a própria filha do anão, que aparentava seus vinte verões humanos - o que de fato significava muito mais anos na longevidade dos anões - que sorria meio tímida ao invés de gargalhar, embora não tenha rechaçado a piada, seu próprio pai Herindor, que não ria e sim, se enfezava de forma poderosa contra o deboche, além claro de Grund que simplesmente seguia comendo, ignorando completamente a algazarra gerada… Seria respeito, pensava Herindor, ele não saberia afirmar, ou provavelmente o gigante só não estava ligando mesmo para tantas palavras ditas de uma só vez…

Ainda assim, Herindor percebendo que Grund-Tharg não fazia qualquer riso referente ao ocorrido, voltou ao seu estado racional como pode e continuou sua fala, ignorando Bull e os demais: “- Quero dizer que vamos tornar este lugar algo receptivo a todos os viajantes, devolvendo assim, a outros, o bem que vocês nos fizeram…" Os presentes então gritaram mais ainda e batiam palmas diante das palavras, mas Herindor pediu silêncio gesticulando com as mãos, e continuou tão logo foi possível: "- E gostaria, aproveitando o ensejo, eu gostaria de saber qual o destino que vocês nobres aventureiros irão tomar agora, afinal conhecemos bem esta região, talvez possamos ajudar uma última vez, como escolta, guias, algo similar…”

Jhon Raven observa a todos e visto que nenhum deles se manifestou, o jovem ergue-se e então, comenta: “- Precisamos e devemos seguir em direção ao monte Egophia para confrontar o necromante o quanto antes… Agora, embora ele supostamente não tenha uma esfera que o permitia visualizar nosso trajeto e posições, estamos muito próximos dele, devem haver dezenas de criaturas à informar cada passo nosso e à esperar em emboscadas, por nossa chegada… Desta forma, creio que os perigos serão imensos de agora em diante e não desejamos que se envolvam mais do que já foram envolvidos nesse conflito, assim, recusamos sua ajuda com cordialidade, no entanto…” O kellintorita detém sua fala por segundos, e completa, determinado: “- Existe algo que ainda me incomoda senhor Herindor, e gostaria de resolver isso antes de seguirmos caminho, mesmo que eu precise ir sozinho até lá…”

Neste momento, até mesmo Grund-Tharg parou de comer, demonstrando estar atento a tudo que era falado na mesa embora não demonstrasse, e todos observam Jhon Raven à espera de sua ponderação, a qual ele demonstrava ser de grande importância, e eis que o kellintorita não se demora-se em fazê-la: “- Em conversa matinal com Kinseph, em assunto inclusive puxado por ele, lembramos que nos foi dito quando aqui chegamos, que um Orc mantém mais de seus conhecidos na montanha próxima daqui… Eu desejo ir até lá antes de partirmos e trazer os seus camaradas de volta… Preciso que nos indique o caminho apenas, pode nos fazer essa gentileza?”

Herindor observa Jhon e então observa os demais, percebe neles a expressão unânime - exceto de Grund-Tharg que havia voltado a comer demonstrando que não se importava com o rumo da jornada, os seguiria onde fossem - de que queriam retornar em sua jornada e salvar a todos os prisioneiros, mesmo sacrificando tempo vital para cumprirem sua batalha contra o necromante, e sem dúvidas, Herindor concordava que aqueles prisioneiros ali próximos precisavam ser resgatados, mas essa atitude final do grupo, essa expressão empática, encheu a alma de Herindor de sentimento de justiça e coragem, o que o fez retirar-se da mesa pedindo um tempo para responder e indo ter com seus irmãos de guarda…

O grupo fica a observar o chefe anão se afastar e por alguns minutos, eles aguardam e expectam a conversa de Herindor com os demais, na mente de alguns dos aventureiros, mais precisamente Akron, Nissa e Syndra, uma estranha sensação de cobrança invadia seus íntimos, por não terem sequer cogitado ou lembrado da situação, somente Kinseph e Jhon recordaram dos demais prisioneiros deixados para trás, e claro que, era uma atitude de certa forma natural, todos estavam feridos, com raiva diante das atitudes do necromante, vindo todos eles de diversas batalhas sempre sobrevivendo no limiar de suas capacidades ao máximo, em mundo violento como o deles, qualquer um deixaria isso passar batido, mas os mais disciplinados ou santificados como Jhon e Kinseph, jamais deixam um prisioneiro para trás, se estive ao alcance deles, principalmente quando isso envolve suas obrigações e princípios com suas divindades e seus dogmas, para os dois aquilo sempre fora uma prioridade tão forte como enfrentar o feiticeiro e eis que em meio à toda aquela divagação individual e intensa, Herindor finalmente retorna até eles...

A guarda anã está junto de seu líder, isso de certa forma colocou dúvidas na mente dos aventureiros de qual seria o desfecho de tudo… O anão se põe ao lado da mesa uma vez mais, seus colegas o guarneciam enquanto ele olhava nos olhos de todos, até mesmo Grund-Tharg o encarava nesse momento, e então o anão define seu posicionamento: “- Definimos que, vocês já fizeram demais por todos nós, enquanto nos chafurdamos nas lamentações e desculpas… Vocês tem uma missão crucial a cumprir e não podem perder mais tempo aqui, ao passo que nós ainda somos licantropos e podemos formar uma guarda maior e mais poderosa do que já foi pensado, tenho bons contatos entre os anões e Bull tem muitos contatos externos… Eu peço senhores e senhoritas, nos deixem cumprir essa missão em seus lugares, enquanto enfrentam o desafio que precisam enfrentar, creio que é o mínimo, como moradores do Ravini e parentes e amigos daqueles que estão presos agora, que podemos fazer para retribuir o que fizeram por nós… Eu lhes imploro por tal permissão…”

Herindor se ajoelha, seus guardas se ajoelham igualmente e logo todos que estavam no estabelecimento fazem o mesmo, fazendo com que Jhon, Kinseph e os demais se levantassem igualmente, tentando retirá-los daquela forma de reverência… Herindor então se ergue, Jhon estende sua mão a ele e ambos selam um acordo silencioso nas palavras, mas gigante e barulhento na comemoração, uma vez que todos então se erguiam e comemoravam o novo posicionamento dos moradores para com a região em que viviam!

Por mais alguns momentos o grupo e os moradores trocaram despedidas - salvo Grund-Tharg que havia saído em meio ao tumulto - com Bull e Akron trocando mais algumas palavras, Herindor sendo aplaudido por muitos, Kinseph a sorrir de tudo, enquanto Jhon, Nissa e Syndra cumprimentavam a todos que se aproximavam deles, estavam sendo considerados uma espécie de heróis embora nenhum deles no grupo, ansiasse tal referência… Aos poucos o grupo fora saindo do local, as montarias que ali esperavam o grupo sentiam o frenesi da partida e se mantinham em igual ansiedade e logo todos estavam montados prontos para seguir marcha em direção a montanha, porém perceberam que Patas de Ferro ainda estava sem cavaleiro e, somente então notaram que Grund-Tharg não estava junto deles…

Foi então que Herindor parecia ser acometido por alguma descoberta, como se tivesse percebido algo que não deveria ter esquecido, rapidamente olhando ao redor em busca de sua filha e, não a encontrando, correu para dentro da casa, saindo segundos depois em estado de fúria gigantesca novamente, ao não ter encontrado a mesma também dentro do estabelecimento! Todos entendem o que acontecera e logo o anão corria em direção à mata, gritando a plenos pulmões, impropérios e adjetivos nada polidos ao bárbaro aventureiro!

Algumas dezenas de minutos depois, o grupo já marchava com ritmo, Tharg com algumas escoriações estava à frente deles, mas embora em formação de fila, todos seguiam próximos uns dos outros, o suficiente para conversarem tranquilamente… No entanto, pelo menos naquele momento, estavam em silêncio, todos relembravam as cenas dos últimos dias, da morte do velho elfo, do minotauro e de suas quase mortes no combate contra o drow… Todos eles tinham certeza, sem a ajuda dos licantropos, eles não teriam vencido o grande confronto que tiveram e talvez, a vila inteira do Ravini tivesse sido extinta naquele dia fatídico… No entanto, muito além da vitória que conquistaram naquelas redondezas, no coração de ambos, pulsava forte a satisfação em terem feito muito mais que aliados, eles na verdade fizeram amigos!

Concomitante ao processo de entenderem o que conquistaram e de que, podiam ser pessoas bem quistas até mesmo por estranhos, tudo baseado nas atitudes que tomassem, fosse por efeito do local ou talvez pela pressão exercida pela vertente do dominante do local no momento de suas presenças lá, como no caso aconteceu em Ravini devido as ações do necromante Adramanther, a cada passo que davam era possível perceber que todos se sentiam mais taciturnos, mais angustiados, aparentemente mais preocupados com o final de tudo isso, o que os levou a olhar para si mesmos e refletirem, cada qual à seu modo, como estavam agindo em seus momentos de decisões?

