Fala galera, beleza? Estamos adicionando mais uma página ao nosso blog, onde semanalmente (se tudo der certo) estaremos adicionando uma edição do nosso Nipo Heroes - Time Dimensional, o PodCast que fizemos por muito tempo dentro do programa HibikiCast. São muitas horas de bate-papo e boas músicas de Tokusatsu, Animes entre outros tipos de mídia, aumentando assim a quantidade de conteúdo de nosso blog e deixando arquivado e disponível para consulta enquanto nosso blog existir! Espero que curtam as edições e sempre que quiserem deixar seu comentário ou entrar em contato conosco sobre, estaremos à disposição!
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A noite já ia alto quando o jato comercial Pilatus PC-24 descia na pista de pouso do aeroporto da pequena e isolada cidade de Capurganá, na fronteira norte entre Colômbia e Panamá, perto já das vinte e uma horas daquela noite conturbada… A chuva caía forte e os trovões mantinham os pilotos em constante tensão devido aos riscos que aquele tempo ruim repentino e não previsto representava para todos na pequena aeronave… A minúscula cidade beira-mar, que é também a única fronteira terrestre da América do Sul com a América Central, tem apenas 225km de extensão e é quase toda formada por uma zona considerada das mais inóspitas e impenetráveis do mundo: uma selva tropical chamada Darién.
Com poucos habitantes e quase que totalmente isolada do restante do mundo, este pequeno pedaço do departamento colombiano de Choco, poderia ser ainda mais desconvidativo pois a região, além de pântanos e florestas absolutamente hostis, ainda conta com a presença de grupos paramilitares prontos para atirar em quem se aproximar do lugar errado. É neste local bastante procurado turisticamente, despojada de veículos terrestres uma vez que não existem acessos por terra para a mesma, que um jovem de aproximadamente vinte e seis anos de idade, observa ao pouso receoso dos pilotos, com tranquilidade incomum, enquanto sua mente vaga pelos motivos que o trouxeram até ali…
Enquanto Cessna se aproxima para fazer sua aterrissagem, o jovem relembra em sua mente as últimas noites conturbadas, com vislumbres de massas sombrias o atacando em seu sono, logo que todas aquelas notícias pelo mundo à fora começaram... Duvidando de si próprio mas sendo responsável o suficiente para não ignorar sem ter a certeza, ele mantém sua determinação na importância da vinda até Capurganá, local do último incidente aterrorizante... Ele retira um caderno de anotações de sua veste e começa à folear o mesmo com cuidado, analisando as escritas e anotações feitas por ele mesmo, que davam rumo e suporte para sua missão… Algumas páginas são passadas, ele então fecha o caderno e fica à pensar sobre tudo enquanto olhava o céu à relampejar como se o desafiasse:
“- Já se foram quase dois anos… Comecei à investigar esses acontecimentos por acaso, mas os relatos desses ataques e os sonhos surgirem quase que simultaneamente… Era impossível deixar isso passar depois de tanta coisa que vivemos… Eu não posso simplesmente ignorar isso tudo como já fiz em boa parte de minha vida… Se os relatos estão surgindo um após o outro, é fato que algo está acontecendo, e eu preciso comprovar com meus próprios olhos que estou errado…”
O jovem abre novamente seu caderno, folheia novamente e alguns recortes de jornais aparecem anexados às folhas do mesmo…
“Na Colômbia, criança é dilacerada por criatura aérea nefasta diante dos avós - Polícia nega os fatos e alega que predadores da floresta de Darien teriam atacado o menino devido ao mesmo ter entrado na mata fechada!”
“Homem é erguido até o céu e comido vivo por criatura com asas de envergadura de quase doze metros de ponta à ponta - Moradores do local chamado Capurganá na fronteira com o Panamá alegam se tratar de um demônio voador!”
“Animais desaparecem constantemente das propriedades, proprietários mencionam o bater de asas muito fortes antes do desaparecimento dos animais! Ufólogos acreditam em abdução, mas populares alegam se tratar da figura do folclore local “El Silbón”, uma lenda local da região conhecida como Floresta de Darien na selva Colombiana!”
“Grupo de jovens é atacado na floresta de Darien e um deles foi decapitado - Polícia defende tese de briga entre os jovens que estavam embriagados mas continua investigações!”
O jovem fecha novamente seu caderno uma vez que o avião concluía a aterrissagem enquanto remoía as manchetes lidas, notícias essas que traziam outras tantas que ele havia coletado durante vários meses à ponto de fazê-lo acreditar que realmente algo sinistro estava acontecendo naquele local… Em sua mente, enquanto os pilotos realizavam os procedimentos finais para que todos desembarcassem, ele pondera em pensamento:
“- Vai ser difícil obter informações, o local é muito isolado e pequeno, ao começar à fazer perguntas, irei atrair atenção desnecessária para o trabalho em questão… De qualquer forma eu preciso averiguar, eu preciso ter a certeza de que estes relatos realmente não passam de boatos associados à crendices locais e somente então eu poderei seguir minhas pesquisas com tranquilidade sem me sentir culpado por tudo... No entanto… Algo em meu íntimo me diz o contrário e tenho certeza que é “você” quem está me trazendo aqui…”
O jovem desce do avião e atravessa o pequeno aeroporto indo em direção à uma pousada bem próxima do local, sendo bem recebido uma vez que turistas são comuns (assim como principal fonte de renda) por ali. Logo ele estava em seu quarto, bastante rústico e simples era verdade mas, de roupas de cama simples e asseadas, um espaço de pouco mais de quatro metros sem contar ao banheiro era todo seu aposento, com um cama, uma escrivaninha e um frigobar ao canto… Ele solta seu material sobre a cama para tomar um banho e tão logo terminou, o jovem sentou-se em sua cama, puxando papéis que trazia consigo, os analisando com calma como se buscasse por algo novo, e realmente era isso que ele tentava encontrar... Uma nova pista, um novo rumo, uma explicação plausível... O jovem analisa então os nomes das pessoas que relataram avistamentos, onde começa a definir, escrevendo em sua agenda, uma ordem das coisas que faria no dia seguinte… Com a chuva que caía lá fora, seria impossível olhar o local agora e sem um “norte” para se guiar, seria imprudência investigar às cegas em um país muito diferente do seu... Isso que sequer ele havia considerado a quantidade de florestas e capacidades de emboscadas em tal ambiente inóspito…
Confuso e bastante inquieto com a possibilidade de suas suspeitas terem sentido, o jovem apanha seu laptop e colocando sobre a escrivaninha, começa à pesquisar as lendas locais para encontrar o que mais se assemelha ao que ele busca e como ele já esperava, como aconteceu nos demais casos, os nomes citados por aqueles que viram ou comentavam sobre os ataques, batiam sempre com as lendas locais, mas o modus operandi nunca era o da lenda, e sempre apresentava a mesma brutalidade de todos os relatos… Carnificinas… Decapitações… Alimentar-se das vítimas… Agressividade e ataques sem sentido algum, como fome ou defesa…
Preocupado com o que concatenava, ele aciona um comunicador muito tecnologicamente avançado em seu pulso, abrindo uma linha de comunicação desconhecida para qualquer um que o observasse naquele momento, quando um homem já aparentando meia idade o recebe do outro lado com um sorriso… “- Estava preocupado sem notícias suas… Como está indo sua investigação?”
O jovem meneia a cabeça negativamente, explicando: “- As pessoas que viram ou comentaram sobre todos os casos que tivemos conhecimento, referem-se sempre a criaturas de seu conhecimento local como Slenderman, Lobisomens, Chupa-Cabra, Yokais conforme a parte do planeta em que aconteceu… Aqui em Capurganá eles se referem ao mesmo tipo de ataque que já vimos nos outros casos, mas o responsável segundo os sobreviventes é chamado de “El Silbón”! Segundo a lenda, quando jovem este homem foi amaldiçoado pela mãe e o avô por ter matado seu pai a sangue frio, e como punição, tem de carregar os ossos do pai em um saco para todo sempre vagando entre o mundo dos vivos e dos mortos… Assim, enquanto paga sua punição, ele ataca bêbados e sexualmente pervertidos, em alguns casos arranca seus ossos e os carrega consigo dentro do saco, mas nunca sequer houve uma única vítima documentada do tal El Silbón… Já os relatos que temos recebido falam sobre vítimas reais, com cadáveres ou restos deles encontradas nas localidades… Consegue compreender a variável preocupante?”
No comunicador, o homem faz acenos positivos com a cabeça, como se concordasse preocupado com tudo e complementa: “- Sim… O tipo de ataque e de ferimentos brutais são os mesmos em qualquer lugar, mas as pessoas do local, sem saber como se referir ao terror, buscam em seus folclores alguma criatura maligna o suficiente para tal ato e atribuem à esse ser, mesmo que ele nunca tenha feito algo assim em nenhum relato contado…”
O jovem concorda, demonstrando que aquilo era importante de ser observado e então continua: “- Algo único está atacando em diversas partes do mundo… Ou podem ser vários, mas é fato que se trata de algo que provém pelo menos da mesma fonte digamos assim, e diferente das lendas, não são personagens folclóricos cumprindo suas narrativas... Alguma criatura está realmente matando pessoas e sem saber à quem culpar, os personagens míticos das lendas de cada lugar estão levando a culpa…”
O homem de meia idade ao ouvir aquelas palavras, questiona, com tranquilidade: “- Sua preocupação, além das pessoas, é que as criaturas míticas possam levar a culpa por isso?” O jovem prontamente meneia à cabeça em negativa, definindo seu ponto de vista: “- Meu temor é que quem está atacando e matando essas pessoas seja algo que deixamos escapar…”
Os dois ficam à se observar em tom de seriedade e então a conversa seguiu por mais alguns minutos com o jovem pedindo algumas pesquisas e cruzamento de informações para que ele pudesse analisar tudo melhor e finalmente recostou-se em sua cama, adormecendo profundamente em um sono bastante conturbado… Em sua mente repousante, escuridão chovia dos céus aterrorizantes por toda a volta, tomando as mais diversas formas bizarras e atacando à esmo… De alguma forma, quando se aproximavam dele, elas recuavam e tentavam novo ataque, e assim se mantiveram por várias horas com tais acontecimentos em mente, até que a manhã finalmente raiou…
O jovem desce cedo ao piso principal da pousada, pede algumas informações aos atendentes do lugar e logo, pegando uma maçã parte para fora, com uma mochila nas costas e duas garrafas de água como recurso ao calor intenso do local… Ele começa a caminhar pela pequena cidade e vai inteirando-se do local, criando um mini mapa em sua mente e começando a tentar visitar as pessoas que relataram ataques… Como era de se prever, todos à quem o jovem procurou se negaram a falar enquanto que em algumas das esquinas pelas quais passava, via oficiais de polícia acompanhando seu deslocamento durante a manhã inteira pela qual andou por Capurganá…
O investigador resolve chegar em comércios, bares, muito pouco se obteve, no máximo a maioria concorda que ouviram falar algo mas que creem ser apenas boatos para chamar a atenção para a cidade e trazer mais turistas… No entanto, se notava o medo nas pessoas, o sorriso nervoso, aquela sensação ambígua de “eu prefiro acreditar que é tudo mentira” e “não devo comentar nada senão vai sobrar pra mim”... Era visível essa expressão em cada frase dita ou em cada resposta obtida… Chegando à praia, era fácil também observar pessoas de visível poder financeiro se divertindo, a beleza do local era realmente exuberante e a vontade de crer que um lugar tão belo não comportaria tal terror era mais que bem-vinda, mas a mente do jovem investigador lhe dizia o contrário e insatisfeito com o que conseguiu até então, ele volta a andar pela cidade e desta vez dirige-se aos locais mais pobres da cidade…
