quinta-feira, 24 de junho de 2021

Airwolf - Ecos do passado! (Parte 2)

No episódio anterior de Airwolf “Ecos do Passado”:

O presidente que até então a tudo ouvia atentamente, interrompe questionando logicamente suas primeiras dúvidas:

“- Espere um pouco Arcanjo, as cenas são chocantes e claramente misturam os dois eventos dando a entender que quem derrubou nossos aviões está com este prisioneiro, mas estamos falando da segurança dos Estados Unidos… O que estão esquecendo de me contar para que eu entenda o motivo dessa reunião afinal e principalmente quem é Stringfellow Hawke dentro de nosso país e porque o homem sendo mantido em correntes no vídeo parece ser tão importante para ele e para você que veio de sua gruta sagrada para estar aqui nos mostrando isso pessoalmente? O que vocês ainda tem para falar que eu não fui informado?”

O senador Wendell, como se tivesse chegado ao momento que aguardava, novamente se acomoda na cadeira e com um sorriso nefasto, desafia Arcanjo à contar sua história para aquela reunião: “- Vamos Arcanjo, conte quem é seu operativo tão especial e porque ele se tornou um operativo da CIA? Estamos esperando, conte-nos tudo, vamos...”

Todos observam Arcanjo e este, arrumando seu terno, prepara-se para responder: "- Certo senhor presidente, o senhor quer saber quem é nosso piloto intempestivo, então eu lhe darei a informação completa:"

O chefe da "Firma", célula da CIA responsável por diversos projetos armamentistas ultra secretos, aciona alguns comandos em seu laptop e acena positivamente para sua assessora que imediatamente ativa a tela principal onde a ficha, diretamente do banco de dados do FBI, referente ao piloto do Airwolf surge diante de todos, enquanto Arcanjo explanava os detalhes:

"- Stringfellow Hawke, nascido em Denver, Colorado, aos quinze dias de julho do ano de 1949, ex-integrante das Forças Armadas de nosso país e também veterano de guerra! Seu pai serviu também aos Estados Unidos durante sua época, seguindo carreira de sargento no exército. Solteiro, 1,79 metros, tem como sua última patente a de Capitão do Exército dos Estados Unidos, já participou de vários operativos das Forças Armadas, resgate, incursões, missões e eventos! Foi piloto de helicóptero na Guerra do Vietnã junto com seu irmão Saint John Hawke, e nesse mesmo embate, foi prisioneiro de guerra e resistiu à torturas imensuráveis nunca traindo seu país ou seus companheiros! Nunca foi assassino, mas jamais hesitou em atirar para matar quando alguém ameaçava sua integridade, de seus colegas de equipe ou subordinados! Recebeu em honra aos serviços prestados para este país a Cruz de Serviço Distinto, Cruz de Voo Distinto, Estrela de Bronze, Estrela de Prata, Legião do Mérito, Medalha do Ar, entre várias outras que não lembro o nome! Tem uma das maiores coleções de artes pessoais dos Estados Unidos, vive isolado em uma cabana nas montanhas geladas do norte com seu cão, é pouco sociável e evita falar a maioria do tempo! Nenhuma ficha policial, nenhuma prisão, nenhum delito nem mesmo com a Receita Federal… Ele foi o único piloto de testes do Airwolf em sua concepção e obteve resultados mais positivos operando o mesmo que seu criador, motivo pelo qual, quando Moffet sequestrou o Airwolf, recorri à ele com a proposta de nosso governo para que ele fosse resgatar nosso brinquedo caro! Ele claro, recusou dinheiro ou qualquer outra forma de lucro ou vantagem e aceitou a missão, mas havia uma condição… Ele apenas devolveria o Airwolf à CIA, se encontrássemos seu irmão Saint John que, durante uma incursão na guerra do Vietnã, as unidades de helicópteros que pilotavam foram pegas em uma emboscada e perseguidas para longe uma da outra acarretando que nunca mais Saint Jhon, seu irmão mais velho, foi visto…  Mas o que o senhor senador quer que eu diga, é que Hawke não devolveu a aeronave como combinado, e o que ele não quer que eu diga, é que Hawke fez o que fez, porque apesar de terem se comprometido em achar seu irmão, ninguém moveu um dedo pra isso! Ah sim senhor presidente, o homem acorrentado no vídeo, supostamente é o irmão de Hawke que nenhum de nós foi resgatar e agora está em posse de um assassino serial! Me saí bem senhor senador?”

Mordendo os lábios com a provocação de Arcanjo, o senador pensa em tomar a palavra e dar sua versão, mas o presidente inicia a fala antes dele obrigando-o a calar-se… “- E sobre o Airwolf, porque é tão importante? Veja, o normal seria, prender Hawke, recuperar ou abandonar o helicóptero e construir tantos outros quanto necessário, afinal, orçamento não seria problema… O que esta aeronave e Hawke tem além do padrão para que esta situação se mantenha?”

O homem cujo nome de batismo era Michael Coldsmith-Briggs III, cuja peculiaridade de branco ao extremo em tudo que usava rendeu-lhe a alcunha e codinome de Arcanjo, novamente aciona alguns controles em seu laptop onde então imagens da poderosa aeronave surgem na tela, enquanto ele explana com satisfação:

“- Trata-se como disse o nobre senador Wendell, da mais sofisticada e poderosa máquina de guerra que temos no momento… Basicamente surgiu como um protótipo de helicóptero supersônico avançado com capacidades furtivas e um arsenal formidável, sob supervisão direta da célula "Firma", divisão da Agência Central de Inteligência como o senhor bem sabe… O conceito por trás do Airwolf era de um helicóptero supersônico armado que poderia ser disfarçado como um veículo civil, um verdadeiro “lobo em pele de cordeiro"... Para realizar as missões ao qual foi destinada sua criação ele tem vantagens como modo de supervelocidade para atingir a velocidade mach 1, conferindo-lhe desempenho de velocidade de combate equivalente ao de caças MiG e/ou outros aviões supersônicos ou mísseis com velocidades até mach 1. O conjugado com a turbina faz o Airwolf emitir um estrondo sônico como um uivo, tanto na aceleração como na redução de velocidade para modo de cruzeiro normal, outra comparação ao lobo de seu nome… Ele pode chegar a uma velocidade de mach 2, é capaz de atingir a estratosfera ou enfrentar aviões e mísseis em velocidade na casa de mach 2 assim como é repleto de armas como metralhadoras, canhões, sistemas de contra-medidas para despiste de mísseis atraídos por calor. Sua fonte de alimentação é energia fotônica, energia essa obtida através da coleta da energia solar, processada em seus reatores que a armazenam em forma usável, mesmo que ele ficasse dezenas de meses sem sol, ainda teria energia para se mover.”

Contrariado e em situação delicada, dessa vez é o senador quem toma a palavra, tentando não ficar totalmente ofuscado pela narrativa excepcional de Arcanjo, Wendell completava a explanação… “- O Airwolf também possui sistema de Inteligência Artificial e, o mais complexo de tudo, reconhecimento de DNA… Para poder pilotá-lo, seu DNA deve estar no banco de dados do Airwolf e, somente os usuários devidamente reconhecidos pela inteligência artificial do helicóptero conseguem acessar o procedimento de autorização para uma adição ou mudança de piloto…"

Arcanjo sorri ao ver seu oponente tendo de pegar carona em seu discurso para se manter de alguma forma visível diante de tudo, mas não ele não se sentia gentil o suficiente para permitir que Wendell tentasse se dar bem em cima de seu conhecimento, retomando a narrativa e colhendo as atenções para si novamente, e dessa vez, fortalecido pela narrativa do próprio Wendell: “- É por mais este motivo que Hawke se tornou a única opção de termos o equipamento ao nosso alcance, somente ele e seu criador, tinham seus DNA´s devidamente reconhecidos e como Moffet nos traiu, hoje Hawke é o único piloto capaz de envergar a mais poderosa, avançada e autossustentável máquina de combate do mundo todo! Dado que Moffet morreu sem deixar registros de seu trabalho ou mesmo alguém que conhecesse o processo, levaríamos talvez décadas, quem sabe até uma centena de anos, para fazer engenharia reversa e recriar o aparelho… Além disso ainda temos seu sistema de radar que é o mais sofisticado e completo de tudo que já existiu e senhor presidente, peço-lhe desculpas mas eu poderia ficar horas a fio descrevendo ao senhor toda a sofisticação e diferenciais que o Airwolf tem e porque ele e Hawke são tão importantes para nós hoje, mas creio que não seria adequado tomar tanto do seu tempo neste momento de tanta urgência…”

O presidente então vira-se de volta para a mesa, observa a todos os senadores, seu olhar era explícito e dizia à todos, como fomos chegar nesta situação? Colocando a cabeça entre as mãos ele fica em silêncio por alguns segundos, repensa em tudo, olha para Arcanjo novamente e então rebate… “- O que nos pede é sem precedências Cold Smith… Como presidente dos Estados Unidos, isso seria ir contra tudo que temos trabalhado para melhorar e coordenar a segurança desde a fundação deste país... Tem certeza de seu pedido?”

Repartição pública da CIA - Washington DC - 12:17hs

Stringfellow Hawke e Dominic estacionam em frente ao local com seu Jeep devidamente identificado da Santini Air, empresa à qual Dominic era o proprietário e Hawke, piloto de helicóptero junto ao próprio e aos demais! Com extrema pressa e sem formalidades os dois adentram o prédio e se diriem com pressa à sala de Arcanjo mas encontram apenas a secretária no local… O piloto pergunta por ele e obtém a resposta da moça de que não tinha esta informação para passar-lhe… Irritado e precisando obter informações rapidamente o mesmo faz o contorno da mesa e acessando o computador pessoal de Cold Smith, começa a tentar localizar arquivos ou informações que pudessem elucidar suas perguntas…

A secretária por sua vez, sabendo do “acordo de trabalho” entre a Firma e Hawke não o impediu ou chamou seguranças, apenas ficou monitorando a tudo, quando então, simultaneamente, tanto naquele computador, quando no pessoal de Arcanjo, durante a reunião com o presidente, uma nova mensagem surge, tomando posse da máquina e exibindo-se, diante de Hawke e Dominic, assim como de Arcanjo e a comitiva presidencial… O mesmo homem com imagem distorcida e escurecida das ameaças anteriores ressurge na tela, fazendo novo contato com ambos...

