quarta-feira, 21 de abril de 2021

Nipo Rangers - Episódio 18 – "- Prontidão de Combate!"


No episódio anterior, Argos havia reunido Lanthys, Marinny e Leandro para tratar sobre “evolução”, algo que foi dito por Centaurus durante a batalha contra BlastRed no dia fatídico em que ele abandonou a equipe. Assim sendo, o cão máquina se dedicou a entender o que Centaurus queria dizer, em meio a preocupação do “sumiço” de Guntraz e seus asseclas... Entendendo e pondo em prática a questão “evolução”, Argos redefiniu todo o sistema de rastreio da base CTG Cap´s ampliando a tecnologia de forma incrível, além de ter criado dois dispositivos de amplificação de recursos, um para Leandro e outro para Marinny permitindo que ambos evoluíssem em suas capacidades e poderes, levando aos guerreiros também a situação de evolução. Enquanto eles tinham os primeiros contatos com a nova tecnologia, os rastreadores da base CTG Cap´s detectaram as atividades de Guntraz e então, as novidades iriam já ser colocadas em prática e imediatamente Argos assumiu a frente das ações: “- Marinny, Leandro, se preparem para partir, encontro vocês no hangar 01! Iremos para as savanas da África!”

O cão máquina olha firmemente para eles sabendo que eles ficariam atônitos, pois nunca haviam saído do país em suas batalhas antes e agora enquanto que como esperado, o valente RedTurbo foi o primeiro à se manifestar: “ – África??? Que o Guntraz está fazendo lá??”

Argos enquanto ia os conduzindo para fora da Combat Room e lacrando novamente o local complementa: “– Parece que Guntraz achou mais fácil atacar onde não iríamos encontrá-lo, porém... Não faz o estilo dele se esconder...”

Argos então se coloca em movimento contrário ao hangar determinado e informa aos guerreiros: “– Encontro vocês no hangar... Lanthys e eu precisamos resolver algo urgente!”

O androide não entende bem a situação, porque deveria ir no sentido contrário do combate ao qual iriam partir, mas resolve seguir o cão máquina confiando em suas decisões. Os dois avançam pelas salas e chegam ao laboratório central, onde uma espécie de maca em posição quase vertical aguardava cheia de braços mecânicos ao redor... Lanthys olha para Argos e o cão máquina o observando, explica: “– Você precisa evoluir meu amigo... Esta base tecno-cirúrgica vai fazer o que precisamos!”

Lanthys olha para ele com o questionamento que Argos sabia que ele iria fazer e antes que o androide completasse, Argos já tinha referida explicação para dar-lhe: “– Vamos em missão de investigação Lanthys e eu vou acompanhar os dois para que possas ficar tranquilo, não temos intenção de entrar em combate. Se entrarmos em combate, teremos a chance perfeita de testar os novos avanços de Turbo e Marinny e eu estarei lá para ajudá-los e guiá-los! Fique tranqüilo e confie em mim!”

Lanthys então reluta um pouco, olha para o lado, olha para a direção onde Marinny estaria e novamente olhando para Argos, muda sua expressão para algo mais sereno e acenando com a cabeça, aceita a proposta do cão máquina. Ele se posiciona na base cirúrgica, os braços mecânicos o firmam ao local e com um olhar de Argos, todo o ambiente ganhava vida e começava a trabalhar... Argos começa a sair da base e completa para Lanthys: “– Para te deixar mais tranqüilo, nós temos agora um sistema de comunicação em tempo real, que transmite som e coordenadas desde que eu o acione, ou seja, se estivermos em qualquer contra-tempo, você logo irá saber e poderá agir, por isso, aproveite seu momento de evolução!”

Lanthys fica a observar o cão máquina e com um piscar de olhos fala à Argos: “– Obrigado Argos. Conto contigo!” O poderoso cão máquina detém seu movimento, observa o androide determinado e então sai do local rapidamente, indo de encontro aos dois guerreiros que o aguardam no hangar 01 para partir.

Ao chegar ao local, Marinny e Leandro estranham o fato de Lanthys não estar junto e Argos explica que era a vez do androide evoluir e que eles iriam apenas em missão de investigação, não sendo necessária a presença de Lanthys. Assim, a bordo do Turbo-Attacker eles partem em grande velocidade, porém, os veículos haviam sido atualizados também, TurboAtacker agora, em céu aberto, poderia atingir velocidades incríveis, o que tornou uma viagem longa em algo de poucas horas e em um piscar de olhos, se comparado ao tempo que deveriam levar, os guerreiros estavam pousando em plena savana africana onde o sistema CTG Cap´s indicava a presença do Imperador megalomaníaco... Ambos descem e começam a observar o local ao que Leandro comenta: “– Ainda não entendi Argos... Porque Guntraz iria atacar por aqui? Só tem campo, mato, nada mais...”

Argos dá alguns passos a frente observando, colocando seus sentidos em funcionamento, farejando e respondendo ao guerreiro vermelho: “– Existem animais Leandro...”

Leandro dá uma coçada na cabeça como se não entendesse e Marinny então complementa entendendo onde Argos queria chegar: “– DNA... Formas de vidas poderosas e que manipuladas, podem gerar, guerreiros poderosos...” 

Como se então se desse conta da gravidade da própria resposta, com uma mão a frente da boca, a repórter compreende logo após dar a resposta o que Guntraz deveria estar fazendo naquele local, agora tudo fazia sentido... Igualmente sério e realmente surpreso, era Leandro quem novamente se manifestava: “– Credo cara... Agora o Guntraz pegou pesado... Ele vai brincar de cientista doido e tem a sua disposição um plantel dos mais poderosos e agressivos seres vivos da Terra na atualidade! Realmente o plano é do estilo dele, vocês tinham razão quando disseram que ele deveria ter algum bom motivo para não estar em público exibindo seus poderes...”

Argos então como se ouvisse algo ergue as orelhas, olha para os dois e grita: “– PARA O TURBO-ATTACKER, RÁPIDO!!”

Os dois amigos e Argos se colocaram a correr, e sem poder avistar do que se tratava, ouviam a terra tremer como se uma manada de Gnus estivesse em disparada... Porém a visão era bem pior e mais aterradora e Marinny atônita indagava: “– O que está acontecendo afinal?”

Leandro a pegou pelo braço e correram como nunca conseguindo os 3 com um impulso, cair dentro do Turbo-Attacker que automaticamente se fechou os colocando em segurança enquanto os atacantes atingiam o potente veículo, saltando por sobre ele e formando uma espessa e pesada camada de oponentes que os impedia de decolar... Presos dentro do veículo, todos puderam observar as criaturas com calma e perceber do que se tratava:

Leandro: “– Argos, isso são... Hienas??” Argos ficou observando a volta, assim como Marinny e Leandro e explicou: “– Observem bem, não são seres vivos... São máquinas, assim como Lanthys e eu, criados com base nas hienas africanas, porém, seu tamanho nada tem a ver com as hienas convencionais...”
Marinny então, ouvindo tudo que Argos dizia e atônita com a cena, concordou comentando e olhando ao redor: “– Componentes máquinas ocultos por pelos sintéticos provavelmente... Mas alguns deles tem pernas e cabeças desprovidas dos pelos mostrando sua feição robótica...”

Leandro observava tudo e olhando as criaturas ainda argumentou: “– Mas serão inteligentes? Porque detectaram nossa presença e nos atacaram com tanta rapidez?”

Argos ia tentar alguma explicação e uma voz robótica e desconcertante se pronunciou. A princípio acreditaram que era de alguma das hienas robóticas, mas, bem acima do teto, elas começaram como que a abrir espaço e os guerreiros puderam observar, acima da copa de uma das árvores, onde um ser totalmente robótico e esteriótipo humanoide com cabeça de chacal os observava e bradava: “– Sejam bem vindos... Eu queria realmente os conhecer, afinal, fui criado a partir de um novo trabalho do mestre Guntraz, somente para destruí-los...”

Argos, Marinny e Leandro ficam observando a criatura e aguardando o que ela com certeza tinha a dizer... O ser então com um movimento acrobático perfeito salta da árvore, girando e parando à frente do Turbo-Attacker, enquanto as hienas novamente se movimentavam, fechando o espaço que haviam aberto e abrindo agora a frente para que os ocupantes do veículo pudessem enxergar a criatura, que com os braços para trás, caminhava como um instrutor que explicava a lição à seus alunos:

“– Sim, mestre Guntraz está muito decepcionado com suas atitudes e, para castigá-los por suas afrontas, veio até a savana onde coletando a amostra de uma das criaturas daqui, desenvolveu uma grande ampliação neste potencial oculto e me criou, corpo de máquina com capacidades animais e totalmente desprovido das “sujeiras” dos seres vivos, ou seja, nada orgânico, nada da porcaria de sentimentos e demais conjuntos humanos e vivos que tanto estragam as possibilidades para este planeta!”


Abrindo os braços como se apresentasse um show, a criatura apontou para o exército de hienas robóticas e bradava: “– Estes são meus lycans, mas não por conta de qualquer bobagem e crendice humana sobre lobisomens, mas porque a pronúncia soa bem, algo como... “Lacaios”... E por isso o nome!”

Com a felicidade estampada no rosto pelo que demonstrava, a criatura continuou: “– Assim, tão logo ganhei vida pelas mãos do meu mestre e senhor, vim até aqui e com meu toque todo especial, criei meu próprio exército, pronto a atacar e começar a dizimar o que de vivo estiver por aqui...”

Fazendo uma expressão aterrorizante e um tanto sádica, a criatura humanoide que falava se grudou ao veículo Turbo-Attacker e rindo como um lunático gritou, lambeu o mesmo com algo que parecia uma língua mas robótica: “– E acho que vou começar com vocês!!”

O ser então dá um salto acrobático para trás, girando no ar e caindo mais longe do local, comandando e revelando finalmente: “– Meus Lycans... Ouçam a voz de seu mestre e soberano, escutem o comando de Gungnir, esmaguem esses desgraçados com o peso de seus corpos robóticos e depois destrocem o que sobrar!”

As criaturas começaram a se lançar por sobre o Turbo-Attacker criando um peso gigantesco em cima do veículo que mesmo com toda sua resistência poderia vir a ceder com tamanha pressão. Nesse momento, Leandro já cansado de esperar olha para Argos impaciente: “– Tá comedor de osso, já descobriu o que queria, podemos começar a festa e mostrar pra eles quem manda aqui?”

Um sorriso corria pela boca de Leandro de orelha a orelha e Argos, com uma expressão que assemelhavas-se ao sadismo, respondeu a Leandro o que ele mais gostava de ouvir: “– Sim Leandro, chega de dar chance a esses "caras"!”

Leandro riu longamente mesmo que em frações de segundos e virando-se para frente, acionou alguns dispositivos do Turbo-Attacker perguntando antes de acionar seu plano: “– Todos prontos??”

