sábado, 28 de dezembro de 2019

O avatar da natureza - Athena!

Era uma vez uma história muito linda, mas que não terminaria assim... Yrlissa, minha mãe, elfa... Walker, meu pai, humano... O local? A Floresta Alta e sua “filha” mais conhecida, a cidade de Águas Ruidosas... Ela uma curandeira dedicada ao aprendizado medicinal das plantas, moradora de Floresta Alta e ele um caçador, para sustento, nascido e criado em Águas Ruidosas... Emboscada por uma ursa furiosa, sem opções Yrlissa aceitou ajuda dele no dia em que se viram pela primeira vez e desde então, marcavam encontros na floresta para degustar a companhia um do outro... Primeiro o interesse de agradecimento e de curiosidade, em seguida a amizade, depois o amor... É dito que as elfas apaixonam-se uma única vez na vida e caso percam seu amor, muitas vezes tiram a própria vida pelo pranto da perda e por isso, o povo élfico desaprova tanto o amor entre eles e outras
raças, especialmente a humana que detém uma vida curta se comparado aos elfos... Mas ninguém controla um coração e em pouco tempo de convivência, Yrlissa e Walker eram muito mais que amigos... O tempo foi passando e resolveram que era hora de se tornarem um só... Walker recebeu Yrlissa de braços abertos em sua casa, para viver com ele na cidade, ao que ela aceitou de bom grado, não sem antes ter sido expulsa de sua comunidade élfica pelo que eles chamavam de afronta aos costumes. Cinco longos anos se passaram o amor deles deixou de caber entre os dois e então explodiu em forma de nova vida, que é quando eu passo a fazer parte dessa história... Para muitos moradores da cidade, que já não achavam “correto” uma elfa com um humano, o resultado dessa mistura era bem mais incompreensível ou aceitável... Fui obrigada a conviver com olhares nada agradáveis e piadas das quais até hoje me sinto agredida, devido a minha condição híbrida... 

Mas apesar dos dissabores, o tempo ia passando e eu atingi meus 12 verões dividindo aprendizados, muito mais humanos do que élficos, devido a convivência maior com estes últimos... De qualquer forma, isto não me impediu de adquirir o gosto pela caça, pela pesca, pelas plantas, pelas florestas... Minha mãe ensinava sobre as plantas, sobre os animais, sobre o mundo selvagem enquanto ele ensinava a sobreviver, boa parte na floresta, a fim de conseguir alimento e sustento para todas as demais necessidades mas muito mais em sociedade, onde me ensinou a lidar com pessoas de diferentes índoles e caráteres... Tudo ia bem demais, parecia que mesmo com os olhos torcidos da população teríamos uma vida descente juntos, porém o grande incêndio aconteceu, o mercado central foi de alguma forma atingido por chamas intensas... Incêndio criminoso diziam todos e quando percebemos, a milícia estava a bater em nossa casa aos berros de “entreguem a aberração ruiva”! Minha mãe e meu pai não sabiam o que acontecia mas por questão da truculência à porta, me fizeram sair pela janela dos fundos não sem antes deixar as palavras que eu jamais esqueceria e que iriam nortear minha vida... Lembro como hoje de minha mãe me segurando pelos ombros e dizendo com olhos em lágrimas: “- De maneira alguma apareça até que seu pai ou eu a chamemos, isso é uma ordem! E caso algo dê errado, encontre verdadeiros amigos e viva ao redor deles!” Em pânico com aquelas palavras nada agradáveis, eu corri em direção as paliçadas, consegui escalar os mesmos e saltar dali para uma copa de árvore, buscando avançar e me ocultar entre os demais galhos... A noite estava alta e a lua clara como nunca e de árvore em árvore eu fui acompanhando tudo... Meus pais amarrados e levados para o centro da praça onde foram presos pelos pulsos e chicoteados... A pergunta era sempre a mesma, onde eu estava... Eu queria ir de encontro a eles mas ao mesmo tempo queria obedecê-los e eis que uma gritaria em meio a multidão arremeteu meu pranto como nunca. Meu pai e minha mãe foram descidos da prisão em que estavam e levados para a forca logo próxima... Diante dos aplausos da vila inteira eles foram enforcados sem qualquer piedade e tudo que eu sabia é que procuravam por mim.... Eu fiquei em estado de choque... Não sabia como reagir... O que fazer, pra onde ir, como proceder... Eu fiquei ali, travada, observando tudo enquanto o povo vibrava com a morte deles... Os minutos foram se passando, a selvageria acalmou, as pessoas foram indo pra casa, a noite foi ficando mais densa e tudo se aquietou, menos o meu pranto e um outro sentimento que começava a crescer mas eu não percebia ainda... A noite terminou e eu continuava ali a olhar meus pais pendurados sem saber o que fazer... 