Ele lentamente batia palmas, de forma desconcertante e então a imagem do homem acorrentado sendo espancado surge na tela, diversos golpes são dados no mesmo que permanece desacordado aparentemente, causando reações poderosas em todos, especialmente em Stringfellow Hawke e Dominic… A cena então retorna ao homem distorcido e a narrativa inicia, enquanto as palmas cessam…

“- Parabéns senhor Hawke… Parece que o subestimei… Você encontrou um jeito de me localizar… Me obrigou a fugir e iniciar reparos… Estou realmente surpreso… E também aprendi minha lição… Brincar de gato e rato onde eu fui o rato, não é algo viável… Iremos mudar as regras do jogo então… Mas antes um bônus extra de estágio 1 concluído:”

A cena muda, um avião Boeing que seguia de Nova York para Washington é mostrado, as informações de voo, horário, origem e destino são mostradas, assim como o número de passageiros: 588 fora a tripulação… Em segundos algo atinge o Boeing que se desintegra em uma explosão colossal restando apenas pedaços em chamas caindo céu abaixo… Todos sem exceção, se não estavam de pé, ficam em pé, tamanho o choque que a cena causou e logo o presidente recebia informações assim como os responsáveis pela defesa, sobre o avião abatido confirmando a veracidade de tal acontecimento...A cena então retorna ao homem distorcido e ele reinicia sua narrativa:

“- Agora que entreguei meu presente por ter causado danos ao meu queridinho hoje senhor Hawke, eu tenho algo a dizer e preste bem atenção… Primeiro de tudo… Não importa a mim como vai fazer para conseguir isso, porém eu determino que absolutamente NINGUÉM se envolva em nosso jogo… Forças Armadas, CIA, Polícia, FBI, qualquer um que se envolver, qualquer tipo de intromissão em nosso duelo, mais aviões irão explodir e à exemplo do que foi agora, nada poderão fazer para impedir…  Segundo… Deixei pistas para você sobre as regras de nossa jogada final com um amigo, procure-o na pequena cidade de Little SandTree… Uma vez que chegar lá e encontrar meu amigo… Bem como posso dizer… Dessa vez eu serei o gato do jogo… E não esqueça senhor Hawke... Qualquer envolvimento de qualquer outro além de você e de sua equipe, o céu dos Estados Unidos se tornará um show de fogos de artifícios e seu irmão aqui, vira comida de cães!”

A tela fica completamente escura e então surge no lugar a imagem do prisioneiro agonizante que outra vez tinha uma mangueira o molhando completamente enquanto as descargas elétricas eram administradas uma vez mais, perdurando a cena até que o sinal fosse cortado por completo…

Hawke bate na mesa, ele e Dom então partem em direção ao exterior do prédio para dirigirem-se ao “Covil do Lobo”, como eles batizaram o local secreto onde o Airwolf repousava enquanto que na reunião presidencial, a realidade nua e crua acabava de espancar Wendell e seus apoiadores, diante do presidente da República… Wendel senta-se pesadamente na cadeira e Arcanjo recebe a informação de seu escritório, transmitindo à todos logo após ter compreendido seu conteúdo:

“- Como já perceberam pelo vídeo, é fato que Hawke e Dominic acharam um jeito de localizar o inimigo, por isso essa reação violenta… E acabo de receber a informação de que eles os dois estavam em minha sala quando o vídeo chegou, ou seja, eles irão à Little SandTree quer os senhores ajudem ou não… Agora podemos apenas definir se apoiaremos essa ação que poderá ser nossa solução final ou deixaremos tudo nas mãos deles e nossas pessoas que continuem à morrer por pura dureza de nossos julgamentos pessoais…”

O presidente fica a observar Arcanjo, logo depois ele volta à olhar para os senadores, se notava em sua expressão a ideia de que, óbvio, quem deveria resolver aquilo, seriam as equipes treinadas e controladas pelo governo para tal, porém, se as aeronaves continuassem a ser abatidas, e viesse à tona que a exigência descumprida do criminoso era o motivo, o povo se voltaria contra o governo e seria questão de tempo para que todos eles caíssem de seus postos… Um tanto já irritado com toda aquela demora e sabendo que Hawke iria precisar de "costas quentes" o quanto antes, Arcanjo quebra o protocolo e se manifesta quase como um cidadão enfurecido:

“- Senhores do senado e senhor presidente, entendam… De um lado temos um piloto extremamente experiente, capaz de pilotar nosso mais confiável recurso em detectar e derrubar esse inimigo que já tirou a vida de centenas de pessoas… De outro lado temos a burocracia e má vontade de nosso governo em fazer vistas grossas à meros deslizes de um excelente operativo, o que é contraditório afinal fizeram vistas grossas aos nossos erros ao ter deixado Moffet levar o Airwolf embora... É ilógico, penalizar quem nos salvou desse fiasco e esquecer aos demais envolvidos por estarmos em situações de cargos de estado... Ok, Hawke tem temperamento difícil de lidar, eu estou ciente disso e como estou, mas sem ele esta magnífica aeronave estaria em mãos inimigas hoje, quer aceitem ou não essa verdade e sua ficha é limpa como minha roupa branca, sem sequer um crime contra o povo americano diferente do que nós que estamos prestes à deixar mais inocentes morrerem por puro e simples orgulho… Permitir que Hawke encontre e derrube este assassino nos trará um céu seguro novamente e ainda quitará nosso dívida com ele, permitindo que talvez nos entregue o aparelho outra vez… Tudo que precisamos é passar uma borracha no passado e olharmos para o presente onde vidas estão sendo tiradas e temos a resposta para parar isso, mas não queremos apoiar e dar o suporte necessário...

Furioso tanto com a quebra de decoro quanto com a investida de Arcanjo, era o Senador Wendell agora quem batia na mesa e esbravejava tentando claramente tomar o controle: “ - Arcanjo, nós não temos que passar pano por sobre seu protegido, ele cometeu crimes graves contra esse país sim, ao roubar e ocultar um de nossos mais sofisticados equipamentos de combate, e você calou diante desta situação, deixou um civil se intrometer e alterar rotinas, leis e códigos do Ministério da Defesa dos Estados Unidos e agora estamos aqui de mãos atadas sem poder usar essa arma para derrotar quem está matando nossa gente! Ou ele traz aquele helicóptero e se entrega, para que possamos fazer essa missão do jeito certo, com pessoas capacitadas e confiantes para tal, ou por Deus juro, iniciarei a caça agora mesmo à Stringfellow Hawke e à você!"

Arcanjo então observa Wendell aos olhos e sem olhar para o presidente rebate com potência o comentário infeliz de seu adversário: “- Vocês me pediram, três anos atrás para que encontrasse alguém capaz de trazer o Airwolf de volta pra CIA, e Hawke é essa pessoa! Nem sequer vou citar a questão Inteligência Artificial e reconhecimento de DNA, mesmo que esse impedimento não houvesse para proibir que pilotemos aquela aeronave, ainda não temos ninguém experiente, familiarizado e capaz de pilotar aquela máquina como ele faz… Ele não quis dinheiro, medalhas ou qualquer outra coisa, ele pediu tão somente, que encontrassem o paradeiro de seu irmão desaparecido no Vietnã, mais um dos tantos enganados com promessas vazias e que deixaram suas famílias e vida para lutar por esse país, morrendo por lá ou sendo tratados como lixo nos dias atuais quando retornaram à sua pátria mãe, e o que essa casa fez sobre isso? Nada… Mesmo ele tendo cruzado o mundo e enfrentado a ira dos libaneses, ele e Santini voaram de volta pra cá e trouxeram seu tão precioso equipamento em segurança… Mas nada esperava ele aqui do que foi prometido, então, como qualquer ser humano sem sangue de barata nas veias faria, ele tomou o Airwolf para si, como garantia de que buscariam seu irmão como prometido ou que ele mesmo pudesse fazer isso com o aparelho… E senhor senador, senhor presidente me permitam, apesar da total falta de consideração dos Estados Unidos da América com o piloto que arriscou sua vida para trazer, como o senhor disse Senador, nosso mais sofisticado equipamento de combate de volta, ele ainda está lá, voando e nos ajudando em tudo que pedimos, em missões arriscadas, sem ter essa real obrigação… Por Deus, eu no lugar dele já tinha sobrevoado o Congresso e para o inferno com todas essas burocracias, mas ele, ainda está aguardando… E sabe-se lá até quando irá aguardar..."

Silêncio constrangedor no local enquanto Arcanjo se atirava sobre a cadeira visivelmente irritado mesmo diante do presidente à quem todos deviam altíssimo respeito segundo a hierarquia governamental daquele país… Esperando dar um golpe final na negociação e conseguir o que precisava para que o Airwolf pudesse agir com respaldo dos Estados Unidos, Arcanjo lança mão de seu último discurso:

- O fato senhores, esquecendo todo e qualquer atrito que possamos ter ou leis e protocolos que devemos seguir  é que… Alguém mandou endereçado à Stringfellow Hawke vídeos de seu irmão Saint John Hawke, desaparecido em combate no Vietnã, acorrentado, sendo espancado e eletrocutado… Uma chance de que seu único ente familiar esteja vivo surge diante dele… Mais que isso, estão explodindo aviões comerciais e de passageiros nos nossos céus, com um equipamento invisível aos radares e ao que se supõe até os olhos… E seja quem for que está fazendo isso, enviando estas imagens confirmou estarem interligados a agressão a Saint John e os ataques aos nossos aviões… Hawke tem mais condecorações por bravura e atos de extrema capacidade que o senador Wendell tem de botões em suas roupas senhor presidente e ele está determinado à achar o irmão dele e nada irá impedi-lo disso nem mesmo o senhor ou esta casa… Porém, nesse processo, deixou claro que pode nos ajudar a derrubar seja quem quer que esteja matando nossos cidadãos, seguindo nossas instruções se for possível para seguirmos os protocolos que tanto prezamos… Se tudo isso que falei aqui ainda não é suficiente para que demos o suporte que poderá significar sucesso ou fracasso na descoberta e destruição desse assassino dos ares senhores… Então senhor senador Wendell, fale diretamente com Hawke e explique à ele sua decisão incrível de tirá-lo do Airwolf e prendê-lo enquanto seu irmão está talvez, nos últimos momentos de vida…

Arcanjo estende um rádio comunicador, desligado e sequer com bateria ao senador... A ideia era que Wendell não tivesse coragem de fazer o contato, Arcanjo conhecia bem a covardia do político inimigo e contava com isso para tentar intimidar o mesmo, entregando uma casca vazia para ele, ficando com a mão estendida ao senador olhando diretamente em seus olhos... Wendell o observa com olhar furioso por estar sendo posto contra a parede, principalmente porque acaba por demonstrar que realmente não tinha a coragem para confrontar o veterano piloto da poderosa máquina de guerra, fosse pela falta de argumentos, fosse pela situação nada humanitária que defendia, e recostando-se em sua cadeira estendendo a mão em palma aberta, define que não faria tal contato…

O presidente então, depois de tudo que viu e ouviu, acabou por decidir-se finalmente e já tinha um parecer à expressar sobre tudo que se havia falado ali... Em tom calmo e cordial, demonstrando que era esse ambiente que ele queria naquela conversa, ele profere: “- Arcanjo… Eu… Eu tive um irmão que desapareceu em guerra também... Nunca pudemos fazer seu sepultamento, minha família nunca superou isso... Tudo fica como que suspenso e a dor é quase insuportável, nunca se esvai... Sei também que não somos exemplos de justiça e compensação para com aqueles que nos mantém como um país soberano e seguro, ainda teremos de caminhar e amadurecer muito para tal feito... Baseado nisso e no fato de que preciso como presidente reconhecer os erros e incentivar os acertos, eu vou confiar em você e no seu piloto... Declaro que toda e qualquer ação perpetuada por Stringfellow Hawke e seus aliados, em função do cumprimento desta missão, terão um olhar benevolente e bastante brando para resolver seja qual for a questão ou ato que executado por ele e sua equipe à bordo do Airwolf… Diga a ele que tem nossa proteção e que nossos canais diplomáticos irão tentar liberar todas as barreiras burocráticas e de fronteiras que ele precisar… O Airwolf está autorizado à agir da forma que ele julgar necessário contanto que derrubem esse assassino!”

