Jornada RPG

O que é RPG:

RPG é a sigla inglesa de Role-Playing Game, que em português significa "jogo de interpretação de personagens", é um gênero de videogames. Consiste em um tipo de jogo no qual os jogadores desempenham o papel de um personagem em um cenário fictício. É um jogo diferente dos convencionais, pois não há ganhadores nem perdedores.

Os jogos RPG estimulam a imaginação e o raciocínio lógico, desenvolvem a criatividade, o relacionamento interpessoal e a cooperação mútua. Cada jogo, também chamado de “sessão” ou “aventura”, terá o enredo definido pelo jogador, mediante um determinado sistema, isto é, um conjunto de regras definidas para cada personagem. A decisão de cada um influenciará no destino do jogo.

Em geral, cada aventura é constituída por um Mestre e os restantes jogadores. O Mestre tem a responsabilidade de criar a história, o cenário, a época, introduzir personagens secundários e julgar as ações dos personagens principais, de acordo com o sistema de jogo. Aos jogadores cabe a criação e controle do seu próprio personagem durante o jogo.

As formas de RPG mais comuns são: Tradicional (ou RPG de mesa), onde as ações são descritas oralmente; Live Action, onde os personagens se caracterizam e interpretam corporalmente os seus papéis; Aventura-solo, onde um jogador sozinho se orienta através de um livro. Os jogos de RPG via internet possuem diferentes modalidades e permitem a participação à distância de vários jogadores.

Nos últimos anos, para ser mais exato, desde 2012, tenho conseguido me dedicar a frequentar assiduamente sessões de RPG com um grupo de amigos, e em alguns anos já vivemos diversas aventuras e situações, algumas bem extensas e isso tem me servido como aprendizado incrível, tanto dos sistemas, quanto dos benefícios e satisfações que essa modalidade de jogo traz. Para saber um pouco mais sobre seus benefícios, temos um post que podemos compartilhar falando sobre isso, confira antes de continuar, clicando no link abaixo:

Agora que todos nós já conhecemos um pouco melhor o RPG, é hora de compartilhar com vocês um pouco dos personagens que já joguei, principalmente aqueles que viveram mais tempo e com os quais mais me diverti ou me apeguei! Espero que curtam "viajar" neste mundo comigo! 

----------------------------------------------------------------------------
- Hagen de Mé-Rak (Leia-se Ráguen de Mérac) -
Ano de criação do personagem: 2013

- A origem oficial do personagem (BackGround ou BG) criada por mim:

Em um povoado esquecido em meio ao mundo, habitado por pessoas simples, trabalhadoras e honestas, nascia um pequeno bebê, em um parto difícil e sofrido onde sua mãe Métriah, quase perdeu a vida por complicações que nem mesmo as parteiras entendiam... Porém sua mãe sabia o motivo de tal sofrimento e não se importava com isso, o amor pelo filho que vinha ao mundo e pelo pai que por algum motivo não explicado, não estava presente, era maior na bela humana que qualquer dor que ela pudesse sentir! Métriah se esforçou, não apenas para conceber o pequeno, mas para se manter viva, pois ela sabia que o bebê precisaria e muito dela para entender o que seu mundo iria oferecer ao recém nascido entre tantas outras coisas que ela precisava revelar-lhe e ensinar-lhe com o passar do tempo! O pequeno nasceu, a parteira o ergueu ao sol como pedindo a proteção do astro rei ao pequeno e olhando para Métriah, os olhos da bondosa senhora perguntavam sem palavras, havidos, qual seria o nome da criança! Métriah sorriu, segurou um pingente forte em suas mãos e disse sorridente em meio às lagrimas:
Métriah: “ - Hagen!”

O tempo foi passando, Hagen ia crescendo, trabalhando como podia e ajudando sua mãe e seus conterrâneos nas lidas do dia a dia, cuidando de plantações, cavalos, porcos e ovelhas, o pequeno tinha em torno de oito anos de idade e de quando em vez tinha alguns sonhos, os quais contava a sua mãe, acreditando serem apenas sonhos e neles, seu pai aparecia de noite, alto, forte, cabelos curtos e olhos reluzentes imponentes ao lado de sua cama, o acariciava, dizia que o amava e que estaria com ele assim que fosse possível e que ele deveria ser forte, deveria proteger e guarnecer sua mãe e todas as pessoas boas que ele conhecesse, pois seu dia iria chegar ele entenderia o funcionamento do mundo e de sua vida! Ele então fazia perguntas sobre seu pai, sua mãe dizia que era um homem honrado, diferente de todos os outros mas que tinha alguns problemas de ordem familiar para resolver e por esse motivo não podia estar com ele como gostaria; que se pai o amava tanto quanto amava a ela, Métriah e que Hagen tinha nascido de um amor profundo e sincero e que quando se tornasse mais adulto, ela poderia contar todos os detalhes sobre seu pai e sua família desconhecida!