O dia passou e eu me mantive no mesmo lugar... Fome, sede, necessidade, nada parecia me tocar quanto a imagem que ainda mantinha na mente dos dois pendurados em plena praça... A noite chegou uma vez mais e então parecia que algo me impelia a me mover... Sem saber ainda em que momento tomei esta decisão, eu decidi que ia descobrir o que havia acontecido, porque me procuravam, porque... Mataram meus pais... Movendo-me com passos leves e preparados como meu pai me ensinou para a caçada, entrar na vila sem ser vista, a noite, foi algo muito fácil para mim... Comecei a andar de casa em casa, tentei chegar a minha mas a milícia mantinha guarda, ou seja, eles ainda me queriam e eu nada sabia do motivo... Pelo meio dos matos que cresciam por entre as construções cheguei ao quartel da milícia e fiquei a ouvir o que conversavam... A noite ainda estava começando, eles não iriam falar sobre algo enquanto houvessem superiores na volta, então rastejei para debaixo da sede e esperei até que as horas passassem e alguma coisa fosse finalmente dita... A madrugada então chegou, o sono começava a bater nos guardas da hora e eis que talvez para se manterem acordados, os sentinelas da hora que assumiram o quarto de hora começaram a falar:
Miliciano 1: “- Será que vão encontrar a incendiária?”
Miliciano 2: “- Eu creio que não, é provável que tenha fugido pra floresta!”
Miliciano 1: “- Os burros dos pais podiam ter entregado ela e ficado vivos...”
Miliciano 2: “- Burros mesmo, se ela não cometeu crime, não teria nada a temer...”
Miliciano 1: “- E o filho prefeito contou que viu ela ateando fogo no mercado, isso é o tipo de crime punido com a morte, não há regalias quanto a isso...” Meu mundo desabou após ouvir essa conversa... Travik, o filho gordo e encrenqueiro do prefeito que vivia a causar problemas e a ser acobertado por seu pai igualmente repugnante, deveria ser o responsável pelo incêndio e pôs a culpa em mim devido nossa indiscutível intolerância que nutrimos um pelo outro... Meus pais morreram para me defender... Isso não era algo perdoável, meus pais morreram porque um ser arrogante mentiu... Aquele sentimento que eu ainda não conhecia estava mais forte do que nunca, mas eu me controlei e defini que eu precisava antes de mais nada, saber se havia sido Travik o incendiário mesmo... Quase sendo cegada pela raiva e pela dor eu fui até a casa dele, janelas abertas como sempre, enfiei com violência dois sabugos de milho naquela boca rasgada para que não pudesse gritar e enquanto ele tentava fazer barulho eu o arrastei para fora com forças que tirei não sei de onde... Nas sombras, próximo a paliçada eu subi pra cima dele e o encarei nos olhos com a maior raiva que já senti dizendo a ele:
Athena: “- Perguntarei uma vez só, não desperdice a chance de ficar bem... Você incendiou o mercado?” Ele se mijou todo e temendo por sua vida, acenou positivamente para mim... Era tudo que eu precisava saber!