Arcanjo satisfeito e sabendo que isso iria de alguma forma abrandar a fúria de Hawke, permitindo que a "Firma" pudesse controlar melhor a missão e assim ter o resultado mais positivo possível para todos os lados, olha para o presidente e agradece com satisfação e alegria pelo retorno: “- Tem minha palavra presidente, e a observação contínua e eficaz do senador Wendell é claro, que farei tudo para manter os acontecimentos dentro do aceitável, ao máximo! E agradeço por essa oportunidade dada à Hawke… Com suas licenças senhores!”

Arcanjo se retira do local junto de sua assistente ao mesmo tempo que Dom e Hawke chegavam ao Covil do Lobo onde Caitlin os aguardava… Ela corre ao encontro deles e percebendo a expressão de ambos concluiu que a conversa não havia rendido as respostas buscadas, mais que isso, pelo olhar irritado de Hawke, se percebia que a ação se faria mais necessária novamente que a conversa! Enquanto o piloto preparava-se para iniciar a decolagem da aeronave, Dom explicava os detalhes à Caitlin do acontecido, fazendo com a que jovem co-piloto assumisse a mesma expressão determinada dos demais, preparando-se também para partir junto dos dois aliados… Em uma ação conjunta eles verificam equipamentos da cabine, assentos e cintos de segurança e logo cada um deles, já com seus trajes de pilotagem, tomavam suas posições dentro da possante aeronave, a Inteligência Artificial reconhecia o DNA de seu piloto e liberava suas funções de testagem e decolagem enquanto Dominic e Caitlin iniciavam as checagens para alçarem voo:

Dominic: “- Sistemas pressurizados… Giroscópios em stand-by… Servo-motores, funções elétricas e energéticas em total funcionalidade!”
Caitlin: “- Radares atualizados assim como o banco de dados da IA com os últimos combates, inclusive nosso encontro inusitado de hoje pela manhã!”

Hawke aciona alguns dispositivos iniciais no painel acima de seu acento e então se podia notar gráficos que mostravam a energia fluindo e alimentando as diversas partes da aeronave! Os rotores e as pesadas hélices então são acionadas, tanta as superiores quanto as traseiras e enquanto elas iniciam o seu girar que dará impulso para o Airwolf sair do chão, Hawke relembra momentos com seu irmão, momentos com seu pai e o desespero e solidão que se seguiu após retornar ferido e sozinho da guerra do Vietnã...

Dominic: “- Armamentos, turbinas, recursos de contra-medidas OK, todos os sistemas do Airwolf estão funcionais Hawke!”
Caitlin: “- Rádio e equipamentos eletrônicos em perfeitas condições. Vento 180 graus, 15 nós velocidade, rajadas de 25 nós, Visibilidade 10Km!

Stringfellow Hawke começa a puxar o manche lentamente enquanto o poderoso aparelho recolhe seu trem de pouso e começa a elevar-se dentro da montanha, tempo suficiente para o piloto obstinado verificar os comandos e acessos ao sistema do Airwolf, carregando armas e sistemas de defesa para o embate que ele esperava encontrar em pouco tempo e tão logo atingem o topo, Hawke fica a observar o horizonte por alguns segundos e seus aliados é quem o impulsionam dessa vez…

Caitlin: “- Estaremos com você até encontrarmos Saint John…”
Dominic: “- Vamos pegar esse filho da mãe Hawke e trazer seu irmão de volta!”

O veterano de guerra reconhecido como único piloto do Airwolf levemente sorri ao olhar para os dois, vira-se para frente então e aciona as turbinas através do botão de acionamento no manche de comando e em segundos, o uivo do Airwolf rasgava as densas planícies superaquecidas de Passo de Los Angels, seguindo rumo ao destino informado pelo inimigo oculto que os afrontava!

Galeria de imagens:

A equipe do Airwolf e Arcanjo:


O "Covil do Lobo":


Airwolf decolando do Covil do Lobo + Cenas de voo e combate:

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Nipo Rangers - Episódio 20 - "- Mutante Cerebrax!"


Órbita terrestre - Fortaleza voadora de Guntraz

Oito horas haviam se passado desde a batalha entre os guerreiros e o líder máximo dos invasores, deixando um saldo amargo para o vilão que precisou recuar para não ser destruído… Era de se esperar que dentro de sua fortaleza o que se ouvisse agora seriam gritos de fúria pela derrota, mas o que preenchia aquele lugar frio e sinistro na verdade, eram gritos hediondos que retumbavam por todo o gigantesco cruzador de batalhas, gritos que transmitiam sofrimento, ódio, tristeza, revolta e talvez até mesmo, insanidade e instinto primitivo… Enquanto de seu tanque regenerativo o vulgo imperador se recuperava de suas feridas graves sofridas no combate contra a equipe gaudéria, seu cérebro, em boa parte computadorizado, o mantinha conectado à toda a fortaleza, bem como aos seus sistemas de funcionamento e produção… Tal qual Argos fazia com a poderosa CTG Cap´s, Guntraz era capaz de fazer em sua cidadela voadora e assim, ele era, embora ainda em recuperação, o causador de tamanha agonia que expressava-se em guturais lamentos que assustariam o mais corajosos dos humanos…

Em uma segunda sala, preso em uma mesa cirúrgica, Cerebrax, o general de tropas responsável por salvar a vida do Imperador no embate contra Lanthalder e os demais, havia recebido o “prêmio” por tamanho altruísmo… Seu corpo foi dissecado vivo, componentes vitais ligados à componentes robóticos, partes de outros monstros ligados às suas partes, produtos químicos e mutagênicos adicionados em seu sistema sanguíneo e quanto mais os procedimentos iam fazendo com que o antigo guerreiro mental aumentasse de tamanho e musculatura, novas partes de seu corpo e órgãos eram removidos ou dilacerados para implante de outros, fossem máquina ou orgânico, e à tudo o general presenciava e sentia…

Suas cordas vocais foram dilaceradas afinal, o tempo de falar havia passado segundo o pensamento de Guntraz, a missão deste novo Cerebrax era específica e única, não havia necessidade de que usasse palavras. Basicamente restaram ao ex-general guinchos aterrorizantes, com um cérebro orgânico reduzido à um terço para que a máquina tivesse mais controle que o ser, sobre seus movimentos, suas atitudes, suas ações, e que todas elas fossem programadas e não mais definidas por sua vontade e suas memórias, praticamente suprimidas, restando apenas resquícios e lampejos para que pudesse dirigir toda sua raiva contra aqueles que seu líder odiava, e assim exterminá-los com eficiência… Os gritos prosseguiam, os cortes e lacerações aumentavam conforme o tamanho e poder de Cerebrax também aumentavam e, diante de toda aquela cena dantesca, em seu tanque, Guntraz sorria e sonhava com a destruição de seus inimigos, que com certeza acalmariam sua sede de vingança…


CTG Cap´s

Era o dia seguinte ao embate na África, todos estavam na sala de reparos de Lanthys onde o androide observava e trocava palavras com os demais, enquanto seus checkups continuavam… Leandro e Marinny, igualmente foram submetidos à exames e diagnósticos para atestaram suas condições de saúde e enquanto isso, todos conversavam sobre todo o acontecido…

Leandro estava falando desde cedo, eufórico com a vitória, não achou que pudessem bater de frente com o líder mais alto dos invasores e saírem ilesos, então sua língua naquele momento era mais forte que ele todo: “- Cara… Tô feliz, literalmente demo um cacete naquela lata velho do Guntraz… Vou contar pra vocês, eu não achei que a gente fosse conseguir tão fácil derrubar ele… Cara, a gente abriu um buraco nele e no Cerebrax, cês tem ideia do feito que fizemos??”

Marinny que estava tendo uma parte da mão analisada em busca de alguma fratura, meio que franze o cenho e continua a narrativa… "- Eu realmente tenho de concordar com Leandro, mas com a parte em que ele alega que foi muito fácil… Foi realmente, Guntraz era pra ser quase um ser imbatível, no entanto… Não estou menosprezando nosso ataque em conjunto, mas… Sei lá, achei que ia ser algo de vida ou morte, e comparado à alguns monstros… Foi bem abaixo até…”

Lanthys eram quem agora analisava a situação e emitia seu parecer: “- Talvez nossos upgrades tenham sido efetivos demais e não esperados pelo inimigo, o pegando de surpresa e talvez por isso, tenha baixado a guarda e sido ferido dessa forma… Pois não há como discordar, deveria ter sido uma batalha muito mais difícil…”

Argos então, após acionar alguns comandos, volta-se para eles e então explana: “- Na verdade é um pouco de tudo isso… Eu creio que nossa evolução pegou Guntraz de surpresa, e ele também deve ter nos subestimado, envolto na raiva por Lanthalder tê-lo desafiado… Ele não esperava por isso e quando aconteceu, deixou o sentimento mais predominante nos seres humanos, tomar conta dele… Com isso, desceu ao combate despreparado, mais na reação que na razão, dessa forma, a parte que Leandro comemora se tornou uma realidade, ele apanhou pra valer e não foi destruído por que Cerebrax dividiu o dano com ele se colocando à frente, fugindo ambos logo em seguida depois… Mas eu creio…”

Lanthys então saindo da mesa de reparos, mexendo os braços como se sentisse seus servo-motores e sistemas trabalhando, completa o raciocínio de Argos: “- Que ele deva estar agora revertendo tudo isso e se preparando para o novo embate, seria isso Argos?”

O cão máquina acena positivamente para logo em seguida, Marinny tirando a mão de dentro do sistema de diagnósticos e mexendo os dedos como se buscasse sentir dores ou problemas na mesma e completa: “- E não irá repetir o mesmo erro, muito pelo contrário, ele irá se precaver e fazer surgir todo e qualquer tipo de opção que lhe dê alguma vantagem e isso irá incluir desde melhorias nele próprio até mesmo situação de reféns com alguma arma de destruição em massa... A próxima vez que nos confrontarmos, tenho certeza de que será a última….”

Os quatro amigos se observam e então é Leandro quem dá um passo à frente, bate a mão direita na palma da mão esquerda e grita entusiasmado, querendo trazer a mesma sensação aos demais: “- E nós vamos rachar ele ao meio de novo, sem problemas!”

O sorriso de RedTurbo era contagiante e animou à todos para o fim que se aproximava, era fato que com exceção de Leandro, ninguém subestimava o vilão, mas por hora, a energia positiva foi bem recebida e todos estavam preparados para dar o seu melhor na batalha final contra o temível Imperador Guntraz… O alarme da base então soa, todos olham-se e acenam positivamente, sabendo que deveriam estar prontos para qualquer situação, e assim eles fariam!