Hagen cresceu em meio a pessoas boas e aprendeu a sempre fazer o bem, sempre tendo sonhos com seu pai e com entidades que diziam, ele seria um integrante da luz e do bem, e faria diferença em seu mundo algum dia, levando a justiça a todos os cantos do mundo. Seu pai aparecia em meio a esses sonhos como se um sonho dentro de outro fosse e lhe dizia “você é meu filho, como tal herdará tudo que tenho de mais precioso, e essa herança te dará o que precisas para perpetuar a justiça e o bem pelo mundo, nunca se desvies desse caminho... Meu filho!” Hagen levou aquilo consigo e chegou à idade madura, tendo mudado seus afazeres e sua vida desde a infância, pois ele conseguia fazer coisas que as demais crianças não conseguia... Ele conseguia ouvir, se mover, enxergar melhor que qualquer um e erguer pesos maiores que todos os outros... Certa vez, caçando pela floresta com amigos, o grupo se perdeu nas redondezas e ficaram sem água, todos estavam para desmaiar de sede devido ao calor que fazia naquele dia e então, como que por milagre, Hagen começou a escorrer água pelas mãos, sem qualquer explicação... Ao narrar os fatos em sua aldeia, os demais consideraram que seria ou mentira dos jovens ou um truque de Hagen para impressionar aos demais... Sua mãe assim que se afastou da multidão com o jovem ao seu lado explicou que ele era mais especial do que acreditava e que no tempo certo ele entenderia, sendo então orientado por ela a tentar agir sempre como se não tivesse essas capacidades especiais e novamente frisava, “ - Quando atingires certa idade irei poder contar-lhe tudo, tenha um pouco mais de paciência e mantenha esta meta meu adorado filho!”

Hagen então chegou as 15 anos sendo que desde os 12 havia mudado drasticamente suas funções na aldeia, havia passado a treinar com o grupo de proteção do local, aprendendo defesa pessoal e luta com espadas e escudos quando foi surpreendido pela chegada de um estranho na aldeia... O mesmo parecia com um Ronin, cabelos grisalhos, um olho vazado, uma espada atravessada às costas e uma garrafa de saquê presa a sua cintura... O mesmo se aproximou, fez reverência a todos e pediu a Hagen que se aproximasse. O garoto um tanto curioso, se aproximou e perguntou-lhe, o que o senhor a sua frente queria com ele, tendo recebido uma resposta avassaladora:
Auron: “ – Meu nome é Auron, venho a pedido de seu pai! Podemos ir até sua casa?” O jovem foi pego de surpresa e o conduziu até sua casa, onde sua mãe, que avistou os dois chegando saiu para rua para receber ambos, onde então o jovem Hagen surpreendeu-se novamente, pois sua mãe conhecia o recém chegado Auron!
Métriah: “ – Seja bem vindo meu amigo!” Auron fez uma reverência à Métriah e ambos então adentraram, sentando ao redor da mesa da cozinha. Métriah segurou as mãos do filho, olhou para Auron e disse:
Métriah: “ – É chegada à hora Auron?” O Ronin acenou que sim e Métriah então respirou fundo e começou:
Métriah: “ – Lembra-se Hagen, que te disse que quando atingisse a idade ideal, irias saber tudo sobre seu passado e seu futuro? Pois bem, esse momento chegou! Esse é Auron, um Samurai afastado de suas funções por discordar de seu imperador, ele me foi apresentado por seu pai, pois ambos são amigos de longa data e foi ele quem cuidou de nossa segurança todos esses anos. Seu pai se chama Shadrak e... Ele é um dragão!” Hagen estava atônito, mas curioso e continuava ouvindo, sem qualquer sinal de histerismo pela revelação.
Métriah: “ – Shadrak é um dragão de bronze e como tal, são curiosos aos costumes humanos. Disfarçado como um, ele me viu chegar até o rio para lavar roupa e um bando de guerreiros passava por ali, no exato momento. Eles tentaram me atacar e seu pai assumindo uma forma humana pediu que se retirassem... Devido à recusa deles, mesmo com a insistência de Shadrak ele foi obrigado a lutar e suas capacidades especiais por ser um dragão se revelaram deixando a todos, como mesma atônitos... Ele salvou minha vida e eu me apaixonei pelo “cavaleiro de armadura” que havia me socorrido... Ambos nos encantamos um com o outro e dessa amizade, surgiu um amor, amor esse que te trouxe ao mundo... Por conta da sua descendência, do sangue de dragão que corre em suas veias, é que vem estas capacidades acima dos demais da sua idade... Você é filho de um dragão de bronze com uma humana e como tal, tem herança dos dois lados...” Hagen continuava atônito, mas parecia demonstrar certa felicidade com tudo que era contado! Métriah continuou:
Métriah: “- Seu pai não está presente entre nós porque sua família, os dragões, está enfrentando uma guerra e ele não pode nem abandonar os seus, muito menos trazer o perigo da batalha para perto de nós caso seja descoberta sua relação conosco, por isso, Sir Auron tem feito esse trabalho a pedido dele. Mas mais que isso, Sir Auron é um poderoso guerreiro que a pedido de seu pai, veio levar-lhe para ser treinado, para se tornar um guerreiro poderoso que lutará em nome da justiça nesse mundo devastado. Seu pai diz que como um dragão de bronze, você não aceitará a injustiça nem a maldade e cruzará o mundo em busca de pessoas e seres a serem salvos e protegidos, fazendo a justiça brilhar. Para tanto, precisará de treinamento e equipamentos, desde que aceite partir com Sir Auron... Seu pai espera que se torne um campeão do bem como sua raça prega e Sir Auron vem para lhe ensinar como trilhar esse caminho... Mas a escolha é sua meu filho!”