Jhon Raven se sentia temeroso com falhas, não queria falhar com sua divindade, com seus aliados, com aqueles que confiaram nele e isso lhe pesava… Syndra se considerava inferior à Nissa, e temia não ser poderosa o suficiente, principalmente agora, que o grupo necessitava dela… Nissa sentia que os demais a consideravam poderosa, mas temia não ter ainda o suficiente para arcar com a expectativa depositada nela, e acabar se tornando um fracasso ou permitir que outros sofressem por sua falha! Akron apesar do acolhimento, por muito viveu como um pária e ainda se sente inferior aos demais, mesmo com o despertar triunfante diante do drow…

Quanto a Grund-Tharg… Ele odiava magia e o sobrenatural do fundo de sua alma, era avesso a coisas não naturais e sabia que nesta batalha, o sobrenatural era o fator que mais estaria presente, ele temia em seu íntimo, sua força física e determinação, serem totalmente nulos diante de alguém que poderia simplesmente se tornar intangível como bem quisesse ou, invocar o poder dos demônios do mundo dos mortos… O único confiante e realmente satisfeito com o que tinha e com o que era, se chamava Kinseph, não por prepotência, mas porque sua divindade os incentivava a crerem que tinham o necessário para resolver o que lhes fosse apresentado, uma vez que jamais seriam chamados a confrontar o que não tivessem condições para tal, e esta era a inquietação de Kinseph, tentar fazer com que os demais, pudessem ter a certeza na vitória que ele tinha, de que percebessem que tudo que detinham, não importava de que modo ou em qual proporção fosse, seria o suficiente para realizarem um milagre, se assim se tornasse necessário…

O grupo seguia calado, o clérigo cogitou se manifestar e animar a todos, mas tinha também suas dúvidas sobre ser este o momento certo, e então é que inusitadamente, enquanto seguiam trilha rochosa montanha à cima, Grund-Tharg é quem quebra o silêncio e questiona abertamente: “- Então, quem é esse necromante e qual o plano para vencer este chacal?” Todos ficam mais absortos do que já estavam por alguns momentos e então Jhon Raven se aproxima, visto que estavam em espaço que permitia uma locomoção mais fora da formação, e tenta exprimir o pouco que sabia: “- Sei pouco sobre ele, minhas pesquisas ficam prejudicadas estando em marcha e Kellintor nada me diz sobre o feiticeiro, mas creio que podemos partir de um princípio, que considero o mais imperioso de todos… Você não deve se aproximar dele, sob qualquer circunstância, até que tenhamos neutralizado sua capacidade mental e arcana, cinquenta metros é o máximo que poderá se aproximar dele…”

Grund-Tharg detém sua marcha, fazendo com todos fizessem o mesmo, e fica a observar Jhon Raven, com um olhar que qualquer conseguiria ler, estava explícita a pergunta em sua expressão: “- Tá de patifaria comigo…” Jhon observa Tharg por alguns segundos, baixa a fronte e observa o chão meneando a cabeça negativamente e preparava-se para tentar convencer o aliado, mas Akron, criando coragem de sentir-se o que deseja realmente ser, alguém útil em várias frentes ao grupo, se aproxima e tenta colocar luz ao conflito em andamento, explanando:

“- Halkkyon Adramanther é um feiticeiro maligno que constantemente busca poder mágico, sua grande paixão, seja esse poder mágico de onde for, de qual fonte provier… Até onde se sabe, seus pais foram uma feiticeira drow maligna e um demônio poderoso de esferas mais obscuras do inferno. Há muito tempo atrás, em eras de poucos registros e envoltas em grandes acontecimentos arcanos, junto de outros seres famintos por poder mágico, Halkkyon se deparou com a antiga torre Methariuse nesta montanha de Egophia e, tão logo conseguiu expulsar todas as criaturas que ocupavam a torre, com seu poder mental excepcional, escravizou seus companheiros e proclamou-se senhor absoluto do local. Ele passou anos de sua vida tentando resolver os mistérios da torre e dentre eles sem dúvida, o mais intrigante fora certamente a “Esfera Dimension”, Adramanther acredita que um lorde demônio está preso dentro de tal artefato e seu intento…”

“- E tem mesmo um demônio preso lá dentro?” Era Grund-Tharg quem interrompia a narrativa de Akron, curioso, apesar de inoportuno… Akron dá de ombros, deixando claro que ninguém tinha essa resposta, e então prossegue: “- Seu intento como devorador de poder que é, seria libertar o demônio e ganhar uma recompensa sombria com tal ato e é aqui que se descreve perfeitamente o perigo de Adramanther… Ele usa feitiços poderosos de controle mental, podendo encantar ou subjugar monstros de vários níveis de poder, assim como subjugar grandes grupos de monstros e criaturas como as que viviam perto da torre originalmente, e hoje, sob o controle do necromante, vagam e vigiam as terras ao redor da torre, relatando os acontecimentos, os intrusos e as situações como um todo ao seu atual mestre… Assim ele também subjugou a Travessia do Ravini e tantos outros encontros que tivemos durante nossa jornada…”

Nissa então é quem se aproxima e tocando o ombro de Tharg, completa: “- Se se aproximar dele, ele usará seu poder para controlar sua mente e o colocará contra nós, o que seria terrivelmente ruim, ter de enfrentar alguém com sua capacidade física… À partir dos cinquenta metros indicados por Jhon, Adramanther poderá escravizar sua mente e o tornar um guarda-costas dele, com mais facilidade do que a qualquer um de nós, visto sua repulsa à magia, o que o torna uma presa fácil para a mesma… Creio que não deseja isso como desfecho de nossas aventuras não é Tharg?”

Syndra então contribui igualmente, completando: “- A última coisa que precisamos nessa batalha, é você nos atacando como atacou ao minotauro e aos ogros, não teremos capacidade de sobrevivência qualquer, com você e o necromante como nossos inimigos…” O bárbaro parecia ranger os dentes em protesto contra a explicação, mas se via sem quaisquer outras opções a não ser, aceitar o fato de que simplesmente atacar o necromante como ele desejava do fundo de sua alma fazer, não seria o suficiente para derrubar um inimigo como Adramanther, este era o tipo de inimigo que os bárbaros evitavam pois o aço de suas espadas e machados, geralmente eram inúteis contra tais seres! Foi assim que, após alguns segundos remoendo sua ira e insatisfação, que o gigante então observava a todos novamente, ponderando completamente indignado: “- ENTÃO QUEREM QUE EU VÁ ATÉ LÁ PARA OLHAR VOCÊS DUELANDO COM O MALDITO?”

Jhon Raven meneia a cabeça sabendo que seria uma tarefa extremamente difícil, talvez até mesmo impossível, convencer Grund-Tharg de tal situação que lhe apresentavam, mas o sorridente Kinseph se aproximava dos dois e iniciava sua fala: “- Enquanto estive em meditação com nosso senhor Luuthander, eu consegui algumas informações bastante contundentes Tharg… Adramanther manipula a Esfera Dimension de todas as maneiras às quais encontrou meios, por exemplo, ele atualmente retira de lá seu poder máximo, que o permite feitos como vimos durante nossa jornada, assim como também alimenta, de alguma forma e com algum outro catalizador, a drenagem para um poderoso ritual com outras cinco esferas dracônicas espalhadas pelos arredores da Torre… Enquanto se manter nesse terreno, ele tem quase poder infinito, por tal motivo ele não sai da mesma, por isso envia magias e criaturas para cumprir suas ordens... Ou seja meu amigo, destruir essa conexão e acesso dele ao ritual, com certeza deverá ser nossa primeira preocupação e meta para que possas finalmente ajustar suas contas com ele, compreende?”

Jhon Raven então pede que Syndra novamente estabeleça a comunicação mental uma vez mais entre o grupo e tão logo a magia teve início, o kellintorita completa: “- Vamos manter a conversa a nível mental, assim não seremos ouvidos por qualquer espião que possa estar nos seguindo… Veja Grund, Adramanther se torna completamente invulnerável enquanto esse ritual existir e de nada adiantaria atacá-lo sem desfazer tal fonte de poder. Se quisermos vencer esta batalha, precisamos agir em equipe, com um plano detalhadamente acertado e cada um de nós deverá seguir à risca seu papel… Se dispõe a pelo menos ouvir meu plano nobre amigo?”

Grund-Tharg pondera por alguns segundos, ele gostaria de entrar berrando ao local de batalha e rachar o necromante ao meio como já fez com tantos outros oponentes, mas apesar de teimoso, Tharg não era irredutível muito menos desprovido de inteligência ou capacidade de táticas, ele havia visto e vivido muita coisa junto de Jhon e os demais, ele aprendeu a conviver e respeitar as diferenças e não poderia ser ao final de suas jornadas, que iria renegar o trabalho em equipe que tantas vezes os salvou… O gigante abaixa a cabeça, respira fundo e então a ergue de novo, acenando leve e positivamente com a mesma, concordando então com seguirem um plano!

Jhon Raven então expressou leve sorriso, intimamente agradeceu a Kellintor por ter conquistado êxito em trazer Grund-Tharg para a ação em equipe, iniciando assim, mentalmente, a explanação e visão do guerreiro para com tudo que precisavam fazer, como e quando agir, e porque essa maneira seria a mais correta e, enquanto trocavam ideias e ouviam os estratagemas do kellintorita, seguiam marcha calma e ponderada, conversando unicamente pela mente - evitando desta forma terem seus planos descobertos - traçando talvez, sua última estratégia para o embate devastador que os aguardava montanha acima!