Argos aciona os sistemas de rastreio, a grande tela do local ativa as imagens de satélite e os poderosos vigias terrestres avançam nas imagens direcionadas pelas coordenadas definidas pelo sistema e eis que a localização e as imagens do local da detecção da energia residual usada na tecnologia de Guntraz emana, e de pronto Argos define os detalhes: “- Parque da Redenção na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre! Uma criatura surgiu do subsolo e está atacando à tudo e à todos! O TurboAttacker tem condições de locomoção, mas o LandCharger está ainda em atualização de sistemas Lanthys…”

O androide então pensa um pouco e olhando para Marinny, dando um leve sorriso pergunta, numa inusitada atitude quase humana de humor: “- Quer dar uma volta de moto?” No telão principal, respondendo ao comando de Argos, a imagem da poderosa máquina Interceptor, presente que o homem-máquina recebeu de um aliado de outro mundo quando da chamada “Batalha das Eras”, surge radiante, acelerando como se estivesse ansiosa por seu primeiro combate real… Marinny sorri diante da possibilidade, e então todos se colocam à correr em direção ao hangar da base, preparando sua saída ao máximo de velocidade que podiam!

Leandro chegava primeiro, era óbvio, e por sua vez enquanto acionava seu TurboAttacker busca uma nova provocação para o cão máquina: “- E aí totó, será que tu consegue acompanhar?” Argos para ao lado do guerreiro vermelho que o observava com sorriso sarcástico, enquanto o cão máquina se transforma e apenas responde partindo em alta velocidade: “- Coma poeira Leandro!”

Como um raio Argos partia da poderosa base pelos dutos subaquáticos que os traziam até a saída pela cachoeira que despontava ao final da caverna, lançando-se pela estrada de chão que conduzia à rodovia e esta por sua vez à cidade, próxima o suficiente da base para não precisarem usar portais de teleporte que ainda consumiam muita energia da base experimental que Argos havia pouco, estava operando! Leandro seguia logo atrás ao que Lanthys e Marinny, como um meteoro passavam por sobre o TurboAttacker com um salto incrível, aproximando-se quase de Argos na poderosa máquina sob duas rodas e assim, a equipe se dirigia ao Parque da Redenção onde a polícia tentava deter os avanços do monstro ensandecido!

Parque da Redenção - Porto Alegre/RS - 10:30hs

Os soldados da Brigada Militar sob o comando e ação de Coronel Pedroso tentam segurar a poderosa criatura que impregnava o local com um temível odor de podridão… A única semelhança que se poderia dar para a mesma, é de que seria algo como um elefante colossal, deformado e humanoide, arrastando-se sobre uma espécie de cauda, completamente enfurecido destruindo tudo em seu caminho, com extrema lentidão mas poder destrutivo imenso... Parecia que de tão ameaçador, sua única fraqueza por assim dizer, seria sua lentidão extrema de movimentação…
A equipe se aproxima do Parque observando os acontecimentos na área, começam a preparar sua entrada no combate para tirar os soldados do risco iminente e tentar conter a criatura sem dar chance para mais feridos!

Lanthys foi o primeiro à se arremessar por cima do círculo que os soldados tentavam fazer para conter o monstro e de pronto, Comandante Pedroso ordenou o cessar fogo da força tarefa da Brigada, ao passo que dois clarões, em vermelho e violeta refulgiam por detrás das tropas policiais, surgindo logo em seguida RedTurbo e Sonido entre a tropa e o monstro novamente, enquanto Lanthys trocava socos e chutes, atacando o enorme inimigo, tentando sentir sua resistência, capacidade e intenções…

Argos então detém-se ao lado de comandante Pedroso enquanto o mesmo ordenava com alto tom de voz para que os policiais se preparassem para reagir, mas somente à seu comando, pois o reforço esperado havia chegado e era necessário que os deixassem agir, pelo menos por enquanto, pensava o experiente policial… Enquanto ele gesticulava e controlava tudo, foi o cão máquina quem completou a cena: “- Desculpe a demora comandante, iremos controlar a situação tenha certeza... Que informações pode me dar sobre essa criatura?”

Com as costas da mão o comandante limpa o suor e depois usa o braço da gandola para completar o serviço e então conta o que sabe: “- Praticamente nenhuma… Pessoas começaram a ligar que tinha um elefante monstro solto na Redenção, a gente correu pra cá e tá aí esse bicho destruindo tudo…”

Argos acena positivamente e prepara-se para partir, mas faz uma pergunta a mais: “- Também foi informado que a criatura surgiu do subsolo… Isso é real?”

Comandante Pedroso acena negativamente com a cabeça e responde uma vez mais: “- Infelizmente não sei dizer Argos… Eu torço pra que possam dar conta, pois eu nunca tinha visto algo assim antes, nem mesmo nas demais batalhas… Eu confesso que estou ficando preocupado pelas pessoas com essa guerra entre vocês, antes pareciam ser mais centradas, mas tudo está tomando proporções gigantes… Precisamos pensar nas pessoas comuns meu amigo…”

O cão máquina observa o comandante da brigada militar e por mais que isso pudesse ser duro de ouvir, ele sabia que o oficial tinha razão… Suas lutas estavam trazendo terror e morte à população, isso precisava parar… Argos então se põe em corrida em direção à batalha e percebe o monstro enfurecido, tentando matar os integrantes da equipe de qualquer forma… Estranhando o ato e tentando preparar uma estratégia, era o próprio Argos quem bradava: “- Comandante Pedroso vai evacuar o local, tentem manter o monstro aqui dentro do parque para minimizar os danos e tentar evitar mortes civis… E a propósito, ele não parecia tão irritado quando chegamos…”

Lanthys recua com um salto evitando o ataque certeiro ao ponto onde estava, um giro pelo ar e ele pousa mais próximo à Argos enquanto uma cratera ficava no lugar onde o punho do gigantesco ser havia acabo de socar, e enquanto ele tentava dialogar com Argos, RedTurbo se lança contra o monstro com um chute voador desferido com os dois pés tentando desequilibrá-lo enquanto Sonido realizava ataques sonoros com os dois punhos querendo ajudar o aliado à cumprir seu intento! Lanthys comenta enquanto analisa todo o cenário: “- Ele mudou a cor de seus olhos quando chegamos, veja, está um vermelho quase sangue, foi como se ele nos reconhecesse de imediato e, me sinto errado em pensar mas parece que eu o conheço também…”

Lanthys se arremessa para o combate de novo enquanto Argos o acompanha mencionando: “- Vindo do chão, se enfurece ao nos ver, olhos mudando de cor... Porque tudo está tão diferente desta vez? de qualquer forma, por incrível que pareça, a ideia do Turbo é boa, se o derrubarmos, poderemos tentar mantê-lo imobilizado devido ao seu peso e atingir o intento de evitar novas mortes!”

Entre corridas e socos certeiros, visando sempre o peito e queixo do inimigo para o fazer tombar, era Turbo quem revidava a conversa: “- Ô comedor de osso, tá de sacanagem é? Por incrível que pareça, minhas ideias são boas? Isso deve ser ciúme por eu ser mais inteligente, ahahahahah!”

Sonido se ergue com o impulso do som arremetendo-a acima da criatura, distraída com os ataques de Turbo e Lanthys e passando por sobre o monstro, cria uma barreira de som tentando puxar o mesmo para baixo com o impacto gerado, auxiliando no plano inicial, porém fosse o que quer que fosse aquela criatura medonha e mal cheirosa, ela revidava no exato momento, como se tivesse se enfurecido ao extremo! Numa ação brutal, seus dois braços varrem Lanthys, Turbo e Argos para traz dezenas de metros enquanto sua tromba atinge Sonido com impacto gigantesco à arremetendo na direção contrária, fazendo com que ambos rolassem pelo local por alguns instantes!

A equipe se ergue, cada um de seu ponto e todos tomam a mesma decisão, derrubar a criatura o quanto antes… Turbo é o primeiro e às gargalhadas conclama: “- Muito bem bicho do capeta, tu ousou fazer eu invocar meu poder maior! É, eu andei fuçando aqui e descobri essa coisa linda que tu vai ver agora, fruto de muita porradaria e força bruta, a maior bazooca que cês já viram, que eu orgulhosamente batizei de “TURBAZOOCA”!

Um movimento magistral e a poderosa arma se manifestava e apesar do visual incrível e intimidador, os aliados embora não saíssem de suas posições, tiveram um certo estalo no ouvido com o nome escolhido pelo colega, o que claro, era bem o estilo de RedTurbo! Argos então foi o próximo e iniciou a concentração de seu Plasma Canon, enquanto Lanthys se convertia em Lanthalder através do seu brado de “Energizar” e preparava seu Proton Cannon… O plano era simples, atacar com força intensa do lado de cá e Sonido mantê-lo no chão com seus ataques sônicos do lado de lá, até o mesmo ser imobilizado de alguma forma…

Os três guerreiros atacam ao mesmo tempo, o impacto foi preparado para atingir a parte superior do monstro e assim usando seu peso, falta de locomoção e altura, usar isso contra ele e o manter onde não pudesse causar estragos… O impacto triplo viaja em direção ao monstro, o atinge em cheio e ele tomba, o que deu a deixa esperada para Sonido começar a emitir um grito fino que amplificou a quantidade de sons à serem usados, fazendo com que a camada de ataque sonoro mantivesse o inimigo ao chão, esbravejando, urrando, até que de repente, entre rosnados e sons ininteligíveis, se ouve, entre tantos outros sons, nitidamente a ofensa: “- Eu... odeio… malditos…”

Os quatro guerreiros então se detém e fraquejam em suas posturas a ouvirem tais pronúncias, o que foi suficiente para que o monstro conseguisse sobrepujar a concentração de Sonido e mesmo à despeito de seu corpo gigante e avassalador, ele se move com velocidade incompatível e novamente ataca com ferocidade, se detendo diante dos oponentes já arremetidos para trás novamente e outra vez anuncia, em som bestial e balbuciante: “- Culpa… Vocês…”

Lanthalder toma à frente e se erguendo primeiro que todos se posiciona em forma de ataque diante da criatura, convocando seu Proton Cannon uma vez mais, tentando entender o que acontecia: “- Você parece nos odiar e eu tenho a sensação de que já vi você… Se quer dialogar poderemos rever o que…”

O monstro bate as duas mãos no chão, enterra suas garras e arremete blocos de terra por sobre Lanthalder que não se move um milímetro que seja, mantém a posição e o disparo preparado e assim que a fuligem começa à cessar ele novamente toma a palavra: “- Eu não vou lhe dar outra chance, a vida de inocentes está em risco… Se não quer falar, eu arrisco… É você Cerebrax?”

O monstro urra furioso e então atacando à esmo tudo que estava ao seu redor, após uma destruição de vegetação e bancos de praças sem qualquer sentido, observa Lanthalder nos olhos, com os olhos vermelhos percebidos pelo androide ao início do combate e conclui, com uma raiva e ódio em sua voz nunca sentida antes por nenhum dos ali presentes… “- Eu… FUI!”

O monstro avança furioso, Lanthalder dispara seu Proton Cannon e tudo que consegue é retardar o avanço da criatura devido à seu peso e aceleração, fazendo com que o mesmo seja atingido pelo soco descomunal da criatura, arremessando o androide por entre a copa das arvores por dezenas de metros! RedTurbo se põe em velocidade contra o inimigo e começa à desferir socos e chutes em velocidade muita alta, impossível para o monstro corpulento desviar, mas, infelizmente sua força não fazia quase dano à criatura, apenas impedindo que ele continuasse no ritmo frenético e chegasse aos prédios próximos ao parque!