Argos e Marinny confirmaram que sim e Argos, antes de começarem a agir lembrou aos dois: “– Não se esqueçam, segurem seus novos dispositivos firmemente para haver o contato de DNA, usem uma palavra de ativação quando o dispositivo solicitar e estejam prontos para interagir, seu cérebro é seu guia, o que ele ordenar, os trajes responderão, estejam preparados!”

Todos acenaram em confirmação e então Leandro apertou um botão vermelho e largo gritando: “– Fritem e torrem seus filhos duma égua malditos!”

Uma violenta descarga elétrica se propagou por todo o Turbo-Attacker, fritando, torrando, explodindo e arremessando o Lycans violentamente por toda a savana africana, causando surpresa ao guerreiro Gungnir que não esperava uma resposta dessas... Assim que a descarga “limpou” o veículo dos guerreiros de seus oponentes, o mesmo abriu-se e os três ocupantes foram ejetados a grande altura, em direções opostas, dando tempo, espaço e oportunidade para que se preparassem para o combate.

Argos ficou mais ao centro e uivando furiosamente, girou no ar, começou a descer novamente e disse aos dois companheiros antes de pousar: “– Vou ganhar o tempo que precisam, transformem-se já! EQUIPAR!!”
Ao comando vocal do cão máquina, a poderosa armadura de Argos se materializou, acoplou-se ao seu corpo o deixando em capacidades e respostas muito maiores dos que a atuais, ativando assim suas capacidades de prontidão de combate, caindo já sobre os Lycans e começando a destruição generalizada. Enquanto isso, Marinny e Leandro praticamente pairavam no ar de posse de seus dispositivos e ambos se olharam e acenaram com a cabeça, virando-se para frente e preparando-se para viver uma nova fase em suas vidas de guerreiros!


Leandro pega o Turbo-Charger, o coloca no pulso esquerdo, desloca as pernas para baixo e abertas, seu braço esquerdo vem a frente como um escudo, punho fechado, apontando para o céu enquanto seu braço direito, igualmente de punho fechado, vem de encontro ao punho esquerdo, pressionando o ativador na lateral do mesmo, liberando descargas violentas de energia rubra: “– Uma palavra de ativação pra descer o cacete nesses caras... Que seja!! TURBINAR!!!” Um imenso clarão vermelho como lava incandescente surge ao redor do guerreiro...

Marinny o observa e parte para sua ativação, colocando o pingente em seu pescoço, o segurando firmemente e baixando levemente a cabeça lembrando da expressão de Lanthys ao escolher a forma de seu dispositivo... Seus cabelos flutuam com o vento, suas pernas estão retas, porém a perna direita levemente flexionada faz seu joelho ficar um pouco a frente do outro e as duas mãos seguram o pingente na altura dos seios... Ela então olha violentamente para frente, seus olhos brilham em energia assim como o SoundHeart: “– Chegou o momento de quebrar barreiras... Hora de... RESSOAR!!” Um clarão branco como a luz da lua envolve a moça, dentro desse clarão apenas a silhueta de seu corpo é possível ser notada, as energias brilham ao redor dela mesma, a moça vai abrindo a boca levemente e um som como uma canção vai sendo entoado pela mesma, dando “matéria prima” ao que seu traje se desenvolve sobre seu corpo, enquanto seus braços vão se movimentando para baixo e ficando quase paralelos ao corpo... O corpo da guerreira gira levemente enquanto o traje se completa e assume forma, suas vestes se transformam, seu visor surge e brilha intensamente...

Enquanto isso Leandro era sustentado por um turbilhão de fogo e em meio a essa tempestade macabra, sua armadura vermelha como o sol do sertão se materializava. Erguendo os braços como se fosse voar, Leandro percebe suas vestes sendo substituída pela malha nanotecnológica que dava base para sua armadura e interligava seu corpo e seus sentidos com o poderoso protetor! Braços, pernas, peitoral, tudo ia se acoplando e recriando o guerreiro da velocidade em pleno continente africano. Seu corpo completa a volta em torno de si mesmo e novamente, de frente aos oponentes, o visor se materializa, acopla-se em seu rosto, cobrindo seus olhos, orelhas e fechando-se atrás da cabeça, deixando a parte de cima da mesma exposta esvoaçando seus cabelos curtos mas volumosos, bem como a boca e nariz de forma e permitir suas expressões como ele tanto gostava! Uma explosão e o guerreiro mostrava-se pronto enquanto observava que Marinny havia completado sua transformação também!

A moça então, suave como uma pluma, pousa delicadamente ao chão, ainda atônita com seu novo poderio e assumindo posição ofensiva, mantém as energias ao seu redor, alimentando-se de qualquer ruído que pudesse ser transformado em um devastador arsenal, tanto pela capacidade mutante da moça, quanto pelo novo traje que agora protegia seu corpo. Seus olhos brilham, os Lycans a encaram, mais ainda sentem algum receio pois não sabem o que os aguarda ao confrontarem a bela guerreira de cabelos negros esvoaçantes.

Marinny“ –A partir de agora, vou ouvir o som que vem do meu coração! Lutar para proteger! Eu sou... SONIDO!!” Um clarão explode, cega os Lycans e demonstra que apesar da delicadeza, a guerreira agora nomeada, não estava para brincadeiras.
As criaturas então se lançam para atacar, porém algo como um cometa explode entre eles e a recém surgida SONIDO, explodindo diversos Lycans com o impacto... Em meio as chamas, RedTurbo sorria, seu cavanhaque e bigode tão cultivados expressavam um largo sorriso para Marinny e com um “positivo” nas mãos, RedTurbo vai virando-se para os oponentes e dizendo: “– Excelente nome moça!”

RedTurbo então observa as informações em seu visor, e uma delas chama muito sua atenção, tudo obra de seu cérebro doentio que adorava uma pancadaria, fazendo o briguento assumir novamente um largo sorriso de orelha a orelha enquanto a mensagem piscava na visão do guerreiro:

“ACTIVATE... KICK ASS MODE!”

Um movimento vigoroso de braços, Turbo bate ao chão, as lavas saltam ao céus e ele brada: “– Chega de ficar esperando o babaca falar pra descobrir o plano deles, agora é porrada e se querem porrada, tão falando com o melhor!!"

O guerreiro arranca um pedaço do chão e o arremessa de encontro aos Lycans, de forma incandescente, explodindo dezenas dele gritando: “– Eu sou... REDTURBO!!” Os Lycans corriam desordenados e se preparavam sob o comando do então desorientado Gungnir para um novo ataque, afinal ele esperava vencer a equipe facilmente e tudo estava mudando agora.
Gungnir: “– Então apenas esperaram eu contar todo o plano... Talvez eles valham o combate... ATAQ...!”

Gugnir não pode concluir sua voz de comando, apesar dos Lycans terem começado a atacar, porque um Lycan em pedaços passou por sobre sua cabeça seguido de uma rajada incandescente de plasma e então Argos, dando um poderoso golpe de impacto em Gungnir chega no exato local o arremessando contra as árvores e quebrando as mesmas com a força do impacto do corpo do guerreiro chacal!

Argos: “– O tempo de você falar terminou Gungnir, já descobrimos seus planos, agora você apenas será derrotado!”

Oito Lycans naquele exato instante estavam pulando sobre ele e prestes a atingi-lo, porém a agilidade do cão máquina se mostrou maior, ele com um impulso desviou de forma brilhante do ataque, virou-se e a rajada de plasma apanhou os oito cheio, explodindo os mesmos em questão de segundos! Argos olha para os dois amigos, percebe que conseguiram a transformação, surpreende-se com as novas capacidades de RedTurbo e se empolga com a decisão de Marinny, agora Sonido! O cão máquina então se põe em velocidade, corre por entre os Lycans, suas garras e rajadas vão destroçando o exército de centenas, pois apesar de agressivos e fortes, as criaturas são lentas se comparadas ao cão máquina de Dr. Chang e isso era uma vantagem e tanto em meio a tantos oponentes. Argos corria, destroçava, explodia e bradava: “– RedTurbo! Sonido! Seus cérebros são sua força, deixem o equipamento dar vazão aos seus poderes e mostrem do que são feitos!” Argos se perde em meio aos Lycans e RedTurbo e Sonido começam sua batalha.

RedTurbo: “– Sonido!! Eu vou abrir caminho do jeito que eu curto e tu me dá cobertura, aproveitando isso pra te familiarizar com as novas capacidades antes de descer o cacete nesses carcamanos!!”

Dito isso, RedTurbo puxa seu braço direito para trás, bate ao chão, o mesmo vai se abrindo com a força do impacto em direção aos Lycans e a energia incandescente do guerreiro vermelho segue em direção aos robôs canídeos, destroçando tudo em seu caminho. RedTurbo então se lança em disparada, salta sobre eles e se interpõe ao meio dos oponentes! Socos, chutes, voadoras, tapas na orelha, chute nos “países baixos”, cabeçadas, tudo era válido para um guerreiro criado em meio às ruas que sempre precisou se virar desde cedo e não seriam hienas robóticas que iriam colocar o medo em sua mente. Era verdade que o guerreiro era inconsequente, não pensava antes de agir, mas isso também o tornava obstinado e imprevisível ao extremo, fato esse que os Lycans estavam percebendo agora da pior forma!

RedTurbo: “ – MORRE FILHO DUMA ÉGUA RETARDADA, sente o poder do vermelhão aqui!! Vou dar tanta porrada em vocês que até a próxima geração de parafusos vai ter medo de enxergar qualquer coisa vermelha!! UUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!!”

RedTurbo se lançava em uma voadora devastadora, envolta em energias e chamas que foi varrendo o local de forma estupenda! Marinny observa tudo e sabia que não teria o poder destrutivo do amigo, ou pelo menos achava que não poderia mas isso não a impediria de lutar como nunca! Ela ergueu seu corpo levemente do solo apenas com o pensamento, funções que o novo traje permitia e deslizava em grande velocidade pela savana! Os Lycans entenderam que a moça deveria ser mais fácil de ser vencida, afinal, era uma mulher com um visor e nada mais! Ledo engano, alguns dos mais afobados, explodiram ao contato com a barreira vibratória do traje, seus corpos não foram capazes de aguentar diversas camadas de som em modulação freqüente e ininterrupta desestruturando todos seus componentes; outros ao se assustarem com as explosões resolveram usar suas garras e bocarras, as energias sônicas invadiram seus corpos como uma descarga elétrica em contato com suas garras e presas, explodindo ou destroçando os mesmos por completo! Marinny percebeu que poderia lutar sem precisar se defender tanto como antes e se soltou um pouco mais... Um leve sussurro foi transformado em onda de som sólido, moldado com um giro de corpo e a perna direita rasgando o ar que avançou contra a orla de guerreiros hienas destroçando tudo e os tirando do combate. RedTurbo observou, deu um pulo no ar com um dos Lycans preso em seus braços e erguido acima de sua cabeça, girando-o em pleno ar para baixo e pousando com o mesmo no chão violentamente, explodindo-o com o impacto, não sem antes gritar: “– Isso ae guria, essa é das minhas, manda ver na porrada que vamos deixar aquele cara de lata com a boca e os parafusos no chão, HHUHUAHUAUHAUHUHA!!”