Ruelas e casebres se estendiam por centenas de metros mato à dentro, uma boa parte dessas casas quase adentravam a selva no contraste de organização e recursos para a parte de praias e areias brancas frequentada pelos turistas... Um mundo à parte da Capurganá se mostrava diante do investigador, com cuidados e investimentos que iam na direção contrária de tudo que desfrutavam aqueles que lucravam com o turismo do local... A proximidade da vila com a floresta de Dárien, denotava um risco terrível ainda que não houvesse uma criatura medonha matando seres humanos e ainda assim, centenas de pessoas de todas as idades viviam ali… O jovem tenta conversar com os moradores, poucos se dispõe à falar, mas daqueles que conseguiu alguma informação, todos mencionavam El Silbón como o assassino, o homem que matou o pai e agora vaga como um monstro, carregando os ossos do genitor e arrancando de outros infelizes que surgem à sua frente… O povo humilde e pouco esclarecido daquele bairro pobre, realmente acreditava com todas as suas forças na lenda e todos temiam ser a próxima vítima, outros em alguns casos já se haviam sofrido tanto que conformavam-se com o provável destino que todos teriam… Uma das senhoras que se dispôs à falar, chorando e com revolta nas palavras exclamou:
“- O animal saiu da selva... Era grande, asas enormes, um pescoço que parecia sem fim… Voava baixo e quando nos demos conta, meu pequeno Uri já estava chorando em desespero, desaparecendo na garganta do monstro logo em seguida... El Silbón se converteu em um monstro, e levou meu querido neto… A polícia, o prefeito, ninguém fez nada... Qualquer um de nós poderá ser o próximo alvo de El Silbón…”
O jovem baixa a cabeça em respeito ao luto da pobre avó e nada podia fazer ou dizer que fosse minimizar sua dor… Os vizinhos aproximam-se, acodem a idosa em prantos e à conduzem para dentro de casa enquanto um outro senhor se aproximava, com voz humilde e respeitosa se dirigindo ao jovem:
“- Não somos uma prioridade para a cidade meu jovem… Somos apenas aquilo do qual a cidade não consegue se livrar, por isso não teremos ajuda, na verdade… Creio que esperam que El Silbón faça o trabalho por eles... Em breve algum de nós será a próxima vítima de El Silbón, então… Se puder não fazer mais perguntas, eu o agradeceria pois, ficar remexendo feridas tão dolorosas e incuráveis não é bem-vindo nesse instante… Se o senhor puder me compreender, eu agradeceria…”
Novamente o jovem se contorce em dor com as palavras, faz uma respeitosa reverência e vira-se saindo do local, com o coração pesado pela dor e perda daquelas pessoas desassistidas… O trajeto era curto, ele havia caminhado algo em torno de dez minutos e já estava quase ao centro da cidade turística, quando um grito de terror, vindo da rua da qual ele saiu cortou a noite alta, o fazendo voltar em velocidade extrema em direção ao local, mas ao chegar no mesmo, nada mais podia ser feito… Uma poça de sangue estava ao chão, os vizinhos choravam e gritavam enquanto uma sombra gigante desaparecia na noite trevosa e pedaços do corpo da senhora que havia acabado de falar com ele, chorando por seu neto perdido, estavam espalhados pela rua... Agora não eram mais parte da avó em luto, mas sim, restos da alimentação de um monstro… A cena era forte até mesmo para o jovem que tanto havia visto na vida já… O velho homem com quem havia conversado pede que ele vá embora, e assim ele obedece, ciente de nada que ele tivesse para oferecer seria útil naquele momento…
O jovem então com certa fúria o alimentando, mas também tomado pelo pesar e pela dor de nada ter feito pela senhora, perambula pelas vielas sujas e abandonadas enquanto o povo se ocultava e espreitava pelas frestas, todos em pânico, não só pelos ataques mas por saberem que estavam largados a própria sorte por aqueles que deveriam protegê-los… Na mente do jovem, fortes determinações se instauravam, ele cuidaria deles, ele patrulharia a noite toda e não deixaria mais ninguém morrer e, por um bom pedaço da noite até quase o sol raiar ele se manteve firme em seu propósito, embora não obtivesse sequer mais qualquer vislumbre da criatura aterradora… A sensação de fracasso era gigante e ele não conseguia compactuar com aquilo, não conseguia digerir o que ele considerava mais uma culpa sua… O sol raiou, o jovem chegou de volta à sua pousada, não tinha palavras para descrever a angústia que sentia.. O povo estava sofrendo, sendo assassinado e parecia que as autoridades preferiam não se manifestar nem permitir que o fizessem… Aquilo precisava mudar e ele iria resolver isso, custasse o que custasse… Exausto, ele tomou um banho e se jogou sobre a cama simples, adormecendo rapidamente e uma vez mais os sonhos estranhos com sombras o atacando de diversas maneiras permeava seu curto descanso…
Era próximo das doze horas quando o jovem finalmente despertou, sentindo o amargor de que, tudo que vira na noite passada não era um pesadelo e sim uma triste realidade… Com o peso da responsabilidade que ele se atribuía nas costas, vestiu-se e apanhou seu material de anotações, descendo novamente paras ruas, sempre vigiado de perto pelos policiais… Sem qualquer preocupação com os mesmos, ele senta-se à sombra de uma árvore na praça central revisando tudo e adicionando novas referências, até que uma criança, um pequeno garoto de não mais que nove anos chegou até ele… O jovem observou a criança, bastante magro e sujo, considerando que deveria ser alguém da parte pobre ou talvez, algum morador de rua... Instintivamente o investigador retira uma maçã da mochila oferecendo à ele: “- Está com fome?” O garoto o observa por alguns instantes e então escorrem lágrimas de seus olhos, enquanto o investigador se abaixa próximo a ele, questionando o que o fazia chorar, ao passo que o menino, após limpar as lágrimas comenta: “- O senhor é o tio que veio caçar o El Silbón? Ele matou minha mãe e eu não consigo vingar ela tio… Já procurei ele pela floresta, eu chamo ele mas ele não aparece… Você vai me ajudar a vingar minha mãezinha tio?”
O jovem então se compadece da situação e convida o pequeno a sentar-se com ele no banco da praça, pedindo que ele lhe contasse o que havia acontecido: “- Já fazem vinte dias tio... Ele não parece o El Silbón… Ele tem asas, um pescoço fino e horrível, sua cabeça é quase pontuda e ele caminha de um jeito assustador… As asas se misturam com as mãos e pés e seu grito faz o sangue da gente gelar… Minha mãe estava saindo comigo da faxina que ela estava fazendo, a gente tava quase chegando em casa então eu ouvi aquele grito assustador... Quando viramos ele vinha quase correndo em nossa direção… Minha mãe me empurrou para longe e ele à pegou… Segurou com as asas e a partiu em duas tio… Eu vi minha mãe morrer na minha frente tio, o sangue da minha mãe caiu em mi, e eu não pude fazer nada... Eu não consigo mais viver se não matar El Silbón tio… A polícia não quer caçá-lo e não deixa a gente pedir ajuda… O senhor vai me ajudar tio?”
Nisso um dos policiais que observava a cena desde antes, atravessa a rua não sem que o jovem o percebesse e ao se aproxima com olhar sério, sentencia: “- Não devia mentir para os visitantes Miguel, sua mãe morreu tem muitos anos e você vive contando essa mentira pra ganhar a confiança das pessoas e assim receber esmolas, refeições entre outros agrados… Eu já falei à você que isso é muito feio e sua mãe o iria reprovar se viva estivesse…” O menino se revolta, cospe em direção ao guarda e sai correndo, com lágrimas aos olhos… O jovem tenta deter o menino, mas o policial o interrompe e diz em troca: “- Venha comigo até a delegacia, se quer as informações verdadeiras sobre tudo, eu as tenho…”
O pequeno Miguel já havia desaparecido rua acima, restando ao jovem seguir o policial até a central, poucas quadras a frente de onde estavam, onde, assim que adentraram, foi convidado à sentar… Fora trazido dois copos com gelo e uísque, mas o jovem recusou a mesma… O homem da polícia então bebeu seu copo e se recostando para trás enquanto mais cinco policiais observavam a cena, iniciou: “- Veja… Não existem os tais ataques de El Silbón, ou qualquer outra criatura… As pessoas inventam coisas para chamar a atenção, a floresta de Darién inspira essas coisas e eles aumentam, modificam e iniciam essas situações… Somos uma cidade turística, muito conceituada, não queremos esse tipo de confusão aqui ou outros como você tentando contar uma história que não acontece…”
O jovem então franze o cenho como se discordasse completamente questionando: “- Mas as notícias no jornal, as pessoas encontradas mortas brutalmente, o próprio Miguel… A senhora que foi levada ontem diante de meus olhos na periferia... Tudo isso é inventando, senhor…” De pronto o anfitrião que ao que tudo indicava era o chefe ali, desfaz a postura escorada na cadeira para ficar próximo ao jovem, com ar de quem tentava intimidar: “- Gonzalez… Chefe de polícia Gonzalez.. E sim, tudo é invenção, de pessoas como você que vem aqui cavar histórias que não existem e tentar alavancar suas vendas de jornais e revistas às custas do sacrifício do ganha-pão de outros, tudo para se tornarem famosos… Não queremos isso por aqui e se eu o pegar de novo, incomodando os habitantes ou visitantes com esse assunto, você será expulso de nossa cidade… Fui bem claro senhor?”
Foi a vez do jovem sair do encosto da cadeira, aproximando-se do policial respondendo à ameaça com olhar sereno mas determinado e que poderia julgar o policial, de alguma forma, aquele olhar era ameaçador mesmo que ele não pudesse entender como: “- O mundo é bem mais amplo do que o senhor imagina Chefe Gonzalez, caso aqui não seja assim, informo que agir acima da lei contra alguém, sem uma acusação formal, baseada em provas, caracteriza abuso de poder… Tudo que conversamos está gravado neste dispositivo para não haver dúvidas…” O jovem ergue o pulso mostrando ao oficial o avançado comunicador em seu pulso, continuando logo em seguida: “- Importante também o senhor ter a noção, de que não sou um morador humilde de sua cidade, tenho respaldo para estar onde estou… Com um telefonema posso encher esta cidade de todo e qualquer tipo de autoridade e investigador, portanto, se tiver algo concreto contra mim, veja se tem sorte e tente me expulsar, até lá, mantenha-se longe de mim e do pequeno Miguel, chefe Gonzalez… Espero ter sido claro com o senhor também!”
O jovem investigador ergue-se saindo da delegacia deixando os demais policiais atônitos enquanto o chefe se remoía em sua incapacidade de contrariar as palavras do jovem que acabava de afrontar-lhe… Sem opções ou recursos, sem saber quem era de verdade o jovem e o que de fato ele poderia vir a fazer, Gonzalez nada pode fazer enquanto o investigador retornava à pousada! Enquanto caminhava, o jovem investigador mantinha a expectativa de ter recebido os retornos que pediu na noite passada e enquanto isso, ao longe, o pequeno Miguel o observava, assim como a força policial, por menor contingente que possuísse, sob ordens de Gonzalez, continuava à vigiá-lo ao longe, acreditando não ser notada pelo mesmo…
O jovem investigador adentra seu quarto, o notebook o aguardava sobre a mesa e uma mensagem insistente no canto inferior direito se manifestava no equipamento, solicitando sua atenção! O acontecimento pareceu agradar ao rapaz que prontamente clicou no mesmo fazendo um aceno de cabeça como se suas ansiedades tivessem sido atingidas… Novamente ele desce até o primeiro piso, compra alguns sanduíches e refrigerantes, voltando ao seu quarto onde decorreu a tarde toda analisando tudo que lhe fora enviado, respostas ao pedido que fez anteriormente ao homem de meia-idade no comunicador…
Relatos, informações, locais, datas, horários, circunstâncias… Fichas de vítimas, modus operandi, de pessoas relacionadas e testemunhas… O jovem foi inserindo todas aquelas variáveis em seu laptop, analisando cada um com cuidado, assim como conferindo os resultados e variantes para tentar encontrar uma pista, algo que explicasse de forma coerente, o que vinha acontecendo pelo mundo à fora… Tinha que existir uma explicação, fosse ela plausível ou fantástica, mas não havia a menor possibilidade de tudo isso começar a acontecer logo depois de tudo que ele testemunhou e participou… Aqueles ataques estavam de alguma forma interligados em algum sentido, e ele iria descobrir isso ou não teria mais paz em sua consciência… Aliado há tudo isso, o rapaz ainda busca em seu data-base pessoal informações de moradores conhecidos da região, cruzando informações e tentando assim, comprovar a tese que ele sustenta ser a verdadeira, em uma busca insana por acalmar seu interior com relação aos acontecimentos...