Hagen aprece pensar um pouco e indaga sua mãe, como ela ficaria, sozinha em meio à aldeia e ela sorri e diz se ele partir, alguns amigos de Sir Auron sempre iriam passar por ali para manter a ordem caso fosse preciso, que ele poderia partir sem problemas! O rapaz não acreditou nas palavras da mãe e achava que embora o desejo de seu pai, proteger sua mãe e os que ali viviam seria a meta que ele tinha para o momento, recusando então o convite de Auron que se levantou, fez reverência e foi retirando-se... Parando a porta, sem olhar para trás disse ao rapaz:
Auron: “ – Se mudar de idéia, irei a passos lentos pela trilha norte, subirei a montanha para seguir até o próximo riacho onde acamparei e então partirei em definitivo!” Auron parte e Hagen abraça a mãe como dizendo a ela, que não poderia fazer algo pela qual não tivesse motivação, ela o tinha ensinado a ser assim, e sua motivação agora era proteger ela e sua aldeia! Sua mãe se conforma com a resposta e então o abraça fortemente.

A noite chega, o fogo crepitava dentro da pequena casa e Hagen decide pegar mais lenha na floresta próxima enquanto sua mãe já aconchegada na cama preparava-se para dormir. Hagen sai da cabana, caminha por alguns centenas de metros e percebe que tudo começa a clarear, como se uma grande luz houvesse sido acesa nos céus em plena escuridão e então o horror toma conta de sua alma! No topo da montanha Auron vira-se para a aldeia e observa atônito. Ele empunha sua espada e corre o mais rápido que pode mas sabe que não chegará a tempo, enquanto isso Hagen observa, mesmo saber do que se tratava aquela criatura, um dragão vermelho, gigantesco, vinha expelindo uma rajada destruidora de fogo que destruía tudo que tocava, arrasando tudo a sua frente. Hagen não teve tempo sequer de gritar, a explosão de sua casa o arremessou a centenas de metros apesar da distância e o mundo ficou escuro, pois o rapaz acabara de desmaiar com o impacto da explosão.