Marinny se sentia aceita, se sentia útil, seu otimismo dava vazão as suas capacidades e seus golpes melhoravam e se aperfeiçoavam cada vez mais! Como se um campo de força gigantesco a envolvesse, ela moldava o som ao redor de seus punhos, como se tivesse braços e mãos gigantescas e como um gigante ela atacava, como nunca havia feito ainda, dando socos e mais socos, rasgando o ar com seus punhos e destroçando inimigos como somente Turbo e Lanthys eram capazes antes... E os inimigos? Começavam a recuar e se preparar para fugir! Argos chegou junto de Sonido, Turbo vendo que eles estavam em poucos agora, se reuniu aos dois e então Gungnir, que parecia falar mais do que agir, novamente falou mais do que devia: “– Chega, eu mesmo cuido desses intrometidos. Ouçam meu comando, corram pela savana Lycans restantes e capturem tantos animais ou pessoas se os encontrar quanto puderem, levaremos ao cruzador assim que eu terminar aqui!”

Os Lycans se colocaram a correr, todos agrupados, mas deram poucos passos, pois uma onda de choque sonora, envolta em fogo e reforçada com plasma atingiu a todos eles, destroçando por completo todos os guerreiros hienas que ali se encontravam, exterminando com o exército de Gungnir! Os três guerreiros observaram então Gungnir que trincando os dentes rosnou para eles: “ – Posso fazer mais Lycans quando quiser...”

E eis que RedTurbo se posicionando com Argos e Marinny rebate: "- E nós destruiremos todos de novo!"

Ele ficou observando os 3 guerreiros furioso, mas então, como se tivesse deixado aquilo de lado disse a eles, numa atitude totalmente adversa ao que esperavam: “– Muito bem, vou vencer a todos, me ataquem com o que tiverem de melhor, sequer vou me defender...”

Argos estranhou a atitude de Gungnir, era certo que ele planejava algo, porém Argos não conseguia definir o que... RedTurbo não parou para pensar, se lançou para trás como se pegasse impulso, lançou-se contra o oponente com o pé direito a frente energizado por seu poder o atingindo em cheio e o arremessando contra as árvores novamente. Gungnir gritou com o golpe, arrastou-se por metros e então se levantou e disse, irônico: “– Muito bem... Sua energia é boa... Será minha!”

Os olhos de Gugnir brilham em vermelho, seu cinturão faz o mesmo, emite um som estranho e então um vapor forte, como uma descompressão saindo do mesmo, mantendo o cinto com intenso brilho vermelho. RedTurbo se prepara para atacar de novo e então, ao se movimentar e se lançar ao combate, o cinto emite uma forte energia que parece sugar a energia vermelha de RedTurbo! O guerreiro cai ao chão, seu visor começa a enviar mensagens de alerta e como se sentindo violentas dores, banhado pela energia vermelha do cinturão de Gungnir, ficava se debatendo desesperadamente! Sonido observa a cena, grita o nome do amigo e flutua velozmente em direção a ele, erguendo um escudo protetor para proteger RedTurbo, porém Gungnir estava próximo demais...

Argos: “– Sonido, NÃO!!”

Usando a mesma tática de escudos em volta dos pulsos, Sonido atacou, Gungnir foi atingido, voou novamente contra a mata e gritou com a dor, porém no momento em que Sonido olhou para RedTurbo verificando se estava conseguindo protegê-lo com seus escudos, ela percebeu que a armadura do guerreiro havia sumido... Leandro se convulsionava ao chão com as dores e seu Turbo-Charger parecia totalmente desativado... Sonido olhou para Argos como perguntando o que havia acontecido e o cão máquina tentou intervir mas não teve tempo... A energia de Sonido começava a ser sugada também, o cinturão de Gungnir brilhava novamente em intenso branco e atingia Marinny da mesma maneira que fez com RedTurbo, fazendo a mesma cair também, novamente com seus trajes normais e sem condições de se levantar...

Argos percebeu tarde demais a estratégia e se culpava por isso... Entrar em contato com Gungnir era mostrar a ele a freqüência e tipo de energia que lhe dava poderes permitindo que seu cinturão especial se adaptasse e roubasse todas suas energias impedindo que os guerreiros pudessem reagir... Argos se manteve distante tentando evitar o mesmo contato com ele ou todos estariam perdidos, mas Gungnir percebeu e provocou: “– Não quer me deixar provar sua energia não é? Tudo bem, eu começo retalhando esses aqui até você se decidir, tenho todo o tempo do mundo...”

Puxando de suas costas uma espada que mais parecia uma adaga comprida, ele prepara-se para o golpe final diretamente no rosto de Marinny, porém um deslocamento de ar foi sentido, Argos avançou com fúria e abocanhando Gungnir pela perna esquerda, o rodopiou no ar e o arremessou contra uma rocha gigantesca que ali se encontrava... Ficando entre os guerreiros desacordados e Gungnir, Argos sabia que havia caído na armadilha do guerreiro chacal e estava fadado a ter sua energia sugada da mesma forma e mesmo que seu reator interno lhe fornecesse energia sem fim, ele precisava de tempo para poder reunir capacidade de ataque frente a tal oponente...

Gungnir se levanta, sorri maliciosamente e seu cinturão emite o brilho luminoso, agora em tom verde e novamente o vapor causticante que vinha após a mudança do equipamento... Argos em seu peito, começou a emitir uma luza vermelha intermitente, quase imperceptível e enquanto guarnecia os amigos, apenas disse a Gungnir: “– Não vai conseguir nos destruir Gungnir... Não tem poder para enfrentar nossa maior força... Você será derrotado mesmo que eu caia agora...”

Gungnir se enfureceu com as palavras de Argos, ativou seu cinturão e as energias plasmáticas de Argos começaram a ser drenadas de forma absurda e antes que o cão máquina perdesse por completo suas funções motoras e guerreiras, o guerreiro chacal bateu pesado em sua cabeça e o pegando pela pata traseira, devolvendo o golpe que recebeu, girando Argos com força e o arremessando distante, contra uma rocha que existia naquela direção...

Argos cai ao chão, inoperante... Seu peito emite um fraco sinal vermelho intermitente... Marinny e Leandro estão desacordados enquanto Gungnir gargalha sem parar abrindo os braços como um gladiador que vencia no coliseu... “– Viu meu senhor Guntraz??? Eu destruí aqueles que tanta dor de cabeça lhe trouxeram provando que não preciso de carne para ser eficiente!!! Eu nasci para derrotá-los e os derrotei, HAHAHAHAHAHA!!”

Gungnir novamente empunha sua espada, caminha lentamente até Marinny e Leandro e ergue sua arma para terminar o serviço que começou enquanto no peito de Argos, o sinal vermelho enfraquecido continuava piscando intermitente...

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Sonho alcançado: Esquadrão Relâmpago NeoChangeman - O Livro!!


Salve, salve galera! Quem me conhece há mais tempo do que antes da explosão de sites de tokusatsu na internet, sabe que lá no extinto Tokusatsu Forum - Nipo Heroes HP, surgia minha saga Esquadrão Relâmpago NeoChangeman, quando as fanfictions ainda engatinhavam como forma de manifestação dessas sagas tão incríveis! Lá, eu que já escrevia minha primeira saga, Nipo Rangers, quis escrever algo mais sério na minha visão, e assim começou uma trajetória que perdurou por quase 20 anos...

Mas finalmente no dia 30 Dez 20, eu consegui publicar o último episódio da saga, de número 39 e título "Utópico Mundo Novo", concluindo um trabalho iniciado lá nos meados de 2004! Então chegou aquele momento de despedida, foram anos vivenciando as batalhas com os personagens que criei, vivendo suas emoções e aventuras e agora eu teria que dizer adeus e deixá-los no esquecimento, afinal, publicar um livro com a trama seria impossível devido aos direitos autorais que acabam sendo usados para contar essa continuação!

Então surge a ideia do livro por demanda, onde você pode encomendar seu livro e você mesmo compra o que você preparou, numa forma revolucionária e perfeita para realizar algo que sempre havia sonhado mas nunca achei possível de realmente fazer, e então, surgiu o tão sonhado Livro da Saga Esquadrão Relâmpago NeoChangeman! E o resultado foi muito além do esperado:
736 páginas, capa colorida, impressão perfeita, 39 episódios contando com um final espetacular encerrando e completando a saga e o melhor de tudo, a obra de uma vida, guardada na minha estante para ler e apreciar quando tiver vontade! Ter a sensação de empunhar um livro escrito e idealizado por mim foi algo que jamais cogitei que pudesse acontecer, mas graças ao apoio dos amigos e de minha esposa e filha, eis que esse sonho se tornou realidade!
A sinopse: Após acontecimentos e da última batalha de Changeman, Ibuki como foi visto no episódio final deixa a Terra e os cinco guerreiros e os oficiais da base seguem suas vidas... Aproximadamente 25 anos depois, um exército invasor ganha à órbita terrestre e inicia um ataque generalizado ao planeta! Muitas vidas são ceifadas mas no momento de maior desespero, um tufão de vento, descargas elétricas e acontecimentos inexplicáveis da natureza acontecem em meio à invasão e do meio dela quatro jovens surgem enfrentando a horda invasora! Quando estavam para ser derrotados, um homem em uniforme militar surge e os leva para um local distante onde então o início da trama começa a se desenrolar... Quem é este homem uniformizado, quem são os quatro jovens, onde a Força Terrena se encaixa nisso e como tudo isso tem lugar nos acontecimentos do narrativa? Emoção, combates ferrenhos, muita nostalgia e revelações incríveis um um futuro impensado para o Esquadrão que tanto nos encantou e emocionou mencionando ligações e acontecimentos jamais sonhados!
O livro não está disponível para comercialização por motivos de direitos autorais, são livros sob demanda para que os amigos mais próximos e que amaram a saga possam ter em casa sua versão impressa das aventuras para curtir quando acharem interessante! O livro também contém agradecimentos, dedicatórias, sumário e letras dos temas de abertura e encerramento!
Um grande presente que dei a mim mesmo e que espero, irá passar às minhas gerações futuras! Emocionado e realizado são as palavras que me acompanham neste momento!
Para sempre Changeman!


terça-feira, 13 de abril de 2021

Indomável - Cap. 3 - "- Protetor e protegida!"