Os minutos transcorreram, o grupo seguia em marcha lenta e silenciosos, apesar de já estarem verbalmente conversando, uma vez que através da magia conjurada por Syndra eles traçaram suas metas mais específicas e, pela expressão apresentada, era possível considerar que até mesmo Grund-Tharg parecia ter gostado do plano, sua aparência era de satisfação e não de reprovação como da maioria das vezes! Decididos e prontos, o grupo acenava uns para os outros com a cabeça, e ambos voltam à formação original de viagem, o plano estava traçado e pronto para ser executado! Se notava nos olhos de cada um, uma chama de esperança, uma certeza de que, se foram designados e guiados para tal combate por tantos seres diferenciados, não poderiam simplesmente recuar ou se entregar sem sequer tentar as opções que detinham, mesmo que toda e qualquer probabilidade apontasse para uma derrota absurda…

Muitos confiaram neles, e eles também aprenderam a confiar em si mesmos… Muitas vezes fora repetido e confirmado, esta missão lhes foi passada porque eles tinham as condições de cumpri-la, poderiam eles simplesmente ir contra toda a fé e certeza depositada neles por tantos, e ir contra o que eles mesmos aprenderam sobre si durante esta jornada? Não, nenhum deles demonstrava aceitar tal possibilidade, pelo contrário, todos queriam chegar até o necromante e deixar claro a ele, eles não gostaram nem um pouco das atitudes dele, ele devia muito a todos eles, era assim que eles queriam agir, era assim que queriam chegar ao final desta missão, estavam preparados, para perder a vida se fosse preciso, para deixar esta mensagem bem clara a Adramanther!

O grupo então seguiu viagem, a trilha era a típica estrada de montanha, subindo sempre, mesmo que de forma não tão íngreme, mas sempre em frente, circundando a gigantesca, quase vasta montanha… Do lado esquerdo, a colossal parede de pedra do Monte Egophia, do outro, tendo a trilha aproximadamente uns quatro metros de espessura, uma queda longa e fatal, caso se aventurassem por ela, mas, como que a provar que nada seria estável naquele terreno, a paisagem agora começava a mudar abruptamente, e eles pareciam chegar em uma planície lodacenta, com diversos lagos borbulhantes, árvores retorcidas e com nenhuma ou pouquíssimas folhas, a vegetação que impregnava o local parecia em processo de morte, murchas, amareladas, ressequidas, enquanto que, as que porventura parecessem mais vivas, eram de aspecto hostil, com espinhos e pontas em suas folhas amarronzadas, pareciam sem dúvida alguma, querer ferir a quem quer que se aproximasse…

O grupo detém-se diante do cenário, Patas de Ferro parecia marchar vagarosamente sem sair do lugar em que estava, e relinchava de forma curta, em baixo som, como se estivesse realmente com medo… Grund e os demais percebem a atitude diferenciada do animal, e é o próprio bárbaro quem desce da montaria, deslocando-se até a frente do mesmo, tocando em sua face... O selvagem observa o animal no fundo de seus olhos, ficava nítido a todos diante daquela cena, que uma espécie de comunicação acontecia entre os dois naquele momento… Grund se concentra por alguns segundos, Patas de Ferro parecia acalmar-se também e então o selvagem abre os olhos, observando Jhon e os demais…

“- Amigos, eu gostaria de pedir algo neste momento, se for possível… Poderiam descer de suas montarias e liberá-las para retornar para casa?” Jhon Raven e Kinseph sequer estranharam o pedido, descendo tranquilamente dos cavalos aos quais montavam, já Nissa, Syndra e Akron sim ficaram um tanto confusos, se olharam rapidamente, mas logo desceram igualmente e tão logo o fizeram, Tharg continuou: “- Tem coisas que a gente que tem mais compreensão, suporta mesmo com o terror diante dos olhos, mas os animais, eles apenas sentem, eles sofrem e se aterrorizam… Patas de Ferro está com medo e os outros parecem seguir os mesmos instintos… Gostaria de deixá-los retornarem para casa, afinal, já estamos perto de nosso destino… Se me permitirem atender esse desejo, prometo não pedir mais nada até o fim de nossa jornada!”

Nenhum deles deixou de sorrir, mesmo que fosse levemente, no momento em que Grund-Tharg explicou seus motivos, ao mesmo tempo que todos sentiam certo remorso por não terem pensado nisso antes, principalmente Kinseph, um adorador da vida e do bem-estar dos demais, nenhum deles havia cogitado que as montarias que os acompanhavam poderiam reagir mal nesta reta final, devido a todos os desafios e perigos que haviam enfrentado e ainda iriam enfrentar! Mas era, sem dúvida alguma, ao mesmo tempo reconfortante ver aquele dentre eles, que sem sombras de dúvida era o mais selvagem de todos, e por consequência talvez o menos sociável, a deter sua caminhada em direção ao combate, para fazer o bem a um companheiro animal conquistado em viagem!

O gigante passa a mão pelo rosto do alazão e então dá um tapa de leve no mesmo, agradecendo em pensamento, e eis que Patas de Ferro se empina nas patas de trás como se agradecesse, recua girando o corpo e parte em disparada pelo caminho que vieram, tendo todas as demais montarias, o seguido como sempre fizeram! O grupo agora estava a pé mas satisfeitos com a ação, pegaram somente o indispensável para transportar, enquanto Akron coletou o resto dentro de um buraco portátil que ele sempre tinha consigo, e assim, satisfeitos com a atitude tomada e cientes de que seus fiéis companheiros de jornada agora estavam em melhor situação que eles, o grupo se vira para o pântano a frente deles, e com Grund à frente, seguem jornada ao topo do odioso Monte Egophia!

As trilhas eram poucas, era difícil caminhar pelo local, seria muito fácil cair em um daqueles fossos e acabar, talvez, se perdendo para sempre em sua profundidade ou viscosidade que alguns apresentavam… Gemidos em alguns momentos, espécie de rosnados em outros, era o que se podia ouvir além do borbulhar de algumas daquelas fossas lamacentas, alguns olhos brilhavam por vezes na escuridão e logo depois sumiam novamente, e devido a seu olfato e audição aguçados, Grund já se sentia mais incomodado que todos os demais em tal ambiente… Era fato que Kinseph detinha e enaltecia o oposto daquele local, mas ele detinha também, compaixão pelos que ali pareciam sofrer, agonizar; Jhon apenas se mantinha atento, sua marcialidade o impelia a isso, Akron acompanhava sempre próximo dos demais e ao centro do grupo ao passo que as duas arcanas, investigavam e sondavam o local com suas magias, tentando detectar focos mais persistentes que pudessem indicar alguma armadilha, algum ataque, ou alguma criatura a criar-lhes ameaça…

Nauseado com o fedor do local, era o bárbaro quem questionava: “- Como pode haver um pântano desses em uma montanha, é simplesmente impossível desse inferno ter lugar aqui!” e eis que Nissa se aproxima do bárbaro, sem deixar de emanar suas energias, tentando elucidar o fato: “- É o necromante Tharg… Adramanther manipula as mentes, as energias dele são poderosas e ele pode criar inclusive ilusões com tal, mas o grande problema está em entendermos se estamos vendo ilusões ou se realmente o que vemos está aqui… Veja, ele pode ter conseguido conjurar algum feitiço aqui, que nos faça ver algo que não existe e, estaríamos nós então caminhando a esmo no plano físico, mas vislumbrando um outro local… No entanto, isso demandaria um consumo de energia gigantesco, ao qual não creio ele estar disposto a abrir mão, sabendo que estamos em seu encalço… Assim sendo, pode existir uma outra possibilidade…”

Nissa se mantém em silêncio por alguns segundos, receosa de que suas descobertas possam afetar a moral da equipe, e então Syndra, crendo que a informação seria a melhor arma naquele momento, toma a palavra e explica: “- A outra possibilidade, e que consumiria bem menos poder mágico, é que ele tenha aberto uma passagem para outra parte deste mundo, um verdadeiro pântano talvez, e então, quando adentramos esse portal, na verdade atravessamos para outro local, para outra parte do planeta talvez… Existe grande possibilidade de não estarmos mais no Monte Egophia…”

O grupo se mantém em silêncio por alguns instantes, enquanto continuavam a caminhada e então é Kinseph quem se manifesta: “- Eu diria que creio mais na primeira opção senhorita Nissa e senhorita Syndra, pois sinto um foco de maldade e escuridão gigantesco muito adiante… É claro, pode ser de algum outro inimigo, mas ele parece tão similar ao que enfrentamos na taverna, que meus instintos e talvez até mesmo o Senhor do Amanhecer, me fazem crer que ainda estamos onde deveríamos estar, apenas, ele dificultou nossa passada…”

Jhon Raven acenou positivamente embora não comentasse absolutamente nada, mantinha seus pensamentos para si e para a plena execução dos movimentos com sua espada, seu instinto lhe dizia que grande perigo os aguardava, apenas não conseguia precisar quando, onde, mas era como se tudo de hostil que pudesse existir no mundo, espichava suas garras em direção à eles, como que tentando tocá-los e matá-los, enquanto alguma força resistia às trevas insistentes… Akron observava a tudo, ouvia a todos, mas não sabia como agir, estava na escuridão, não tinha dons mágicos, não possuía sentidos aguçados, ele apenas confiava em seus companheiros, e seguia entre eles, pronto a reagir da forma que pudesse assim que fosse preciso…

Eis que Grund-Tharg então se detém e respira fundo, os odores eram fétidos, causavam desconforto gigantesco no bárbaro, mas ele finalmente conseguia definir detalhes em meio a toda aquela podridão… O gigante então sorri sarcasticamente, segura seu machado com as duas mãos e com uma espécie de brilho no olhar, comenta aos demais: “- Fiquem tranquilos! Estamos ainda na rota certa, eu consegui definir o fedor o maldito em meio a todos esses outros fedores… Ele não tem energia para realizar o que vocês falaram Nissa, ele tá lá no topo, lá na frente, e mandou alguém pra tentar nos tirar da trilha… Se preparem, quem ele enviou para nos atrapalhar, tá chegando!”