No dia seguinte eu já havia me deslocado várias horas de Águas Ruidosas, andava uma parte pelas copas das árvores, outras pelo chão para descansar o corpo e então resolvi tomar um banho ao rio... A água a minha volta, que estava límpida ficou vermelha tão logo o sangue seco foi escorrendo de meu corpo... Um dia eu voltaria a Águas Ruidosas para descobrir quais teorias formularam para o filho gordo do prefeito todo perfurado, mas meus pais estavam vingados... No entanto era fato também que esse retorno iria demorar, eu jamais iria morar em meio aquele povo doente, racista e preconceituoso novamente... Bastou acusarem a diferente aqui de algo e ninguém questionou a veracidade da acusação, principalmente porque o filho da autoridade é quem tinha denunciado! A civilização não era boa quanto eu achei que pudesse ser, mas eu ainda precisava seguir o conselho de minha mãe... Encontrar amigos e viver entre eles... Removi minha roupa, me lavei e depois lavei minhas vestes... Subi para sobre as árvores e ali fiquei por horas esperando que minhas roupas secassem... A noite chegou, me vesti e apanhei algumas frutas... Amarrei-me com cipós para não cair e dormi por longas horas... O dia raiou novamente e enquanto despertava com as dúvidas de que caminho seguir agora, percebi assustada que alguém estava do meu lado. Me preparei para me defender mas ela simplesmente sorriu e me alcançou uma maçã... Obviamente não apanhei a fruta e enquanto eu não fazia qualquer gesto além de me posicionar defensivamente, ela começou a falar mesmo que eu me mantivesse arredia... 
Ashemi: “- Eu sou Ashemi... Yrlissa foi uma grande amiga... Quase trilhou o caminho do druida como eu, mas preferiu não afastar-se da convivência dos elfos... Somente algo forte como o sentimento por seu pai poderia fazê-la mudar de ideia... Mas veja, embora a tristeza de perder seus pais, saiba que seria bem mais triste para eles partir em períodos diferentes e ficarem separados... Eles estão juntos na morte e agora confiam sua nova vida a mim...”
Athena: “- Nova vida?”
Ashemi: “- Sim... A vida que sua mãe amava e que seu pai dominava... As florestas... A caça... Os animais... As plantas... A natureza... Aliás, morte e vida, são partes da natureza e seus pais apenas seguiram esse ciclo... Chegou sua vez de seguir o seu, jovem Athena...” Fiquei por alguns segundos a pensar no que dizer e então vi pássaros pelos galhos, um lobo filhote sentado ao pé da árvore olhando para mim, assim como outros animais a passar pelo local sem nos ameaçar ou estranhar de forma alguma... A frase de minha mãe “encontre amigos e viva ao redor deles” explodiu em minha cabeça enquanto olhei de novo para Ashemi que completava:
Ashemi: “- A fúria de uma tempestade, a força suave do sol matinal, a astúcia da raposa, o poder do urso – tudo isso está sob controle do druida minha menina. Entretanto, um verdadeiro druída não se considera um mestre da natureza, isso é uma afirmação que não passa de simples bobagem dos habitantes das cidades. O druida não adquire seu poder controlando a natureza, mas se tornando uno com ela, uma pena que para os profanadores dos bosques sagrados dos druidas, e para os que sentem sua fúria, a distinção não é muito clara. Posso te ensinar tudo isso e muito mais pequena Athena... Conjurar magias divinas, magias e habilidades essas que surgem do poder da natureza, da comunhão com os animais além de uma grande variedade de poderes mágicos conforme adquirir experiência e sentir-se á vontade na presença de Mielikki... Então, o que me diz jovem Athena, filha de Yrlissa e Walker?” Eu a observei no fundo de seus olhos por alguns instantes e então apanhei a maçã e a devorei com vontade demonstrando meu sim, em meio a um primeiro arremedo de sorriso depois de tantos dias trevosos...