Os primeiros raios de sol adentravam a cabana simples mas asseada e organizada… A jovem desperta não porque havia chegado a hora ou porque algum senso a fez emergir do sono profundo que desfrutou, mas sim pelo cheiro aromático de chá que tomava conta do lugar enquanto aos poucos, seus sentidos iam dando conta de que estava a amanhecer… Ela senta-se à cama e observa o local do irori onde fora preparado seu jantar revigorante da noite passada mas não encontra seu anfitrião por lá… Virando-se de volta, sentindo-se até ligeiramente desapontada, ela aceita que apesar de mal conhecê-lo ou não saber o que esperar de tal espadachim, ela com certeza esperava vê-lo ali, à cuidar dela de longe como fez antes…

Ainda sonolenta é verdade, a jovem apanha a “kobati” repleta de chá convidativo e quente, o sorvendo com delicadeza, finalmente deixando os pensamentos que a trariam à realidade uma vez mais, fluírem… Sua chegada até aquela cidade, o resgate pelo anfitrião, a carnificina do dia anterior que normalmente não a deixaria dormir por semanas e misteriosamente, ela dormiu um sono reconfortante e recuperador que jamais havia desfrutado em toda sua vida… Observando a paisagem que começava a se formar do lado de fora com a ainda fraca iluminação do amanhecer, aguardando que algo acontecesse enquanto imaginava que no dia seguinte, iniciaria sua jornada junto ao estranho que havia salvo-lhe a vida...

Um ruído ao lado de fora da janela, no entanto chama a atenção da moça, algo como um quebrar de galho e seu coração dispara… Seriam novos soldados a serviço de seu comprador, pensava aflita, olhando ao redor e buscando por seu anfitrião, no entanto uma pequena cabeça começava a surgir pela borda da pequena abertura, cabelos espetados e bagunçados, olhos curiosos e até assustados, mas ainda assim, pareciam atentos a moça…

Os sentimentos misturam-se no coração da jovem, seria um espião, seria alguém que vivia na floresta vindo atentar contra sua vida, seria talvez um... “Yokai” talvez… Sim, ela ainda tinha convicção da existência das criaturas que até mesmo seus avós não acreditavam mais, o povo de hoje não considerava possível tais existências, mas por algum motivo ela ainda os temia…

Quase entrando em estado de pânico ela pensa em falar com o que quer que a espreitasse quando a porta dos fundos abre novamente e o anfitrião adentra por ela, sentando-se junto ao irori servindo um pouco de chá para si mesmo… A moça o observa aflita e logo olha para a janela novamente mas a misteriosa face desapareceu então de sua visão… Sem entender nada e ainda com grande temor, era a voz do homem que explicava tudo e acalmava a jovem: “- Já lhe disse para não ficar às espreitas Hoshino… Você assusta as pessoas com esse cabelo horroroso… Venha comer algo, vamos!

Os passos apressados são ouvidos ao redor da casa e então adentrando pela porta dos fundos a moça agora podia ver quem à espionava pela janela. Tratava-se de um menino maltrapilho, sujo mas parecia saudável apesar da sujeira… Ele senta-se e o anfitrião serve três porções de sopa já sabendo que ele iria devorar as três e o observa comer com vontade! O garoto fartava-se com satisfação, um sorriso estava em seu rosto e enquanto isso, o anfitrião explicava: “- Muitos mestiços vivem escondidos pelas montanhas fugindo dos destinos das cidades… Fusões entre humanos e outras raças, se tornam párias e assim, locais com seres vivendo em comunidade são mais perigosos e selvagens que as florestas! Por isso, muitos se isolam para longe das mesmas para ter alguma chance de viver… Hoshino é um desses, há muito vive quase como um eremita, sem pais ou parentes que conheça, não confia em praticamente ninguém… Por isso, eu o tornei meu pupilo e vou ensinar-lhe minhas artes secretas e em troca, ele deve vir aqui comer algo de vez em quando… É um bom acordo!

O garoto larga sua refeição, ergue-se e saca sua espada de madeira fazendo movimentos pelo ar nada convencionais ou definidos, mas em sua mente ele estava já à se tornar um grande guerreiro samurai e pela primeira vez se ouviu a risada do homem que havia acolhido aos dois desgarrados ali, Hoshino e a jovem ainda sem nome! Com um movimento único o anfitrião então se põe de pé e aconselha a moça, uma vez que os raios de sol começavam a surgir: “- Prepare-se para partirmos, começamos cedo e terminamos tarde nossas caminhadas, assim chegamos mais rápido ao destino!

A moça então se espanta, afinal ele havia dito que sairiam em dois dias, no entanto estava a pedir-lhe para saírem em minutos… Sem entender o que estava a acontecer ela pondera: “- Mas você disse que íamos partir em dois dias…” O anfitrião se detém enquanto Hoshino de boca cheia e respingando pedaços de vegetais que estava mastigando responde antes dele: “- Cê tá dormindo tem quase três dias moça, hehehehe!

A jovem então se espanta, como pode dormir tanto tempo sem acordar nenhuma vez e ainda assim não ter qualquer efeito colateral, isso era impossível… Atônita e olhando para o chão, era o anfitrião quem explicava agora: “- O chá… O oden… Todos continham ervas curativas e restauradoras bem como sedativos além claro dos alimentos necessários à sua restauração… Essa espécie de coma curou-lhe completamente e agora está em condições de viajar! Vista-se com os trajes que deixei a você ao lado e depois não esqueça de agradecer ao Hoshino, ele conhece todas as ervas da região… Ele te salvou moça!

Hoshino ria largamente com a boca suja e cheia de comida enquanto a moça com olhos lacrimejados agora, acenava levemente com a cabeça em direção ao menino, ainda surpresa com tudo que acontecera… Com emoção em sua voz ela agradece ao garoto e prepara-se para vestir-se e iniciar sua jornada, e é neste momento também que ela ouve novamente a voz de seu agora guardião: “- Hoshino… Pra fora, a moça vai se trocar… E você moça, não esqueça de se alimentar bem, teremos poucos oportunidades de comer algo saboroso e quente como agora… O oden está borbulhando sobre o “irori”, coma e quando estiver pronta, me avise!

Os dois saem pela porta e desaparecem, enquanto a moça por sua vez inicia seus preparativos e em questão de trinta minutos, embora não entendesse o porquê da vestimenta que lhe foi dada, ela estava abrindo a porta da frente para buscar pelo guardião que a levaria ao seu destino, o avistando à frente da casa com Hoshino!

Caminhando lentamente até por certo desconforto com os trajes, que inclusive possuía como cobertura no braço direito uma espécie de luva sintética altamente detalhada e que lembrava muito, para não dizer praticamente disfarçava o referido braço como se um braço robótico implantado fosse, embora não adicionasse qualquer capacidade extra ao movimento ou uso do mesmo... Divagando sobre os porquês de tais escolhas para sua vestimenta, ela vai lentamente até eles e escuta um pouco do que falavam… “- Aqui jovem pupilo samurai… Se passar por algum risco que não possa resolver, use este cartão de comunicação e quando o atenderem apenas informe que “o infinito chama” e será ajudado no que precisar! Cuide bem de tudo e prepare-se para novos golpes quando eu retornar!

Hoshino estava feliz e parecia se sentir bem ali… Avistando a jovem corre até ela e comenta: “- Vai ficar tudo bem… Ele vai cuidar de você… Ele sempre cuida da gente!” A moça acaricia os cabelos bagunçados do garoto, sorri com a felicidade contagiante do mesmo e com a mensagem otimista que lhe passara… Ela então segue em direção ao homem que a aguardava para partir e tão logo ela se aproxima, ele a acompanha e sua jornada inicia…

Estranhos um ao outro, agora seguiam juntos rumo à caminhos desconhecidos, pelo menos para ela e nenhum dos dois tinha certeza do que encontrariam por esta viagem inusitada… Alguns minutos se passam, os dois caminhavam por trilhas entre a floresta enquanto a moça ainda não entendia o porquê daquele traje esquisito, seria mais confortável naquele calor usar roupas mais leves e cômodas... Além disso, o próprio guia da moça, demonstrava em seu traje algo como luvas que cobriam desde os dedos até o cotovelo de ambos os braços, o que a deixou mais confusa ainda sobre o mesmo, seria ele um implantado e ela não havia percebido?

Conforme ela ia pensando, como se pressentisse sua pergunta mental insistente, o guardião quebra o silencio que ambos mantinham e pondera sobre… “- Mulher… Jovem… Gênesi… Muitos ficariam tentados em te levar para casa moça… Esse traje oculta seu corpo feminino, te deixa maior, a espada de madeira às costas dá ideia de que possa ser alguém que treina a arte de espadas e assim podemos com sorte, passarmos por simples viajantes e andarilhos ao invés de um guardião transportando uma espécie de troféu da era atual… Evite falar, evite denotar sua condição feminina, quanto menos seres souberem quem você é menos risco estará correndo…

A moça oculta pela manta que cobria seu rosto entende finalmente o motivo e se sente completamente idiota por sequer ter cogitado que andar livre pelo mundo atual era muito perigoso… Ao mesmo tempo ela se sentia mais protegida pois seu guardião parecia realmente entender o que fazia… Arriscando tentar conversar um pouco, ela modifica a voz e busca contato: “- Você trabalha transportando pessoas sempre?

O anfitrião se detém, fica em silêncio por alguns segundos e então sorri levemente: “- Não posso alegar que enganaria qualquer um, mas é um esforço louvável em ocultar sua voz… Agradeço o esforço,  geralmente as pessoas não seguem minhas instruções, mas com você, creio que teremos uma viagem deveras agradável senhorita!

O guardião ainda com um sorriso leve no rosto, vira-se e segue caminhando enquanto a moça, em um misto de insatisfação pelo riso mas ao mesmo tempo contente por ter feito algo que agradou ao guardião, seguiu caminhando já não cogitando que receberia uma resposta e eis que era ele quem surpreendia agora: “- Trabalho em muitas coisas, a grande maioria dos meus trabalhos não me traz orgulho ou renda… Já transportei pessoas também mas nenhuma como você… Alguns me chamam de mercenário pois aceito o trabalho se o valor compensar e for justo… O seu trabalho compensa e creio ser justo, então, aqui estamos…

A moça então segura as duas mãos como se pensasse, raciocinasse sobre tudo que havia ouvido e tentava digerir tudo e entender o que estava acontecendo ali… Eles continuam a caminhar e o silêncio se mantém como sempre foi, mas ela considera que ele tem falado bem mais do que falou em todos os dias anteriores… Então, relembrando dos dias anteriores e apostando que ele continuasse disposto à conversar, é que outra dúvida lhe vem à mente... Lembrando do bom efeito que a atitude anterior teve, ela tenta deixar a voz mais grave ainda e questiona: “- Naquela noite… Você estava trabalhando para quem então?