As horas transcorreram mais rápido do que ele queria, já se aproximavam das dezenove horas quando o jovem aciona um sistema de gravação em seu laptop e começa a fazer seu resumo de tudo que havia organizado, para posterior arquivo ou análise… "- Os ataques aconteceram em número de doze até agora… Eles estão espalhados pelo mundo, não existem mais de um monstro atacando em cada lugar até o momento… As vítimas, nada tem em comum, nenhum traço em suas fichas ou vidas os mostra com alguma similaridade maior que vinte por cento, ou seja, não há um padrão para as vítimas… Lugar errado, hora errado, simples e puramente até então… Os ataques não apresentam repetição em suas ações exceto brutalidade e ausência de qualquer padrão em cada uma delas… Também não há repetição entre a aparência física das criaturas, já foram mencionados lobos, serpentes, lagartos, criaturas aéreas e terrestres, não existe um padrão entre suas formas além da cor de trevas e a espécie de névoa obscura que liberam enquanto agem... Já as vítimas geralmente são dilaceradas, algumas tem apenas pedaços de carne arrancadas, outras quase ficaram somente restos de ossos… Algumas tem membros ou partes do corpo faltando, outros apenas ataques fatais como pescoço ou abdômen… Os ataques em geral acontecem de noite e seja qual for dos atacantes não tem qualquer preocupação em ser visto, como se não ponderasse entre ações e consequências delas… De todos os ataques, apenas três até agora tiveram a criatura abatida e aqui, entram alguns relatos estranhos… São poucos que foram coletados logo após os ocorridos e depois, mesmo procurados outra vez, quem fez tais descrições passou a negá-los como se nunca os tivesse feito e evitam falar do assunto novamente… Essas poucas pessoas em suas declarações iniciais e agora negadas, alegaram que os seres, após abatidos, se desfizeram em uma densa nuvem escura desaparecendo nos céus e que no lugar do monstro, ficou o cadáver de um ser humano…”
O jovem para por um instante sua gravação, salva o vídeo e o envia para armazenamento, tomando um gole de refrigerante e ligando novamente o dispositivo para concluir seu registro: “- As pessoas que narraram esta situação, deram nome às pessoas que ficaram no local do monstro abatido, nomes que depois não foram mais mencionados mas que através do nosso sistema consegui localizar… Essas pessoas realmente estão desaparecidas, ou não foram encontradas nos locais onde deveriam morar, ou seja, não existe uma história inventada ou alucinação coletiva, pessoas dos locais onde houveram ataques sumiram e, algumas delas estavam mortas no local onde deveria haver uma criatura abatida… Suas mortes foram de ferimentos idênticos ao que as criaturas sofreram… E um último ponto e talvez a única coincidência comprovada nesse caos todo… Todos os três mencionados como hospedeiro das criaturas, tinham extensa atividade maldosa em suas vidas… Sequestros, assassinatos, assaltos, agressão, corrupção entre outros…”
O jovem então pensa por alguns segundos, sua expressão demonstrava sua preocupação com tudo, mas acima disso, demonstrava sentir-se culpado pelo que estava acontecendo… Determinado, ele olha novamente para o laptop e conclui sua mensagem: “- Minha teoria é de que pessoas com afinidade com o mal foram envolvidos por aquela escuridão e deram vazão aos monstros que existem dentro deles… Essas criaturas atacam à noite fazendo vítimas unicamente para diversão ou alimento… Esta noite eu irei caçar esta criatura e irei confirmar se tudo que estou cogitando aqui é verdade… Existe uma criança nessa cidade que está fazendo isso sozinho e eu irei impedir que ele se torne uma nova vítima… Se eu por ventura não voltar pai, saiba que nossa missão está incompleta e devemos agir novamente!”
O jovem de traços orientais encerra a gravação e envia os arquivos para seu sistema de backup fechando então o laptop… A noite seria longa, ele pretendia não voltar dela de mãos vazias… Recostando-se na cama ele cerra os olhos buscando um sono reparador para se preparar para a ação da noite e em seu íntimo, nesta noite ele ficaria finalmente cara a cara com o que quer que fosse que estava possuindo pessoas pelo mundo, e entenderia se ele era o responsável ou não por tudo aquilo!
A noite chega, a umidade da chuva que havia caído durante a tarde unida ao calor dos últimos raios de sol criou uma névoa densa na cidade que parecia anunciar as tragédias que viriam naquela noite fatídica… O jovem desce as escadas e começa à caminhar pelas ruas da cidade, buscando locais que naturalmente ficariam mais escuros ou menos movimentados naquele momento… Pela lógica que traçou, a criatura não tem receio às multidões, seus ataques acontecem em locais inesperados e de maior facilidade de resultado positivo, o que significa que ele não escolhe um local, ele simplesmente ataca o que estiver à disposição, agindo como um predador, retornando logo às sombras… "- Na praia, seria difícil chegar e sair sem receber qualquer tipo de ataque então creio que ele vai em busca de pessoas desavisadas pelas sombras mesmo como fez com todos os outros... Hoje, você será caçado monstro maldito..."
Observando o soldado da polícia que o acompanhava ao longe, mesmo que o soldado não percebesse estar sendo notado, o jovem dobra à esquerda na próxima rua e, longe da visão de todos executa um salto poderoso, subindo algo em torno de quatro metros com um único impulso, pousando perfeitamente sobre um telhado, onde deitou-se sobre o mesmo e ficou a observar a reação do soldado na rua abaixo… O pobre policial fica pasmo, corre para um lado, corre para outro, não sabia o que pensar da situação indo em direção à outra esquina buscando por alguma resposta… Sorridente, o jovem se ergue e começa à deslocar-se por sobre as casas de forma sutil e silenciosa, avançando longe de olhos curiosos até o ponto que julgou mais promissor para iniciar sua caça… Com um novo salto perfeito, assim que chegou à última casa antes da praça onde sentou-se antes com o pequeno Miguel, o jovem pousa ao chão, correndo para ocultar-se nas sombras e aguardar por algum sinal da presença da criatura…
O denso nevoeiro dificultava a visão, mas todos os seus sentidos estavam direcionados para, ao menor sinal de algo errado perceber tal acontecimento, porém o que primeiro surgiu à sua, fora o pequeno Miguel, avançando pela praça sozinho, indo em direção ao lado mais escuro da mesma que quase misturava-se com a selva poderosa que seguia metros adiante… O jovem investigador fez menção em seguir a criança rapidamente mas pressente o deslocamento de ar poderoso, algo vinha de encontro ao garoto e tudo que ele visou naquele instante, foi a segurança do pequeno! Com um movimento vertiginoso e preciso, o jovem se lança, apanhando o garoto no momento exato em que golpes de garras deixam de acertar Miguel e atingem suas próprias costas, abrindo ferimentos superficiais na mesma…
Com um rolamento ele consegue proteger o garoto entre seus braços enquanto se põe para fora da praça, automaticamente ficando na entrada da selva, um local mais perigoso ainda era fato, mas era a ação única possível para tirar o pequeno da linha de ataque. O jovem olha nos olhos do garoto, acreditando o mesmo estar em pânico, mas a reação foi totalmente inesperada… Com a força que tinha, o garoto se livra dos braços de seu salvador e grita furioso: “- Você não acreditou em mim tio… Ninguém acredita… Mas agora eu sei onde aquele bicho está, ele voou pra dentro da mata e eu vou vingar minha mãe com isso aqui!”
Uma barra de ferro enferrujada é ostentada pelo menino em suas mãos, que correndo adentra a mata antes que o jovem investigador pudesse detê-lo, surpreso ainda com a reação apresentada pela criança! Observando rapidamente ao seu redor em busca do próximo ataque, o jovem sentia suas costas arder, o ferimento embora não fosse fatal havia machucado bastante, mas agora salvar a vida do pequeno Miguel era tudo para o jovem tinha em mente, embora soubesse que precisava ser cauteloso para estar vivo até poder confrontar a criatura, não poderia ser pego desprevenido de novo ou ele morreria antes de salvar o pequeno Miguel!
O jovem ganha a mata correndo, o pequeno Miguel era rápido, por vezes aparecia metros à frente correndo e então desaparecia de novo, era difícil guiar-se pelo local, mas devido seu tamanho reduzido, Miguel tinha mais vantagens e avançava ganhando distância entre eles! Súbito, um bater de asas, o breu completo à frente enquanto o jovem corria e eis que se houve o grito furioso do pequeno Miguel, indicando claramente que este havia se lançando em ataque como prometeu há pouco… Enquanto corria, o jovem investigador levemente olha para trás e grita: “- Se tem amor à sua vida retorne policial… Não creio que possa enfrentar o que nos aguarda a frente… Salve sua vida…”
O policial que embora surpreso ao descobrir que quem ele perseguia havia notado sua presença, não estava disposto à enfrentar a fúria do chefe de polícia Gonzales novamente caso ele deixasse o estrangeiro desaparecer de novo, e por isso, embora completamente aterrorizado, ele seguia atrás do salvador do menino como podia, esforçando-se para não perdê-lo de vista em nenhum momento…
A dupla então, com o jovem pouco mais à frente apenas, corre como nunca mas infelizmente chegam há tempo apenas de ver o trágico final… Uma criatura idêntica ao ser chamado quetzalcoatlus que viveu há oitenta e quatro milhões de anos atrás, porém de garras bem mais avantajadas e feito com se de uma matéria sombria, ostentava o corpo do pequeno garoto em suas duas garras ainda em pânico, cabeça e ombros na mão direita, pernas na mão esquerda, como se tivesse aguardado o jovem investigador chegar para seu cenário bizarro… O monstro guincha e dispara uma rajada de líquido negro e pegajoso na direção do policial enquanto o oriental se arremete contra ele tentando tirá-lo da linha de ataque, sendo então que ele próprio é banhado pelo líquido e rapidamente sua musculatura começa a se enrijecer e travar impedindo que ele faça qualquer movimento, por mais que forçasse seu corpo…
Na sequência, como se satisfeito com o resultado, o monstro então força as mãos em sentido contrário e, em uma cena macabra, rasga o corpo do pequeno Miguel ao meio diante dos olhos atônitos do investigador e do policial, causando sobre ele mesmo uma chuva torrencial de sangue oriundas das metades separadas da pequena vítima... Com vagar o monstro engole na sequência, de uma só vez a metade do corpo que repousava em sua garra direita, arremessando fora a outra parte, deixando toda a cena ainda mais tenebrosa do que já estava sendo…
Colocando seus braços que também eram asas de modo horrendo no chão, a criatura avançava em direção a eles lentamente enquanto que algo estranho começou a acontecer com o jovem investigador… Alheio a tudo aquilo, o policial Fernandez saca sua pistola e atira até descarregar sua munição completamente, mas parecia que a criatura se tornava gás no momento dos disparos ficando apenas seus olhos vermelhos à se manterem firmes em meio a escuridão… Uma vez mais o jovem investigador, dessa vez como se estivesse controlando algo dentro de si, pede: “- Fuja… Agora… Salve sua vida…”
O oficial tenta fugir aterrorizado com tudo que viu mas quando se vira de costas para sair em disparada, foi como se fosse atingido por um aríete, que na verdade eram as garras do monstro, cruzando as distâncias entre os dois, encravando-se exatamente sobre a medula espinhal da nova vítima., que bradando por socorro em sua agonia, foi perdendo as forças à cada nova tentativa de falar… Bastou um esforço mínimo para que uma boa parte da coluna vertebral e seus sistemas nervosos saíssem junto com a garra recolhida de dentro do corpo de Fernandez, deixando o cadáver ensanguentado do policial ao chão, em espasmos já não mais sentidos pelo jovem oficial de polícia…
O “reinado” da criatura parecia absoluto visto que devido ao veneno da saliva arremessada sobre o jovem investigador o monstro considerava que teria sua terceira vítima, porém um urro abafado de esforço começou a emanar, uma evaporação começou pelo corpo do jovem e logo em seguida, com o aumentar do urro que começava à se tornar abrangente pela floresta, os olhos do mesmo fendem-se como de um réptil e uma explosão de terra, fogo e calor acontece, impedindo que o monstro conseguisse ver o que estava a acontecer… A próxima sensação da criatura foi seu abdômen sendo atingido violentamente para logo em seguida ser jogado contra as árvores próximas pelo ataque inesperado e brutal…
Diante do monstro, a imagem do jovem investigador novamente surge, dessa vez envolto por uma mescla de coisas que pareciam os elementos do planeta, era como se terra, água, fogo, ar, relâmpagos e luz o rodeassem de uma forma inexplicável, ao passo que ao mesmo tempo e sem qualquer aviso, um grande vento invadiu o local, sendo o monstro arrebatado contra as árvores locais ficando imóvel, tamanha era a pressão exercida sobre ele! Em meio aquele poderoso tufão, apenas o jovem, envolto por essa grande energia, se mantinha de pé... O oriental enfurecido cruza os braços ao peito, os abrindo logo em seguida de forma vigorosa como se recebesse algo que se direcionava à ele como uma feixe de luz, emergindo então da escuridão como um poderoso clarão vermelho de energia...
Assim que os ventos cessaram, o monstro não mais poderia reconhecer o jovem à sua frente, pois agora, trajando uma vestimenta vermelha com protetores metálicos, ele deixava de ser apenas um ser qualquer para se tornar aquele que finalmente o enfrentaria em uma batalha mortal… Caminhando lenta e ameaçadoramente, o agora guerreiro aponta o dedo para o monstro sentenciando: “- Matar pessoas por diversão... Afrontar suas vidas, causar-lhes medo... Tudo para sentir essa falsa alegria que corrompe sua permissão à ser considerado digno de viver entre os humanos... Eu agora sou a linha de frente de defesa destas pessoas, não vou permitir que continue a viver depois do que fez! Pelas pessoas abandonadas pelo governo egoísta e corrupto desta cidade que permitiu tal atrocidade, eu irei te destruir pedaço por pedaço, MALDITO!!”
Como um míssil, o guerreiro vermelho avança em fúria executando um pequeno impulso para colocá-lo na altura de seu alvo em pleno deslocamento e então o ataque se inicia… O punho direito do jovem se choca contra o peito gigante do monstro sombrio, fraturando diversas de suas costelas em um único ataque o arremetendo para trás com brutalidade por entre a selva densa, pousando o guerreiro ao chão com destreza incrível, olhando novamente para a criatura, tendo deixado explícito que sua ação estava apenas se iniciando….
“– Irracional ou não, controlado ou não, essa matança termina agora… Eu vou vingar Miguel… Sua mãe… E todos os outros... PREPARE-SE!!”