Hagen acorda, uma venda nos olhos, deitado ao chão... Ele retira a venda, se senta e avista Auron parado ao seu lado... Seus olhos se enchem de lágrimas, a pergunta que os olhos do rapaz querem fazer é respondida por Auron com um aceno negativo entristecido... Nada nem ninguém, exceto ele que havia saído para colher lenha em horário divergente do normal, havia sobrevivido... Um dragão vermelho, o mais orgulhoso dos dragões, havia destruído todas as suas motivações para viver... Furioso, ele arranca grama do chão, olha para Auron e gritava, porque aquilo havia acontecido, porque ele tinha de passar por aquilo... Súbito um urro de dor, seus olhos abriram-se ao máximo, suas pupila mudaram de cor para dourado e sua íris ficou em forma de fenda, como um dragão. Suas costas começaram a sangrar e delas surgiram um imponente par de asas de bronze, enquanto suas mãos mostravam garras poderosas em lugar das unhas... Uma estranha urticária começou a correr por seu corpo e escamas como parecendo uma armadura protetora começaram a surgir por várias partes do corpo do jovem, que urrava de dor enquanto a metamorfose avançava... Seus braços, pescoço, partes das mãos e pernas ficaram recobertas por espessa armadura natural de escamas enquanto seus olhos, agora mais calmos com o cessar da dor, pareciam iluminar a escuridão com o intenso dourado que emanavam suas revigoradas pupilas, agora, draconianas... Auron entedia cada detalhe do que estava acontecendo, ele então baixa a cabeça, ergue-a novamente como se engolisse em seco, vira-se de costas e põe-se a caminhar, falando:
Auron: “ – A injustiça existe no mundo para todos Hagen... Diferente desse dragão, seu pai é um dragão de honra e justiça e quer através de você, espalhar a justiça e o a bondade como ele já faz com seu povo entre os dragões... Você pode ficar chorando rapaz ou vir comigo e tentar mudar isso no mundo, tentar impedir que injustiças como essa continuem a acontecer... Estarei onde lhe disse até o amanhecer, a escolha, como sua mãe disse, é sua!” Auron some em meio à mata... Hagen chorava muito, ergueu-se e foi vasculhar o local, tudo estava carbonizado, a vila inteira havia sido riscada do mapa e sequer ele tinha um motivo para explicar aquela carnificina toda... De repente, algo o fez trancar o choro... O corpo carbonizado de sua mãe, em meio aos restos da cabana, ainda mantinha a mesma posição que quando a deixou dormindo... O jovem se agachou, a abraçou, ergueu-se e começou a carregar pedras até que um túmulo houvesse feito e colocando um flor acima das pedras, apanhou sua espada e seu escudo carbonizado, partindo do local com lágrimas nos olhos e ainda revoltado com a injustiça dos fatos e a presença da falta de justiça no mundo!

O dia amanhece, Auron estava parado a beira do riacho olhando o horizonte... Um barulho na mata e Auron, sem olhar para trás, diz:
Auron: “ – Serás o campeão da justiça como deseja seu pai e como esperava sua mãe... Darei minha vida para te ensinar tudo que puder e tenho certeza, trarás justiça em tantos lugares quanto for possível, para que não exista mais uma aldeia no mundo todo a vivenciar o que hoje vivenciasse!" Hagen acena levemente concordando e ambos partem rumo ao horizonte... Dentro do coração do jovem Hagen, uma onda de comoção e determinação se formava e ele jurava, por sua mãe agora falecida, que seria o mais determinado guerreiro do bem para proteger, para salvar, para destruir o mal... Se perdendo no horizonte, mestre e pupilo iniciavam sua jornada!

Dois anos se passaram e Hagen, agora com 1,80m, 98 kg, olhos cor de cobre em formato de fenda, recoberto com escamas por diversas partes do corpo e sobrancelhas em formato que lembravam asas de dragão. Seus cabelos escuros contrastavam com a pele clara, e seu porte atlético e vigoroso permitia que carregasse sua espada e seu escudo por longas distâncias sem sentir o cansaço, armamentos que assim como sua armadura foram presentes de Auron, que o advertiu:
Auron: “ – Sua armadura e escudo são meros itens de proteção, porém tenha um cuidado especial com sua espada, ela é presente de seu pai, forjada diretamente no reino dos dragões de bronze, ela representa tudo que seu pai espera de você Hagen! Se torne um com a DragonHeart e seu caminho será desbloqueado!”

O jovem e o Ronin então seguiam caminho, Hagen sempre em direção a grandes cidades dos arredores em busca de serviço para se manter, ciente de seu desejo de justiça e ajuda ao próximo conforme sua mãe gostaria que ele fosse... Não aceitava a deslealdade, a covardia e falta de honra, isso guiava seus rumos e o fazia ser quem ele era, um guerreiro da justiça, sempre procurando algo ou alguém precisando de ajuda, queria ser o melhor de todos para trazer justiça ao mundo. Auron o acompanhava e o lembrava:
Auron: “ – Nunca recue diante do mal! Você é treinado na arte da espada e do combate corpo-a-corpo, pode se defender e defender aos outros, Tenha orgulho de sua linhagem e esteja preparado para ser muito mais do que é hoje, pois a herança de Shadrak ainda nem se manifestou em você de verdade, terá muito que aprender sobre suas capacidades especiais e fazer uso correto de todas elas, em prol do bem, da justiça e dos mais fracos! E tenha em mente, seu pai o observa e se juntará a você no momento certo, tenha fé inabalável e certeza absoluta disso!”