Eis que as névoas do local pareciam rodopiar em um ponto central e se contorcer como se estivessem sendo açoitadas, os gemidos ao longe se tornaram gritos de terror enquanto as trevas pareciam ser bombardeadas por uma espécie de clarão azulado, algo como relâmpagos, mas diferente, mais nefasto, mais capaz de se contorcer, como se vida própria tivessem… O grupo então se posiciona junto a Tharg, o vento parecia tentar demovê-los de suas posições e eis que um clarão esverdeado e ao mesmo tempo enrubescido tomava conta do ponto de convergência nefasta, para finalmente algo ali se materializar, erguendo suas costas curvadas lentamente, coberto por extenso manto negro e esfarrapado, deixando à mostra apenas suas mãos e garras cinzentas como sem vida, assim como parte de seu rosto coberto pelo tecido, que deixava evidente, o sofrimento e a deformação do mesmo, com dentes pontiagudos e numerosos como se um destrutivo carnívoro fosse…

Grund-Tharg aperta o cabo do machado, pronto para partir em combate, mas diante da visão aterradora flutuando sobre o pântano, ele questiona novamente: “- Não é conhecido meu… É inimigo conhecido de algum de vocês?” E Nissa toma a frente do grupo completando, enquanto Jhon acenava positivamente confirmando: “- É o antigo aliado de Adramanther, o ilusionista, um dos que chegou aqui quando encontraram a Torre Methariuse… Um condenado à vagar e obedecer por milhares e milhares de anos, servindo aos propósitos escusos de seu ex-aliado… É ele quem está mantendo a ilusão e nos impedindo de chegar ao necromante…”

Syndra se aproxima da arcana rubra e completa: “- E assim Adramanther não consome sua energia pessoal, apenas envia seus comandos mentais uma vez que o ilusionista está escravizado há centgenas de anos, desistiu de qualquer vontade própria… Como em todos seus atos, Adramanther apenas se utiliza dos demais para cumprir suas metas e assim vai se resguardando de tudo e de todos!”

A criatura, enquanto falavam, observava a cada um no mais profundo de seus olhos, um vento gélido parecia soprar ao redor de todos, não como se fosse o gélido frio de um inverno poderoso, mas algo que parecia ser absorvido pela pele, sentido na alma, algo que causava sensação de pesar e dor... Eis que então finalmente o ser se manifesta, com voz distorcida e que parecia vinda com dificuldade e até mesmo de sofrimento físico, como se o simples ato de falar lhe fosse penoso e lastimável: “- O mestre, deseja recepcioná-los com festa e, o banquete já está sendo preparado…” Uma vez dito isso, a criatura elevou seu braço direito e algo como uma tela em vapor surgia em pleno breu da escuridão em que se encontravam, mostrando o local que aparentava ser a entrada de uma grande torre, completamente envolta em trevas, provavelmente este era o local para onde estavam rumando, o lar do necromante, no entanto, para o terror mesmo dos íntimos mais fortes, o que realmente chamava a atenção de todos, era o estalar de um chicote mais adiante, onde alguém castigava seres com furor, em pedras que pareciam esculpidas como prisões e em cada uma delas, sangue, muito sangue era possível avistar inicialmente, dada a distância da imagem…

A voz do necromante surge através da tela, a imagem se aproxima do local do severo castigo físico e o feiticeiro, embora ainda não fosse visível na imagem, explanava, com o costumeiro sarcasmo que sentiram ainda na taverna quando da batalha na travessia do Ravini: “- Ora, ora, ora, se não são meus queridos amigos e companheiros de “brincadeira” no Ravini… Sejam muito bem vindos à minha residência, espero que se sintam acolhidos, eu me esforcei na recepção admito, até mesmo preparei refeição para todos nós…” A imagem então parecia focar-se mais em direção aos locais prisão ao pé da torre, se distinguindo agora, claramente serem as "prisões", pedras em forma de crucifixo que disputavam espaço da visão por entre a névoa e nelas, estavam pessoas, presas e mutiladas… Além disso, pela primeira vez, eles eram capazes de avistar o necromante, diante de um dos prisioneiros, empunhando uma espécie de cajado em uma mão, assim como chicote de várias pontas de metal em suas extensões, repousando na outra mão, enquanto sangue espesso gotejava ao chão, oriundo do instrumento de tortura! No entanto, definir quem eram os prisioneiros, ainda não era possível apesar da proximidade…

O grupo então começa a ter sua visão melhorada, os rostos e corpos das vítimas se tornavam definidos e identificáveis a quem os conhecia e, com horror em seus íntimos, os aventureiros começavam a perceber situações e verdades que não queriam estar presenciando... Se notava claramente, por todos os integrantes do grupo, que o controle do que viam e não viam era feito propositalmente para criar o suspense e ansiedade nos aventureiros, mas finalmente todos entendem porque, aquele ilusionista os estava mostrando a possível entrada da Torre, do próprio Adramanther e talvez de seus planos, antes mesmo de chegarem lá…. Com satisfação inequívoca, o necromante continuou: “- Creio que agora podem ver claramente, nossos convidados foram escolhidos a dedo... Iniciamos com o poderoso Wigferth, e também sua puta milenar Laryana!"

O grupo se mostrava atônito diante da imagem do poderoso clérigo e a feiticeira chamada Laryana, desfalecidos e terrivelmente feridos, mas o necromante não lhes deu tempo para resolver as equações tão rápido, ele queria insistir em aterrorizar suas mentes, continuando a debochar: "- Também há aqueles que não são tão conhecidos assim, principalmente por todos, vejam, olhem só o primeiro de todos na fila, o mais preparado para o jantar, já com a perna devidamente esfacelada, presa ao corpo enormemente musculoso por não mais que um tendão talvez... Quem seria ele? Ora, é claro, Tenskell “Machado Veloz” papai do selvagem mais admirado por todos, Grund-Tharg!"

Estava claro o plano do necromante, ele queria desestabilizar a todos antes do combate, e Adramanther sabia que, desestabilizar Grund-Tharg, simbolizava praticamente a vitória dele sobre o grupo, bastava conseguir isso e, controlando a mente de Grund, colocaria os aventureiros em situação crítica de sobrevivência, tanto devido ao estilo de combate selvagem e imparável do bárbaro, como principalmente pela relação de amizade entre eles! E considerando estar tendo êxito em sua artimanha, o necromante assim continuou: "- Ainda na sequência, temos duas belas moças, vejam, esta com cabelos louros e olhos profundamente castanhos e esta outra, o oposto, com cabelos negros e olhos azuis profundos..."

Quase que em ação conjunta com a fala do necromante, o grito de Akron rompeu o silêncio ao observar os olhos castanhos à sua frente - “- BHRINDY!” - junto do gesto de esticar a mão à frente feita por Jhon Raven assim que percebeu os cabelos compridos e únicos de sua amada, se podia ver nos olhos de todos - exceto Grund e Kinseph - o terror que tomava conta de suas mentes… Akron parecia não crer no que via, ao passo que Jhon, que ainda mantinha o braço estendido, agora cerrava seu punho e o fechava, contraindo o mesmo de volta para próximo de si, baixando então a cabeça e ficando em silêncio, com uma profunda expressão de pesar e sofrimento…

"- Infelizmente, as duas moças ostentam severas feridas pelo corpo, uma vez que parecem não querer tomar parte em nossa refeição, o que convenhamos, é no mínimo uma gigantesca falta de cordialidade para com nossa comemoração!” O necromante após sua última fala, olhava com sarcasmo para todos os aventureiros, queria sentir o terror em seus íntimos e, estava longe o suficiente para se sentir seguro e realizar a ação ou provocação que bem entendesse... Sua aparência por si só manteria qualquer um afastado o suficiente para que se sentisse intocável, afinal seu rosto era uma mescla entre ser humano e um crânio desprovido de pele e carne, embora se fosse possível perceber um sorriso nefasto no mesmo, ainda que detivesse um aspecto, em algumas áreas desta face aterradora, com os ossos expostos!