Embora o guardião tivesse percebido a entonação maior na voz e considerasse que estava melhorando em seu disfarce, ele nada disse sobre o assunto, mas respondeu certeiramente à pergunta: “- Digamos que, uma empreitada pessoal!”

A moça não compreende completamente, ele nada mais diz e os passos seguem por alguns segundos até que um deslocamento de ar e um rugido são ouvidos! A jovem mal consegue perceber que um urso pardo gigante a pular para cima dela, mas mais imperceptível ainda foi o que atingiu o urso o arremessando para dezenas de metros depois dela...

Ao perceber que nenhum ataque havia chegado até ela, ela abre os olhos e busca pelo acontecido, observando o guardião, diante do urso enfurecido que o observava e rosnava tentando intimidar seu oponente, mas em questão de segundos, os olhos do guerreiro brilham em intenso amarelo novamente, suas pupilas ficam fendidas e a fera, como se tivesse visto um fantasma, assume posição quadrúpede uma vez mais e sai em disparada como se tivesse sido completamente intimidada, algo que a jovem jamais havia presenciado! Os olhos do guardião voltam ao normal, ele guarda sua espada e volta em direção à moça, passando por ela e seguindo a caminhada, explicando os fatos... “- Apenas uma mãe ursa temendo por seus filhotes, não era necessário feri-la... Sobre aquela noite... O mundo de hoje é um mundo de caça e caçadores… Ou você é a caça ou você é caçador… Alguns conseguem perambular entre as duas opções mas a maioria… Sempre é a caça… E eu odeio quem caça os que não devem ser caçados… Inocentes, os desprotegidos, os mais fracos, aqueles que não podem revidar… Qualquer um que use de covardia e vantagem sobre alguém, é meu inimigo… E naquela noite… Bem, eram sete contra três e todos eles queriam morte e crueldade… Assim, eu precisava cumprir minha tarefa e limpar SkyLand de seres dessa estirpe…

A jornada da dupla prossegue calma, já estavam andando havia aproximadamente três horas e nesse tempo de caminhada conseguiram sair da área urbana a qual haviam adentrado novamente para seguir rumo ao destino traçado para aquele dia, rumo este não informado pelo guardião à moça… O homem então, alguns metros depois, observando sua contratante pondera com ela: “- Estamos caminhando há bastante tempo… Está cansada ou deseja beber água?

A moça acena negativamente sem dizer qualquer palavra e fica aguardando para continuar a caminhada, ela o seguiria onde ele fosse, por algum motivo ela faria isso sem hesitar, ela confiava nele embora não soubesse o porquê… O guardião então à observa por alguns segundos analisando seu estado físico para ter a certeza de que ela podia continuar…

Ao ter certeza, ele vira-se e segue o trajeto, em sua mente ele se perguntava frequentemente, porque queria conduzir essa moça até seu destino.... Seria pelo dinheiro? Não... Ele havia muito tempo não se importava com tais frivolidades… O que o estava movimentando então e porque a necessidade forte de proteger aquela jovem? O caminho continuava e então é novamente a moça quem quebra o silêncio: “- Em poucos dias completará uma semana que nos vimos pela primeira vez… Eu acho… E ainda não sei seu nome… Eu gostaria de ter algum nome para chamá-lo…

Enquanto aguardava uma resposta, o guardião detém o caminho e espalma a mão para trás em sinal de que a jovem detivesse seu caminho também… Seu próximo gesto é se abaixar e sinalizar que a moça faça o mesmo e se aproxime dele… A moça obedece e deitados cobertos por uma elevação do terreno observam uma antiga usina hidrelétrica sobre o antigo rio Seta, hoje com uma água pútrida e cheia de dejetos, completamente inusável, mas o fato que os fez parar, o guardião iria mostrar logo em seguida, apontando para a antiga usina: “- Observe… Sentinelas do Povo Sucata… São seres praticamente máquina exceto por alguns pedaços de carne implantados em algum momento de suas vidas e que agora não tem mais qualquer manutenção ou funcionalidade…

A moça observa curiosa com o dispositivo de visão binocular digital que ele usava para analisar o que era mostrado… Robôs era a palavra mais correta mas, como bem dito, alguns possuíam peles penduradas, cabelos ressecados e escassos, mãos, pernas e peitos que perdiam suas coberturas sintéticas e pareciam mais zumbis que seres robóticos… Ela entrega o dispositivo binocular e é indicada à seguir rastejando pelo redor para fugir da visão dos mesmos e logo em seguida estavam à caminhar novamente seguindo a rota planejada pelo guardião, buscando atingir a “Ponte Omni” para logo depois chegarem ao destino esperado, o reduto do antigo local denominado “Zenjoji”, uma fábrica de carros abandonada do tempo dos veículos movidos à combustível fóssil; com a queda dos veículos movidos por petróleo a fábrica apostou nos novos modelos, isso ainda pelos meados de 2030 para logo após se tornarem uma das mais promissoras construtoras de veículos elétricos e de sistema antigravidade… No entanto, um funcionário insatisfeito, bem antes da grande guerra, destruiu tudo com combustível fóssil e fogo e nunca mais foi reconstruído outra vez… Mas a abundância de sistemas tecnológicos e peças de reposição se tornou um local propício para uma nova “comunidade” ali se desenvolver…

Os dois chegam à “Ponte Omni”, iniciam a travessia e o guardião pede que a moça se aproxime dele e tão logo ela faz isso sem sequer questionar, ele saca sua espada e para novamente, ficando à frente dela em posição de defesa… O silêncio impera no local, a moça não avista ninguém, mas o guardião continua lá, imóvel, até que finalmente ele se pronuncia: “- Saiam e mostrem suas caras… Seus parafusos e servo motores danificados demonstram suas localizações desde antes de seu posto avançado…

Vagarosamente diversos ciborgues – ou androides, era impossível definir completamente - então, dos mais variados tipos começam à surgir das duas cabeceiras da ponte, empunhando armas energéticas e espadas eletrificadas, caminhando de forma esquisita e nada harmônica em direção à eles… O Guardião mantém sua posição enquanto a moça parecia se ocultar atrás das costas largas que o guerreiro demonstrava e esperava que ele pudesse resolver a situação como deixou transparecer que podia, em sua pose e palavras…

O espadachim de olhos amarelos então fica a observar os ciborgues à se aproximar até que eles se detém e um deles, que tinha no topo da cabeça uma espécie de arpões em tamanho reduzido que simulavam um cabelo ao estilo punk, olhos arregalados e uma expressão nada agradável, mesclada entre sadismo e maldade aponta para ele com sua espada eletrificada berrando: “- Estranhos não são bem vindos, se entrou nas terras do Povo Sucata terá de pagar pela passagem com o que eu escolher que seja o pagamento... Assim, o líder do Povo Sucata, AngryHurricane reivindica seu imposto de direito!

Enquanto o enferrujado ser gargalhava, a moça que estava quase agarrada ao guardião mal tem de tempo de assustar-se com o fato de não conseguir tocar as roupas do guerreiro espadachim que a protegia, apenas sente um leve vento como se uma lufada de ar soprasse forte ao seu lado a fazendo cobrir o rosto e logo em seguida o guardião estava de volta ao alcance de suas mãos... Foram frações de segundos mas ao olhar para o mesmo, ele agora segurava uma espada eletrificada em sua mão enquanto as demais armas e espadas da dezena de ciborgues que ali estavam, explodiam simultaneamente como se golpeadas por algo…

AngryHurricane então olha para sua mão e tanto a mão quanto sua espada não mais estavam lá, apenas curtos circuitos devido à mesma ter sido decepada e agora, eram posse daquele que estava tentando cruzar o terreno, enquanto os demais eram arremessados ou derrubados pelas explosões dos equipamentos…

Hurricane então pensa em revidar o ataque e eis que seu moicano improvisado cai ao chão, com um corte liso e perfeito e a voz do guardião uma vez mais ecoava: “- Se eu me mover de novo, os cortes serão mais próximos ao tronco… Quanto à você Hurricane, o moicano foi pela mentira… Você é apenas um ciborgue recalcado com sonhos de liderança, posto que nunca vai atingir porque pensa unicamente em você e não nos que dependem de você… Agora resigne-se a sua insignificância e me leve ao verdadeiro líder… Eu quero falar com ConstructHonor… AGORA!

O guardião então assume uma posição de ataque e espera a resposta que vem do alto da construção da cabeceira da ponte, onde uma silhueta robusta e reluzente ao sol apesar de suas cores diversas ressalva com voz imponente: “- Cessem as hostilidades… Conduzam o guardião e sua companheira até o Gear Cradle onde conversaremos… Essa é minha ordem e ela é absoluta!

Os ciborgues, com exceção do indignado Hurricane, todos sem exceção começam a se mover em direção aos dois, indicando o caminho de forma cordial, ao que o guerreiro embainha sua espada novamente e conduzindo a moça ao seu lado, segue o trajeto indicado pelos ciborgues… Ao passar por Hurricane que olha com raiva para o guardião, o mesmo replica a ele quase sussurrando: “- Já, já, apararemos nossas arestas…

O grupo segue o caminho até a antiga Zenjoji, a fábrica de veículos abandonada, área de total domínio do Povo Sucata, onde dentro do galpão principal que servia de local para discussão de ações daquele povo afastado da sociedade, esperava os visitantes o líder ConstructHonor…

Os dois são colocados diante do líder do povo máquina que observa o guardião enquanto espera que ele se pronuncie mas visto que o mesmo fica em silêncio, é Honor quem inicia o assunto: “- Faz muito tempo meu velho amigo... Porque depois de tantos anos sem dar o ar da graça, ressurge justamente para cruzar nossas terras com tanto espaço fora daqui para seguir sua viagem?

O homem que há poucos instantes havia desarmado dezenas de ciborgues sem ferir quase nenhum deles, então dá um passo à frente, faz uma reverência e explica: “- Realmente faz muito tempo Honor... Eu preciso de seus cavalos… Se existe alguém que pode colocá-los em funcionamento é você e seu povo e, pretendia chegar aqui através da diplomacia, mas alguns ainda se recusam a isso…

O guardião observa o renegado Hurricane de canto de olhos, mas Honor sequer tira os olhos do guerreiro espadachim, analisando suas palavras… Alguns segundos de silêncio e então o líder do Povo Sucata responde: “- Você surgiu diante de nosso posto avançado propositalmente para ser trazido até aqui, essa parte de sua estratégia eu compreendo, mas não consigo entender o porquê de fazer isso, se tem a total certeza de que nada do que você carrega ou tem interessa a meu povo… Seu dinheiro ou qualquer outra coisa não tem validade para nós assim como nada que venha dos vivos… Tanto humanos como implantados rechaçam suas origens e nos delegam ao desaparecimento lento e desonroso sem qualquer preocupação depois de tanto tempo de serviços prestados... Nada que tenha em sua posse pode nos agradar ou justificar a proposta que me faz e já tenho problemas de sobra com meu povo... Meus companheiros os conduzirão para fora do território em segurança, adeus milenar!