Argos então se coloca em posição, seu Plasma Cannon arde em labaredas e dispara com força e intensidade total, e tudo que o monstro faz é erguer seu braço pois parecia se sentir incomodado com tal disparos, atingindo RedTurbo com um impacto colossal de seu braço direito o arremetendo céus acima, indo em direção aos prédios que tanto estava tentando proteger e eis que Lanthalder ressurge, apanha o guerreiro vermelho no ar pelo braço impedindo o impacto e novamente pousam ao chão à tempo de observar o monstro avançar contra Argos mesmo com o Plasma Cannon ao máximo!

RedTurbo e Lanthalder correm, se posicionam ao lado de Argos e iniciam à disparar suas rajadas igualmente, mas o monstro parecia que, assim como sentia o impacto inicial, se recuperava logo em seguida e iniciava novo ataque e desta vez, parecia que ele estava imune à qualquer coisa novamente, pois mesmo com a pressão sem parar do ataque dos três, o monstro chega até eles, ergue seus dois poderosos braços e desfere um golpe de impacto fulminante que se os acertasse com certeza os mataria, e se os heróis arredassem o pé do local, ficaria apenas o monstro e a Brigada Militar um de frente para o outro, o que era inadmissível!

Então, no momento em que os poderosos braços descem para o ataque final, como que em uma insistência ensandecida, os gigantescos braços batem em algo que surgia naquele instante, repelindo por completo o ataque devastador, era Sonido quem dava o ar da graça, erguendo um poderoso, talvez o mais poderoso escudo que já tenha feito em sua vida permitindo que os aliados desfizessem seus golpes e tentassem se recompor, dando à eles segundos valiosos para tentar uma reorganização… Seus cabelos esvoaçavam, seus olhos brilhavam e ela se concentrava para manter a proteção de todos… “- Gente, o exemplar de sexo frágil aqui não vai aguentar as pancadas muito tempo, precisamos pensar em algo…”

Lanthalder foi o primeiro à sugerir, enquanto ajudava Turbo à se manter de pé depois do esforço: “- É Cerebrax… Guntraz usou nele o que sempre fez com os demais e o transformou em algo longe da personalidade calculista e sem emoções do inimigo que conhecemos... E pelo que entendi, ele nos culpa por tudo que ele está vivendo...”

Argos analisando tudo e tentando ser rápido para evitar mais esforço de Sonido completa: “- Ele está se remodelando, sua pele na verdade é metal disfarçado por isso tanta resistência, seu corpo é boa parte máquina o que lhe dá mais ataque e defesa, à cada investida nossa ele evolui e além disso, uma estranha onda cerebral parte dele sem cessar em direção ao espaço… Tenho certeza de que Guntraz está nos observando e se preparando para o próximo embate…”

RedTurbo girando os braços como se testando seu corpo, completa o pensamento de todos: “- E mandou o Cerebrax como bode expiatório, o pobre bicho é destruído e ele fica com as informações pra nos vencer… Quer saber, tô nem aí, esse cara já fez muito mal à muitos e tá assim porque se deu ao luxo de apoiar o lado errado… Se querem vir comigo venham, se não querem fiquem aí pensando, mas eu vou botar esse bicho abaixo, e vai ser na porrada... E fodam-se as disposições em contrário, ele teve muitas chances de mudar e resolveu se unir à Guntraz… Entre os inocentes e ele, eu escolho os inocentes! Sonido, eu vou passar!”

Envolto em energias rubras o poderoso guerreiro se lança em fúria contra o monstro Cerebrax, seu ímpeto era acertar seu ponto mais certeiro como vital, mesmo no atual estado, sua cabeça! Ninguém vive sem uma cabeça pensava ele e assim, contando somente consigo, o guerreiro chega ao monstro pego de surpresa com a velocidade e atinge um potente soco próximo de sua orelha esquerda, fazendo com que o mesmo virasse o rosto para o outro lado, demonstrando que sentiu o impacto!

Com o impulso dado para chegar à altura da orelha do monstro, RedTurbo gira o corpo e desfere um potente chute com seu pé direito atingindo novamente o mesmo local, fazendo o monstro sentir de novo e embora estivesse comemorando o sucesso de seu ataque solo, mesmo quando o ataque conjunto com a equipe deu errado, ele se perguntava, porque agora seus golpes estavam funcionando? Uma distração do guerreiro e o braço esquerdo do monstro vinha em sua direção para esmagá-lo, RedTurbo se moveu tarde demais, não iria conseguir desviar, então algo deteve o ataque fulminante e ao que Turbo consegue observar, avista o aliado Lanthalder, com seus dois braços para frente segurando com sua força inumana o punho destrutivo enquanto que meio que sorrindo exclamava ao amigo: “- Como sempre não espera sequer a gente falar… Quem disse que não iríamos combater Cerebrax meu amigo? Além do mais, nós temos uma teoria, acompanhe nosso raciocínio...”

Lanthalder firma suas mãos ao redor da mão do monstro que mais parecia uma roda de caminhão de transporte de tão grande que era, e usando a força que o monstro fazia contra ele, o androide tira proveito desse esforço da criatura, para usá-lo contra a própria criatura, virando seu corpo e arremessando o monstro por sobre ele fazendo-o abrir uma cratera ao chão com o impacto poderoso do arremesso, causando um verdadeiro mini tremor no solo gaúcho de Porto Alegre!

Argos então que vinha em velocidade, usa as costas de Lanthalder como apoio, se arremete aos céus com potência bradando: “- RedTurbo nasceu com defeito, deveria ter três bocas e nenhuma orelha pois sempre fala demais e nunca escuta ninguém!” O cão máquina atinge o máximo de altura que conseguia e então dispara oito descargas de plasma uma em cada parte das costas do monstro e, mais uma vez, todos os ataques entraram como deveriam ser desde o princípio, ao que no momento em que Argos chega ao chão ele completa: “- Os ataques estão funcionando porque modificamos o padrão, ele se protege contra o que já recebeu, mas se no exemplo, você nunca pisou no pé dele, ao pisar, pela vez primeira, irá funcionar, entende a lógica?”

RedTurbo coça a cabeça com um sorriso sem graça e então se prepara para atacar de novo ao passo que Sonido chega e desfere uma descarga vocal poderosíssima que varreu o chão abrindo uma fenda em direção ao monstro o atingindo em cheio e o colocando em pleno ar com a explosão, momento este que Lanthalder aproveitou e se lançou contra Cerebrax usando seu golpe Titanium, empenhando toda força que tinha... O monstro cai pesadamente ao chão, ferido e praticamente derrotado, e então, novamente balbucia suas frases enfurecidas, como que sabendo que seu fim havia chegado e que havia sido usado mesmo demonstrando lealdade ao odioso imperador… “- Sua… Culpa…”

Os olhos de Argos brilham em intenso verde e então ele percebe que sua evolução estava se manifestando! Interpretando o que seus sensores diziam, Argos comanda para Lanthalder que mesmo sem nunca ter executado a manobra, através de sua tecnologia compartilhada seu novo corpo obedece:

“- Lanthalder! Gráviton Cannon!”

O homem-máquina energiza-se por completo e assume posição com a perna esquerda mais deslocada para trás que a perna direita, seus dois braços se posicionam próximos ao ombro esquerdo como se aguardassem por uma nova arma e eis que então Argos vem em velocidade, se lança pelo ar girando e convertendo-se de forma esplendorosa, aumentando de tamanho e se tornando uma magnífica arma de fogo, batizado pelo próprio como Gráviton Cannon, é apanhado pelos braços do androide!

Lanthalder segura o poderoso canhão, o corpo dos dois energizam-se em conjunto e as energias são canalizadas em direção à ponta do mesmo e eis que com um rajada descomunal combinando prótons e plasma, o gigantesco e furioso monstro Cerebrax é finalmente atingido em toda sua extensão, seu corpo energiza-se e reluta, tentando fazer frente ao poder de ataque, mas o disparo não reduz, ele aumenta e com isso, vencido pelo poder superior dos dois androides, finalmente o monstro distorcido fraqueja e então, em uma cena dantesca, é completamente perfurado ao centro de seu enorme corpo, abrindo um rombo gigante no mesmo que finalmente cai ao chão em espasmos poderosos e cheios de curtos circuitos por todo o gigante corpo, sem qualquer chance de sobreviver ou continuar à funcionar… Antes que seus olhos se fechem pra sempre, Cerebrax sorri como podia e deixa uma gargalhada sinistra no ar como se alertando para algo muito mais terrível que ainda os ameaçasse…

Lanthalder então arremessa o canhão para cima, ele se transforma novamente retornando à forma de Argos enquanto o próprio androide retornava à forma de Lanthys, ao passo que Sonido e RedTurbo se aproximavam… Os cinco guerreiros então ficam de frente ao monstro que começava à derreter-se por completo e ser absorvido pela terra, e o silêncio impera em todos eles... Era como estivessem, sem planejar ou pensar nisso, fazendo um minuto de silêncio, pois apesar de inimigo e merecedor das mais terríveis punições, Cerebrax salvou seu líder e recebeu em troca, traição, deturpação e nenhum reconhecimento... Lanthys então desfere um soco ao chão e fica por instantes naquela posição, refletindo sobre tudo... "- Não vou perdoar Guntraz... Jamais... Ele brinca com a vida de todos, ele atira pelas costas em seus soldados... Eu vou destruir Guntraz por completo, eu juro!"

Sonido chega até Lanthys e toca em seu ombro, o fazendo reconsiderar o momento... Os demais observando que o androide estava novamente com eles, começam à se deslocar em direção ao grupamento da Brigada Militar e enquanto caminhavam, Turbo observava Argos que ficava o encarando, esperando a piada de sempre, e eis que o guerreiro rubro surpreende… “- Sabe cara, preciso ser sincero... Eu sou foda, é um fato, mas vocês dois nesse golpe aí… Sério, até eu ficaria com medo… Tô impressionado… Isso que é evolução senhor comedor de ossos…”

Argos apenas olha para o outro lado e então todos vão ter com comandante Pedroso para trocar informações e detalhes da batalha… Mas ainda perguntas estavam na mentes deles… Porque vir debaixo da terra e não materializar  no lugar como sempre vieram os inimigos? E a transmissão feita por Cerebrax, como Guntraz se aproveitaria dela? O que esperava por eles nas sombras da maldade do imperador megalomaníaco? Os guerreiros não tinham ideia, mas sabiam mais do que nunca, que juntos eles enfrentariam o que quer que viesse contra eles…

Órbita terrestre - Fortaleza voadora de Guntraz

Dentro do tanque regenerativo ao qual Guntraz estava ligado, a expressão de um sorriso nefasto se estampava no rosto do Imperador, ao passo que dizia baixinho... "- Muito bem Cerebrax, serviu à seu propósito, em algum momento pelo menos você me foi útil... Agora, de posse de todos os dados, e até mesmo da nova arma que o maldito cão e o androide conseguem criar, eu tenho todas as informações e dados necessários, e em breve... Eu irei encerrar essa guerra de uma vez por todas!"