Fui então apresentada a ordem druídica, o filhote de lobo que me olhava ao pé da árvore quando encontrei Ashemi, era integrante de uma matilha e sua mãe, a qual descobri chamar-se Nemeya, aceitou-me como parte da mesma... Ashemi não tinha casa ou cabana, vivia pela floresta, eu já me considerava uma privilegiada pois tinha mãe e irmãos agora. A druida então me treinou em tudo que eu poderia aprender naquele momento, o restante se daria por meu esforço e evolução nos anos que viriam e rápido como uma flecha cruzando os ares, ao alto de meus 21 verões, fui designada para começar essa evolução. O Conselho Druídico de Floresta Alta me pediu que fosse até a região de Duvik para investigar anomalias no bosque dos Picos da Tempestade e comecei minha jornada em companhia de meu irmão! Sim, aquele lobo que me esperava ao pé da árvore daquela vez, se tornou meu companheiro e seu nome é Fenris. Aliás, se hoje tenho uma família seriam essa família de lobos... Enfim, comecei minha aventura e algumas horas de caminhada foram suficientes para encontrar a caminhar pela estrada um Aasimar, um tocado pelos planos divinos como chamamos... Um híbrido como eu na verdade, o que talvez tenha feito eu aceitar sua companhia tão facilmente... Sorridente e carismático, parecia confiável... Me mantive cautelosa mas com o passar das horas e a noite em que acampamos juntos, me senti mais confiante ao seu lado e seguimos para Duvik. Seu nome é Kinseph e segue alguma divindade relacionada ao sol e a vida... Tão logo chegamos ao vilarejo, fomos ter com o curandeiro de lá e captamos informações da missão, que aliás eram similares... Eu deveria investigar o comportamento estranho de uma floresta e Kinseph deveria tentar curar a população de uma febre mortal que estava dizimando os cidadãos e que misteriosamente era transmitida pela água cuja nascente vinha da floresta a qual fui encarregada de investigar! Na manhã seguinte nos preparamos para sair e conhecemos mais um companheiro de jornada, o cavaleiro Malthael, cheio de normas e de cara amarrada, mas parecia ter uma índole impecável assim como metia medo com sua armadura completa e espada poderosa. Segundo ele, encontrou guardas assassinados pela estrada, que tinham um recado ao prefeito de Duvik. Em busca de talvez punir os assassinos, ele veio entregar a mensagem e sabendo da situação do vilarejo e de uma possível presença maligna no local, se uniu a nós para investigarmos a região! Quando retornarmos a cidade de Lua Alta, após cumpridas nossas metas em Duvik, Malthael foi solicitado a uma missão de sua ordem sagrada e então, Kinseph e eu resolvemos seguir com ele, em retribuição a ter nos ajudado em nossa missão! Seguimos à passos firmes para algo em torno de um dia e meio de viagem, onde uma batalha terrível aconteceu entre os soldados de Lua Alta e o Drows... Nenhum dos soldados sobreviveu era o que pensavamos ao chegar, pois haviam corpos espalhados e apodrecendo por todos os lados, porém ao observar uma pilha de corpos atentamente, Malthael percebeu uma respiração, Kinseph confirmou e removemos de lá, milagrosamente um novo aliado... Um humano de estatura muito baixa, quase parecia um Halfling... Hemming era seu nome, tinha umas atitudes estranhas mas os dois outros confiaram nele, então, resolvi confiar em Kinseph e Malthael até que ele cometa um deslize... Por enquanto, ele é meu aliado... A pilha de corpos se mexeu novamente, mais um sobrevivente seria? Kinseph nos mandou recuar e preparou sua expulsão pois havia percebido que o que se erguia diante de nós era um morto vivo! Ele invoca os poderes de seu deus mas por algum motivo, ele não é atendido... Olho para ele com uma cara de espantado e meneio a cabeça sussurrando:
Athena: "- Não espere demais dos deuses..." Eu saco minha cimitarra e me lanço em carga contra o monstro maldito, mortos vivos não são naturais, são aberrações, eles não merecem piedade e eu iria demonstrar isso a eles! Meu primeiro ataque trespassa suas tripas e abro um rombo em seu ventre... Ele urra, tenta me atingir, mas erra... Kinspeh continua tentando acreditar em seu deus e continua a falhar, quando Malthael surge em carga também e com um golpe apenas arranca um dos braços da criatura... Ela novamente revida, em dou um passo para trás, conjuro uma magia e aumento minha força física, Malthael ataca de novo, erra e é atingido. Kinseph tenta destruir o morto vivo uma vez mais falha e é atingido também. Observo o arremedo nos olhos, minha saliva espuma na boca, convoco uma nova magia e aumento o poder de destruição de minha cimitarra enquanto me lanço de novo contra o monstro o atingido no braço que restava!. Ele sente meu golpe, tenta me acertar mas era tarde demais para ele, um novo golpe de minha cimitarra o rasgou ao meio enquanto eu invoquei um aliado para me auxiliar a finalizar o combate. Uma imensa besta mágica de quase dois metros de altura surge, transfigurado em poderoso e furioso urso e destroça por completo o ser antinatural, encerrando o combate de vez... Observo a todos, vejo que estão bem, me dirijo ao lago e removo a sujeira que o morto vivo deixou em mim, enquanto minha invocação se desfaz... 