Assim, o Ronin e seus discípulo seguiam caminho pela estrada rumo à próxima cidade necessitada!

Final da aventura: Hagen terminou seus dias no alto de seus 35 verões com 18º Nível Efetivo de personagem, sendo 8 de Paladino de Bahamut e 10 de Vassalo de Bahamut, de forma honrosa em uma batalha poderosa à frente do castelo de GreyHawk no mundo de Oerth, quando eles e seus companheiros Ryuu (o samurai), Cassius (o cavaleiro), Tryndamare (o bárbaro), Goku (o monge), Skor (o curandeiro) e Azazel (o anjo guerreiro caído) e lá venceram as hordas de mortos vivos e demônios que tentavam dominar o mundo, mas, infelizmente uma ressonância mágica acabou por consumir a todos nas veredas do tempo e nunca mais se ouvir falar no grupo heroico que salvou aquele mundo da ameaça mais cruel que se havia testemunhado até então!


----------------------------------------------------------------------------
- Laguna Loire -
Ano de criação do personagem: 2014

Laguna Loire estava agora ao topo de seus 16 verões, residente desde o nascimento no vilarejo de Anton, situado à 21 Km da cidade mestre de Greyhawk, aos pés da montanha Silvanest. Seus pais jaziam mortos no cemitério local devido ao ataque de um "réptil voador" enquanto trafegavam levando seu comércio até a "cidade mestre" e desde então, ele vive sob a tutela do paladino de Bahamut Ark Belouf, a quem ele podia considerar pai, mas preferia tratar e chamar de mestre. Laguna ali vivia, trabalhava e treinava, tudo sempre ao lado do paladino seu mestre, ajudando a manter o local com seu trabalho e ao mesmo tempo, servindo de instrução para seu futuro uma vez ter perdido aqueles que deram-lhe a vida... O jovem mantinha uma certa curiosidade em visitar a antiga cabana onde moravam, mas preferia não o fazer para evitar mexer em feridas ainda não cicatrizadas e assim os anos foram se passando... Ostentava porte atlético, 1,79 cm de altura... Tinha temperamento calmo, sempre paciente, tranquilo e determinado, prezava resolver os detalhes da forma mais pacífica possível... Com um semblante belo e que cativava as meninas, o jovem não se atinha a estes detalhes e sentia-se uma pessoa normal apesar das diferenças latentes por seus poderes que manifestavam-se há anos e dos treinamentos que suportava mesmo quando rapazes de sua idade não podiam se equiparar... Ainda assim, não se notavam em Laguna Loire pretensões a ser diferente de qualquer outro, muito ao contrário, se aproximava sempre de todos que podia, sempre buscando ajudar, tanto os maltrapilhos necessitados ou os aristocratas das mais altas classes que solicitassem seus préstimos (desde que dentro das leis)... Para Laguna, todos eram iguais com os mesmos direitos e deveres, mas acreditava que muitos mais haviam de necessitados, que por algum motivo que ele não tinha a capacidade de compreender, não haviam recebido a mesma determinação e amigos que Laguna havia... Assim, para que outros pudessem perseverar mesmo com menos que ele, ele se dedicava e muito a eles, os menos favorecidos, os que careciam de sua ajuda para conseguir se tornarem melhores em vida como todos tinham direito a ser. As vezes um tanto tímido em seus contatos diários, outros mais reservado, mas se notava algo especial naquele garoto que vivia por vezes escondido entre seus cabelos compridos e negros, sempre sorridente e entusiasta!

Hoje ele contemplava seu décimo sexto verão de existência e revisava suas metas... Ele não buscava algo como poder, magia, juventude, conhecimento, riquezas... A vida dele, segundo ele mesmo, existia para ajudar ao próximo, esse era o seu sentido para sua existência... Ele sentia que nasceu para algo especial ao mesmo tempo que achava aquilo prepotência de sua parte... Tentando analisar o que esperar do futuro ele revisava seu passado e tentava retornar ao dia fatídico da morte de seus pais... Pouco o jovem se lembrava da morte deles, segundo seus próprios relatos, eram vagas as lembranças, vagas imagens confusas em sua mente, nada muito claro mas que o acordavam as vezes durante a noite... Imagens borradas e sem cor, de uma criatura voando e vindo em direção a carroça dele e de seus pais... No momento do ataque, ele sempre despertava sem ver o que acontecera depois... Embora ele sequer tivesse idade para recordar o que houve, apesar de saber que não era uma responsabilidade sua, Laguna gostaria de ter na época, mais idade, mais capacidades, para impedir que seus pais tivessem partido tão cedo... As saudades contidas brotavam em forma de lágrimas... 