No monitor ao lado do tudo de regeneração, zilhões de dados baseados nas informações enviadas por Cerebrax, eram processados, modificados, alterados e inseridos no sistema base do tubo de regeneração, e enquanto isso acontecia, Guntraz gargalhava em euforia com os acontecimentos do agora e os que ele imaginava em sua mente para as próximas horas!

Galeria de imagens:



quinta-feira, 3 de junho de 2021

Grund-Tharg "Força Infinita" - Cap. 7 - "- A equipe imbatível!"

No episódio anterior
:
O grupo se reúne pois sabe que a batalha apenas iniciou, os quatro em formação de combate encarando o inimigo enquanto o mago dracônico quebrava as travas arcanas e com um sorriso maléfico ao rosto, olhando para cada um deles comenta: “- Parece que os subestimei… Pois bem, não cometerei o mesmo erro novamente!”

A criatura começa a brilhar em intenso verde e à flutuar, ao seu redor uma aura na mesma tonalidade se matinha e ele parecia estar envolto em uma espécie de redoma energética, assim começou à ganhar altura dentro do local, um grimório surgiu à sua frente o deixando em visível preparação ofensiva... Foi então que Grund-Tharg pronunciou a frase final antes do embate: “- E nós o superestimamos lagarto imbecil, achamos que fosse mais perigoso… Vamos corrigir nosso erro também e te destruir de vez!”

Os inimigos ficam se observando e se preparavam para a grande batalha final!

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Um imenso clarão surge no local partindo rapidamente das mãos do mago Ashartarok passando por seu grimório e se expande com velocidade incrível em todas as direções, explodindo sonoramente ao partir das mãos de seu conjurador, varrendo o local inteiro para logo então se dissipar trazendo ao ser dracônico mais uma insatisfação diante de tantas outras, fazendo sua boca se contorcer em raiva… Nissa e Syndra estavam ao lado dos dois guerreiros, suas mãos espalmadas para frente e ao redor deles uma poderosa redoma que os guarnecia do ataque surpresa do mago…

Desfazendo suas poses, ambas saíam da frente dos guerreiros dando espaço para que eles pudessem se movimentar, Ashartarok apenas trincava seus dentes enquanto os invasores é que começavam à se manifestar e Jhon Raven movendo sua espada de forma ameaçadora ao inimigo era o primeiro à bradar: “- De tudo que já vi neste mundo e que ainda verei, a covardia e falta de honra em um combate são o pior mago…”

Nissa então realiza movimentos com suas mãos e como se um fino véu surgisse pelo ambiente inteiro, derrama sobre todos os quatro um névoa avermelhada que mais parecia uma neblina e enquanto realizava seu movimento, considerava: “- Usar dreno de habilidade com veneno latente, para poder enfraquecer e tirar a capacidade de defesa de seus adversários… Coisa feia até mesmo para um seguidor de Galidront…”

Agora era Syndra quem energizava seus punhos para logo em seguida criar uma esfera prateada que envolveu à todos vindo a se dissipar como se tivesse sido absorvida por cada um dos integrantes da equipe, deixando sua fala para o mago também: “- O que quer que tentar lançar para nos surpreender, Nissa e eu rebateremos… E quanto a você Ashartarok, conseguirá se esquivar do que mandarmos para você?”

Jhon, Nissa, Syndra e Grund-Tharg se sentiam mais fortes, mais resistentes, recuperados de qualquer fadiga e mais capazes de combater, raciocinar e se mover do que nunca, com certeza, fruto das magias invocadas pelas duas aliadas enquanto ganhavam tempo provocando o mago dracônico! Tudo que precisavam fazer agora era atacar e, eis que essa era a parte que aquele que ainda não tinha se pronunciado dentre o grupo, mais gostava... Com passos lentos e ameaçadores, o bárbaro empunhava seu machado e ia se aproximando com expressão assustadora… “- Roubar nossas mulheres… Aceitar pactos com aquele bunda velha do OgreBould… Drenar a energia vital daqueles à quem capturam… Tudo para atender um deus que pelas atitudes… Jamais deveria existir… ACERTARÁ A CONTA COM TODOS ELES, AGORA!!”

Avançando como um touro furioso, Grund-Tharg se lança contra Ashartarok com um golpe certeiro e poderoso de seu machado em direção ao abdômen da criatura, golpe esse que não atingiu seu alvo unicamente porque o mesmo usou teleporte no exato momento em que seria atingido! Porém, visto que a velocidade de Grund o surpreendeu, o mago não conseguiu focar corretamente onde iria parar após a tática, nem esconder seu rastro mágico como deveria, o que permitiu à Syndra e Nissa acompanharem e indicar aos aliados os pontos onde surgiria novamente, o que foi sem dúvidas um verdadeiro ponto fraco na estratégia de Ashartarok!

Evitando o golpe de Grund-Tharg, o mago se teleporta para alguns metros atrás, uns dois metros acima do chão, sempre com seu grimório flutuando à sua frente, mas mal surgiu no local e teve poucos segundos para teleportar de novo, pois Jhon Raven surgia com sua espada negra cheia de runas, atacando com poder descomunal! Um novo teleporte em frações de segundos e ele era novamente exigido à teleportar, Grund descia dos céus como um urso furioso diretamente acima do mago que rolou para a direita, desviando do ataque e baforando sua rajada de fogo contra o bárbaro furioso!

Nissa surge à frente de Grund antes do ataque surtir efeito e bloqueia a rajada com seus escudos elementais, enquanto Jhon surgia voando cinco metros acima deles, impulsionado pela magia voo de Syndra, desferindo não apenas um, mas dois, três golpes de espada que foram evitadas por pouco, devido a magia translucidez conjurada pelo mago novamente no ímpeto de sobrevivência, para logo em seguida mais um teleporte ao que finalmente Ashartarok erra feio o local de pouso e é colhido de forma brutal pela machado de Grund-Tharg, que não o partiu ao meio unicamente porque conseguiu, mesmo que de forma ainda tenra, acionar seus escudos corporais arcanos que unidos às suas escamas de dragão pelo corpo, evitaram o mesmo ser partido em dois pela força do ataque bárbaro!

O grupo se reúne de novo, com Jhon em posição defensiva com sua espada, Nissa e Syndra ao lado dele preparando novas magias enquanto Grund-Tharg, com as costas arqueadas e o machado seguro em duas mãos, bufava à frente dos demais: “- Acabou a energia para teleportes né bundão? Então é agora que a luta de verdade vai começar!”

O bárbaro se lança de novo com fúria para cima de Ashartarok que usa o que ainda tinha de magia translucidez, tática que se mostrou falha novamente pois seja por falta de concentração ou pelas dores que sofria, ou até mesmo o medo que começava à percorrer seu íntimo, ao brilhar dos olhos de Grund-Tharg em carga furiosa, o meio-dragão seguidor de Galidront é atingido por um golpe ascendente de machado sanguinário, o fazendo voar pelos ares com um corte leve ao peito e finalmente separando-se de seu grimório, o qual facilitava e potencializava a invocação de suas magias! Enquanto girava pelo ar, uma esfera flamejante disparada por Syndra o atinge em cheio no flanco esquerdo, fazendo-o rodopiar violentamente para aquele lado, para ser colhido no instante seguinte novamente por uma explosão de luz, ataque poderoso disparado pela arcana Nissa, que o fez rodopiar como um parafuso, agora para o lado oposto, vindo à se estourar ao chão tamanho o impacto sofrido e de maneira alguma, esperado pelo mago!

Reunindo seu poderio de magia e erguendo-se como se nada tivesse sofrido diante do ataque magistral que a equipe realizou, Ashartarok disfarçando suas dores e cansaço, concentra-se e gera um escudo ao seu redor, escudo esse que lhe permitiu alguns segundos de concentração para então energizar-se com poderosa energia negra, que crescia e crescia como se fosse deixá-lo maior, e realmente o fez, fazendo aumentar pelo menos um metro em sua estatura, assim como deixou escapar dois raios negros serpenteantes que voaram de suas mãos pelo espaço aberto, vindo a chocar-se ao solo diretamente atrás dos guerreiros obstinados, surgindo no lugar de cada um dos raios negros, poderosas e gigantescas criaturas sem uma semelhança plausível com qualquer outra, se notava ser nitidamente apenas a vontade latente do mago querendo algo aterrador e destrutivo se materializando pela retaguarda do grupo para ajudá-lo à sobreviver ao embate…
O grupo de guerreiros então observa ao seu redor, as chances eram cada vez mais escassas e eles estavam ficando sem opções… O natural de qualquer grupo dentro de uma masmorra desconhecida e diante de um inimigo no mínimo centenário era se preocupar com suas vidas e sua vitória, mas para eles, o sentimento que transbordou, por mais controverso que parecesse ser, era de que tinham a oportunidade perfeita para darem tudo de si e testarem-se finalmente como equipe… Um sorriso malicioso escorre pela boca de Grund-Tharg quando as duas criaturas abrem suas bocarras com dentes azuis gigantescos em direção à ele! Apertando a empunhadura do machado o mesmo se coloca em carga contra os dois monstros conclamando aos demais a “estratégia” de combate a ser adotada: “- Deixem um pouco dele pra mim… Mas esses dois aqui são meus! POR TANGDARTH, AO COMBATE!”

O Grupo se divide, enquanto Grund literalmente se arremessa por entre as duas criaturas, fazendo um giro entre os dois atingindo lateralmente as bocarras de cada uma das criaturas com seu machado, chamando a atenção das mesmas para si, o outro grupo se preparava para encarar o que quer que Ashartarok estivesse preparando, e ele estava, com toda a certeza… Ferido, cansado e principalmente humilhado, o pomposo sumo sacerdote se via à beira da morte caso não tivesse alguma reação urgente e brutal para virar a maré da batalha!

O mago para de crescer e se concentra cada vez mais, as energias negras atingem seu ápice e o grupo de três coloca seu plano em ação! Com nevascas, chuva de fogo e de meteoros, assim como relâmpagos e rajadas de ventos cortantes, Nissa e Syndra atacam com tudo o mago em concentração, estava claro que queriam chamar a atenção do mesmo, pois Jhon Raven dava conta da segunda parte do plano, estando localizado exatamente atrás das aliadas, distante três metros, se concentrando com sua espada enegrecida à sua frente… Ashartarok deixa isso passar, não percebe a armadilha ou não a julga perigosa de forma alguma e então usa uma explosão de energia negra que arremessa com violência as duas arcanas para longe, pelo menos 10 metros da batalha! Porém Jhon Raven invocando a proteção de sua divindade, se manteve imóvel, para o espanto completo do mago Ashartarok… “- Como conseguiu se manter em pé diante do ataque de escuridão de Galidront maldito?”

Jhon Raven então executa um movimento com sua espada que se energiza ao máximo e antes do golpe brutal, o seguidor de Kellintor completa: “- Um deus que bebe sangue de inocentes não é um deus, é um demônio… E inclusive os demônios se ajoelham diante do julgamento do senhor da morte! ESTE É UM RECADO DE KELLINTOR PARA VOCÊ!”