O guardião então fica em silêncio por alguns segundos, pigarreia e completa: “- Exatamente por esse motivo é que não vim até aqui com intenção de barganhar… Eu vim te desafiar para um duelo e te vencendo, assumirei o controle do Povo Sucata e terei o que preciso!

ConstructHonor então olha com firmeza para o guardião, sua expressão demonstra que ele não gostou do que ouviu, mas esse não era o maior problema… Honor apenas conseguia guiar aqueles ciborgues desolados por conta da única linguagem que entendiam, a força! Se ele perdesse para o homem que o desafiava, sua moral ficaria deturpada e muitos iriam ser prejudicados com isso… Ele não tinha muitas opções e o guardião sabia disso, ao completar: “- Sei que fugir com o rabo entre as pernas como o Hurricane você não faria e se negar o duelo, perde seu posto automaticamente… Só existe uma opção para você Honor…

O guardião saca sua espada e assume posição de combate enquanto deixa claro: “- Enquanto lutarmos, se meu protegido for tocado ou ameaçado, você perde o duelo e a vida… Estou pronto ConstructHonor…

Continua...

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Grund-Tharg "Força Infinita" - Cap. 5 - "- Inesperados aliados!"

Passava do meio dia na aldeia dos Corcéis Alados, Grund-Tharg havia comunicado sua partida junto a Jhon Raven, Nissa e Syndra, para buscar através da aliança com a academia de WhinterLess, galgar novas aventuras pelo mundo, conhecendo mais do mundo além de sua própria tribo… Bárbaros por natureza são livres, mas essa “liberdade”, compreende geralmente realizar a rotina padrão da tribo sem seguir etiquetas ou regras, raros são os bárbaros que afastam-se de suas tribos para viver em civilidade, tanto por não suportarem o monotonia de tal estilo de vida, como pelo fato de que seguir suas vidas, batalhas, conquistas e defesas territoriais são suficientes para manter suas expectativas em alta!

Grund-Tharg sempre teve curiosidade, algo que foge à maioria dos guerreiros selvagens, e isso novamente se ativava nele ao ver que existia muito mais coisas além do que ele conhecia… Guerreiros que seguiam regras e herdavam poderes incríveis por essa disciplina, magos e magias, criaturas incríveis e místicas, oponentes dignos de enfrentar sua capacidade de combate… Sim, todo bárbaro que se preze quer derrotar o inimigo mais forte que encontrar para provar sua força e capacidade, em suas mentes, não é uma forma de ofender mas sim de se superar, e sair pelo mundo em missões, poderia dar isso ao vulgo “Força Infinita”... Aliás, todo bárbaro também tinha uma alcunha que o definia, de acordo com suas capacidades especiais digamos assim… O pai de Grund, se chama Tenskell “Machado Veloz” supostamente porque atacava com machados em uma velocidade que nenhum outro se equiparava, assim, como a mãe de Grund, exímia caçadora e batedora, capaz de enxergar ao longe como nenhum outro, foi batizada então de Stefne “Olhos de Águia”...

Essa alcunha geralmente surge quando o bárbaro entra em seu primeiro combate e demonstra sua capacidade, mas estranhamente com Grund-Thar fora diferente… Antes mesmo de sua missão inicial ele havia recebido tal alcunha do líder Goryn e isso encucava o jovem guerreiro enquanto após partirem da tribo seguiram em direção ao riacho, onde Grund queria comunicar Albânia, filha de Goryn e seu atual compromisso de matrimônio de sua partida… Enquanto Jhon seguia à retaguarda em silêncio e observador, Nissa e Syndra iam à sua frente trocando ideias sobre todos os acontecimentos ao que quem guiava à todos, ou seja, o jovem bárbaro Tangdarth, detém seu caminho, vira-se para ambos e esbraveja: “- Nunca tinha pensado nisso… Porque recebi meu título antes de minha primeira missão…”

Os três integrantes da equipe se olham e então pedem explicações, para entender do que Grund falava ao passo que dadas as explicações que fervilhavam na mente do guerreiro, Jhon Raven com sabedoria, mas principalmente grande atenção à tudo que acontecia ao seu redor arrisca: “- Se bem me lembro das palavras de Goryn, ele disse que não se tratava apenas de uma fonte curativa e sim uma fonte de dádivas e que lhe daria aquilo que precisava ou que o Deus Tangdarth lhe achava merecedor... Essas palavras, somadas ao fato de que ele lhe batizou digamos assim, fora dos costumes normais da tribo, indicam que existe algo em você ainda a aflorar e que, pela lógica, justificará sua “alcunha”, é isto que eu creio...”

Grund pondera as palavras, parecia ter dificuldade para entender tudo que Jhon havia falado, eram palavras demais e ao final de tantas coisas ditas, ele não conseguia extrair dali o sentido que talvez aquela narrativa tivesse… Conformado com a situação por hora e julgando que não havia tanta importância no fato apesar de sua curiosidade com tal, ele se vira em direção ao rio e começam a marcha novamente… O grupo reinicia seu trajeto e então novamente Grund-Tharg se detém para no instante seguinte se por à correr como louco pela mata de novo… Jhon percebendo o movimento do bárbaro instintivamente se colocou em corrida passando como um vento pelas duas arcanas que compreendem que algo aconteceu e usando seus poderes levitam na mesma direção tentando uma vez mais acompanhar Tharg pela mata fechada!

Eles correm por alguns segundos, que parecem minutos na verdade, Grund-Tharg já havia sumido... Conforme avançam a mata densa recebe luz, o som do riacho se tornava audível e em poucos metros estava o turbulento rio com Tharg ao centro de um local completamente revolvido na terra por diversas e infinitas pegadas… Todos se põe à analisar o lugar e emitir suas descobertas

Com seu conhecimento do terreno e capacidade de rastrear os movimentos dentro da floresta, Grund-Tharg era o primeiro à se manifestar: “- Pelo menos 100 soldados…”

Jhon Raven analisava também as pegadas e as comparava mentalmente com o que já tinha estudado sobre criaturas e seres deste plano e de outros e também completava: “- Pelo menos quatro animais pesados de ataque com garras… Podem ser lobos atroses ou cães selvagens atroses… A profundidade das pegadas indica Orcs… Ou Goblins...”

Nissa e Syndra emanavam suas energias e vasculhavam tudo em busca de sinais de magias e encantamentos e a ausência dos mesmos era de qualquer forma indicativo auxiliar na identificação do ocorrido:
Nissa: “- Quase nenhuma magia utilizada, apenas um rastro leve no ar de alguém que controla magia…”
Syndra: “- Criatura Dracônica, Meio-Dragão ou ainda, um dragão em si… Eles possuem magia em seu sangue… Com certeza um esteve aqui…”

Grund-Tharg pega um punhado de terra e deixando-a escorrer pelas mãos capta algo além, uma espécie de pó muito fino e tonalidade diferente da terra local… Uma farejada ao longe e ele percebe do que se trata: “- Atordoante… Eles chegaram de surpresa, o som do rio abafou seus passos, e o vento está na direção favorável à eles…”

O gigante caminha pelo local enquanto Jhon o acompanha e as duas magas observam as redondezas em busca de algum sinal extra, ao que Grund continua: “- Vieram dali (apontando para outra parte da mata) e estão indo para aquela direção (apontando o lado oposto)... As drogaram, e as levaram…” Grund corre até o ponto ao que julga que eles seguiram enquanto Jhon Raven completa, tentando apaziguar o aliado com sua ponderação: “- Não há sangue meu amigo, isso indica que ninguém morreu…”

Grund olha para eles e em tom de preocupação explica: “- Existe uma fortaleza mais ao centro do continente denominada Fosso do Réptil onde uma seita que realiza sacrifícios opera... OgreBould tem aliança com eles e nós destruímos sua estratégia… Levar nossas mulheres para serem sacrificadas é bem o tipo dele… E sabemos que Orcs e dragões estiveram envolvidos no ocorrido… Albânia está lá… E eu vou trazê-la de volta!”

Grund-Tharg se coloca a correr então como um touro desenfreado pela mata... Seus aliados o observam e sem mais querer o questionar, se colocam a correr também para serem abruptamente interrompidos alguns passos depois… Diante deles, como num passe de mágica surge Wigferth, clérigo do deus Luuthander, um dos mestres na academia de WinterLess e que agora detinha o caminho daqueles três… Jhon observa o clérigo e apesar de seu porte assustador, tenta desviar dele para seguir o aliado mas Wigferth abre suas asas que surgiram ninguém entendia de onde e novamente bloqueia o caminho pedindo que o escutem para logo em seguida suas asas desaparecerem como se nunca houvessem existido… Contrariados, os três ainda assim seguem sua fidelidade à academia obedecendo e eis que o clérigo, sereno e sem demonstrar suas emoções como sempre, explana:

“- Não conseguirão segui-lo sem desgastar seus corpos e poderes… Ele é um selvagem, vive aqui desde sempre, como tal, sabe andar pela floresta e vencer ela de maneira que vocês jamais fariam sem dons… A missão da academia era ajudar a tribo e retornar, o que os bárbaros farão daqui pra frente, é decisão deles…”

Jhon Raven com expressão séria e serena, franze o cenho e pondera como nunca fez antes à um superior: “- Essa missão desenvolveu mais do que o cumprimento do contrato, ele se uniu à nós, estava indo conosco para WinterLess e se unir ao nosso grupo… É um de nós agora, não iremos abandoná-lo!”