É justo quando o maligno feiticeiro percebe que todos prestavam atenção em qual seria seu desfecho sobre tudo aquilo que fora apresentado, que o nefasto ser arranca um pedaço de carne do corpo de Tenskell, o mastiga delicadamente, voltando a finalmente falar, assim que engoliu o que havia colocado em sua boca, a limpando cuidadosamente: “- Como sei que chegarão rápido, não me dei o trabalho de assar a carne, mas, farei o favor de testar todas elas antes que se apresentem para nossa festa, só então, acenderemos uma gigante fogueira e nos deliciarmos com um excelente banquete de carnes tão especiais para vocês… Até breve, meus brinquedinhos!”

A imagem se desfaz, o breu novamente iniciava a tomar conta do local e o ilusionista vira-se lentamente para olhar o grupo aventureiro, porém, um som como se fosse um zunido rompe a noite, o machado de Grund-Tharg rasga a consistência etérea do ser com brutalidade - e muita facilidade - cravando-se na rocha logo atrás da criatura, como estrondoso impacto… O ser observa abaixo o vazio em sua constituição, vira-se para trás e observa a arma aterrada na pedra atrás deles e finalmente então se volta ao grupo, refazendo sua consistência fantasmagórica sem qualquer dificuldade e então olha para Grund, torcendo levemente a cabeça para a direita, como se tentasse entender a atitude, que na visão da criatura, era uma atitude completamente infundada; logo depois ele corrige sua postura e então exclama: “- Um combate, é o que deseja bárbaro... Quando era vivo, ainda detinha essa vontade e também um corpo físico para gerir… Hoje prefiro deixar isso para quem ainda tenha tal predisposição… Divirtam-se e lembrem-se sempre…" A criatura faz uma pausa e então olha diretamente para Syndra, como se a observasse de forma diferente e então completa: "- A chave de um local, sempre permite a entrada mais correta…”

Não houve tempo para qualquer ponderação sobre a última frase da criatura, pois tão logo o ser desapareceu no ar, em seu lugar, como se rasgasse a escuridão, algo nunca imaginado ou sonhado pelos aventureiros, emitindo uma sensação, uma emanação maligna que atingia cada célula de seus corpos com um horror extremo… Era como uma esfera, contendo tentáculos, cada qual com uma horrenda boca precedida por uma garra em forma de gancho, e ao centro da esfera, o que supostamente seria seu corpo, um aterrorizante olho vermelho e maligno, que contorcia-se como analisando todo o local com voracidade, acompanhado de uma boca repleta de dentes pontiagudos e repugnantemente sujos!

Nissa e Syndra dispunham magias detectoras, cada qual em sua especialidade enquanto Kinseph preparava sua magia de proteção; Jhon energizava seu escudo e espada, ficando preparado para o que viria, mas fora Akron quem sugeriu um termo que despertou a mente das arcanas para a resposta que buscavam: “- OONLOCKER VAMPIRO!” O grupo olha para o especialista que saca suas adagas e desaparece por detrás deles, ocultando-se nas sombras pútridas, entrando o mais rápido que lhe foi possível, em modo furtivo, ao passo que Syndra, agora compreendendo do que se tratava, tenta explicar aos demais: “- Eu já ouvi esse nome, mas essas criaturas não deveriam viver aqui, em pleno monte Egophia, são criaturas mortas-vivas, sugadores de sangue que semelhante aos temíveis Beholders, são compostos por tentáculos e um centro onde se encontra todo o resto do corpo, porém…”

Nissa então toma a palavra, ela se mostrava bastante nervosa, não por conta da criatura, mas por temor de como a batalha contra o necromante poderia dar errado, uma vez que eles já estavam enfrentando criaturas agressivas e assassinas como a que estava diante deles naquele momento! Em sua mente, a atitude do necromante com os prisioneiros já havia desestabilizado e muito a todos, era provável que Grund-Tharg sequer respondesse mais à estratégia traçada, e sequer haviam chegado até o feiticeiro, sem dúvidas, pensava ela, isso era preocupante! A arcana rubra então tenta elucidar mais a situação atual, partindo de onde Syndra se deteve: “- Porém esta é uma espécie diferente, embora parecido, essa criatura teve sua carne distorcida pela energia necrótica até quase não se assemelhar à sua forma viva, são completamente devotados a matar e devorar, mas, também são famosos por outro detalhe que vem muito a se encaixar na situação que enfrentamos... Esse tipo de criatura é geralmente serviente, beirando a lealdade infinita à necromantes… Se ele o enviou para nos matar, ele só vai parar se for morto!”

Jhon Raven então gira sua espada, preparando-se para atacar e conclui: “- A parte interessante, e que realmente importa agora, é que se forem similares aos aterrorizantes Beholders, creio que seus tentáculos são sua carta na manga! Que comece a vingança por nossos amigos prisioneiros, morte ao Oonlocker e em seguida, à Adramanther!” É quando Grund com os olhos já energizados e músculos que pareciam querer sair para fora da pele, apanha o machado atarracado na pedra e colocando o mesmo sobre o ombro, completa, com expressão intimidadora: “- Tudo que preciso saber é se meu machado pode cortá-lo… Se sim, esse é o último dia dessa criatura sobre este mundo!"

O grupo parecia então como que “explodir em ação”, em um movimento único de movimentos imediatos e, embora cada qual tivesse sua própria estratégia, seu próprio movimento e deslocamento, mantinham em comum, apesar de tudo que viram, a ideia principal, furiosamente vencer e fazer o grupo vencer! Kinseph agiu frações de segundos antes, emanando uma aura dourada que banhou todo o local: “- VIGOR DIVINO!” Todos sem exceção, ao serem tocados e revestidos por tal quente e prazerosa energia, sentiam suas forças e suas habilidades melhoradas além do que costumeiramente o eram, e o clérigo encerrava sua ação, girando sua maça estrela na mão direita, batendo com a mesma em seu escudo sagrado, assumindo então posição defensiva, preparando-se para sua próxima ação, fosse ela atacar, fosse ela resguardar a vida de seus companheiros, Kinseph e sua crença infinita, estavam prontos!

Tharg e Jhon se lançaram em investida devastadora contra o monstro, a carga feroz era tamanha que quase retumbava ao chão, que de maneira alguma parecia agora lamacento ou cheio de armadilhas bizarras como há minutos atrás, os guerreiros ignoravam o terreno tamanha sua vontade de derrubar o oponente, e, enquanto se preparavam para o golpe e ataque frontal conforme a distância entre eles e a criatura diminuía à cada passo, Syndra na retaguarda do grupo girava seus pulsos e mãos quase como se estivesse executando uma dança mística e misteriosa, e eis que a criatura que também se deslocava em carga, sente o ar mudar ao seu redor, seu corpo era acometido por algum tipo de sensação estranha e, o antes ser flutuante e arrogante, agora parecia atraído para o chão por força descomunal, obrigando-se a se esforçar para simplesmente manter-se acima do solo e não ser soterrado de vez pelo menos, afinal, seu peso corporal fora aumentado várias vezes pela magia gravitacional da arcana loura!

Nissa seguia o ritmo e o tempo de Syndra, quase que em vias finais, agindo juntas e simultaneamente; a arcana rubra realizava movimentos mais enérgicos e marciais, ela recitava palavras incompreensíveis aos demais resultando que, em poucos segundos, quatro pontos se formassem ao redor do monstro agora acometido por gravidade extra, cada qual destes orbes em uma cor diferente, tendo assim um bólido vermelho, outro azul, outro amarelo e um quase no tom marrom, que rapidamente trepidaram, aumentaram levemente de tamanho, se transmutando e crescendo rapidamente, atingindo cada qual sua essência verdadeira, enquanto Nissa emitia sua conclamação: “- Ruptura elemental!” A criatura então foi envolta em sequenciais devastadores, inicialmente por uma esfera de fogo, logo uma de terra, seguida de outra com eletricidade pura, para somente então, o gelo devastador envolver o monstro, criando assim, com a fusão de cada elemento, uma catastrófica onda de choque térmica que explodiu, reverberou e feriu, fazendo com que o monstro recuasse devido ao impacto e força que os conjuntos elementais causaram, deixando claro ao morto-vivo, ele não venceria fácil!

É nesse instante que a monstro pela primeira vez guincha em tom de fúria, assim como inexplicavelmente, se podia perceber que o guincho não se dava unicamente por conta do ataque de Nissa, mas algo mais havia acontecido, uma das laterais do ser vampírico estava aberta, sem aparente explicação, em princípio; não fora um corte profundo era fato, mas sangue podre escoria levemente do ferimento e, para a tendência de pele endurecida que criaturas desse tipo ostentavam, sem dúvidas esta era uma façanha e tanto! Logo Akron apareceu mais distante do monstro, derrapando pelo chão tentando se firmar com mãos e pés devido a força com que se arremeteu contra o Oonlocker, buscando se manter em posição de ataque, demonstrando ter sido o pequeno tiefling a realizar tal ferimento! Sua expressão facial e sorriso demoníaco diziam claramente, “- Este é o início da vingança por Bhrindy” e, enquanto o monstro urrava enfurecido buscando seu adversário - atitude inútil, o monstro perceberia, uma vez que tentar encontrar Akron em sua forma furtiva, era praticamente perda de tempo -  Jhon chegava pela frente, seu escudo o precedia, sua espada se energizava, da mesma forma que Grund-Tharg surgia e avançava com um salto potente, vindo por cima do monstro, os dois guerreiros usavam tudo que tinham, para desferirem seus golpes simultaneamente, em duas frontes letais, tentando ganhar uma vantagem na força bruta, contra o ser bestial!