O kellintorita Jhon Raven, avança contra o inimigo como um raio, desferindo um golpe direto no abdômen do mesmo, golpe esse que ao se chocar contra a pele endurecia do meio-dragão, causa um estrondo e uma explosão de energia negra similar à do mago atacante, que reverbera por uma área de 40 metros aproximadamente, banhando Grund-Tharg, Syndra e Nissa, além do próprio Jhon, centro da irradiação, arremetendo o ser dracônico dezenas de metros para trás fazendo-o chocar-se contra um altar de ossos e caveiras de todos os tipos que adornava a parede da sala macabra de adoração!

Com este ataque premeditado, o seguidor do deus da morte, além do poderoso golpe e auxílio aos colegas com seu efeito secundário, trincou por completo o artefato que controlava e bloqueava os teleportes mágicos de dentro do Fosso, serviço esse completado de maneira espetacular por Grund-Tharg que arremessou no mesmo ponto, explodindo por completo o altar/artefato, um dos braços decepados das criaturas que enfrentava sozinho!

Ashartarok por sua vez, levou alguns segundos para conseguir sincronizar espírito e físico novamente, espaço de tempo suficiente para que o grupo tivesse feito o estrago incalculável ao Fosso maldito, a única coisa que Ashartarok lembrava de ter ouvido, foi o impacto da espada de Jhon em seu corpo e agora, metros diante dele, estavam de novo o grupo de três, de armas em punho e era o próprio kellintorita quem sentenciava: “- Esta foi a minha “Benção do Senhor dos Mortos”… Agora todos estamos imunes à sua energia das trevas e em breve estarás diante do julgamento de Kellintor!”

O ser dracônico ergue-se e tenta se preparar para revidar mas era tarde demais, as rajadas místicas e cáusticas de Nissa o atingem em cheio e o arremetem parede à dentro, quando então a capacidade de manipulação de gravidade de Syndra o remove de dentro da parede o arremetendo contra um pilar que quebra-se desestabilizando o suporte do teto! Jhon Raven então espalmou sua mão em direção ao inimigo e proferiu suas últimas palavras naquele embate: “- Destruição do mal!”

Um potente raio de energia parte da mão do emissário do senhor dos mortos atingindo em cheio o peito de Ashartarok que voa pelos ares novamente mas desta vez seria seu último voo, pois foi colhido em pleno ar, pelo ataque avassalador de Grund-Tharg, que empunhando as duas cabeças gigantes das duas criaturas negras, as bate em conjunto contra o mago em pleno voo, o esmagando por completo vindo então o sumo sacerdote, a cair ao chão na sequência completamente derrotado!

As cabeças explodem com o impacto deixando de existir, o corpo de Ashartarok se comprime por completo e Grund-Tharg pousa pesadamente ao lado do meio-dragão seguidor de Galidront… O bárbaro empunha então seu machado e se aproxima do ser moribundo lentamente… Um olhar de fúria sentencia o ato seguinte por tudo que o mago e seus asseclas fizeram ao povo de Grund-Tharg e então, um golpe preciso e potente, enquanto um urro que reverberou pelo Fosso inteiro, fazendo até mesmo os bárbaros na sala inicial erguerem suas armas e urrarem junto foi desferido e com o ímpeto de ajuste de contas em seu coração, a cabeça de Ashartarok é separada brutalmente do corpo! Com uma pisada do bárbaro enfurecido de sua perna direita, a batalha é encerrada, e a parte do corpo decepada deixa de existir na forma que sempre foi, para se tornar uma pasta avermelhada no chão, em uma cena dantesca!

As duas arcanas então executam movimentos sutis e ao mesmo tempo enigmáticos, ambas assim como Jhon se aproximam de Grund que ainda bufava em raiva e uma energia dourada poderosa envolve aos quatro enquanto o teto da sala colapsada desaba completamente sem qualquer condições de ser impedida, por sobre os quatro guerreiros aliados... Após alguns instantes tudo começa à parar de se mover, o soterramento havia sido concluído e apenas alguns pedregulhos rolam pelo local após o cessar do desabamento, e mais alguns segundos apenas foi o suficiente para que o silêncio absurdo absorvesse por completo a antiga sala de adoração nefasta!

O Fosso como um todo começa à entrar em colapso quando Goryn Travor, ainda na sala de entrada do local onde ele e a legião de bárbaros defenderam com sangue a passagem, olha com certa tristeza para a porta por onde Tharg e os demais passaram, sua vontade e consideração insistia em esperar pelo retorno dos quatro aliados que ali foram para cumprir honrosa e valorosa missão, mas o estrondo do desmoronamento que todos ouviram lá dentro há pouco, a cada segundo passado sem que algo irrompesse pela passagem aos berros, tirava as fracas esperanças dele e começavam a fazê-lo desistir de ver novamente o barulhento Grund-Tharg outra vez... Eis então que, um grito vindo da entrada do local bem além de onde ele estava, traz a mente de líder dos Corcéis Alados, bem como de seus guerreiros, de volta ao momento emergencial que viviam: “- VAI FICAR PARADO AÍ ATÉ QUANDO SEU RATO VELHO?”

Goryn e os demais bárbaros viram-se para a entrada e era Grund-Tharg, acompanhado de seus aliados, que já estavam na saída do mesmo chamando os demais para correrem para fora o quanto antes e então, como uma manada de búfalos em carga, o Fosso do Réptil é abandonado e se desintegra por completo logo após a saída do último bárbaro de dentro dele, soterrando toda e qualquer evidência que o mesmo pudesse esconder ainda, para sempre... Ou pelo menos assim, eles pensavam…

Goryn então vai até os quatro e desfere um soco moderado contra o peito do bárbaro Tharg, sorridente e satisfeito, ao mesmo tempo curioso com o fato: “- Como chegaram aqui, foi Wigferth?”

O jovem bárbaro então acena negativamente com uma risada de orelha a orelha exclamando eufórico: “- Não mesmo, foram Nissa e Syndra que no exato segundo do colapso nos trouxeram para a entrada do Fosso com suas feitiçarias! Como disseste no início da batalha velho, ter aliados confiáveis faz toda a diferença, seu chacal!” Os dois gargalham alto, os bárbaros gritam em comemoração mesmo sem entender exatamente o motivo das risadas e então surge diante deles Wigferth, o clérigo de Luuthander que os ajudou mesmo que de forma sucinta nesta missão tão complexa, explicando os detalhes:

“- Muito bem senhores e senhoritas… Cumpriram a missão de forma esplêndida e realmente eu não ajudei vocês na fuga, mas fui muito útil viu? Aliás, como só vocês cinco aqui podem me ver creio que seus amigos bárbaros ali acharão que são doidos, mas o fato é que ao desativar o artefato que bloqueava minhas capacidades divinas, o tal altar em forma de caveira sabe, pude agir o quanto antes e tirar todos os seus entes queridos daqui… Havia mais coisas no meio dos resgatados além de mulheres, mas nenhum maligno felizmente! Todos estão agora nos templos em WinterLess sendo tratados das trevas que residem em seus corpos, bem como, para re-estabelecimento dos mesmos após esse dreno vital que sofreram… E vocês também precisam remover essas trevas que receberam no embate contra Ashartarok… Devem ir imediatamente à cidade para o devido cuidado… Seus equipamentos e armas estão completamente impregnados de trevas, tudo em vocês precisa ser corrigido… Os aguardo lá o quanto antes e lembrem-se, nunca estive aqui!”

Wigferth desaparece deixando o grupo mais que satisfeito no local… Goryn então ergue o braço e urra em alto tom, chamando a atenção dos barulhentos bárbaros para si enquanto conclui: “- Hoje bárbaros e civilizados se uniram para derrotar um mal em comum e vingar a usurpação de nosso lar… OgreBould demorará um bom tempo para nos atormentar novamente, essa baixa foi pesada para ele além de humilhante…" O poderoso líder então se vira para os quatro aventureiros e ordena: "- Vão para WinterLess e mandem meus cumprimentos à GrandTurin...”

Os bárbaros começam à se mover para o meio da floresta em passo acelerado, iriam correr até sua vila como fizeram na vinda e dos céus, como um raio surge Relâmpago Selvagem, pousando perto dos quatro recebendo os cumprimentos do jovem bárbaro e os afagos de Nissa e Syndra. O galante corcel bate suas asas então e some no azul celeste do firmamento de novo, deixando para trás duas jovens sorridentes, um kellintorita admirado e um bárbaro, em um raro momento de contemplação, sentimento tão inusitado e forte para Grund-Tharg que o faz se pronunciar observando a cena mais do que esplendorosa: “- Um aliado enviado dos deuses… Eu entendi… Aliados confiáveis, faz toda a diferença... Gratidão alazão!”

Os quatro preparam-se para voltar à WinterLess e eis que Laryana surge diante deles, simplesmente estonteante como sempre, arrancando do surpreso Grund-Tharg o olhar mais animalesco que já havia disparado em toda sua vida… As curvas da bruxa foram completamente analisadas em instantes pela visão escaldante do bárbaro enquanto Laryana por sua vez, ciente de que era provocante como uma sucubus, apenas dá um sorriso que prometia mil prazeres e começa à gesticular para levar todos de volta, não antes claro, de Grund-Tharg novamente se manifestar: “- Não quer participar da equipe? Podemos sair em aventuras e dormir pelados à quatro…”

Todos desaparecem do local enquanto o Fosso do Réptil continuava silencioso… Morto… Completamente destruído…

WinterLess, cabana da bruxa Laryana… Os aventureiros ressurgem e Wigferth os aguardava, dessa vez vestido como um clérigo deveria estar pensava Jhon, enquanto ele ia comentando de sua satisfação com a missão e saindo do local acompanhados do luuthanderiano… Os quatro foram colhidos por uma magia brilhante que impregnou-se em seus corpos e os deixou aparentemente dourados como o sol… Ninguém mais percebia tal situação, nem mesmo as pessoas na rua, mas eles sim avistavam aquilo e antes que Tharg pudesse dizer algo, era Jhon quem se manifestava: “- Magia de contenção de trevas… Ficaremos assim até a fonte purificadora, para evitar espalhar trevas pela cidade… Cortesia de Wigferth e sua divindade Luuthander!”