O guerreiro vermelho então desaparece, reaparecendo logo em seguida diante do monstro de trevas que começa à se reerguer, derrubando árvores com sua força monstruosa, mas novamente pego de surpresa, recebe em cheio um poderoso upper que atinge violentamente a parte de baixo do crânio do mosntro o arremetendo as alturas! Com vigor e poder incrível, o guerreiro vermelho se lança até o monstro, o acompanha no voo sem controle, indo inclusive mais alto que a próprio criatura, o atingindo uma vez mais ao crânio, dessa vez de cima pra baixo com as duas mãos unidas, o arremetendo com violência ao solo onde se estatelou com brutalidade por entre a vegetação intensa do local onde lutavam… O monstro, mesmo ostentando a névoa negra e uma pele resistente, ainda assim sentia o poder dos impactos e não sabia entender ou não expressava tal entendimento, de como mero humano estaria fazendo aquilo com ele, de qualquer forma, era notável que por algum raciocínio ou herança genética, de alguma forma em seu íntimo, o monstro por alguma razão temia em travar aquele combate…
O guerreiro por sua vez, erguendo levemente as suas duas mãos a altura do peito assumindo uma pose similar a um lutador de boxe, para por alguns segundos e convoca o monstro à se erguer e vir para o combate novamente, encarando-o por debaixo de seu capacete com seus olhos fendidos e expressão nada amistosa... O monstro por sua vez, acreditou que poderia, apesar de tudo que já havia acontecido, encarar o desafio e dar fim a este inimigo como fez com suas demais caças, se lançando então furioso contra o jovem que, aparentemente calmo, aguardou até o último segundo quando então bradou:
“ – DRAKO-GLADIATOR!!”
O guerreiro puxa seu punho direito para trás o arremetendo à frente novamente com força, mas agora suas mãos estão envoltas em escamas vermelhas com garras e labaredas que as revestiam de forma incrível, dando-lhe nova extensa proteção e poder... Com uma velocidade muito acima de qualquer artista marcial, o guerreiro se lança contra o monstro onde se podia ver a evolução que o poder invocado havia lhe proporcionado… Seus golpes se multiplicavam, seus impactos eram possantes, suas investidas certeiras e seus chutes, apesar de não possuírem escamas como os punhos, ainda assim eram devastadores. Como o mais hábil guerreiro que parecia dominar qualquer estilo de luta, o jovem desferia golpes que agora não apenas quebravam ossos mas perfuravam, rasgavam e mutilavam... Se visto de cima, parecia que o jovem era incrivelmente composto por mais pernas e braços do que ele realmente tinha e a de maneira alguma a criatura conseguia acompanhar ou prever seus movimentos poderosos e destrutivos, acumulando ferimento atrás de ferimento até que repentinamente o guerreiro se arremete para trás com um salto rotatório perfeito, pousando de forma pesado ao chão e socando o solo no mesmo instante com seu punho direito criando uma explosão ígnea que avançou rumo ao monstro com poder descomunal atingindo-o com um calor e explosão imensurável que literalmente o mandou rodopiando pelos ares, já sem suas asas, que foram totalmente destruídas, vindo a cair logo em seguida, pesadamente ao chão metros adiante…
O monstro então, mesmo cambaleante e praticamente destruído, se ergue uma vez mais em fúria e tenta se recompor… Ele urra, ele tenta fazer algo para se manter superior a quem o estava praticamente destruindo, quando o jovem responde a sua tentativa de continuar a espalhar sua destruição e morte pelo mundo, se lançando como uma locomotiva contra o local da explosão e um novo impacto que aniquilaria qualquer ser vivo é desferido! Naqueles segundos finais, naquele momento derradeiro antes que o punho em chamas e revestido de escamas e garras poderosas perfurasse o peito gigante da criatura, uma última frase é dita pelo guerreiro vermelho:
“- Seja você quem for… Individualidade ou mesmo coletividade… Não importa onde esteja… Eu vou te achar, e te eliminar… Você não vai recomeçar seu império através de suas sombras… KEMONO!”
O impacto acontece, as árvores e vegetações são arremetidas para longe, a poeira e detritos da selva começam à deixar de obstruir tudo com o passar dos segundos enquanto um clarão vermelho toma conta do lugar e o guerreiro dá novamente lugar ao jovem investigador… Arfando e bastante incomodado com tudo que aconteceu, com seus sentidos ele busca pelos restos de Miguel e percebe que tudo fora incinerado, até mesmo o corpo do policial Fernandez, porém, poucos metros à frente de si, jazia inerte e carbonizado em várias partes, exalando ainda a névoa sombria que começava à subir aos céus e desfazer-se, com uma perfuração ao peito denotando ser o hospedeiro do monstro, o chefe de polícia Gonzalez, confirmando todas as suspeitas do jovem, que instintivamente baixou a cabeça, pedindo perdão à Miguel, sua mãe e todas as demais vítimas…
O investigador então vira-se e começa a sair do local, a chuva começa a cair enquanto ele abre seu brace iniciando não a conclusão do caso, mas o início de uma nova investida que deveria ser tomada o quanto antes... Suas palavras firmes mas carregadas de dor, preenchiam o ambiente:
“- Pai… Infelizmente eu estava certo… O policial Gonzalez tinha extensa ficha de corrupção, tortura e até estupros… A maldade puxa a maldade… As sombras de Kemono exaladas naquela nuvem foram atraídas à pessoas com um interior tão maligno e frio como o das sombras… Nossa batalha ainda não terminou… Eu vou encontrar esses monstros e destruir todos eles, vou completar aquilo que iniciamos, eu prometo!”
O jovem Ryuichi Tsurugi segue em direção à cidade e o mal que assolava o mundo, agora tinha um inimigo à altura!
FIM?
Galeria de imagens:
O Quetzalcoatlus (Quetzalcoatlus northropi):
Pterossauro gigantesco, com uma envergadura de quase 12 metros, era umas das maiores criatura voadoras de todos os tempos. É o último pterossauro conhecido, que viveu há aproximadamente entre 68 e 66 milhões de anos atrás, sobrevivendo até mesmo ao fim do período de Cretáceo (Maastrichtiano), na América do Norte. Apesar de seu tamanho enorme, o animal inteiro provavelmente pesaria aproximadamente 100 quilos apenas, sendo excelente planador, capaz de cobrir grandes distâncias em um voo único. Seu pescoço era extremamente longo, suas mandíbulas eram esbeltas com dentes afiados provavelmente para pegar peixes, mas acredita-se que ele deveria comer carne de dinossauros e outros animais mortos que encontrasse. Douglas Lawson foi o primeiro a achar um fóssil de Quetzalcoatlus, no parque nacional de Curva Grande no Texas, E.U.A.. Ao contrário da maioria dos outros fósseis de pterossauro estes restos não foram achados em estratos marinhos mas na areia e lodo da planície inundada de um grande rio. O fato de os Quetzalcoatlus terem um pescoço longo e que ele podia planar incitou a ideia que ele poderia ser como um abutre e poderia se alimentar tranquilamente de corpos em decomposição de dinossauros mortos., porém alguns paleontologistas, notando as mandíbulas esbeltas e longas sugerem que sondasse rios, pântanos e lagoas para comer moluscos e crustáceos. Outros já pensam que ele voava baixo em cima dos mares rasos e mornos para pegar peixes na superfície. Lawson nomeou o Pterossauro com o nome do deus da serpente emplumada dos Astecas, por o nome Quetzalcoatl.
Dados do Pterossauro: Nome: Quetzalcoatlus Nome Científico: Quetzalcoatlus northropi Época: Cretáceo Local onde viveu: América do Norte. Peso: Cerca de 100 quilos Tamanho: 12 metros de envergadura. Alimentação: Carnívora
Vislumbres da cidade de Capurganá - Colombia:
A temida Floresta de Dárien:
A histórica Região de Darién ou Tampão de Darién, abarca a província panamenha de Darién, as comarcas indígenas de Kuna Yala, Madugandí, Wargandí, Emberá-Wounaan, os distritos de Chimán e leste de Chepo, todos no Panamá, e o norte dos departamentos de Chocó e Antioquia, a oeste do golfo de Urabá, na Colômbia. Tem cerca de 160 km de comprimento e 50 km de largura. É banhada pelo golfo de Darién e pelo golfo do Panamá. É uma área selvagem, no limite da América Central e América do Sul. Ainda hoje em dia não há vias terrestres de comunicação que atravessem a região. Nela se interrompe a Rodovia Pan-americana, que liga a maior parte dos países das Américas. A região inclui dois parques nacionais: o Parque Nacional de Darién do Panamá e o Parque Nacional Los Katios da Colômbia. Devido às dificuldades de comunicação e acesso, é ainda uma zona de atividade de dois grupos rebeldes colombianos: as Autodefesas Unidas da Colômbia, de extrema-direita, e o Exército de Libertação Nacional, de extrema-esquerda.
Mais uma lenda parte de nosso orbe terrestre para viver eternamente em nossas lembranças e corações... Foi noticiado, infelizmente, pela Asai.com, que um dos ícones da família Ultraman acabou nos deixando dias atrás... Trata-se do ator Masanari Nihei, mais conhecido por seu papel como Mitsuhiro Ide na série Ultraman (1966)... Ele morreu em 21 de agosto devido a uma pneumonia, no auge de seus 80 anos e seu funeral, como é de costume, foi realizado por seus familiares em total privacidade...
Antes de Ultraman, Nihei começou com um papel menor no filme Mothra (1961) mas também apareceu em 3 episódios de Ultra Q com um papel diferente em cada episódio. Depois de Ultraman, ele ainda desempenhou papéis em várias produções tokusatsu de Tsuburaya, como Ultraseven, The Ultraman, Ultraman Max, Ultraman Zearth, Cho Ultra 8 Kyodai, Kaiju Booska e Mighty Jack. Nihei também fez vários papéis convidados no tokusatsu da Toei, nomeadamente Uchu Tetsujin Kyodain, Seiun Kamen Machineman, Kyoju Tokuso Juspion e Tokkei Winspector.
Nihei em Ultraman (1966) como Mitsuhiro Ide:
Em Jaspion seu papel com certeza será recordado ao se lembrar do repórter que queria mostrar ao mundo a atração de Sion, o monstro que mais conquistou os corações dos fãs por ter um destino triste ao final do episódio!
Mas sua marca maior sem dúvida alguma sempre será o lendário Ide, inventor, esperto, dedicado, amigo, leal, atrapalhado e muitas vezes emotivo, mas que com certeza nos trouxe os melhores momentos da saga Ultraman, principalmente para aqueles que puderem acompanhar a saga na íntegra e interligar e degustar seus acontecimentos!
Como fã da família Ultra, conversando com um amigo outro dia debatíamos sobre como era triste saber que este momento estava chegando, diversos atores e atrizes que nos encantaram em décadas passada estão atingindo idade elevada, e em breve teríamos de passar pela triste sensação de vê-los partir... Desta vez foi nosso querido Ide, que agora vai criar inventos formidáveis e inimagináveis em M-78, provavelmente como assistente de Ultraman Hikari, o maior cientista do planeta de luz...
Dono de um sorriso e expressão facial inconfundíveis, esse personagem, esse ator, encantou por onde passou e hoje, fica sua lembrança e seus ensinamentos, o primeiro personagem à questionar se realmente era necessário matar todos os monstros que surgiam e isso, marcou muito, pelo menos para mim... Que brilhe a estrela de ultra nos corações de todos aqueles cujo valoroso Ide deixou saudades, que essa luz maior possa confortar o coração de familiares e amigos, e que sua nova jornada comece repleta de alegria, luz e bons sentimentos, que foi exatamente o que ele deixou para quem conviveu com seus fantásticos personagens!
Eram aproximadamente duas horas da manhã quando o Nissan Versa vermelho estacionou em frente à uma espécie de galpão ou fábrica semi-abandonada, nas proximidades de Devonshire Street, em Los Angeles, CA, EUA. Enquanto seus ocupantes desembarcavam, era possível a eles observar dois carros estacionados no local igualmente... Uma utilitário Cartax amarelo com marrom cheia de papéis e equipamentos em seu porta-malas, demonstrando estar bem surrada e utilizada... O outro, um carro sport preto, em bom estado… Hawke é o primeiro a observar todo o cenário e disparar um comentário: “- Está realmente certo de que aqui poderemos conseguir a ajuda para achar nosso assassino ou finalmente você perdeu o juízo e não está mais regulando bem Arcanjo?”
O homem trajando impecável veste branca acompanhado de sua assistente igualmente trajando branco, faz uma expressão de que aquele comentário não era bem recebido e na mesma “acidez”, devolve: “- Saiba senhor Stringfellow Hawke, que suas costas estão quentes porque eu existo, então trate de baixar sua bola e seguir meus conselhos, afinal, sem mim nem no Airwolf você teria chegado!”