A criatura rapidamente percebe a investida, usa dois dos tentáculos para barrar o golpe de Jhon, os cruzando à frente do guerreiro, e mais três para trancar a investida com machado de Grund-Tharg, força bruta era um dos atributos mais poderosos desse monstro sugador de sangue, barrando completamente os ataques dos dois guerreiros furiosos; além disso, três tentáculos do monstro ainda estavam livres, cada qual buscou um alvo conforme era capaz de detectar seus oponentes, atacando em cheio o peito do selvagem Grund-Tharg, do tiefling Akron e também de kellintorita Jhon Raven, ambos sendo arremessados para longe pelo impacto avassalador que a criatura detinha com tais movimentos! O monstro então se volta procurando os demais aventureiros, ele avista Syndra e Nissa, mas sua mente entendia e lembrava que deveria existir mais alguém, pensamento este que ocupou sua mente tempo suficiente para que ele não percebesse o deslocamento por seu flanco esquerdo, sendo então atingindo de forma avassaladora pelo ataque seguinte:

“- DESTRUIÇÃO SAGRADA!” A maça estrela empunhada por Kinseph criava uma verdadeira explosão de luz cegante ao atingir a lateral do monstro, acertando exatamente onde Akron havia aberto um ferimento inicial com sua adaga, com potência tão descomunal que, além de ferir ainda mais o monstro já em agonia e completamente enfurecido, cegou o mesmo por instantes preciosos, tempo suficiente para Kinseph abaixar-se, colocando sua mão ao solo e erguendo seu rosto em direção aos céus, conclamando uma vez mais: “- REPULSÃO SOLAR!” Energias douradas partem pelos punhos do clérigo, ondulam pelo chão e criam um círculo perfeito ao redor do mesmo, subindo por seu corpo até atingirem o topo de sua cabeça, quanto então modulam e se contraem, criando uma espécie de envoltório transparente, luminoso e poderoso!

O monstro se recupera do ataque físico, rapidamente ele busca por Kinseph para matá-lo, porém ao avançar em carga contra o clérigo, o agora radiante servo de Luuthander, bateu sua maça ao escudo e sorriu, completamente despreocupado, ao passo que o monstro começou a sentir sua investida sendo desacelerada, sua força não era capaz de avançar, afinal, e ele não conseguia definir se o responsável seriam os ataques anteriores ou alguma outra manobra atual a impedir-lhe o avanço! No entanto, brilhando como um pequeno sol entre as trevas, mesmo quem não entendesse de magia, poderia perceber agora, a magia de proteção invocada pelo seguidor de Luuthander repelia a maldade impregnada no monstro, com vigor, e por mais que se esforçasse para vencer tal resistência, a criatura morta-viva não conseguia se aproximar do jovem luuthanderiano um único centímetro a mais, até que o clérigo ergue suas mãos e define: “- Ao meu redor repousa a energia sagrada e solar do Senhor do Amanhecer, tu criatura não natural, não podes mais te aproximar deste humilde servo de Luuthander e, pela dedicação à vida e ao fluxo verdadeiro de vida e morte, juro, não sairei deste local antes que a destruição te consuma por completo!”

A criatura urrou em fúria, tentava se lançar contra Kinseph buscando ser mais forte que a magia do divino aventureiro, mas não conseguia um passo novo à frente que fosse, enquanto Kinseph, se mantinha confiante, determinado, girou novamente sua maça com destreza e perfeição, e desferiu um novo e potente golpe com a arma sagrada, atingindo a área quase abaixo da boca do Oonlocker, em um golpe ascendente que impactou de forma precisa justamente onde nascia um tentáculo, abrindo um ferimento profundo e que, não apenas deixava escorrer o sangue monstruoso, como parecia ter ficado o local, "contaminado" pela energia dourada do clérigo, vindo seu tentáculo a cair ao chão, como se tivesse derretido ante o ataque divino do aventureiro! O monstro então observa o cenário, vê seu tentáculo ao chão se contorcendo, ele finalmente pondera, sente a dor e a humilhação percorrer seu corpo bizarro, olha firme nos olhos de Kinseph e "digere", completamente contrariado, sua inutilidade de trevas diante da luz emanada pelo servo do "Senhor do amanhecer"... Assim, ele simplesmente muda de tática, escolhe novo alvo, e avança com voracidade em direção às duas arcanas bem próximas!

Porém Nissa e Syndra não estavam desatentas ao combate, o grupo estava muito preparado, apesar dos horrores iniciais, o sofrimento se tornou repulsa, e a repulsa converteu-se em ira, assim, como todos os demais, as duas manipuladoras de magia estavam prontas, aguardando que este fosse o movimento o monstro em resposta ao bloqueio divino de Kinseph e tão logo o monstro direcionou-se à elas com fúria, suas magias começaram a ser emanadas, o vento e a névoa começaram a rodopiar e criar uma distração perfeita e quando o Oonlocker se aproximava de desferir seu golpe, considerando que ia sem dúvidas, drená-las com seus tentáculos, Grund-Tharg chegava, barulhento como um búfalo e ainda assim, sem ser notado pelo monstro! Um potente golpe de machado retumba pelo flanco direito, "entrando" sem qualquer defesa por parte da criatura, arremetendo o monstro por sobre rochas de forma brutal, fazendo com que o mesmo passasse por essa barreira e ainda viesse a se chocar contra uma das árvores retorcidas do local! Jhon Raven surgia quase que instantaneamente na sequência, agora ele vinha pelos céus, atacava de cima para baixo, seu escudo atingiu a parte do que seria o topo da cabeça do monstro, causando um impacto que reverberou até mesmo no chão, para logo em seguida se arremeter para trás desferindo um golpe preciso e potente no mesmo local abalroado, segundos antes, abrindo novo corte no monstro de apenas uma órbita ocular!

Akron então faz sua nova aparição, uma vez mais ele surgia no combate vindo de lugar nenhum, usando sua recém adquirida capacidade de teleporte, suas adagas em punho riscaram o breu e novamente o flanco esquerdo do monstro era atingido pelo tiefling, abrindo mais profundamente o ferimento exposto antes, e mais uma vez sangue negro e pútrido começava a escorrer do monstro, demonstrando que o ataque em conjunto estava funcionando e muito bem! Kinseph girava sua maça se mantendo sempre próximo ao Oonlocker, o fazendo recuar diante da luz sagrada de Luuthander, ao passo que Syndra concluiu sua nova conjuração e então, o monstro começou, atemorizado, a sentir seu corpo como que se travar completamente, ele não mais podia usar seus tentáculos, estavam como que paralisados!

O monstro era inteligente, embora fosse um morto-vivo, ele sabia que sua imobilidade era causada por um dos aventureiros, e buscava desesperadamente o possível responsável para destruí-lo, até perceber se tratar da maga loura, Syndra, aumentando a gravidade ao seu redor novamente, de forma muito mais efetiva; enfurecido com a interferência sem fim dos guerreiros, o Oonlocker abre seu único olho - única forma de ataque que ainda detinha - sua ira era visível diante da falha em conseguir se alimentar como sempre fazia, e assim, uma potente e devastadora rajada energética necromântica, é disparada contra a arcana, visando desintegrá-la por completo, no entanto, o trabalho em equipe estava mais impecável que nunca! Kinseph, gigante não só em tamanho como lhe era possível fazer, mas gigante no combate ao mal e mortos-vivos igualmente, surgia à frente da maga com seu escudo revestido pelo divino Luuthander, repelindo de forma magistral a rajada cáustica do monstro, refletindo o mesmo contra a própria criatura com sua ação hercúlea, protegendo seus aliados, derrubando assim mais uma ação da criatura, que se debatia com o novo ferimento, e com o novo fracasso!

Nissa um pouco mais atrás de todos, não se deixou levar pelo frenesi do combate, manteve-se concentrada mesmo com as investidas sucessivas do morto-vivo, concluiu seus gestos mágicos e palavras com perfeição, o monstro sequer percebia que mais um golpe o atingiria, mas se notava, era fato, a criatura estava começando a demonstrar o que parecia uma inquietação interior, pois apesar de continuar a tentar se libertar de seu bloqueio causado por Syndra, ele parecia buscar uma rota de fuga com seu olho a observar rapidamente para todo lado que sua visão alcançava... O grupo percebe a tentativa de fuga e reage, Jhon Raven surge primeiro, como um relâmpago, passando pela criatura com furor nunca visto antes, um raio negro seguido de uma lâmina tão negra como a noite, decepando de forma dolorosa com o movimento realizado, mais um dos tentáculos da criatura Oonlocker: “- Isto é apenas uma parte da punição, por terem aprisionado minha noiva!”

A cena fora acompanhada de um urro gutural da criatura, assim como de um jato farto de sangue extremamente malcheiroso que cobriu boa parte do campo de batalha e, enquanto Jhon arfava e buscava o próximo tentáculo a ser arrancado, também com velocidade absurda, surgindo do nada de forma abrupta em mais um teleporte bem-sucedido, Akron desferiu novo ataque com suas adagas, logo acima de onde havia atacado as duas vezes anteriores, acertando em cheio mais um tentáculo, deixando pendurada - e inutilizada - mais uma das extensões corporais drenadoras de vida do monstro!