Eles seguem caminhando pelo local, a cidade embora ainda estivessem em um subúrbio, era gigante ao extremo e muitas pessoas andavam pelas ruas… Raças de todos os tipos estavam ali representadas e seria impossível listar todas, era uma metrópole e tinha suas leis, assim, todo aquele que seguisse as leis, era bem vindo à WinterLess... Syndra e Nissa se dividiam em palavras, mostrando pontos e demais lugares interessantes da cidade para o recém chegado Grund-Tharg que se mostra bastante impressionado com tudo… Em meio às explicações, Wigferth apontava as tavernas com as melhores prostitutas, e era rechaçado pelas duas arcanas… Grund-Tharg ria da cena, Jhon seguia sério como era de seu feitio, mas se notava sua estabilidade mesmo diante do caos instaurado pelos quatro com quem seguia…

A caminhada leva em torno de 30 minutos e então surge diante deles, mesmo que há segundos atrás  nada estivesse naquele local, um caminho que levava pelo menos uns 200 metros acima… Uma escadaria feita toda em pedras recortadas exatamente na mesma medida e que só os autorizados poderiam cruzar o portal da luz… Wigferth era então quem se pronunciava agora: “- Eis a fonte do sol… Não o sol que brilha no céu, mas a fonte do poder curativo de Luuthander… Devem entrar ali, com tudo que transportam e ficarem deitados na água purificadora… As trevas irão ser dissipadas em talvez duas horas… Aproveitem para relaxar e recuperar suas energias… Voltarei em breve para levá-los até o templo ao lado onde poderão ter suas energias purificadas por fim e estarão aptos à novamente andar livres pelas ruas… Bom descanso guerreiros…”

Os quatro então começam a subida mas são interrompidos por Wigferth uma vez mais: “- Ah sim… Sem putaria na fonte, este é um lugar sagrado… Se concentrem na luz, na purificação e na cura… Depois soltem seus demônios em lugar apropriado…”

O clérigo segue seu caminho de volta ao templo enquanto os guerreiros sobem a escadaria rústica e quanto mais subiam, mais leves pareciam se sentir, era como se a fonte os atraísse e ao chegarem ao topo, a visão era incrível… Era como um oásis, repleto de sol, água em temperatura mais que agradável e que parecia, deixar escapar flashes de luz de seu interior… As arcanas foram as primeiras a adentrar o local, seguidas de Jhon e por último de Grund-Tharg que mais entrou para ficar perto das companheiras do que por crer em uma purificação de trevas… Tão logo entraram, seus corpos começam à ficar relaxados ao extremo e todos, sem exceção, adormecem submersos na água e por mais contraditório que fosse, nenhum deles sentiu sua respiração bloqueada ou prejudicada pelo fato... Assim, pouco mais de três horas se passaram em plena paz e silêncio…

Como uma cortina sendo aberta lentamente, a lucidez começava à voltar aos quatro e não existia mais neles a cor dourada, suas peles estavam limpas como nunca, seus equipamentos e armas estavam mais resplandecentes do que jamais estiveram e aos poucos, seus corpos e ações estavam começando a retornar conforme eles iam se elevando do centro da água para fora dela… Ao lado da fonte, o clérigo Wigferth os aguardava já com o humor sarcástico costumeiro: “- Levantem-se daí seus vagabundos, temos tarefas a cumprir ainda pra tirar essa podridão de vocês, me sigam!”

Descendo as escadarias logo adentraram o templo de Luuthander, local repleto de muita luz solar, amplo, claro e alvo como a luz do sol e intensamente receptivo… Com certeza ficava explícito a adoração deles pelo sol e na verdade, aquela energia positiva e boa vontade de todos que viam era quase contagiante... Os quatro iam avançando e logo estavam diante de uma sala repleta de luz solar abundante, com vários sacerdotes sorridentes os recepcionando, sendo que o mais velho deles era quem se pronunciava de braços abertos: “- Sejam bem vindos filhos desta terra esquecida… Ao adentrarem este solo sagrado, não importam à nós suas crenças, nenhuma delas será confrontada ou considerada, apenas, o dom latente de Luuthander para a cura reagirá sobre vocês os removendo qualquer traço de trevas que por ventura ainda se ocultem em seus corpos, porque esta é a missão de nós seguidores do Senhor do Amanhecer e isto nos traz alegria imensurável ao fazer…”

Os procedimentos duram por alguns instantes, Jhon completamente concentrado, Syndra e Nissa de olhos fechados demonstrando respeito, Grund-Tharg achando tudo aquilo demorado demais, queria ir observar a cidade, queria ver as tavernas prostíbulos, queria beber cerveja e contar seus feitos aos demais e então finalmente parecia que o clérigo mais velho os liberava, pois Tharg percebia que sua voz havia silenciado… Ao que novamente prestou atenção ao ritual, notou todos a olhar para ele, situação essa que rapidamente o fez reagir: “- Que foi? Estão a me olhar porquê?”

Wigferth para tentar amenizar a coisa toda, intercede dirigindo-se diretamente ao clérigo mais velho: “- Nobre irmão Lemurius, como sabe, bárbaros não são dados à muito tempo sem atividade ou à rituais silenciosos como os nossos, eu transmitirei à ele a questão sobre filhos e seus procedimentos, pode ficar tranquilo… Agradecimentos à nosso senhor Luuthander por sua cura e dom ímpares neste mundo de provas e superações!”

O clérigo faz menção de que todos se retirem, os demais clérigos, inclusive irmão Lemurius fazem expressão de satisfação e de complacência, suas missões eram ajudar e não questionar desde que não houvesse mal naqueles aos quais dispensavam seus préstimos... Com exceção de Tharg todos tem os devidos respeitos e gestos de despedida e logo seguiam novamente pelos corredores iluminados e convidativos… O grupo, mesmo os que já faziam parte de WinterLess, admiravam o local devido sua pureza e organização, além de claro direcionarem muito respeito ao deus que sempre estendia sua mão a todos que precisassem, por isso, somente ao saírem do templo, foi que iniciando por Nissa e Syndra, as risadas e explicações começaram: “- O sacerdote Lemurius pode ler seus pensamentos, viu você pensando nas prostitutas e no que queria fazer com elas enquanto ele te curava!” ria Syndra ao passo que Nissa continuava: “- Então ele te perguntou, se sabia que se engravidasse alguém deveria assumir a criança com todas as obrigações e deveres ou poderia ser preso e tu vai lá e pergunta “que foi”, hahahahahahha!”

Jhon ri discretamente enquanto Wigferth explica as leis da cidade e principalmente de que o coito deve ser executado com segurança e responsabilidade, afinal filhos são responsabilidade do casal ou então a pena de morte pode ser determinada ao faltoso dessa obrigação! Tharg faz um gesto com as duas mãos como dizendo “ao inferno com suas leis”, todos riem e finalmente chegam à uma das tavernas que Wigferth mencionou: “- Aqui amigos, lugar acolhedor e bonito, limpo e arejado... Bem vindos à "Taverna Transcendental" e se perguntarem ao estalajadeiro o porque deste nome, vem a resposta mais perfeita do mundo..." O clérigo faz uma pequena pausa e completa sorrindo e gesticulando: " - De bebida à mulheres, tudo aqui te faz transcender! Ah... Tempos de adolescência a gente faz tanta coisa boa... Enfim!"

O grupo vai adentrando a taverna de nome ambíguo e sugestivo enquanto o clérigo continua sua dissertação da mesma: "- É fato que as mulheres mais lindas de WinterLess estão aqui, mas a cerveja que eles vendem é sem dúvida uma coisa divina… Perde para muito hidromel que já bebi… E a comida é a mais completa e rica em energias e vitaminas de toda a cidade... A primeira rodada de cerveja é por minha conta e após terminarem sua confraternização, devem procurar senhor GrandTurin, na sede central da academia… Ele tem assuntos à tratar com vocês! Após falarem com ele, poderá eu creio, conseguir autorização para ver seus entes Tharg, mas isso é uma suposição e não uma garantia! De momento, só posso agradecer pelo grande trabalho que fizeram e quando for a hora, nos veremos novamente!”

O clérigo de Luuthander faz um gesto de adeus, sorrindo e se retira do local deixando os quatro ali… O ambiente embora tivesse em seu "cardápio" bem mais do que alimentos e bebidas, era muito bem arrumado, limpo e um verdadeiro ambiente de família, sem qualquer mistura ou correlação entre cada um de seus "segmentos"! Completamente à vontade no local, ambos conversam de forma animada, comentam sobre o que aconteceu, de como lutaram bem em grupo, de como suas proezas deram certo… Cada um deles, eufórico à seu modo,  seguindo suas personalidades, tinha algo à comentar sobre tudo que viveram naquele dia…

Jhon Raven: “- Aprendi muito sobre humildade nessa jornada… E me arrisco a dizer que nunca verei tudo com a mesma perspectiva que já vi antes... Meus horizontes se expandiram depois dessa experiência!”
Nissa: “- É verdade... Parece que a chegada caótica de Tharg colocou algo que faltava em nosso grupo, um pouco menos de rigidez e mais atitudes impensadas, ou seja, caos!”
Syndra: “- Claro que isso não pode ser a regra base de nossas ações, mas é fato, nos sentimos muito mais à vontade pra agir podendo lutar e contra atacar como nos parecia mais adequado…”
Grund-Tharg: “- E eu reconheço que a cerveja daqui é maravilhosa! VAMOS BEBER!” Empinando mais um caneco de cerveja e liberando um gigante arroto depois, fazendo Nissa e Syndra reclamarem tapando seus narizes enquanto Jhon reprovava a cena com o olhar…

Os quatro aliados aproveitam o resto do dia para comer, beber, rir e recontar em detalhes tudo que viveram juntos dentro do Fosso do Réptil, era a primeira vez que o grupo se sentia completamente unido e Grund, apesar de nunca entrar seriamente no assunto, apenas o fato de estar lá e não de volta à tribo dos Corcéis Alados, já demonstrava sua satisfação com a batalha e com a companhia dos aliados que ali estavam!

O sol ia se pondo e era Jhon Raven quem chamava todos ao compromisso, os guiando pelas ruas movimentadas e sinuosas da cidade que nunca sentia o gelo do inverno… Tavernas, Armarias, Utensílios, Comida, tudo que se possa imaginar, havia em WinterLess, bastava ter a quantia certa de moedas para comprar… O bárbaro seguia maravilhado a tudo, até que finalmente a sede da academia despontava ao longe, onde GrandTurin os aguardava na entrada da mesma… Com uma expressão séria até intimidadora, o mestre de armas e instrutor na academia de WinterLess observava a todos e então olha para Jhon dizendo: “- Continua rígido com as regras Jhon… Horário impecável… Parece a turma dos novatos, todos limpos e escovados para a aula…”

O grupo fica então sério por alguns segundos e então, à exceção de Tharg, todos começam à rir compulsivamente com a comparação e seguiram adiante à convite de GrandTurin mesmo sem que o bárbaro tivesse entendido a piada e eis que a surpresa os aguardava…

Dentro da sala de reuniões, uma criatura com chifres e um sorriso amarelo no rosto, com uma expressão indecifrável aguardava à todos, fazendo uma grande reverência assim que chegaram e em seu íntimo, esperando a mesma recepção dos demais… A expressão do grupo dizia a mesma frase ao ver a criatura, mas somente Grund-Tharg a expressou verbalmente e em muito bom tom…

“- QUE PORRA É ESSA?”

GrandTurin que recebeu todos os olhares interrogativos após o avistamento da criatura, explica sem meias palavras: “- Este é Akron, o mais novo integrante de seu grupo de aventureiros!”

Todos ficam sem entender nada e somente o tal Akron era quem sorria e se deliciava com a notícia informada!

Galeria de imagens:

Goryn Travor - Líder da tribo dos Corcéis Alados:


Ashartarok - Mago, Sumo Sacerdote de Galidront:


Laryana - Vulga bruxa transmorfa:


Wigferth - Clérigo de Luuthander:

Akron...

Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

O dia amanhecia, como há muitos dias não acontecia, com o grupo despertando em camas, dentro de moradias, o cheiro de comida nova emanava pe...