De dentro do lago, eu detenho meus movimentos e repenso tudo que vivi até hoje... Viro meu olhar ee observo esse grupo recém formado e percebo que somos todos diferentes mas de alguma forma, em algum ponto, com algum objetivo bom em comum... 
Athena: “- Porque me uni a pessoas estranhas sendo que tudo que busquei desde o assassinato de meus pais foi o exílio? Animais são muito melhores que os humanoides, são verdadeiros, se não gostam demonstram, se te querem mal demonstram, mas se te querem bem nunca te traem... Já os ditos civilizados, são cheios de preconceitos e racismos, separando seres por aparência e essa hostilidade tirou meus pais de mim...” Porém sempre que me pergunto isso, é como se ouvisse uma voz que me guia a mudar meu foco, a considerar que nem somente os animais podem ser meus amigos e que, se eu me unir a pessoas diferentes na raça e ainda achar algo em comum, eu terei a capacidade de criar um novo futuro para mais híbridos como eu... Creio que essa pode ser uma boa meta, criar atitudes que façam as pessoas ser mais como a natureza, não se importando com a aparência mas sim com suas atitudes e junto deste inusitados companheiros, tentarei trazer isto a meu futuro... Quero dar voz aos incompreendidos... Fazer justiça aos injustiçados, se preciso com as próprias mãos... Manter a vida da mãe natureza intacta e sagrada, que é de onde tudo provém...

Além disso, deixo claro a eles que não sou o tipo de pessoa que tem interesse em se dar bem com os demais, pelo contrário, prefiro a solidão ou companhia de animais, mas, se seguir nesse ritmo, eu me tornarei o que odeio nos assassinos de meus pais, discriminar os demais por fama de outros ou por suas origens... 
Athena: “- Não me igualarei aos ditos civilizados... Jamais...” Dessa forma, pretendo manter meu silêncio, falar somente o necessário, agir sempre que algo for contra meus princípios e tentar mostrar a todos, através de minha convivência com seres tão diferentes fisicamente e em suas personalidades, que a coexistência é possível, e que a maldade não deve ser admitida de qualquer forma... Meus dons com plantas e o auxílio dos animais, as graças de mãe natureza, seguirão comigo e mudarão o mundo, senão de todos, pelo menos daqueles aos quais eu puder de alguma forma mudar-lhes... Subi em uma das árvores enquanto Kinseph e Malthael faziam seus rituais aos mortos e lembrei das palavras de minha mãe... Olhando para os céus eu finalmente percebi ter encontrado meu caminho e resolvi fazer uma promessa a ela também:

Athena: “- Eu irei ser como você e meu pai foram... Sem discriminações, sem separar seres por aparência... Eu serei suas lembranças neste mundo e para aqueles que insistirem em ameaçar a existência pacífica entre todos a que busco... Eu juro que eles conhecerão a fúria da natureza personificada pela prova viva de vocês dois... Eu sou Athena, a natureza é meu guia e Mielikki é minha aliada... Os diferentes agora terão um defensor... E quem for contra isso, que tenha muita sorte para se defender de mim!”

sábado, 14 de dezembro de 2019

Nova página no Blog - Medieval Kingdom!

Salve galera, nova página em nosso blog, deixando tudo mais organizado e mais fácil de localizar! Então se procura pelos personagens medievais e de RPG que estou produzindo tem alguns meses já, o local é a página Medieval Kingdom que está interligada com a página Jornada RPG!


Dentro desta página você encontrará, tanto o link direto quando o arquivo em PDF para download, de forma que seja qual for seu estilo preferido de leitura, ela estará disponível para você! Espero que curtam essa nova atualização do Nipo Heroes Blog, bons downloads e boa leitura a todos! 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

NeoChangeman - Episódio 27 - Inesperados aliados!

Há muitos anos atrás, surgia em nossa TV um seriado como nenhum outro... Cinco jovens arriscavam suas vidas para proteger a Terra do temível Império Gozzma, utilizando o poder dos cinco grandes animais lendários... Esses heróis se apresentavam como Esquadrão Relâmpago Changeman e eles venceram a invasão... Aproximadamente 20 anos após, uma nova ameaça surge e a Força Terrena precisa escolher novamente cinco bravos guerreiros para defender a Terra...