Sem preconceitos, ódio ou revoltas específicas contra qualquer raça ou ser, ele apenas abomina a maldade que se esconde nos corações, seja qual for o ser vivo... Inquietava o jovem aprendiz de paladino ver a maldade à sua frente, manifestante, e nada poder fazer para destruí-la ou salvar aquele que está sob seu jugo. Fossem magias, atitudes, situações, qualquer que fosse o ato cruel ou maligno recebia a repulsa de Laguna... Parecia que por mais que ele tentasse buscar seus planos para o futuro, tudo que lhe aguçava a alma e a vontade era, combater a maldade e ajudar aos menos favorecidos... Por que tais sentimentos eram tão fortes nele se o próprio Ark não enfatizava tanto isso durante seus anos com ele era uma pergunta que sempre se fazia... O jovem continuava a analisar sua vida, tanto o antes quanto o agora e o depois... Detestava o calor, se sentia desconfortável, desanimado e sem conseguir relaxar... Era do tipo que gostava de ler e escrever... Seguidamente estava com papéis a sua volta, escrevendo detalhes sobre seus treinos, sobre suas tarefas e sobre pessoas que ele vê em seu dia a dia... Boa música lhe agradava, assim como o som de uma pequena cachoeira despejando água de forma tranqüila em um riacho, ou mesmo o crepitar de uma fogueira a noite, enchendo os olhos com suas chamas em constante movimento... Sempre foi bastante dedicado a estudos, tudo que lhe era indicado por mestre Ark era lido com gosto e prazer e sempre que algo batia em sua mente como curiosidade, fosse qual fosse o assunto, ele buscava um livro ou pergaminho, até mesmo um bardo que o ensinasse sobre, de forma a se inteirar e aprender sobre o mesmo. Lembrava-se de suas reflexões noturnas antes de dormir, analisando seu dia que se passou... Pensava nos erros, buscava ajustes para não errar novamente no que se considerava culpado, procurava maneiras de ajudar alguém a quem não conseguiu no dia em questão, pensava em como ser alguém melhor no dia seguinte... Ele sorria ao lembrar dessa parte pois tais reflexões, costumavam lhe fazer muito bem e sempre após elas, ele não falhava uma noite sequer a fazer uma pequena prece a sua divindade... 

O jovem suspira e continua a divagar... Ele se senta e lembra das palavras ditas por Ark há poucas horas: “ – Seu décimo sexto verão chegou garoto... Hora de encontrar seu rumo, seja ele qual for... Veja, não estou dizendo que deva ir embora, seu rumo pode ser continuar aqui como agricultor e acredito que eu até iria preferir isso, mas... É uma decisão sua... Tire o dia de folga e reveja sua vida e seus anseios para o futuro... Depois volte e me conte o que decidiu... Lhe aguardarei na antiga cabana de seus pais...” O jovem faz uma careta, não conseguia chegar a qualquer definição, mas precisava... Ele então continua sua auto análise... 

Se considerava alguém racional, mas, seu coração e emoção com certeza falavam mais alto em momentos de tensão ou de descarga de adrenalina... Suas emoções eram o que ele mais prezava, seus sentimentos eram o mais importante em sua vida e ele tentava sempre separar uma coisa de outra mas, nem sempre conseguia e o coração era sempre mais forte que a razão... Em missão, sempre seu dever falava mais alto, não importavam seus pensamentos, porém estes pensamentos e sentimentos, poderiam o fazer mudar de idéia se considerar que algo estava indo contra seus princípios e Ark já havia dito que seu coração mole poderia ser sua maior fraqueza dependendo do momento... O jovem sabia do que Ark Belouf falava... Derrotar o dragão vermelho que matou seus pais... Muitas vezes o paladino disse ao garoto, “ - É complexo garoto, veja... Não deve enfrentar um oponente tão mais forte que você... Claro, você deve ser uma pedra contra o mal mas não deve ser burro... Se tem como encontrar esse mal em outro momento, então reúna, reagrupe, busque ajuda e então retorne para desafiar seu oponente com mais recursos, porém... NUNCA, JAMAIS entre em uma luta desleal porque tem mais poder que seu aliado... A luta deve ser justa, se se tornar amplamente mais forte, despoje-se de alguma vantagem ou arme seu inimigo para que fiquem iguais e então, aí sim, viva o combate! Assim diz Bahamut fedelho...” Mas e quando esse oponente matou alguém cruelmente e riu de sua atitude? Laguna acreditava que não conseguiria reagir pela razão e iria com toda certeza reagir pela emoção do momento, indiferente da diferença de capacidades entre os dois... Ele preferia perder a vida do que desapontar a vingança que ele acreditava que seus pais esperavam dele... A emoção dominaria a lógica ele sabe... “ - Será que a meta que tenho no coração é essa? Destruir Melnyr a qualquer custo?” Ele fica a remoer o assunto e a pensar no que seu mestre lhe propôs para o dia de hoje... 