Hawke segue à observar tudo como se não desse a mínima para o comentário de Arcanjo, ao passo que tentava encontrar algo que mostrasse como aquele lugar escondido e aparentemente abandonado poderia ajudá-los em seu caso! Dominic então toma a palavra e questiona também: “- Arcanjo, eu preciso concordar com Hawke, você nos disse que tinha operativos aqui que poderiam ajudar, mas isso não parece uma agência da CIA, só parece um galpão velho…”
Caitlin era quem agarrava o braço de Dominic e com certo receio comentava: “- Sem falar que parece que a qualquer momento poderemos ser assaltados, isso aqui me dá arrepios! Aonde temos de ir afinal?” Arcanjo meneia a cabeça discordando de todos aqueles comentários, mas seguia em direção da única porta que ali existia, abrindo a mesma enquanto explicava: “- Sim, claro, como se todas as instalações secretas da CIA fossem abertas ao público para visitação e com uma fachada escrito “entrem, projeto secreto em andamento, venham ver”... Faça-me o favor… Vamos, entremos em silêncio, Norman é bastante, digamos, metódico…”
O grupo foi adentrando o local e em poucos segundos andando pelo ambiente pouco iluminado, se notava existir uma plataforma com um leitor de cartão de segurança, onde Arcanjo desliza seu dispositivo pessoal e então a porta se abre, dando acesso à um corredor longo que descia lentamente em uma via pouco iluminada também... Ao fundo se notava uma luz forte que emanava indicando haver uma nova sala e de lá, vozes se ouviam… O grupo ia seguindo a frente enquanto prestava atenção no que diziam as vozes:
“- Normam, o que eu quero saber é porque eu tenho de estar aqui as duas da manhã pra receber um monte de engomadinhos do governo… Você sabe que eu detesto federais, eles arquivam casos, estão sempre envolvidos em problemas e quem se lasca resolvendo isso é o pessoal aqui do baixo escalão…”
“- Jesse, isso é uma ordem de alto-escalão, a pessoa que pediu isso é que está diretamente acima desse projeto, e você está nele, se quiser continuar à pilotar, vai ter de esperar… Simples assim…”
“- Aposto que são todos altos, de ternos com ombreiras, com óculos escuros, esfregando a identidade em nossos rostos e querendo impor jurisdição, quanta originalidade, eu não tenho a mínima paciência pra isso, se precisar de um piloto, me chame, até lá, eu vou dormir!"
O grupo que acabara de desembarcar então chega à sala, no exato momento que uma das pessoas que ali estava se preparava para sair enquanto a outra tentava convencê-lo a ficar… Ao avistarem-se, o grupo que chegava se deteve e ficou esperando a recepção, enquanto o homem que tentava trancar a saída do outro, se levanta de sua cadeira rapidamente indo em direção ao grupo recém-chegado... O jovem de cabelos castanhos que se preparava para sair, diante da cena deteve seus movimentos e aguardou o desenrolar das situações...
Calvo e magro, mas com uma cortesia muito grande, o homem que foi em direção do grupo, estende a mão para Arcanjo que retribui o cumprimento exclamando: “- Parece que mesmo nesses dois anos de missões, Jesse ainda não está domesticado Norman?”
Norman satisfeito, sorri e praticamente esquece da discussão há pouco tida com o jovem piloto e, recepciona Arcanjo: “- É um satisfação que esteja aqui senhor Arcanjo, veja, Jesse é intempestivo, eu fui o primeiro a querer que ele não fosse o escolhido, o senhor sabe, mas… Eu tenho de reconhecer, ele é o melhor no que faz, então… Não dá pra exigir perfeição e ser bom em tudo!”
Jesse baixa a cabeça e dá um sorriso amarelo, se adiantando e oferecendo a mão em cumprimento, desculpando-se: “- Me desculpe por qualquer coisa que tenha ouvido… Eu tenho dormido pouco… E Norman deu poucas informações então…”
Arcanjo sorri, aperta a mão e explica que está tudo bem, partindo para o que realmente importava naquele momento: “- Pessoal, vamos direto ao ponto, estes são Dominic Santini, Caitlin O´Shannessy, minha assistente Marella e Stringfellow Hawke, a equipe do Airwolf… Equipe do Airwolf, estes são Norman Tuttle e Jesse Mach, os responsáveis por implementar nesta cidade o falcão das ruas…”
Curioso como sempre, Dominic foi o primeiro a questionar, do que se tratava o projeto falcão das ruas e Norman, observando sua chance predileta surgir diante dele, explanar, toma a palavra e leva todos para a central de controle, abrindo o compartimento e mostrando o que ali se encontrava, para espanto de cada um deles, inclusive de Hawke que apesar de não demonstrar, estava também impressionado…
“- Este é o falcão das ruas ou como seu nome operativo está registrado no sistema, o StreetHawk! Uma motocicleta de caça e ataque para qualquer tipo de terreno projetada para combater o crime urbano, capaz de velocidades incríveis de até quinhentos quilômetros por hora, imenso poder de fogo e evasão aprimorada. Projeto ultrassecreto do governo, sua velocidade máxima sem o HyperThrust ultrapassa os 300 quilômetros, além de possuir armas como canhões a laser, metralhadoras, lançador de foguetes entre outros! Possui câmeras infravermelhas, sistema de elevação vertical de ar comprimido, capacidade dentro e fora de estrada… Uma verdadeira ave de rapina sobre rodas!”
Dominic se impressiona com a demonstração, mas ao mesmo tempo, tal qual Norman tinha em StreetHawk uma espécie de filho, Dominic tinha no Airwolf semelhante sentimentos e com uma expressão de poucos amigos fala baixinho para si mesmo: “- Ora seu exibido…” Logo ele desfaz a expressão e sorrindo e um tanto sem graça por ter ao mesmo tempo ficado impressionado mas querendo demonstrar que seu “filho” ainda era o melhor bate palmas para Norman que sorria como nunca enquanto Arcanjo completava:
“- Uma vez que as devidas apresentações foram feitas, vamos ao assunto primordial! Precisamos localizar um assassino do tipo que usa tecnologia para matar… Não podemos levantar suspeitas de nossas ações ou demonstrar à ele o que estamos fazendo, ele tem olhos por todos os lados e estar à frente dele poderá significar muitas vidas salvas… Hawke irá explicar do que se trata e depois iremos planejar como localizar este meliante!”
Hawke avança pelo local e parando ao centro de todos, demonstrando pouco interesse em estar ali elucida: "- Existe um assassino escondido aqui nessa cidade, matando pessoas com um helicóptero comandado à distância… Temos a triangulação e queremos localizá-lo para que eu possa destruí-lo… Mas sinceramente, não sei se vocês tem o que precisamos para ajudar... Uma moto super veloz? O que faremos com isso?"
Hawke demonstrando estar sem paciência para aquilo faz menção de se retirar, e é então que Jesse finalmente se manifesta entrando na frente de Hawke e detendo seu movimento barrando sua passada… Hawke remove os óculos escuros e os dois se encaram, quando o jovem piloto dispara: “- Parado aí meu chapa… Fazem dois anos que viemos trabalhando com muito esforço e dedicação para sua agência, então não venha menosprezar o trabalho do Norman e o meu… Se vocês estão aqui agora é porque seja lá o que for a equipe Airwolf vocês não conseguiram resolver seus problemas então enfie suas bravatas no bolso e aceite nossa ajuda ou volte para onde você veio com o rabo entre as pernas como chegou aqui…”
Os dois ficam então a se observar até que Arcanjo intervém separando os dois, ao passo que Hawke se retira da sala e volta para o veículo do lado de fora, apenas dizendo uma última frase ao sair: “- Dom, Caitlin e Arcanjo tem todas as informações que precisam, minha função não é ficar aqui paparicando marmanjos... “
“- Ora seu…” Jesse é detido pelos demais e Arcanjo é quem explica a situação de Hawke, desde sua personalidade, trajetória, perdas e agora, a possibilidade de seu irmão estar vivo e em cativeiro, ou seja, seu envolvimento com o assunto, ao passo que Norman e o próprio piloto do StreetHawk conseguem compreender um pouco melhor a situação… “- É por isso que na polícia quando você está envolvido com um crime emocionalmente você não pode participar das investigações… De qualquer forma isso não dá a ele o direito de menosprezar o StreetHawk… Vamos mostrar a ele que podemos cumprir esta missão de maneira que ele sequer imagina!”
Arcanjo então se une à Norman, Dominic e Caitlin, acompanhados do suporte de Marella enquanto Jesse se afasta deles e vai para a rua atrás de Stringfellow... O jovem detetive surge através da porta e avista o veterano a olhar a noite pensativo… Hawke o observa e vira-se para onde estava a olhar de novo, ignorando completamente a chegada do mesmo... Jesse então toma a iniciativa e se aproxima, argumentando:
“- Acho que começamos com o pé esquerdo… Eu não sabia do seu irmão, me desculpe pela reação… Eu perdi um amigo para um criminoso, era como um irmão pra mim e quebrei todas as regras para vingá-lo também… Estou disposto à fazer o melhor que puder para que possa encontrar seu irmão…”
Jesse estende a mão para Hawke que vira-se, olha para ele e pensando um pouco sobre tudo, responde ao gesto completando: “- Estou cansado, quase fui devorado por leões e ainda tem um maluco matando pessoas e talvez mantendo meu irmão preso… Me excedi também, peço desculpas igualmente…”
Os dois apertam as mãos cordialmente, Jesse então se retira e volta para dentro do hangar, disposto a fazer o melhor que podia por Hawke, a antipatia inicial foi dissipada no momento em que ele se colocou no lugar do veterano de guerra e tudo que ele queria agora, era fazer o melhor para que o mesmo não passasse pelo que ele mesmo havia passado, perdendo um irmão para um criminoso!
A noite avança, eram em torno de cinco horas da manhã e eles tinham reunido todas as informações necessárias para poder descobrir os lugares mais prováveis de encontrar o tal assassino misterioso, mas as informações do banco de dados da polícia, não seriam suficientes, era necessário vistoriar pelo menos quatro propriedades localmente, para conferir se poderia existir ali algo suspeito e finalmente o StreetHawk seria colocado em ação!
Jesse se prepara, veste seu traje de piloto e direciona-se para a moto enquanto Norman preparava todo o suporte para o pleno funcionamento da máquina! Dominic e Caitlin estavam empolgados em ver a super-máquina em ação finalmente, enquanto Arcanjo sorria com o orgulho de estar à frente desse projeto também! Quando Jesse ia colocar o capacete e subir na moto, Hawke surge do corredor, se aproxima observando a tudo e questiona: “- Está em condições? Você disse que havia dormido pouco..."
O jovem piloto dá um sorriso confiante e responde: “- Fica tranquilo senhor lobo do ar… Estou acostumado a dormir pouco, fique tranquilo que eu darei conta… Vamos achar seu irmão!” O veterano meneia positivamente com a cabeça agradecendo e então o lançamento da maravilhosa máquina estava pronto para acontecer! Norman como sempre, zeloso e cuidadoso, com a moto, recomenda: “- Nada de exageros, eu tenho tudo sob controle, apenas siga minhas instruções e tudo dará certo!”
Jesse baixa a viseira e se lança pelo túnel de lançamento, respondendo ao projetista do falcão: “- Eu e ela nos damos muito bem Norman, deixe de ficar recomendando o óbvio!” Norman então coloca a mão na cabeça, balançando ela negativamente enquanto a poderosa máquina se lança pelas ruas partindo no encalço do criminoso! Dominic e Caitlin ficam impressionados com a cena e admiram a máquina a correr pelas ruas, ao passo que Caitlin era quem questionava agora:
“- Ok Norman, temos uma área de muitos quilômetros quadrados para varrer e apenas um StreetHawk… Mesmo a duzentos quilômetros por hora, velocidade que não poderá manter sempre devido ao trânsito e tudo mais, Jesse vai levar pelo menos metade do dia para cobrir todo esse terreno…”
Então a voz de Jesse ecoa pelo comunicador, demonstrando felicidade ao pilotar a incrível máquina e respondendo para desgosto de Norman, primeiro que ele: “- Não com o HyperThrust gatinha, olha só o que essa belezinha pode fazer! Norman, vamos lá!”
Norman Tuttle, o projetista e pai do projeto aciona diversos sistemas nos painéis e antes de dar o "Ok" para Jesse, novamente repreende: “- Como você já sabe, o HyperThrust é totalmente guiado pelo computador, apenas segure-se na moto e deixa que ela te conduza… E Jesse… Ela não é “belezinha”, estamos entendidos? HyperThrust acionado e em contagem… 5… 4… 3… 2...1! HyperThrust acionado!” Assim que o dispositivo foi ativado, o primeiro som que se pode ouvir além do StreetHawk, foi o da interjeição mais costumeira de Dominic Santini: “- Mama mia…”
A cena seguinte era praticamente impossível de ser descrita de outra forma, atingindo uma velocidade próxima de quinhentos quilômetros por hora, Jesse Mach pilotando o poderoso falcão das ruas StreetHawk, era como um raio pela cidade, rompia distâncias gigantescas em questão de minutos, fazendo o que nem mesmo o Airwolf conseguiria fazer, principalmente estando dentro de uma metrópole, resultando a Caitlin comemorar a cena, Dominic irritado por o StreetHawk ser superior ao Airwolf em algum quesito, ao passo que Hawke e Arcanjo se observam e concordam finalmente, que fizeram uma boa aposta em solicitar ajuda à equipe!