Uma fanficton de Lanthys LionHeart em homenagem ao saudoso Esquadrão Relâmpago, com vocês, Esquadrão Relâmpago NeoChangeman!


Cidade de Nagasaki – 10:37:23 – Em algum lugar da cidade histórica pelos tristes fatos presenciados naquele solo no ano de 1945, distante dos olhos dos Defensores da Terra, mas suficiente para que os olhos da criatura em forma de vulto pudesse os observar, palavras carregadas de ódio eram vociferadas:
Vulto: " - A investida falhou, mas minha segunda intenção foi atingida... Preparem-se humanos desprezíveis..."

Cidade de Nagasaki – 12:41:15
A destruição era gigante, mas felizmente, nenhum inocente havia sido ferido... O Kynkyu System havia respondido como o esperado e os Comandos de Resgate haviam sido impecáveis em sua função! Todos comemoravam a grande vitória sem qualquer ferimento humano... Mais ainda, entre os cinco guerreiros, eles comemoravam ter conseguido vencer cinco inimigos gigantes, sem suas Densetsu-Forms.
Mitsu: “– Gente, parece que voltamos aos tempos áureos do início dos combates, sem poderes avassaladores, apenas o bom e velho cabeça de lata derrubando os inimigos com sua espada poderosa! Foi legal demais não foi?” Era Hideki quem acenava com a cabeça e um sorriso no rosto:
Hideki: “– Talvez, eu diria só talvez, essa falha nas Densetsu-Form seja uma maneira de nos mostrar que não devemos depender tanto de uma única coisa... Quem sabe os Densetsu não estejam querendo nos mostrar isso, que precisamos não depender tanto deles?” Ryuichi acena negativamente e explica:
Ryuichi: “– Não... Dragon foi claro ao dizer que isso não era algo feito por eles e que precisaríamos encontrar a resposta... Ele não me diria isso se fosse algo causado por vontade dos próprios animais lendários...” Hideki então coça a cabeça concordando com o amigo e ficando sem opções... Shiori fica sem muito o que falar visto ter tido pouca experiência ainda com as Densetsu-Form, mas arrisca compartilhar o que já havia sentido:
Shiori: “– Eu posso dizer que... As Densetsu-Form são algo completamente definidas por nossa vontade... Por nossos sentimentos... Por nossas emoções mais fortes... Evito lembrar das cenas inicias de minha primeira união a Pégasus (Vide episódio 22 – O voo de Pégasus) mas tenho total convicção de que o que fiz, foi devido ao transbordar de minhas emoções mais fortes... Eu mesmo sem a experiência de todos vocês, arriscaria concordar com Ryuichi... Eu creio em algo bem maior que um lição dos sagrados animais para nós... Me perdoe Hideki...” O robusto jovem acena com a cabeça e a mão dizendo que estava tudo bem e então Hiroko se pronuncia:
Hiroko: “– Estamos deixando algo passar... Com certeza precisamos evoluir em algo mas que talvez, seja diferente de encarnação para encarnação... Talvez o que se aplicasse ao comandante e seus amigos no passado não seja o mesmo que se aplicaria a nós ou a qualquer outro que já tenha no passado se unido aos Densetsu... Por esse motivo...” Ryuichi completa a frase demonstrando total concordância com Hiroko:
Ryuichi: “– Por esse motivo, Dragon não tem como nos ensinar essa evolução e devemos merecê-la para que tal fato se concretize...” 