Muitos na vida tentaram arriscar qual seria o destino de Laguna ao crescer... O viram como protetor da vila no lugar de Ark Belouf, outros o viam como segundo em comando... Alguns ainda arriscaram que ele seria agricultor e até mesmo atendente de taverna ou clérigo devido sua compaixão para com todos... O jovem por sua vez jamais desconsiderava uma sabedoria popular ou uma crença dos mais velhos, ele acreditava que toda lenda tinha algum fundamento senão não existiria... Mas ao mesmo tempo ele sabia discernir (ou pelo menos achava que sabia) o que poderia ser apenas lenda enquanto o que poderia ser real, afinal ele estudava com seu mestre diariamente e tinha conhecimentos além do adequado pra sua idade, de maneira alguma poderia ser considerado uma pessoa sem cultura. Havia estudado a leitura, a escrita, os números, os conhecimentos e os deuses também... E a cada linha de seu raciocínio ele se sentia mais confuso e até perdendo a linha da composição e meta que queria descobrir... Ele então relembra seus estudos sobres as divindades e divaga nos pensamentos... O jovem acreditava que os deuses não eram seres que deviam resolver os problemas dos mortais como a maioria pensava que sim... Ele cogitava que deuses eram uma espécie de suporte, um apoio, alguém que estava ali para quando os mortais não pudessem resolver as coisas, apenas isso e nada além! Os deuses não eram, na visão do jovem, responsáveis por suas vitórias ou derrotas, somente cada um dos seres vivos eram responsáveis por si próprios e todos aqueles que tinham alguma capacidade, responsáveis por todos os mortais. Ele lembra que isso o fez simpatizar em seguir a divindade que aprendeu a considerar justa e honesta, destemida mas não exigente de dedicatórias sem fim aos seus poderes ou capacidades assim como seu mestre Ark Belouf... Laguna vê no invencível dragão de platina Bahamut, a personificação da divindade que diz “ - Faça o seu melhor e quando você tiver excedido todos os seus limites , eu surgirei e te colocarei de pé novamente para que possa tentar mais uma vez...” O jovem sorri e acena positivamente concordando: “ - Temos o livre-arbítrio e a obrigação sagrada de vencermos nossas próprias batalhas, para isso ganhamos a oportunidade de estarmos vivos!” 

O aprendiz de paladino busca com os olhos a antiga cabana de seus pais... Ele então olha para o sol e percebe que o dia se aproximava do fim e uma resposta ele deveria dar a seu mestre... Ele se considera pronto para algo mas, ainda não sente em suas veias e íntimo, exatamente o que é este “algo”... O jovem levanta-se então e caminha em direção à sua cabana quando um vento que soprava do norte faz o tempo fechar misteriosa e rapidamente... Uma tempestade se forma e um potente raio atinge o jovem Laguna com a fúria dos deuses que desaba ao chão inconsciente... A tempestade e o vento desaparecem tão velozes quanto surgiram e na mente em coma de Laguna imagens se formam... Elas mostram os dragões cromáticos, inimigos declarados do rei de platina planejando o fim do mesmo e por consequência o fim de todos aqueles que o seguem ou poderão vir a segui-lo... Ele observa um dragão vermelho se disfarçar de humano e vagar pelo mundo chegando ao seu vilarejo muitos anos atrás... Ele observa o mesmo sondando por tudo e se detendo em observar Ark e depois sua família... Era possível ao jovem ouvir ele comentar com os demais de sua raça “ -  A cria humana é destinada a ser seguidor do maldito, ele precisa morrer...” Ele então viaja para o dia da ida ao mercado de Greyhawk, do dragão surgindo por sobre a carroça, da baforada, do calor, do cheiro da carne queimada e da morte de seus pais... Ele via o dragão rugir e rir ao lado dos restos da carroça e alçando vôo logo em seguido com muito pó e fuligem... Ele chora, ele se revolta e então quando ia observar seus pais mortos, ele se acorda abruptamente... Ele se levanta, ele limpa as lágrimas e esbraveja baixinho: “ – O alvo era eu... Não meus pais... Malditos cromáticos...” O jovem se põe a correr em direção a antiga casa de seus pais e quando o sol se põe, ele abre a porta da mesma enquanto Ark Belouf bebia seu vinho vermelho diante da fogueira... O jovem observa o interior da cabana e logo acima da chaminé, pendurada em um suporte rústico de chifre de dragão Laguna observa algo que chama-lhe a atenção... Uma espada com brilho azulado resplandece sobre ela e como se o chamasse ela ficava ali, a brilhar diria-se até... Laguna caminha até ela enquanto escuta uma voz em seu íntimo:
“ – Seus pais foram vítimas meu servo... Você era o alvo por ter sido acolhido no berço por mim... Eu quero te ajudar a trazer a justiça para seus pais e em troca tu será meu braço neste mundo perdido para trazer justiça a todos os outros... Você aceitará a proposta deste velho eremita jovem Laguna?” 