Enquanto Jesse avançava pelas ruas, o plano era recapitulado, com Arcanjo novamente explicando tudo: “- A missão de Jesse é descobrir através dos sensores do falcão, tanto os da própria máquina quanto as vinculadas ao seu visor, que são na verdade, extensões do próprio StreetHawk, quais desses quatro pontos tem algo fora do comum… A mensagem foi triangulada para Los Angeles, mas existem quatro pontos de onde ela emanou que são as proximidades de Twin Lakes, Terminal Island, Monterey Park e Pacific Palisades! Precisamos ter a certeza de qual deles é o real para que os outros três possam ser investigados pela polícia local… Ao passo que, uma vez que acharmos nosso criminoso, então iremos invadir com as equipes da SWAT para buscar por Saint Jhon e demais provas de seu crime e atuação…”
Norman, sorridente e ansioso por bem falar de sua criação era quem completava a fala de Arcanjo, adicionando: "- Vale lembrar que o falcão possui sistemas diversos de radar, sonar, infravermelho entre outros, tudo isso é transmitido pelos contatos através do traje e do capacete, onde ficam visíveis ao visor de seu piloto, tudo que o StreetHawk escaneia, aparece no visor de Jesse e tudo que Jesse precisar, pode ser ativado por voz e por acionamentos na própria motocicleta, é uma maravilha em forma de veículo sem dúvidas!"
Hawke é que então se manifesta, ignorando a fala de Norman assim como ansioso por entrar em ação o quanto antes: “- E assim que resgatarem Saint Jhon, vou explodir aquele lugar em pedacinhos até gastar todas as munições do Airwolf…”
Dominic era quem tentava intervir agora preocupado com outro porém: “- Hawke, precisamos descobrir quem ele é e porquê está fazendo isso, simplesmente matá-lo nos tirará todas as respostas… E se existirem mais deles por detrás de tudo? Nunca se perguntou porque focou em você com tanta fixação?”
Hawke observa Dominic por alguns instantes, sabe que o amigo está correto, mas em seu íntimo, alguém que surrou seu irmão como ele viu nos vídeos, não merece viver e por mais que saiba que ele está errado, seu íntimo não para de queimar e de desejar a vingança… "- Desculpe Dom, não consigo ter sua sabedoria… Eu vou matá-lo custe o que custar!”
Arcanjo então visa entrar na discussão, mas Norman Tuttle os interrompe: “- Jesse já verificou Twin Lakes e Pacific Palisades, nada de incomum foi encontrado, está em direção a Monterey Park neste instante!” No instante seguinte, era a voz de Jesse no sistema de comunicação: “- Palisades está completamente limpo, no local da emanação existe um lar de idosos agora, centenas deles são cuidados lá e não há nenhuma estrutura anormal! Twin Lakes está em época de férias, está lotado de hóspedes, tem mais gente do que o centro de Los Angeles e nada além do esperado para a construção!! Em instantes estarei em Monterey e darei informações!” Norman então faz um gesto com as mãos como se dissesse “é isto por enquanto” e segue monitorando e auxiliando o trabalho do piloto enquanto Jesse uma vez mais surge nos comunicadores: “- Como pode ter surgido rastros do que captaram em lugares assim, o tal assassino esteve nestes lugares executando suas manobras de cada um desses pontos?”
O próprio Norman era quem esclarecia enquanto todos estavam atentos à comunicação: “- Pode ter sido, ou mesmo ele pode ter usado algum tipo de mecanismo com a mesma frequência no local, o fato é que para ele continuar a operar, um destes locais tem de apresentar alguma estrutura diferente para que possamos investigar…”
Novamente Jesse irrompe no comunicador com mais informações: “- Certo Norman, estou diante de Monterey Park, a residência sequer tem cercas ou muros delineando o espaço, é um local de final de semana, piscinas, casa dois andares e muito espaço amplo… Há um campo gigante ao lado da residência mas nada existe nele além da grama… Amassada?”
Todos direcionam-se ao monitor principal e observam o que Jesse estava observando de cima de uma colina, era um campo muito vasto e verdejante em meio à propriedade praticamente vazia… Os pontos de grama amassada chamaram a atenção de Dominic e Hawke automaticamente, os dois se observam e concordam: “- É um trem de pouso!” Jesse do outro lado fica sem compreender corretamente enquanto Norman aguarda instruções ao passo que Hawke, Dominic e Caitlin se preparam para sair e Arcanjo é quem os detém: “- Isso é uma armadilha… Ele está nos monitorando, ele sabe que está sendo vigiado e fez justamente pra atrair vocês para a armadilha… Se forem agora, vão ser mortos, ele não vai esperá-los de peito aberto… Vocês sabem disso…”
Hawke remove o braço de Arcanjo e irritado responde: “- Meu irmão pode estar lá… Eu não vou sentar e ficar esperando…” Jesse então irrompe no comunicador novamente e reitera: “- Vai ficar esperando sim, esta missão ainda é minha e do StreetHawk! Já analisei a entrada da rede elétrica, existem muitos cabeamentos bem superiores ao necessário para uma casa desse patamar, com certeza existem mais coisas aqui e se ali tem alguma coisa pousada, eu vou descobrir e desarmar as armadilhas!”
Jesse se lança com a poderosa motocicleta por entre as pastagens, a moto desliza por sobre o terreno como se não houvesse empecilhos, seus amortecedores pneumáticos seguravam e devolviam em impulso todo o impacto que tinham e foram necessários poucos minutos para que Jesse estivesse próximo do campo, observando que de alguma forma, a imagem do centro do campo parecia se distorcer enquanto ele a observava… Estava distante algumas centenas de metros ainda, mas sua visão ampliada e sensores indicavam que algo não estava certo ali… Dominic e Caitlin então se posicionam ao lado de Norman e começam à passar instruções ao mesmo de como modificar o sistema de visão de Jesse até que de repente, a atualização acessa o sistema de seu capacete e eis que a imagem translúcida surge diante de todos…
Hawke e os demais finalmente conseguem ver claramente a aeronave com a qual haviam duelado nestes dias e que estava fazendo vítimas por todo o país! Agora eles tinham a prova, eles tinham a informação, eles tinham a possibilidade de fazer justiça e assim que todos se preparam para sair, uma interferência nas comunicações acontece e o homem distorcido dos vídeos anteriores surge acenando levemente… A imagem muda para novamente Saint Jhon sendo espancado, cena que Norman e Jesse podem acompanhar pela primeira vez e então, enquanto os choques e agressões aconteciam, com voz bem diferente de antes, o interlocutor narra:
“- Sabe… Eu só queria destruir vocês dois, Stringfellow Hawke e Airwolf, era tudo que eu precisava, para poder vender meu equipamento de guerra como infalível e indestrutível… Como sempre a sina de meu pai me atrapalhando… Eu criei o RedWolf à pedido, mas quando fui entregar a encomenda e me tornar milionário, um general com muita raiva de você, me disse que queria meu invento, que inclusive pagaria o dobro por ele mas para tal você tinha que morrer… Se não fosse meu pai ter levado essa máquina pra lá e morrido lá como um idiota, eu não teria que passar por isso e agora, além de tudo, eu ainda preciso ter de enfrentar espiões no meu jardim!”
Norman detecta a ação e grita para Jesse sair de lá o quanto antes e, não fosse a ação sincronizada e rápida dos dois, acionando o HyperThrtust, provavelmente StreetHawk e seu piloto seriam agora poeira com os mísseis que atingiram o local de forma devastadora! Parando ao longe, dezenas de quilômetros sobre outra colina, Jesse finalmente detém seu movimento e se volta para olhar a destruição da qual fugiu… A transmissão continua:
“- Além de tudo são rápidos, pois bem… Já que gostam de ficar “caçando” senhores, vamos providenciar um jogo, o último jogo… Quatro drones acabam de ser lançados pela cidade, cada um deles carrega consigo armamento e uma poderosa bomba… Nosso jogo irá durar exatamente sessenta minutos, que é o tempo que você senhor Hawke tem para trazer o Airwolf até aqui para ser destruído junto com você… Caso isso não aconteça, os drones irão encontrar um local com muitas pessoas e explodir… Sessenta minutos e nosso embate final estará acontecendo senhor Hawke… Seja inteligente e tome a decisão correta!”
A imagem some e os integrantes do local ficam sem saber como agir… Hawke não se entregaria, mas era certo que uma armadilha ali encontrava-se, caso contrário não faria tal desafio… Porém se não aceitasse o desafio, o veterano estar colocando muitos inocentes em risco… Arcanjo não sabia o que dizer até que Jesse novamente se manifesta: “- Dominic e Caitlin… Vocês detectaram essa onda antes… Passem para Norman o que precisa ser feito, ajustem o StreetHawk pra caçar essas coisas… Com o HyperThrust, meu conhecimento da cidade e os armamentos que temos eu poderei detonar os drones e uma vez feito isso, ele terá de sair da toca e encarar vocês… É só então que poderá ter sua vingança Hawke…”
Dominic, Caitlin e Norman se observam, acenam positivamente com a cabeça e então olham para Arcanjo e Hawke… Os dois se observam igualmente e também concordam, mas o piloto veterano tem uma imposição… “- Por trinta minutos esperarei vocês, depois disso partirei para enfrentar o filho de Moffet e o destruirei!” Hawke sai do lugar enquanto toda a equipe começa a trabalhar e Norman resmungava: “- Trinta minutos… Eu faço isso em quinze… Amadores!”
Hawke e Arcanjo acompanhados de Marella ficam a observar enquanto Dominic e Caitlin, seguem passando as informações para Norman que vai resolvendo as questões e as colocando no sistema principal do StreetHawk… Quatorze minutos e trinta segundos após, Norman finalizava a sequência de compilação e enviava à Jesse o sistema de escaneamento, que prontamente ao ser ativado, precisou de tão somente quinze segundos para localizar os quatro drones direcionando-se para várias partes da cidade: “- Eu consigo vê-los Norman, vou interceptar o primeiro, está há somente três quilômetros daqui, vamos lá, me dê o HyperThrust!”
O sistema de super impulso é acionado e Jesse parte para destruir o primeiro drone enquanto Dominic, Caitlin e Hawke seguem em direção a saída para se dirigirem para a área federal onde o Airwolf estava, mas antes que saísse da sala, o vetereno ouve o grito de Jesse alegando: “- HAWKE! Nós vamos achar seu irmão, só faça o seu melhor!” O piloto sorri levemente e segue em seu destino enquanto Jesse alcançava o primeiro drone invisível aos olhos humanos, mas totalmente visível através de seu novo visor!
O piloto então manobra, aciona seu canhão laser, salta por uma pequena elevação usando seus propulsores para logo em seguida, disparar os raios que destroem o primeiro dos operativos do inimigo com uma gigantesca explosão nos céus que chega a desequilibrar o piloto o fazendo quase tombar com a moto, fato não ocorrido devido à habilidade do ex-policial em controlar o falcão e seguir seu trajeto! No entanto, a explosão não passou despercebido pelo algoz de Hawke, rapidamente o assassino percebeu a destruição de seu operativo, e não conseguia crer que sua tecnologia havia sido descoberta e vencida… Ainda confiante com os três que sobrevoavam a cidade ele prossegue em seu jogo enquanto Jesse já solicitava o HyperThrust novamente e seguia na direção do próximo com velocidade total, comemorando o sucesso da missão até então!
Já na base federal, Hawke, Caitlin e Dominic checavam todo o equipamento do Airwolf e rodavam os diagnósticos de rotina na busca de possíveis falhas! Arcanjo e Marella continuavam a auxiliar no que podiam naquele momento, passando as informações às autoridades e buscando dados sobre um possível filho de Moffet como foi citado no vídeo, junto à Norman na base enquanto Jesse alcançava mais um drone, atingindo ao longe por um dos mini-mísseis do StreetHawk, explodindo estrondosamente há quase 10 metros de altura, causando uma nova onda de choque que foi sentida novamente na poderosa motocicleta!
No casarão em Monterey o assassino estava começando a ficar inquieto com mais um operativo destruído... Tentando evitar mais imprevistos, ele desvia os dois drones restantes que ainda seguiam sua programação de explodir, para então interceptar e destruir o StreetHawk e foi Norman quem percebeu o plano, dando o alerta o quanto antes: “- Jesse, eles mudaram de rota, estão indo atrás de você!”
O experiente piloto então detém seu trajeto, analisa o mapa e calcula uma estratégia… “- Norman… Estão em distâncias diferentes, um deles chegará primeiro, poderei enfrentar os dois, mas, não vou fazer isso em meio a cidade, se eles estão no meu encalço, os levarei para os elevados, as montanhas e formações rochosas me darão abrigo e esconderijo, lé eu vou lidar com eles. Rápido Norman, o HyperThrust de novo!”