Os cinco ficam a pensar sobre o caso e então o ronco do motor da BlackLion se propaga demonstrando que o comandante dos Comandos Terrestres, Hayate Sho se aproximava... Ele para ao lado dos jovens, ergue sua viseira e comenta:
Hayate: “ – Não pensem demais, faz mal para o cérebro! Vão começar a cantar mal como Ozoora! Vamos embora, terminamos por aqui, os cidadãos serão trazidos em breve de novo!” Os jovens acenam positivamente e então o inesperado.... O tempo muda bruscamente, nuvens negras tomam conta dos céus, chuvas torrenciais começam a cair e relâmpagos à se propagar por vários pontos da cidade...Os jovens e todos os Comandos, fossem de Resgate ou Terrestres assumem posição defensiva e buscam por algo que pudessem confrontar em meio ao cenário macabro que se formava... O vento começara a soprar gelado e de certa forma, assustador, assoviando por entre os prédios... Como se cavalgando os ventos, uma risada sinistra começou a ecoar pelo local e foi reconhecida por muitos...
Hayate: “– Parece que alguém não gostou muito de ter tomado um tiro de Power Bazooca algumas horas atrás...” O veterano Hayate dá um tapa na viseira, acelera a BlackLion e parte em busca do inimigo enquanto os cinco NeoChangeman se reagrupam e esperam pelo ataque:
Hiroko: “ – A criatura retornou...”
Hideki: “ – Ou talvez nunca tenha partido...”
Shiori: “ – Tem ideia de com o que estamos lidando Mitsu?”
Mitsu: “ – Não, mas vingativo desse jeito, só os generais de Makura ou pior, uma mulher ofendida!”
Os cinco formam um círculo e protegem uns aos outros enquanto buscam pela criatura que os ameaçava naquele momento, mas inexplicavelmente, suas almas começavam a temer, um medo incrível e macabro começava a parecer tomar conta de seus seres e aquilo era realmente desconfortável e nada incentivador...
Ryuichi: “ – Dê as caras logo Makura, venha nos enfrentar e terminemos com isso logo...” Os trovões ecoaram, a tempestade ficou mais forte e apesar do barulho ensurdecedor da chuva torrencial, a voz chegava até eles de forma quase encantadora... Era como uma voz de veludo, provocante, insinuante e que apesar de feminina, parecia ser capaz de encantar até mesmo mulheres...

“- Pobres infelizes humanos... Presos em suas celas de carne e osso... Incapazes de ver ou possuir as grandezas do universo... Defendendo um aglomerado de rochas em meio ao mar do universo e achando que isso os faz especiais... Consideram que são algo, mas na verdade não aguentariam o menor dos terrores que o cosmos apresenta... Irei mostrar-lhes, através de seu próprio mundo e de seus próprios atos, que não passam de crianças mimadas e se borram diante da face da morte...”

O tempo parecia ficar mais violento ainda e então com um estrondo terrível mudou rapidamente... O céu ficou limpo, mas era como se tudo estivesse em preto e branco... A cidade havia mudado também, era como se tivessem voltado no tempo... Décadas no passado poderiam dizer os jovens... O vento, a brisa, pessoas na rua, tudo estava em um silêncio assustador... Os jovens olhavam ao redor, se olhavam entre si e não conseguiam sequer tecer alguma teoria... As pessoas transitavam tranquilas como se não os estivessem vendo... O relógio da torre começou a badalar então, incessantemente, mas diferente do que se esperaria, que ele tivesse tal funcionamento em horas cheias, estava estranhamente badalando às 11 horas e 2 minutos... Ryuichi então reúne os fatos, expressa um sentimento de pavor e automaticamente olha para os céus bradando aos demais: “- PROTEJAM-SE!”

Todos olham para cima após o alerta de Ryuichi e mal conseguem colocar o braço por sobre seus rostos... Em frações de segundo uma gigantesca explosão centenas de metros acima deles causou uma bola de fogo de 28 metros de diâmetro, com uma temperatura de 30.000 graus Celsius... O local onde os cinco se encontravam, expandindo-se para uma circunferência de dois quilômetros de raio se tornou apenas terra queimada e os jovens gritavam em pânico sentindo a terrível dor de serem queimados à essa temperatura além de serem atingidos por estilhaços de vidro que perfuraram seus corpos à esmo... Se diria que isso era algo imensurável para qualquer ser humano mas incrivelmente a dor atingia seu pico e regredia desaparecendo por completo, apenas com os NeoChangeman ofegantes e ainda com os braços sobre o corpo tentando se defender da gigantesca bola de fogo, os destroços e seu calor cáustico imensurável... A respiração começava a compassar de novo embora ainda fosse algo muito além do normal e, os jovens se olhavam e ao redor de si... Terra aparada como se fosse vidro e nada de pé além deles por pelos 2 mil metros...
Hiroko: “- O que está... Acontecendo...”
Hideki: “- A grande bomba... O grande ataque... Meu avô conta sobre...”
Mitsu: “- Como voltamos no tempo? E a dor que sentimos?”
Shiori: “- Porque sobrevivemos a explosão?”
Ryuichi: “- Shhhh... Algo se aproxima...” Os jovens aguçam seus sentidos, buscam por algum sinal e quando o avistam, preferiam nunca ter encontrado tal foco, a visão era aterradora... Para qualquer lado que olhassem, tudo que viam era o que parecia ser um exército de fantasmas se movendo até eles... Centenas de feridos, queimados, com os rostos destroçados, não pareciam humanos. A pele caía em pedaços, seus olhos caiam das órbitas... Suas vozes, seus aspectos, alguns se tocavam e a pele saía grudada em suas mãos como fibra sendo derretida pelo fogo... Os gritos, o lamurio, eram com como uma onda sonora que afetava de forma devastadora o âmago de cada um... A aglomeração de seres que mais pareciam zumbis saídos de filmes de terror começava a se aproximar, os jovens nunca haviam presenciado algo assim, era aterrador demais até mesmo para os escolhidos dos Densetsu-Juu... Eles fraquejam diante da cena perturbadora e os andarilhos se jogavam sobre eles com terríveis guinchos onde se compreendia a maioria de suas falas...