Grund-Tharg por sua vez atacava desta feita pela frente, ele queria aquele olho gigante e maligno o observando chegar, não era para ser surpresa, Grund queria que ele tentasse se defender novamente, mas a criatura estava pesada, ferida, acuada e quase batendo em retirada! Grund então não tem dificuldade alguma em atacar diretamente o corpo do monstro - ou mesmo preocupação em matar, algo que em sua concepção, era para estar morto - abrindo novo rasgo na espessa pele da criatura, e com um único golpe também, outro tentáculo era literalmente arrancado após o corte profundo tê-lo deixado pendurado à exemplo de vários outros! Porém o bárbaro estava em fúria, as imagens daquelas pessoas sendo devoradas pelo necromante talvez o tivessem deixado mais em frenesi do que o normal, e, com uma força inacreditável, o bárbaro não remove o machado do local do golpe, apesar da agitação e debater intenso do monstro, pelo contrário, o empurra mais e mais em direção a outro tentáculo, abrindo um corte tanto extenso quanto grave, e agora, quatro tentáculos da criatura, estavam inutilizados por completo, arremetidos ao chão, convulsionando como serpentes com a cabeça decepada!

O monstro então percebe que o grupo não será derrotado, ele entende que calculou mal suas possibilidades de vitória, que se ficasse seria destruído por completo, e agora, em sua mente insana, mas sobrevivente, só uma única coisa era cogitada, recuar para se vingar brutalmente em nova situação! A criatura se posiciona nos tentáculos que restavam como se buscasse se estabilizar ao chão, abriu sua bocarra fétida e repleta de dentes completamente desperfilados e pontiagudos, e sem que qualquer um suspeitasse que ele poderia realizar tal ato, começou a emitir um poderoso e avassalador grito, algo que poderia ser definido como um verdadeiro ataque sônico em ondas, que a cada impacto parecia aumentar mais e mais sua potência, atingindo em cheio, em todas as direções, todo o grupo sem exceção, os obrigando a colocar as mãos aos ouvidos, tentando evitar assim um dano agravado pelo ataque inusitado em área, sem defesa aparente!

Apostando tudo nessa última tentativa, o monstro manteve o grito aterrador e devastador por segundos e então, percebendo as magias que o prendiam se enfraquecerem, tentou aproveitar o momento de recuperação que o grupo precisaria para se recompor da confusão sensorial, para empreender fuga, naqueles segundos preciosos que havia conseguido, para fugir, No entanto, ao tentar se mover para desaparecer na escuridão e abandonar o combate, foi que o monstro sentiu o primeiro dano da magia de Nissa, que ainda não havia se revelado… De dentro de seu corpo, exatamente onde um dos tentáculos estava pendurado, uma estalagmite de gelo avançou corpo afora, de forma impensada e, a julgar pelo guincho da criatura no exato momento da manifestação mágica, de forma extremamente dolorosa, impedindo completamente a fuga programada pelo Oonlocker!

O grupo se recupera, percebe a tentativa de fuga da criatura e é Grund-Tharg, ainda sem ouvir direito, ainda sem conseguir abrir os olhos corretamente devido ao ataque sonoro que o deixou bastante desorientados, mas guiado por seu olfato mais apurado que todos, o bárbaro conseguiu ganhar segundos preciosos para o grupo, correndo em direção ao fedor da criatura e a atingindo, exatamente no meio do que seria sua cabeça, com seu machado de batalha e todo sua força restante, abrindo um ferimento terrível no Oonlocker, enquanto a criatura debatia-se violentamente com seus tentáculos que restavam, acabando por um deles conseguir agarrar Grund-Tharg por uma das pernas, e o arremessar de forma brutal para distante do local da batalha!

Akron também já havia se recuperado, seu corpo movia-se como vento pelo terreno e ele novamente se lançava por sobre o monstro, girava por cima dele teleportando e enganando os tentáculos, vindo a ressurgir exatamente diante do olho do monstro, enquanto a criatura, percebendo a estratégia, entende que estava vulnerável e vê como única saída, tentar disparar sua rajada ocular antes de ser atingido! No entanto o tiefling era especialista em várias coisas e, ludibriar um inimigo em combate, era uma de suas maestrias, assim ele sobreviveu até aqui! Desta forma, ao perceber o ataque já esperado por parte da criatura, Akron desaparece no exato momento em que a rajada ia ser disparada, a cancelando por consequência, reaparecendo novamente segundos depois por sobre a cabeça do monstro, e enfim enterrando suas duas adagas na gigantesca orbe ocular da criatura, desaparecendo novamente em frações de segundo e reaparecendo e mais alguns milésimos de unidades de tempo, metros mais adiante, observando satisfeito o resultado de sua ação!

O Oonlocker grita como nunca antes naquela batalha, se debate de forma agressiva e descontrolada, seu guincho poderia ser ouvido a quilômetros de distância e tudo que lhe restava agora, sua mente pensava e ordenava freneticamente, era disparar os tentáculos que ainda detinha, para todo e qualquer lado, com toda sua força restante, tentando atacar tudo e qualquer coisa ao seu alcance, para de alguma forma, com alguma sorte, atingir algo ou alguém e assim tentava fugir do local, sua única chance de sobrevivência, ele tinha certeza, seu instinto lhe dizia isso sem parar! No entanto, mais duas estalagmites de gelo surgem saindo de seu corpo, à exemplo da anterior, ele agora entendia, estava congelando por dentro, cortesia da feiticeira rubra e suas magias elementais lançadas anteriormente, e com isso, impedindo que a criatura tivesse condições de continuar em seu frênesi destrutivo! Sem qualquer perda de tempo, Jhon Raven surgia novamente pelo flanco esquerdo, um ataque giratório em sentido anti-horário que arrancou mais dois tentáculos da fera vampírica com tal movimento apenas, deixando o Oonlocker praticamente sem armas para reagir, sem falar que os tentáculos restantes, já se encontravam exaustos, feridos, completamente exauridos devido aos esforços, e iniciando processo de congelamento descontrolado, de dentro para fora!

É nesse momento que o monstro tenta seu último ataque, se não poderia vencer, ele iria pelo menos levar vários deles consigo e, preparando-se para tal intento, a criatura recolhe todos os tentáculos que ainda detinha, começa a vibrar e trepidar seu corpo intensamente! Seu plano era simples, usar toda a energia necrótica que ainda permeava seu ser, em uma explosão massiva e destrutiva, a fim de exalar de uma só vez, todas as substâncias e toxinas existentes dentro de seu corpo, criando assim uma combustão espontânea fatal, e que dificilmente seria controlada antes que todos fossem atingidos, os aventureiros não teriam como fugir a tempo! No entanto, antes que conseguisse atingir o ponto necessário inicial de seu plano, o Oonlocker percebeu um brilho dourado intenso, era como se o sol estivesse se aproximando dele, mesmo com seu olho ferido ele conseguia perceber vultos e cores borradas em sua visão periférica, era algo totalmente impossível de acontecer, mas, ainda assim, ele via e sentia tal brilho e calor... Por entre o fulgor esplendoroso - e cáustico para o ser abissal cefalópode - o devorador de sangue conseguia sentir o calor e a dor da energia divina, bem como já conseguia definir a figura do clérigo Kinseph a se aproximar, com sua maça estrela energizada novamente, o corpo do jovem luuthanderiano novamente era tomado por forças que ele não controlava e assim, a destruição auto infligida do monstro é impedida, enquanto o clérigo radiante continuava se aproximando, lenta e ameaçadoramente da criatura…

Sem poder lançar mão de sua última tentativa, em um último ímpeto e sede de sangue, o monstro tentou usar seus tentáculos e atacar Kinseph fisicamente com tudo que tinha, se esforçou ao máximo para agarrar pelo menos o clérigo e o devorar, mas isso também não funcionou, à exemplo das vezes anteriores, a energia que envolvia o clérigo sequer o deixava se aproximar o suficiente para tal feito, conseguindo apenas, com sua ação agressiva e final, fazer com o divino aventureiro somente expressasse uma feição de reprovação e tristeza, diante de tamanha atitude assassina sem fim… Kinseph ergue sua maça estrela, seus olhos se encheram de ira devido ao que os mortos-vivos representavam e executavam sobre o mundo, usurpando a lei mais intocável de todas, a vida e a morte em perfeita harmonia... Tais criaturas, tanto em sua visão como de seu deus, representavam a total contrariedade da existência uma vez que não deveriam estar ali, e urrando como se buscasse energias para terminar com tudo de uma vez, o clérigo desfere poderoso golpe sobre a única orbe ferida do monstro, bradando junto ao golpe: “- DESTRUIÇÃO SOLAR!”