Norman Tuttle, o pai do StreetHawk, faz novamente todos os check ups e inserindo os códigos referentes novamente aciona os procedimentos e comunica à Jesse: “- Tome cuidado meu amigo e cuide de minha moto! Acionado e em contagem… 5, 4, 3, 2, 1!” A poderosa motocicleta parte com velocidade incrível levando os drones até si, enquanto Arcanjo comunica todo o ocorrido à Hawke, que já embarcado e pronto para a partida começava sua decolagem da base áerea: “- Dom, personalize nossos sensores para captar os drones e Jesse também… Vamos entrar na brincadeira, ajudá-lo e destruir o filho de Moffet… E arcanjo… Preciso de mais informações sobre esse maldito, quero saber com quem estou lidando… O quanto antes…” O Airwolf atinge altura suficiente e então suas turbinas são acionadas partindo para as coordenadas indicadas pelo sistema de navegação e a batalha final se aproximava enquanto o uivo de sua propulsão rasgava os céus de Los Angeles!
Jesse por sua vez atinge o que eles conheciam como “elevados”, espaço aberto repleto de trilhas e formações rochosas dos mais diversos tipos, com vales e cânions não muito profundos mas o suficiente para tirar a vida de qualquer motociclista, ciclista ou trilheiro desavisado, porém, as mesmas formações rochosas davam-lhe proteção contra o que quer que os drones fossem lançar contra ele… Chegando à um desses locais, o experiente piloto assume posição de frente para onde seus sistemas de detecção apontavam o primeiro drone e usando mini-mísseis teleguiados, dispara pelo menos quatro deles e felizmente, há cerca de duzentos metros de distância, o drone é também atingido e explode, causando uma pequena tempestade de areia no local, obrigando o StreetHawk à mudar de lugar e se reposicionar para esperar o último ataque, mas…
Em Monterey Park, mais precisamente no subsolo da moradia, um jovem de aproximadamente 25 anos, erguia-se furioso do monitor onde acompanhava a evolução de seus drones de caça, e três deles já haviam sido destruídos pelo StreetHawk… Sua fúria começava a tomar conta de sua razão e em um ímpeto, deixa os monitores e dirigi-se à uma espécie de cadeira altamente tecnológica que representa fielmente o cockpit de um helicóptero de combate: “- Muito bem senhor Hawke, conseguiu aliados, conseguiu se esquivar de todas as armadilhas que preparei e agora, ignora meu jogo e ainda tenta virá-lo… Pois bem, seu amiguinho vai ganhar um “drone extra” para enfrentar e depois eu vou te caçar e te reduzir a nada, comprovando que meu RedWolf é muito superior ao Airwolf de meu odioso pai!”
O jovem que aparentava um certo desfoco nos olhos, aciona todos os equipamentos e controles do cockpit, enquanto do lado de fora, o poderoso veículo comandado à distância começa a rotacionar suas hélices e em poucos segundos estava no ar, avançando na direção de Jesse e o StreetHawk! Na base de controle, Norman percebe o perigo, informa Jesse que saltando por sobre uma das formações atinge ao longe o quarto drone, e sem demora, parte em grande velocidade pelo local, tentando alcançar a saída dos elevados pelo outro lado, evitando assim cruzar com o equipamento voador mortífero!
Enquanto corria sem poder usar o HyperThrust devido às trilhas estreitas e pedregosas, em poucos minutos Jesse já podia ouvir o ronco das turbinas e sabia que seu pior pesadelo estava prestes a começar! De sua parte, Arcanjo estava quase à par das informações necessárias e solicitadas por Hawke também, enquanto o Airwolf rompia as distâncias para chegar até Jesse, cruzando a cidade de Los Angeles como um míssil, porém para o desespero de Jesse e Norman, o RedWolf alcança o StreetHawk em local com poucas formações rochosas grandes, mas com trilhas e pequenas pedras que impediam o super impulso para a motocicleta e então o bombardeio começara…
Com todas suas habilidades Jesse corre, se esquiva, salta, desvia, acelera e reduz, trocando de trilhas para ganhar tempo, até que uma decisão errada acaba o colocando em uma situação crucial… Sem prestar muita atenção ao mapa do terreno, devido à dificuldade que enfrenta, o piloto acaba por pegar um caminho que o levava em direção à um dos cânions mais profundos, cercado de cadeias de rochas de até trinta metros de altura… Ele corre, tenta achar outra rota, mas está cercado, não há para onde seguir além da cadeia montanhosa que delineava com o precipício… Foram segundos de terror, segundos de tensão gigante, a cada novo disparo o RedWolf se aproximava mais e seu piloto, à distância, comemorava o fato de ter encurralado sua presa…
A perseguição chega ao fim, Jesse alcança as rochas e fica sem saída... RedWolf fica planando à sua frente, o rosnar dos motores amedrontava, mas o piloto do StreetHawk não se entregava ao desespero, ele tenta reagir e dispara tudo que tem contra o equipamento voador mas desde seu canhão laser até mesmo seus mini-mísseis, nada fazem à fuselagem da poderosa máquina… Sem mais recursos, Jesse apenas espera o final e seu algoz, através dos comunicadores comemora: “- Nunca devia ter colocado essa pulga contra meu lobo garoto… Aprenda antes de morrer… Você, não é adversário pra mim, ahahahahaha!”
“- Então talvez eu seja!”
O ronco das turbinas ecoa no vale juntamente com a voz de Hawke que surge em velocidade Mach 1 por sobre a formação rochosa onde Jesse estava encurralado, estrondando com o rugir do lobo caçador que agora se tornara, disparando um míssil desce dessa trajetória assustadora, atingindo em cheio a lateral de RedWolf, danificando-o levemente mas o suficiente para fazê-lo rodopiar como um parafuso em torno de si mesmo, tanto pelo impacto do artefato explosivo quanto pelo deslocamento de ar que o vôo rasante infligiu sobre o equipamento!
"- Toma seu grande filho da mãe!" Era Dominic quem gritava eufórico com o ataque surpresa e completamente satisfeito por estar em combate uma vez mais!
Ao ver a poderosa máquina rasgando os céus por sobre ele, Jesse ergue seu visor, sua expressão era de alguém maravilhado com a chegada agressiva e precisa do aliado e tanto ele quanto Norman eram quem agora observavam a cena boquiabertos com a chegada fenomenal! Enquanto recuperava o controle de sua aeronave, Hawke já havia manobrado e parado à frente do RedWolf, quase encostado no chão, enquanto os comunicadores da poderosa aeronave, deixavam claro à que vieram:
“- Ernest Richard Moffet… Se queria um combate era só ter marcado hora e local, não ficar brincando de esconde-esconde… Mas sei porque fez isso e porque usa um brinquedo como arma… Porque você é um covarde, que nunca pilotou de verdade, você é um jogador de videogames, do tipo mais covarde que seu pai… Agora vamos resolver isso, venha me pegar, e saiba, este será seu último voo!”
O Airwolf vira-se e aciona suas turbinas ganhando distância e altitude, enquanto furioso, o jovem Ernest faz o mesmo em seu RedWolf seguindo o desafio de Hawke: “- Você é igual a meu pai… Me humilha, me menospreza… Meu pai foi um maldito estuprador que registrou meu nascimento com seu sobrenome para que minha mãe sequer pudesse esconder que teve um relacionamento com ele… Um doente que até mesmo depois de morto me atrapalha e agora, você vem falar que eu sou mais covarde que ele? Você vai morrer Hawke, vai morrer!”
O Airwolf avança como nunca e RedWolf o persegue, enquanto Dominic e Caitlin passavam todo e qualquer detalhe que pudesse ajudar no combate! Os demais acompanhavam o duelo conforme podiam, Jesse observando ao longe conforme o StreetHawk podia se aproximar, os demais pelo monitor de Norman e aos poucos o palco da batalha se mostrava como seria…
Com velocidade as duas aeronaves se lançam pelo céu aberto, o Airwolf aciona suas turbinas e o som característico invade o local; não desejando ficar para trás, Ernest em sua simulação faz o mesmo e ambos se mantém por alguns minutos em manobras de perseguição e escape, evasões para a direita e esquerda! A aeronave rubro e negra começa a disparar suas machine guns com furor, os riscos luminosos das munições cruzavam o céu mas nenhuma delas sequer tocava a fuselagem da aeronave, categoricamente controlado por Stringfellow que se demonstrava à vontade, completamente ciente do que precisaria fazer e desviava das rajadas ofensivas com tranquilidade e maestria… Munições dos canhões do RedWolf explodem ao redor, o Airwolf passa por entre as fumaças e chamas das explosões até que Hawke eleva sua aeronave alguns metros e desce novamente, como se tivesse tentando sair da linha de tiro e o RedWolf percebe, entende a tentativa e continua em linha reta, ganhando alguns segundos mais próximo do alvo como vantagem. Hawke então repete o movimento, RedWolf se prepara para atirar com força quando o Airwolf descesse novamente mas foi pego na armadilha, Hawke ao invés de voltar à rota normal, realiza um loop de 180º enquanto o RedWolf seguiu em linha reta e agora, Airwolf era o caçador uma vez mais!
Ernest esbravejava em seu cockpit, suas bravatas eram ouvidas pelo Airwolf através do comunicador aberto, e Hawke aproveita para deixá-lo mais irritado ainda: “- Nunca esteve no calor da batalha fedelho, não tem ideia do que é o perigo real e a adrenalina que preenche seu corpo quando sabe que se errar vai morrer… Você é menos que piloto, você é um garoto mimado com um brinquedo perigoso nas mãos…E já que não pode sentir o medo da morte, vai sentir o medo de perder seu brinquedinho!”
Ativando todo o sistema de armamentos Hawke persegue RedWolf com perfeição, evita que o mesmo se desloque para fora do alcance de sua mira, o encurrala como ele fez com Jesse e então dispara sua chuva de fogo sobre o inimigo, tendo o cuidado de atingi-lo de forma branda e leve para não destruí-lo ainda, o suficiente para que o RedWolf surtasse o suficiente para tentar fugir de todas as formas, já com avarias e fumaça escapando de sua cauda e rotor traseiro…
Hawke enquanto o persegue lembra-se dos vídeos em que supostamente seu irmão aparece... Ele já estava ciente de que provavelmente tudo não passou de um blefe, que dificilmente ele tinha Saint John em suas mãos, mas ainda existiam as pessoas inocentes que morreram em seus ataques, lembrava também da parceria do mesmo com o Xerife Bogan e lembrava ainda que ele era filho daquele que matou sua amada Gabrielle… Ele iria sofrer, ele teria medo nem que fosse de perder sua aposta de vida, o RedWolf, e assim, a perseguição sob chuva de fogo brutal continuou por várias dezenas de quilômetros em que RedWolf tentava libertar-se do jugo de Airwolf sem sucesso, o deixando ainda mais furioso e frustrado!
Ernest então tenta reagir, ergue o nariz de seu RedWolf tentando imitar o movimento de Hawke, mas o veterano experiente entende a manobra e como uma foram de novamente menosprezar seu inimigo, aciona as turbinas do Airwolf e passa por debaixo dele esperando que ele voltasse e iniciasse a perseguição novamente, provocando uma vez mais: “- Ok menino do videogame, vou lhe dar sua última chance, use tudo que tem contra mim ou corra de volta pra barra da saia de sua mãe!”
Enfurecido, o piloto virtual do RedWolf dispara tudo que tem, machine guns, mísseis, perseguidores, disparador laser, tudo que estava à seu alcance foi usado, Hawke sequer preocupou-se em inverter as posições da aeronave uma vez mais, apenas desviava, erguia-se e mergulhava, esquerda e direita, simplesmente evitava todos os impactos e seguia adiante, dando chance atrás de chance para que fosse acertado, mas a inexperiência de seu inimigo, era o grande catalisador de tal fracasso e Hawke estava ciente disso e agora, cansado de brincar!
O Airwolf aciona as turbinas, uma vez mais em velocidade Mach 1 pegando de surpresa seu adversário, para logo em seguida disparar um míssil no topo de uma colina ali próxima, criando uma explosão com chamas e fumaça exatamente no cume, vencendo então em segundos a distância entre um elevado e sua posição atual, onde mergulha no declive à frente, detendo o movimento logo em seguida, ficando a flutuar quase rente ao chão, esperando a atitude impensada do RedWolf e ela acontece…
Devido a fumaça ao acionar de turbinas, Ernest crê que Airwolf está se distanciando dele e, se lança com velocidade, passando igualmente pelas chamas e pelo próprio Hawke que o aguardava quase que pousado! Assim que RedWolf passou, Dominic gritava empolgado: “- O idiota passou por cima de nós sem sequer olhar para baixo!” Hawke então ergue o Airwolf e segue em perseguição, sem que Ernest sequer o notasse, fato esse que só aconteceu quando ao comunicador, o veterano o sentenciou: “- Suas chances acabaram, seu brinquedo deixa de existir aqui!”