O clérigo com um sorriso no rosto e a complacência de quem poderia explicar o dia inteiro recebe o comentário de forma tranquila enquanto os três percebem que Grund já desapareceu em meio à floresta… As mentes dos três, percebia o clérigo, continuava focada em seguir os passos do aliado embora tivessem parado para ouvi-lo e, entendendo seus sentimentos, Wigferth faz alguns gestos com as mãos e uma imagem se forma mostrando Grund-Tharg à correr pela selva como um verdadeiro conhecedor do local e das trilhas, usando troncos como impulso ele dava verdadeiros saltos gigantes e ganhava terreno como nunca… Seu corpo parecia uma máquina, seus músculos pareciam aumentar de tamanho e sua resistência era incrível… Atônitos os três entendem que não poderiam alcançá-lo sem desgastar suas magias em demasia, ainda assim estavam dispostos à isso para não deixar o amigo sozinho ou fazê-lo crer que eles o abandonaram, mas uma nova visão os fazia perceber que Grund sabia o que fazia, pois um magnífico corcel alado voa rasante ao lado do guerreiro, que salta sobre ele e ganha os céus em cena magnífica, sumindo da visão de todos…

Wigferth desfaz a magia e olhando os três novamente completa rebatendo o comentário: “- Vocês são soldados de WinterLess e o que vieram fazer é um trabalho… O trabalho está cumprido e agora devem retornar… Se o bárbaro fosse seu aliado estaria aqui indo com vocês, se outro assunto é mais importante ele continua sendo fiel aos seus caminhos e não ao que disse que abraçaria! Assim, pelas leis que vocês concordaram em servir, retornem ou deserdem…”

Os três ficam completamente em ira com a fala do superior e se preparam para atirar toda a lealdade à academia ao vento e seguir junto ao amigo enquanto o clérigo, fazendo uma expressão de quem estava sendo direto mas não conseguia se fazer entender completamente, energiza seus olhos e um clarão ocorre para logo em seguida tudo voltar ao normal, exceto por estarem já na academia de WinterLess sem chances de revidarem ou fazerem algo…

Jhon e as duas arcanas olham com ferocidade para Wigferth que apenas dá de ombros e sai do local sem maiores explicações, enquanto os três seguem o caminho oposto profundamente irritados andando pelos corredores da academia pensando em uma maneira de ajudar o aliado até que uma voz inundando suas mentes os detém novamente… Eles a reconheciam sem dúvidas, era Wigferth à lhes falar mentalmente, mas o conteúdo fora o mais estranho pela contradição…
“- Se tivessem seguido o bárbaro, a academia mandaria capturá-los e então realmente não poderiam ajudar Grund-Tharg… Trazendo-os até aqui, vocês tiram os olhos dos regentes da cidade sobre vocês e agora estão livres para se armar e levar consigo recursos para a invasão do Fosso do Réptil… Em dois dias a batalha iniciará, certifiquem-se de chegar lá antes disso… Creio que Laryana poderá os transportar para lá quando quiserem, tenho favores à meu dispor por trabalhos prestados à ela… Não confiem em mais ninguém… Se preparem para sua primeira aventura de vida e morte… Boa sorte e eu nunca estive em suas mentes!”

Os três então se olham e finalmente entendem a postura e atitude de Wigferth, sim, a academia mantinha todos os seus sob vigilância afinal, eram soldados, integrantes que geravam lucro para a mesma, como tal, estavam sempre monitorados magicamente… Se tivessem simplesmente seguido, além do desgaste fatídico que tiraria sua capacidade de combate diante do que o culto poderia representar, os três seriam capturados e nesse processo perderiam a oportunidade de realmente lutar ao lado de Grund! Jhon, Nissa e Syndra então correm para preparar tudo que podem e descobrir o máximo de informação sobre os inimigos para partir o quanto antes ao encontro do novo aliado...

As horas se passavam e enquanto os três aproveitavam ao máximo do que podiam das prováveis quarenta e oito horas que teriam, tanto Jhon como Nissa e Syndra desejavam partir o quanto antes, se possível, naquela madrugada ainda onde, haveriam menos "olhos" sobre eles... Enquanto as duas arcanas buscavam mais informações sobre a seita que povoava o Fosso do Réptil, Jhon se dirigiu até Laryana, conhecida de nome apenas pois o kellintorita jamais havia estado com ela... Aliás, poucas pessoas tinham acesso à ela e o próprio Jhon só estava indo até lá por recomendação do clérigo Wigferth... Uns dizem que ela tem centenas de anos de vida, outros dizem que ela é uma criança especial, ao que parece ela escolhe a forma que deseja se apresentar, o que com certeza implicaria em uma criatura com muita vivência e sabedoria e muitos alegam inclusive que ela é na verdade uma poderosa elfa...

A moradia de Laryana estava à frente, Jhon Raven se deteve e ficou observando a casa modesta e adornada com diversas pedras que ele não saberia distinguir ou nomear... Ele então se direciona à porta para bater mas a mesma abre antes dele a tocar e de dentro um ser com chifres moderados, peito desnudo e uma expressão agradável e receptiva assim como cascos no lugar de pés o atende sorridente, exclamando:"- O sol está se pondo nobre senhor, se quiser falar com senhorita Laryana terá de vir mais tarde, pois ela inicia seus rituais ao entardecer... Se quiser passar à noite esperando é bem vindo, assim como suas duas aliadas..."

Jhon se surpreende inicialmente mas depois pondera, se Wigferth disse que confiassem somente nela, é porque algo já estava estabelecido e por isso tantas informações antes mesmo de que ele falasse algo... Sabendo que ele ainda tinha coisas a realizar, pede um favor ao sorridente mordomo: "- Viremos então bem antes do nascer do sol, e se não pudermos adentrar e falar com a senhorita aguardaremos aqui... Se puder, avise-a por favor e agradeço antecipadamente sua cordialidade e ajuda!"

O serviçal se curva concordando enquanto Jhon reverencia levemente e parte em direção da cidade para obter os equipamentos e itens que precisariam para a jornada, tão logo Laryana os recebesse eles partiriam e enquanto sumia na penumbra que começava à tomar conta da cidade de WinterLess, em sua mente e sua alma, ele suplicava: "- Se mantenha vivo Grund... Estamos chegando!"

Enquanto isso, no local denominado Floresta Densa, local situado quase um dia de viagem direção sudeste da tribo dos Corcéis Alados, a noite chegava e Grund pousava na entrada da mesma com seu corcel alado, corcel esse que ele sequer sabia como tinha chegado até ele... O incrível animal se sacode assim que seu cavaleiro desce e observa Grund nos olhos como se tentasse se comunicar com ele, enquanto o bárbaro por sua vez toca em sua cabeça, o observando igualmente ainda sem entender nada do que aconteceu... "- Não sei como nem porquê mas obrigado por tudo nobre amigo..."

O bárbaro reúne um pouco de lenha e com fricção de gravetos cria uma fogueira rapidamente... Com uma visão privilegiada, parado dentro do rio e um arco e flecha em mãos, em poucos minutos providenciou vários peixes e os colocou para assar... A escuridão tomou conta do local, o corcel pastava próximo à ele enquanto o jovem guerreiro, após se fartar, deitou-se próximo à uns arbustos pegando no sono pesadamente... Ele sabia que Orcs em caravana não se afastavam de suas presas à noite, além da superstição, eram barulhentos e chamavam muita atenção para si, ou seja, eram pratos perfeitos para predadores... Eles armavam acampamentos e espalhavam guardas por centenas de metros ao redor, matando tudo que se aproximasse ou dando alerta ao acampamento central, somente grupos de caça faziam isso e em caravanas não haviam grupos de caça, pela lógica pelo menos... Invadir na noite seria burrice, seria morto antes de chegar ao seu alvo mas atacá-los quando estiverem em movimento, seria o momento perfeito para colocar o terror nas criaturas e conseguir talvez chegar até os prisioneiros... "- Aguente Albânia, eu estou chegando..."

O bárbaro dorme, as horas transcorrem e então, nos dois pontos dessa trama, as atividades se iniciavam... Jhon, Nissa e Syndra chegavam à casa de Laryana totalmente preparados para a partida enquanto na floresta, o corcel alado ergue suas orelhas como se pressentisse algo...

Na casa de Laryana o servo abre a porta e os recebe cordialmente apesar de faltarem ainda três horas para o nascer do sol... Os três acenam em resposta a cordialidade e adentram o local, sendo conduzidos por algumas salas que inexplicavelmente não caberiam na casa que eles viram ao chegar... Para Nissa e Syndra nenhuma novidade, afinal entendiam os caminhos da magia e dos planos e sabiam que aquilo era perfeitamente normal, porém Jhon ainda se impressionava com tal capacidade... Eles chegam em uma das salas onde se via um círculo gigante ao centro, cheio de runas e símbolos estranhos e então, do outro lado da sala, uma mulher aproximando seus vinte e cinco verões surge, provocante e incrivelmente simpática, recebendo à todos... "- Sejam bem vindos aventureiros... Estou pronta para cumprir a troca de favores com meu amigo Wigferth e levá-los até o mais próximo de seu destino... Devo avisar no entanto que, para não sermos captados ou interceptados pelas vigias arcanas da cidade, deveremos fazer esse trajeto muito lentamente, o que nos consumirá umas duas horas pelo menos vagando entre os planos... Estaremos no local antes do nascer do sol pois devo estar aqui de volta antes disso também a fim de não levantar suspeitas... Se preparem pois iremos partir tão logo tomem seus lugares ao centro de nosso círculo rúnico!"

Ela aponta para o centro da sala, Jhon, Nissa e Syndra se olham e então dirigem-se ao local indicado pela voluptuosa anfitriã e quando ela se aproxima deles e começa à invocar palavras que eles não compreendem, nem mesmo Nissa e Syndra, eis que uma voz conhecida preenche o ambiente juntamente com a cena do clérigo Wigferth surgindo pela mesma porta que Laryana saiu, somente com uma toalha a cobrir suas genitais e visível expressão de satisfação...“- Aqui, peguem isso!"

O clérigo arremessa algo que parecia ser uma espécie de saco de tecido marrom, mas Nissa e Syndra tinham certeza do que se tratava... Compartimentos portáteis, uma espécie de vácuo mágico fechado dentro de um saco mágico onde se podiam colocar diversas coisas e ainda assim elas se mantinham como um pequeno saco, fácil e prático de ser transportado! Dentro dele, várias poções de diversas cores mas as mais brilhantes naquele momento eram as verdes e eis que o clérigo semi-nu completa:

"- Essas poções de regeneração irão restaurar suas condições físicas para como se tivessem dormido oito horas de sono tranquilas assim como curar qualquer fadiga ou condição que os debilite, quero dizer, ficarão repletos de energia e vontade para a ação! Existem oito ao total neste portátil, uma pra cada um de vocês, outra para Tharg que com certeza irá precisar também, e as demais como reforço caso precisem durante a missão! Outro detalhe importante, devem estar de volta em no máximo 32 dias, a fenda conhecida como Abismo, irá mais uma vez se abrir, e WinterLess precisará de todos os heróis dentro da cidade para proteger a mesma e seus cidadãos dos mortos vivos que surgirão! Conto com vocês!”

O grupo então ainda estupefato com a visão e a descoberta dos favores à que Wigferth se referira desde cedo, desaparecem da sala junto à Laryana que também estampava um semblante de felicidade e satisfação, com destino ao tão esperado Fosso do Réptil!