O jovem apanha a espada, faz alguns movimentos com ela e então observa Ark Belouf... Esse por sua vez toma mais um gole de seu vinho e finalmente olha para o jovem: “ – Sabia que não precisaria te dizer uma única palavra, que tu encontraria o caminho... Seja bem vindo filho meu, ao mundo dos seguidores de Bahamut!” Laguna olha para a lâmina uma vez mais e então senta-se para estar com seu pai adotivo e mestre, finalmente com a resposta que buscou durante o dia em seu coração e agora, devidamente consciente do que tinha nascido para fazer... 

Alguns dias depois, ao pé do túmulo de seus pais, já trajando sua primeira corselete de couro e sua espada devidamente embainhada nas costas, Laguna se ajoelha e conversa com eles: “ – Pai... Mãe... Desculpe por ter sido o motivo de suas mortes... Eu vou partir e me tornar a justiça para todos aqueles que como vocês, não a obtiveram em vida ou em morte... Eu prometo que irei se necessário até as últimas conseqüências, em nome de quem precisar de mim e em nome de Bahamut... Agora eu sei minha meta, eu tenho o dever de lutar até o fim completo da maldade ou de meus dias... Nunca desistir desta obrigação e honrar este juramente até meu último suspiro é o que farei e sei que... Seus corações e almas me ajudarão nos momentos mais obscuros...” Laguna se ergue, limpa as lágrimas e respira a plenos pulmões... O ar renova suas forças e determinações... O agora paladino não sente qualquer escuridão interior em seu ser, somente a luz e os clamores do deus dragão de platina e daqueles que ama o impulsionando a fazer o que nasceu para fazer, ou seja, ser Bahamut e sua justiça entre os mortais! 

Assim, seja por levar justiça, paz e proteção a quem precisa ou se melhorar como pessoa, Laguna Loire agora era um paladino e servo da justiça. Parado em um único local ele não poderia ajudar muitas pessoas, da mesma forma que isolado em determinado ponto do mundo, não teria experiências únicas que poderiam fazê-lo ser alguém definitivamente melhor como ele esperava! O mundo era uma escola e uma missão... Laguna queria aprender a ser mais útil da mesma forma que cumprir as missões que um paladino nasceu para executar e por isso, se aventurar era totalmente necessário... Vingança não mais ocupava a mente do jovem Laguna agora... Estando próximo das pessoas, ele poderia buscar aprendizado, apoio, superação e principalmente, afinidade entre todos os seres vivos... Um guerreiro do bem, disposto a dar sua vida por aquilo que acreditava e pelas pessoas que amava, procurando a todo tempo criar a unidade entre os seres vivos para assim ajudar as almas sofridas... Eis o nascimento do paladino Laguna Loire no mundo Oerth!

Final da aventura: Laguna terminou seus dias no alto de seus 38 verões com 24º Nível Efetivo de personagem, sendo 4 de paladino de Bahamut, 10 de guerreiro e 10 de Soldado da Luz, de desesperadora em uma batalha falta contra um vampiro ancestral, Lorde em uma terra sombria chamada Ravenloft, em uma floresta perto da cidade que ele e seus companheiros Conan (o bárbaro)Merlin (o feiticeiro)Aramil (o elfo ranger) fundaram, Nova Aurora! Dos 4, somente Conan sobreviveu mais foi transformado em morto vivo escravo de Kass, o vampiro ancestral!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Conversa Especial - Akira Toriyama, Japan Project e projetos futuros!

A tecnologia, apesar de seus pontos ainda plausíveis de utilizações nefastas, nos permite verdadeiros momentos raros e agradáveis como esse!...