A maça atinge o monstro de forma brutal, a energia cáustica do sol parecia estar presente no golpe verdadeiramente, os demais recobriram seus olhos diante da luminosidade sem fim e então a criatura Oonlocker tem seu crânio afundado, a luminosidade adentra seu corpo morto-vivo e o preenche ocupando todo e qualquer espaço, e finalmente o monstro começava a ser consumido por chamas douradas divinas, que transformaram seu corpo rapidamente em um arremedo de gosmas gelatinosas espalhadas pelo solo, para que logo em seguida se convertessem em cinzas, assim como também, os gases tóxicos sem seu corpo, para poder condensá-los e coordená-los, eram agora desintegrados diante da energia inexplicável, não deixando sequer um mínimo resquício no local, que pudesse mostrar que a criatura Oonlocker em algum momento já esteve ali…

Jhon Raven observa Kinseph e acena positivamente para ele, desejando como bom kellintorita que era:  “- Que na próxima vida esse Oonlocker possa ter mais sorte…" Akron que estavam mais longe se aproxima dos dois novamente guardando suas adagas, assim como Nissa e Syndra se unem a eles em poucos instantes... Grund então surge removendo o excesso de terra e plantas por sobre ele - consequências de ter sido arremetido longe do combate - e observando que todos estavam bem, mas ao mesmo tempo, taciturnos e preparados para o desfecho, o gigante vira-se para a direção em que estavam seguindo antes do ilusionista surgir, e completa, dando o primeiro passo naquela direção: "- Agora, Adramanther nos espera para uma festa, e nós não vamos deixá-lo esperar mais!”

O grupo se observa, eles acenam positivamente um para o outro e então, como se em resposta à determinação do grupo, o pântano mal-cheiroso se desfaz, toda a névoa e energia ilusória que ali preenchia o local e mantinha os aventureiros em um cenário irreal, é desmantelado, e finalmente se avistava, ainda que ao longe era verdade, a torre necromântica à quase tocar os céus, tamanha a altura da mesma e o ponto elevado onde estava… O grupo iniciava talvez sua última marcha juntos, a batalha contra o inimigo mais odiado daquela jornada, estava há poucos quilômetros de seus alcances!

Continua...





Galeria de imagens do episódio:

A criatura morta-viva, sugadora de sangue, Oonlocker:

O mago ilusionista, antes poderoso e independente, agora escravo de Adramanther!

Halkkyon Adramanther, o necromante, último desafio do grupo!

4 comentários:

  1. Aí sim! Tava com saudades de Grund e seus companheiros!
    E que texto gostoso de ler! Todos os acontecimentos foram muito bem colocados numa sequencia que praticamente te impede de parar para fazer outras coisas até terminar de ler tudo.
    O começo com um clima mais leve, com a situação engraçada do Grund e da filha do Herindor foi um começo calmo e tranquilo prá deixar a gente de guarda baixa para o que vinha pela frente.
    Foi um uso muito bom do cenário ao redor dos personagens, que ia ficando cada vez mais insólido, conforme eles avançavam e sentiam que a deterioração do ambiente ia, pouco a pouco, afetando seus espíritos, que iam ficando cada vez mais apagados e desanimados.
    E o que foi essa cena impressionante em que o inimigo revela os entes queridos de cada um dois heróis sendo terrivelmente torturados? Se for realidade e não mais um truque sujo do necromante, sinto que no futuro teremos muitas lágrimas rolando em meio ao sangue que, acredito, correrá pela minha tela, quando a batalha final começar.
    E por falar em batalha...
    Eu adorei a escolah do monstro, um sobre o qual eu nunca tinha ouvido falar, mas que rendeu uma boa batalha para o grupo, mas foi importante também para mostrar o quanto estão preparados para a batalha final, visto a forma com que venceram o monstro, o que afasta a impressão de que pode surgir um incomodo "deus ex machina" do nada para vencerem o necromante.
    Cara, tô aqui de pé, batendo palmas para mais esse esxcenete capítulo da Saga de Grund Tharg.
    parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Salve irmão Norb, pois é cara, não sei com quem foi que aprendi fazer isso, amarrar uma coisa na outra pra que tu não consiga soltar a ponta nem pra ir no banheiro kkkkk! Eu precisava que esse episódio fosse um crescente, tipo, a batalha no Ravini foi tensa, foram vários acontecimentos, o demônio, a taverna voadora, o minotauro, o drow, os demais seres, a coisa foi tensa ali e eles precisavam dar uma desacelerada, tanto pra se recuperar, como pra que o grand finale ficasse mais destacado! Então cogitei uma "mini peregrinação" pelo monte Egophia, e de início cogitei monstros diversos mas, achei que uma criatura única com desafio grande que abraçasse todos, era mais interessante e assim surgiu essa luta com o Oonlocker! Sobre a questão dos entes queridos, isso causou muita confusão na mesa, e eu quis explorar isso de uma forma diferente na saga, após eu ter postado o que vem pela frente, vou debater sobre esse diferença, mas tenho certeza de que o que vou usar aqui, vai mais "reviravoltante" do que foi na saga original, e sem dúvida alguma, os entes queridos precisavam estar ali presos... Resta descobrir muita coisa pra se saber como se chegou até ali, mas isso, dentro do tempo devido, será esclarecido de forma bem clara, e espero que curta o resultado! Agora é ver como eles vão conseguir superar as dificuldades que vem, Adramanther tem um ritual que o deixa invulnerável e extremamente poderoso, sem destruir esse ritual, Grund não pode se aproximar dele e descobriremos que outro integrante que eles nem cogitaram também não pode... Enquanto isso, ele se diverte "devorando" os entes queridos e tocando o horror na mente de todos, considerando ainda, que Grund não pode entrar em fúria e se aproximar do necromante, colocando tudo a perder! Então, esse quebra-cabeça que quero resolver de forma inteligente pra que todos possam ler ao final de dizer "caraca, como ficou bem montado", e vou me esforçar pra conseguir!! Muito obrigado pela leitura e incentivo de sempre meu amigo, fico extremamente feliz com esse retorno e principalmente, que tenha se empolgado com tudo, prometo não decepcionar ao final de tudo, gratidão sem fim!! \0/

      Excluir
  2. Grande Lanthys!

    Grande satisfação é tê-lo de volta !

    Maior satisfação é voltar a ler um texto seu.

    Antes do comentário em si, devo destacar que esse foi um dos capítulos mais caprichados de Grund-Targ.

    Com início , meio e fim muito bem definidos , numa narrativa crescente e envolvente.,que terminou como de costume , com uma batalha daquelas....de tirar o fôlego!

    Fico impressionado com a riqueza de detalhes.
    Parece que estamos num filme!

    Uma coisa que sempre falo e você executou com maestria , é a forma como você narrou os sentimentos dos personagens.

    Era palpável suas angústias , seus medos...motivações e até certezas!

    Todos únicos!
    Com suas características bem exploradas.


    Não posso deixar de comentar que, após assistir Garo, posso fazer uma correlação da relação de Nyssa e Sindra com Jabi e Rekka, as arcanas da série descrita.x

    Me corrija se estiver errado , mas as duas tem um pouco delas.


    Quanto a Adrananther, mais covarde impossível .

    Manipulador e maquiavélico.

    Vilão classico ,que no fundo deve ter um ponto fraco daqueles que a gente diz: caramba ,era isso !

    Tudo sob uma cortina de fumaça!


    So posso te parabenizar por essa leitura tão agradável !


    Meus parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grande amigo Jirayrider, como é bom voltar a postar e poder compartilhar essas ideias insanas de acontecimentos em terras distantes com vocês, fico muito grato pela atenção e leitura que sempre dispensa aos meus trabalhos! Sim, este episódio não poderia interferir no próximo, ou seja, precisava ser concluído, mas também não poderia ser apenas uma marcha sem qualquer intervenção... Cogitei diversos inimigos aparecendo, e cada um lutando ao seu modo, mas pensei que poderia ficar confuso de narrar e, tínhamos também o quesito trabalho em grupo, que precisa ser demonstrado como estava forte, então, acabei escolhendo por um único inimigo, porém poderoso e versátil, e que desse trabalho ao grupo e não somente, de forma individual... Assim era possível cuidar dos pequenos detalhes, os animais com medo sendo liberados, a empatia do Grund com as montarias, o reconhecimento dos aliados com a capacidade do selvagem se importar com a vida, e isso claro, leva a trabalhar, expor e mostrar o sentimento de cada um deles, que é sem dúvida, o único diferencial entre quem vence e quem perde, a força de vontade maior, a determinação mais forte, é a que vence, e ela precisa de um combustível, que vem sem dúvida dos sentimentos e motivações de cada personagem! Sobre Adramanther, isso é uma das coisas que acho mais legais no RPG, os vilões são geralmente quase indestrutíveis, até que tu percebe a falha deles, eles sempre tem um trunfo, um calcanhar de Aquiles que os torno assim, a diversão é justamente tu ser capaz de identificar esse ponto fraco para o explorar! Adramanther já teve sua fraqueza exposta, o grande problema é explorá-la, isso que será o desafio do grupo pra sobrepujar o feiticeiro e creio, que no final dirás isso mesmo, era só isso, mas a complexidade para "parar" o "isso" que será o grande ponto da coisa! Fico muito feliz que tenha curtido e espero que Grund possa continuar causando esse bom retorno em cada leitura, me sinto muito feliz com esse retorno, brigadão, grande abraço meu amigo!! \0/

      Excluir

Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

O dia amanhecia, como há muitos dias não acontecia, com o grupo despertando em camas, dentro de moradias, o cheiro de comida nova emanava pe...