Na floresta, enquanto a cena com o grupo de WinterLess acontecia, o corcel alado estava atento à tudo e eis que dezenas de movimentos simultâneos acontecem em direção ao mesmo... Apesar de quebrar a lógica conhecida de Orcs, havia mesmo na caravana um grupo de caça, pelo menos oito Orcs saltam da mata com armas em punho prontos para abaterem o magnífico cavalo que por instinto tenta decolar para não ser atacado mas antes que fizesse isso, um brilho reflete o clarão das chamas da fogueira em meio à noite enquanto um dos orcs era partido ao meio espalhando sangue por todo o lado... Os demais atacantes se detém e em meio à escuridão, Grund-Tharg estava em pé, com vestígios dos restos de sua primeira vítima, um machado de guerra em cada mão, seus olhos irradiavam energia enquanto os esquálidos seres pensavam sobre como reagir... A voz do bárbaro então retumba no local indicando que a decisão não partiria deles e sim do defensor do local: "- Péssima noite para bastardos como vocês tentarem ameaçar meu amigo... Mas com certeza, ÓTIMA NOITE PARA REDUZIR TODOS VOCÊS À PEDAÇOS!"

Um urro descomunal é emitido pelo bárbaro e então ele avança como um búfalo furioso, atacando com brutalidade e selvageria, literalmente partindo os atacantes ao meio, arrancando braços, pernas, cabeças, destruindo seus corpos, os enterrando ao chão com golpes avassaladores até que em questão de segundos, o silêncio total imperava de novo pelo local... O corcel se sentia calmo outra vez enquanto Tharg ainda arfava com a ação noturna que exerceu... Ele então vai até o riacho, se lava e lava seus machados para remover o sangue podre e fétido dos inimigos destruídos retornando logo em seguida, já mais calmo, indo até o corcel e acariciando sua fronte novamente... Alguns segundos ao lado do aliado e Tharg volta para seu local de sono, complementando ao amigo como se ele pudesse entendê-lo: "- Se eles vieram é porque estão por perto e estão espalhados pela floresta, nos recolher à noite foi o ideal... Em breve irá amanhecer e vamos destroçar todos esses malditos filhos do demônio... Descanse meu amigo, eu cuidarei de você e depois iremos ter nossa vingança!"

Em torno de cinco da manhã as hordas de Orcs que começavam à levantar acampamento para seguir em frente já formavam o início da caravana, dezenas de carroças flutuantes se alinhavam uma atrás da outra enquanto os irritantes e barulhentos Orcs se amontoavam ao seus redores fazendo a guarda das mesmas de forma desordenada mas intensa... Tão logo a marcha iniciava e as primeiras claridades do céu iniciavam a derrubar o véu escuro da noite, alguns subalternos ainda ficavam para trás recolhendo material e correndo atrás do grupo principal logo em seguida, é neste momento que os mais retardatários ouvem o bater de asas seguido do urro ensandecido de Grund-Tharg que como uma rocha lançada dos céus desce ao chão com seus machados em punho, atacando e destroçando tudo e todos! Não havia técnica, não haviam golpes preparados ou treinados, não haviam magias, apenas aço e ferro quebrando ossos, moendo cabeças, abrindo valas e espalhando vísceras de orcs pela trilha da floresta! Grund-Tharg não pensava, não calculava, ele apenas via os inimigos à frente e os destroçava sem parar, não haveriam presos em sua investida, apenas mortos e resgatados pois em sua mente, não haviam inocentes em um grupo que sequestrava mulheres sem dar a elas a chance de se defender!

Os demais soldados que seguiam a última carroça percebem o acontecimento e abandonam seu posto de guarda para atacar o selvagem, vieram às dezenas e em seus olhos se via nitidamente a ideia de que haviam encontrado carne para o almoço, porém o destino deles estava selado diante das lâminas afiadas dos machados ensanguentados de Grund-Tharg e com a mesma brutalidade com que os demais foram recebidos, como se não estivesse sentindo qualquer fadiga, o bárbaro emanava energia de seus olhos e atacava sem ressalvas, sua meta era destruir todos sem exceção e encontrar o líder da caravana para ter seu acerto de contas com ele!

O primeiro que vinha em carga puxou sua espada para trás e foi partido por um dos machados em dois com um único golpe, o segundo vinha por cima deste e teve sua face afundada pelo impacto de estocada do segundo machado! Com um giro Grund acerta e abre os abdomens de dois Orcs que se aproximavam pelos flancos e então realiza na sequência um golpe com o machado direito de cima pra baixo que atingiu o quinto o abrindo e espalhando tripas enquanto o sexto que vinha logo atrás teve sua mandíbula esfacelada com pedaços dela adentrando seu crânio e o matando na sequência! O sétimo e o oitavo saltavam pelas costas de Grund que levou os dois machados para trás de forma brutal e não fossem os dois grudados tentando apunhalar o gigante em seus ombros, Tharg teria decepado seus dois braços pois os machados adentraram coluna vertebral à dentro de cada um dos Orcs que precisaram ser removidos à força da lâmina das armas brutais! O nono Orc veio em carga pela frente e recebeu um soco tão potente que seu rosto entrou pra dentro do crânio o matando na hora; já o décimo, se arremessou sobre o corcel o considerando presa fácil, porém o mesmo deu um pulo para frente esquivando do ataque para logo em seguida golpear com as duas patas de trás acertando o queixo do orc azarado que rodopiou pelos ares até encontrar a lâmina de Grund, sendo então partido ao meio pelo abdômen sem qualquer cerimônia! Os orcs continuaram à vir e Grund-Tharg se empolgava cada vez mais, era como se sua força aumentasse conforme combatia...

Alguns segundos se passaram e as dezenas de Orcs que chegaram ao encalço de Grund já haviam tombado e o selvagem mais parecia uma montanha de entranhas de tantos restos e sangue por sobre ele... A distância para a primeira carroça era mínima, ele se põe à correr em velocidade para alcançá-la mas quando estava à passos de tocar na mesma, uma criatura surge à sua frente do nada, brilha seus olhos e ataca com um poderoso golpe ao peito que arremeteu Grund para trás com violência fazendo-o rodopiar duas vezes pelo chão! O bárbaro se põe novamente em posição de ataque ainda empunhando os dois machados e então a criatura que o atacou sorriu maliciosamente, acenou como dizendo adeus e tudo que estava diante de Tharg referente à caravana, desaparece, literalmente em um passe de mágica, restando apenas um bárbaro incrivelmente furioso e urrando em um cenário de pedaços e vísceras para todo o lado que se olhava...

O dia amanhece, o grupo de WinterLess chegava ao local que Laryana os traria, tendo surgido em segurança horas de caminhada antes do alvo onde deveriam estar… Laryana os observa e explica que ali é o mais próximo que ela poderia deixá-los sem ativar as armadilhas arcanas que cercam o lugar ou chamar a atenção dos batedores, desaparecendo logo em seguida… Jhon Raven então observa o local à volta enquanto Nissa e Syndra se concentram em buscar a posição de Grund-Tharg e foi nesse momento que ouviram um bater de asas e um berro ensurdecedor que todos os três conheciam muito bem… A sombra ao chão chamava a atenção para os céus e com um pouso magnífico, o bárbaro desce ao chão próximo ao grupo e vai ao seu encontro de braços abertos satisfeito com a visão… “- Ora, ora, o que temos aqui, minhas duas aliadas em forma de deusas da perdição e meu amigo calado mas de lealdade incontestável… Eu sabia que estariam aqui…”

Nissa e Syndra abraçam-se ao jovem guerreiro que estava coberto de cortes e ferimentos pelo corpo, assim como tripas e sangue... Nenhum dos ferimentos era grave mas com certeza demonstravam que ele havia batalhado pelo caminho… Ao ser questionado sobre, o guerreiro selvagem alega que realmente teve com o que se ocupar enquanto as duas usavam magias para limpar o corpo do fedido bárbaro: “- Orcs batedores, não podia deixar nenhum escapar ou entregariam minha chegada… Boa parte da viagem foi pelo ar, mas precisava deixar o alazão ali descansar e em alguns casos, protegê-lo pois o céu aberto apresentava predadores também… Mas agora há pouco os achei e os confrontei, só que aquela criatura dragão que vocês detectaram lá atrás, surgiu e desapareceu com tudo... Creio que foram direto ao Fosso esses malditos... Então tentei seguir o mais rápido que pude com meu aliado aqui... Sem ele eu sequer teria chegado até o grupo maldito de Orcs... Aliás, ainda não entendo como e porque ele surgiu e como me aceitou tão fácil…”

Em uma clara resposta, uma voz estronda pela floresta pegando à todos de surpresa: “- TER ALIADOS CONFIÁVEIS FAZ TODA A DIFERENÇA SEU CHACAL!”

O grupo já de armas em punho vira-se na mesma direção prontos para o combate quando do meio da mata fechada surgia Goryn Travor e logo atrás dele, centenas de bárbaros armados com machados, lanças, espadas largas e montantes, prontos para o combate… O grupo de aventureiros baixa as armas e então se aproxima demonstrando claramente que não entendiam a situação, afinal, ninguém havia retornado à aldeia dos Corcéis Alados para avisar sobre o acontecido e, sabiamente percebendo essas perguntas na mente dos jovens, Goryn toma o centro do grupo e explica: “- Tenho muitos amigos em WinterLess… Wigferth não era um deles, mas passou à ser após trazer à mim as informações do ocorrido tão logo GrandTurin pediu-lhe… Dessa forma, pudemos reunir os guerreiros e partir logo após você e, digamos que enviamos Relâmpago Selvagem para te ajudar… Graças à ajuda de GrandTurin e Wigferth, assim como a preparação que seus amigos fizeram indo à cidade e trazendo recursos para que possam lutar, hoje, iremos adentrar essa masmorra, destruir todos os que habitam esse local maligno e resgatar nossas mulheres de uma vez… Corcéis Alados e vocês irão cumprir esta missão… Estão prontos para a aventura de suas vidas jovem aventureiros?”

Todos sem exceção naquele local, selvagens ou civilizados são preenchidos por uma sensação de adrenalina e união, todos sentiam a imersão das palavras do líder selvagem e pelo menos por alguns segundos, todos ali eram bárbaros, erguendo seus punhos e armas e gritando à plenos pulmões, urros de fúria, de entusiasmo, de preparação, de determinação e com certeza, suas metas agora eram destruir o Fosso do Réptil pedaço por pedaço!

Grund-Tharg: "- Mexeram com o grupo errado seus malditos filhos de cadelas sarnentas!"

Continua...

Galeria de imagens

Wigferth - Clérigo de Luuthander:

Laryana - A feiticeira misteriosa aliada de Wigferth:

Goryn travor "Arma de Guerra" - Líder dos Corcéis Alados:

O corcel alado, aliado de Grund-Tharg:


O serviçal que recebeu Jhon e os demais na casa de Laryana:


Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

O dia amanhecia, como há muitos dias não acontecia, com o grupo despertando em camas, dentro de moradias, o cheiro de comida nova emanava pe...