O RedWolf tenta manobrar para esquerda e é atingido pelas machine guns, tenta manobrar para a direita e é novamente impedido pelas vulcans, como último recurso tenta erguer-se e disparos das chain guns o colocam em linha reta novamente! Percebendo estar sem saída e sem recursos para virar o jogo, Ernest usa de um recurso extremo que segundo ele, destruiria as duas aeronaves, em um ataque apenas... Detendo toda a velocidade de propulsão de forma abrupta, sua intenção era de que o Airwolf se chocasse contra o RedWolf devido a velocidade de deslocamento, porém... O piloto que guiava o lobo do ar tinha experiência e reação de sobra, percebeu a manobra rapidamente e então elevou-se, girou horizontalmente 180º, seguindo o trajeto restante de costas e disparando uma chuva de mísseis contra a aeronave inimiga que explodiu por completo em uma gigantesca bola de fogo, restando apenas destroços do equipamento caindo ao solo, completamente em chamas…
Jesse observa a cena ao longe e ergue o braço em comemoração, fechando em seu visor e partindo rumo à estrada principal para retornar à base, Hawke manobra o Airwolf e começa a buscar o caminho para Monterey Park onde o assassino estaria oculto… Enquanto Jesse avançava com velocidade pela estrada o Airwolf surge e emparelha com ele, os dois seguem por dezenas de metros emparelhados até que Jesse é quem quebra o gelo através do comunicador: “- Que máquina, UAU!! Simplesmente demais… E eu achei que o StreetHawk era a coisa mais incrível que eu já tinha visto…”
Hawke por sua vez exibe um sorriso, faz um positivo e completa: “- A sua também… Achei que só o Airwolf era incrível, mas ele tem um concorrente!”
Enquanto isso na base, enquanto Arcanjo e Marella comemoram, Norman se recostava na cadeira para trás com a mão na testa como se não compreendesse: “- Concorrente? O StreetHawk é a tecnologia suprema, como pode compará-los?”
Dominic que a tudo ouvia, participou do “embate” disparando: “- Tem razão, não são concorrentes, pois não há nada que possa competir com o Airwolf, acabamos de comprovar isso, oras…”
Hawke então sorrindo, olha para Caitlin que sorri também e completa: “- Tenha modos Dom, o que aprendemos é que todos podem fazer um bom trabalho, cada um em sua área…”
Jesse gesticula e então o HyperThrust é acionado e ele some do campo de visão ao passo que o Airwolf ruma para Monterey Park, a fim de finalizar esta missão!
Monterey Park, segundos após a destruição do RedWolf, violentos curtos circuitos acontecem em torno do capacete utilizado por Ernest e ele o retira, fatigado, suado, trêmulo e muito, muito furioso! Ele se desvencilha dos demais componentes, corre pra sua mesa e apanha alguns pertences preparando sua fuga, mas tão logo abre a porta do compartimento subterrâneo, o martilhar de armas e a visão da equipe da SWAT e demais policiais foi a unica imagem que pode ver, frustrando completamente qualquer plano que tivesse planejado: “- Polícia de Los Angeles, Ernest Moffet, está preso por acusação de atentado terrorista, assassinato, crime contra a pátria, tráfico de armas, utilização de equipamento não autorizado, uso do espaço aéreo sem permissão… Isso por enquanto, erga suas mãos, coloque-as na cabeça e vire-se de costas…”
O criminoso então era algemado e levado para fora onde Hawke, Dominic e Caitlin, ao lado do Airwolf pousado, observavam a cena com satisfação ao passo que Arcanjo os comunicava ao rádio que um dos investigadores do FBI lhe informaria os detalhes da prisão!
Tão logo Arcanjo informou, um homem de terno e gravata, óculos escuros chegava até eles e pedindo licença, informava o que Hawke de certa forma já havia se conformado, seria a verdade que encontrariam: “- Não existe vestígios de nenhuma pessoa ou local onde os vídeos que supostamente apresentavam seu irmão sendo torturado pudesse estar acontecendo, não aqui neste local… Cogitamos então que houvessem outros cômodos e que ainda estivesse por aqui, mas enquanto revistava-mos tudo, um de nossos agentes encontrou diversos vídeos em qualidade bem inferior, iguais aos que ele exibiu… Neles existem datas, de pelo menos cinco anos atrás, ou seja, esses vídeos foram adulterados para lhe fazer pensar que seu irmão estava aqui, mas infelizmente, ou felizmente, foram imagens editadas que ele conseguiu em algum outro lugar… Seu irmão não está em Monterey Park senhor Hawke… Eu sinto muito…”
Hawke acena em concordância e agradece a atenção do agente, voltando-se para o Airwolf e adentrando o mesmo… Caitlin e Dominic fazem o mesmo enquanto Dom era quem tentava consolá-lo… “- Sinto muito filho… Eu tinha esperanças de verdade…” Hawke faz um sorriso amarelo e então a poderosa aeronave decola uma vez mais, partindo rumo à base federal onde estava pousada no último dia…
Próximo das doze horas, as duas equipes reuniram-se no Bestia Restaurant para almoçar e se despedirem após o fabuloso trabalho em equipe e então, alguns questionamentos vieram à tona…
Dominic: “- Então no final, tudo não passava de um plano pra vender o RedWolf aos libaneses?”
Arcanjo: “- Sim, Ernest, depois do fiasco de Moffet, foi descoberto pelas forças Libanesas… Gênio da informática e computação, recebeu a proposta de criar algo como seu pai criou e, movido pelo ódio que tinha do mesmo, resolveu se vingar dessa forma, criar algo melhor do que Moffet havia criado…”
Marella: “- No entanto, os libaneses conhecendo o poder de fogo do Airwolf e da ousadia de Stringfellow ao pilotar, queriam como teste que ele o eliminasse e destruísse o Airwolf ou que o eliminasse e colocasse o Airwolf sob controle deles uma vez mais… Para isso ele precisava atrair Hawke e destruí-lo, mas o subestimou nas primeiras tentativas quando ainda estava oculto…”
Norman: “- Com a ajuda dos libaneses, ele adquiriu tudo que precisava para criar o RedWolf e equipá-lo como achou mais adequado e assim, parecia que ele tinha apoio americano para tal fato, mas na verdade, tudo era um plano muito bem orquestrado entre Ernest e as forças libanesas cheias de desejo de vingança e muito comércio através do mercado negro…”
Hawke: “- Mas ele era realmente filho de Moffet certo?”
Arcanjo: “- Ao que tudo indica sim… Mais uma vítima dos desejos sádicos de Moffet, sua mãe foi estuprada e deixada grávida… Quando soube do nascimento de Ernest, usando meios escusos ele registrou o menino antes da mãe, impedindo assim, num ato bastante revoltante, que a mãe pudesse se livrar da sua presença e lembrança em suas vidas…"
Caitlin: “- Homem realmente repugnante esse Moffet... Mas porque usar imagens de Saint John em seus chamarizes? Algo especial contra Hawke?”
Arcanjo: “- Creio que talvez os libaneses tenham conseguido esses tapes para ele, apenas uma forma de garantir que Hawke iria até ele, pois sabia que qualquer outro argumento poderia ser ignorado completamente…”
Dominic: “- Mas que grande filho da mãe…”
Jesse: “- No final, não pude cumprir minha promessa de encontrarmos seu irmão Hawke… Eu peço que me desculpe…”
Hawke: “- Sem problemas… Eu encontrarei Saint John… Um dia o encontrarei… Todo o ocorrido aqui no final, faz parte dos ecos de meu passado...”
Arcanjo então se ergue segurando uma taça e sugere um brinde àquela reunião que felizmente teve um final feliz… Todos erguem-se e erguem suas taças e era Jesse quem fazia as honras: “- Às mais incríveis máquinas!” Todos erguem suas taças e repetem a frase, enquanto a refeição começava a chegar para todos…
Jesse: "- E que história foi essa de quase ser devorado por leões?" Dominic: "- Nossa, essa eu preciso contar pra vocês, foi incrível não foi Caitlin?" Caitlin: "- Com toda certeza, precisavam ver a cara de pavor dele achando que iria virar comida de leão..." Hawke: "- Ora seus amigos da onça..."
Foi a despedida alegre e bastante produtiva, de duas equipes que em menos de um dia, sincronizaram de uma forma tamanha que jamais se poderia imaginar... Mentes e ideias completamente opostos mas que conseguiram se unir e fazer o melhor dos dois lados surgirem... Seria a última vez? Quem sabe... Talvez esse seja apenas, o início de uma grande parceria!
Um mês aproximadamente depois, Arcanjo estava sentado ao lado de uma piscina, confortavelmente bebendo quando alguém se aproxima dele… Era o senador Wendell que muito sem graça sentava na cadeira ao lado…
Arcanjo: “- Ah Wendell, como tem passado?”
Wendell: “- Como sempre, na sua sombra, não é mesmo? Deve estar feliz depois de tudo…”
Arcanjo: “- Ora Wendell, só fiz o que era correto pelos cidadãos e pelo país… Sabe disso... Você é um homem inteligente...”
Wendell: “- Pois é… O pior é aceitar que você tem razão…”
Arcanjo: “- Eu acho que já é hora de superar esse trauma… Ela te deixou e ficou comigo, e depois me deixou também… Agora está com um pecuarista texano… Acho que nós dois fomos enganados..."
Wendell: “- É... No final esse tipo de rixa só piora tudo… Saber que ela preferiu você do que a mim ainda magoa... E por não saberem dos detalhes, muitos nem imaginam porque sempre insisto em ser contra suas ideias…"
Arcanjo: “- Nesse caso em especial, haviam pessoas pensando que era você quem fornecia as armas ao nosso inimigo por conta de nosso atrito… Tem que melhorar sua imagem meu caro... Está parecendo vilão de filme de quinta...”
Wendell: “- Ahahahahaha… Sou um mau perdedor mas amo meu país… Jamais faria isso… Enfim, se a vir, diga que eu mandei ela se danar…”
Arcanjo: “- Se eu a ver, mandarei ela se danar também…”
Arcanjo se recosta a rir enquanto Wendell seguia seu caminho até o bar da piscina rindo também… Nesse meio tempo, Hawke se aproxima, senta-se na outra cadeira, esboça um riso sarcástico e questiona: "- Ainda com problemas com o senador por conta de minhas ações?"
Arcanjo por sua vez, solta sua bebida, pega o jornal e começa à ler calmamente enquanto responde:
"- Um fim de semana para a "equipe Airwolf" por conta da CIA num dos melhores clubes desta cidade não lhe dá o direito de saber tantos detalhes senhor Hawke, mas digamos que, estavamos aparando nossas arestas... E os outros?"
Hawke bebe um gole de sua bebida enquanto observava as mulheres de biquini e displicentemente responde: "- Caitlin parece que arrumou um encontro e está no saguão conversando, Dom está se arrumando para ir ao cassino..."
O líder da Firm então acena positivamente com a cabeça enquanto fixa-se em uma matéria no jornal... O agente então senta-se para ler melhor as linhas e colocando o jornal para o lado logo em seguida, observa Hawke com expressão de surpresa e volta ao jornal, comentando de novo: "- Veja só, que interessante esse notícia... Mistério em Los Angeles - Àrea rural, em Monterey Park, propriedade do criminoso recém capturado Ernest Richard Moffet que estava completamente vazia por ser cenário de investigações do FBI, explode misteriosamente durante a noite, ficando completamente destruída! Os vizinhos que moram nas redondezas ouviram as explosões e chamaram as autoridades que ao chegarem ao local disseram parecer estar diante de um campo de guerra! Entre várias observações eles apontam que tanto a parte acima do chão como as construções no subsolo parecem ter sido explodidas por completo, por o que chamaram de "disparos externos", exemplificando que seria como se bombas tivessem sido lançadas ao local... Nada das estruturas sobreviveu ao que quer que tenha acontecido e os vizinhos alegam ter visto luzes nos céus durante as explosões..."
Com uma expressão de quem não acreditava no que estava lendo, Arcanjo baixa o jornal uma vez mais e olha para Hawke que continua a observar as mulheres mergulhando e diante da falta de fala do piloto, interpela: "- Tem alguma ideia de como isso aconteceu Hawke?" O veterano olha para Arcanjo, faz uma expressão de não entender nada e responde com a mesma displicência: "- E como eu vou saber sobre algo que aconteceu eu outra cidade?"
Arcanjo então dobra o jornal visivelmente irritado, se recosta para trás e continua à sorver sua bebida, enquanto fora da visão do mesmo, Hawke que ainda observava as mulheres, sorri levemente por debaixo de seus óculos!
A equipe Airwolf continuaria suas missões, assim como Arcanjo continuaria à seguir à frente da "Firm"! O senador Wendell continuaria a ser opositor dos dois no senado enquanto Dominic e Caitlin, assim como Norman, seguiriam seus trabalhos, paixões de suas vidas... Quanto aos dois protagonistas... Bem, Jesse Mach e Stringfellow Hawke ainda colocariam muitos criminosos na prisão, ou no inferno, conforme qual dos dois os criminosos tivessem o desprazer de encontrar e quem sabe, novamente a dupla trabalhasse unida em parcerias futuras!
FIM? Quem sabe...
Galeria de imagens e vídeos:
Jesse Mach, o piloto e Norman Tuttle, o pai do StreetHawk:
O falcão das ruas - StreetHawk:
Abertura StreetHawk (No Brasil Moto Laser)
Conhecendo um pouco da ação de StreetHawk (No Brasil Moto Laser)
Algumas cenas para recordação de Airwolf (Águia de Fogo no Brasil):