“- Minha pele está caindo... Algum médico... Vou perder minha pele... ” - dizia um deles estendendo os braços com tiras de pele que quase encostavam no chão... Sua roupa havia se misturado a seu corpo com o tremendo calor, e o esforço daquela pessoa se concentrava em tentar que sua pele não encostasse no solo e que alguém conseguisse colocar a mesma de volta para onde deveria estar...

“- Meu olho... Meu olho... Não vejo nada... Me ajude...” - dizia outro, com um dos braços na horizontal, visto que o outro tinha apenas um pedaço do úmero na mesma posição... Dava a entender que ele julgava que ainda tinha os dois braços e mantinha as duas mãos espalmadas tentando tatear algo para saber para onde deveria ir... Enquanto uma de suas córneas jazia pendurada e semi-rompida a outra queimava e se dissolvia dentro de sua face... Sua roupa praticamente inexistia, estava desnudo, assim como não haviam dedos ou orelhas ou qualquer protuberância no mesmo...

“- Minha família está presa debaixo dos escombros, estão queimando vivos, ajudem, por favor!” – gritava em pânico uma adolescente, sua roupa estava rasgada e queimada em algumas partes, seu corpo ainda estava coberto mas seus cabelos e couro cabeludo estavam em chamas e ela parecia sequer perceber isso, apenas pedia ajuda pelos seus em completo desespero...

“- Água... Água... Me dê água...” – rastejava um senhor, suas mãos haviam virado bolas de carne queimada, seus pés não tinham mais dígitos e suas costas estavam cheios de cacos de vidro que haviam perfurado o idoso de forma superficial... O sangue era abundante mas grande parte dele havia já secado no corpo devido ao calor intenso...

“- Meu bebê... Seu braço caiu... Tem sangue... Me ajude, eu só tenho ele...” – uma mãe completamente nua e queimada agonizava se arrastando e segurando o braço que ainda existia no bebê arrastando o mesmo consigo, já sem vida todos percebiam, menos a mãe em prantos que se arrastava...

“- Alimente meu filho, meu leite secou, por favor ajude!” – Outra mãe de seios de fora implorava ajuda... Não parecia estar ferida como os demais, mas estava fraca, desnutrida, sem qualquer vigor em seu ser, talvez devido a fome generalizada que aquele povo já vinha vivenciando naqueles dias da segunda guerra mundial...

“- Estou queimando, estou queimando, me ajude, me salve!” – um homem passou correndo por todos eles em direção ao rio logo atrás... Era como se ele tivesse tomado um banho de ácido, seu corpo eram somente tiras de peles escorrendo por qualquer lado, não era possível sequer definir seu rosto entre tantos ferimentos e logo ele sumiu nas águas turvas do rio...

Os cinco jovens assistiam a tudo em pânico, nenhum deles era capaz de controlar o terror... Eles eram humanos apesar de tudo, e o sofrimento daqueles seres ativava em cada um deles um dos sentimentos mais fortes que ambos tinham, a empatia... Uma verdadeira faca de dois gumes, visto que assim como é catalizadora de atitudes fantásticas, esta mesma emoção, neste momento, se torna o maior inimigo dos jovens lutadores pois em seus íntimos, eles sentiam as dores de cada um dos zumbis que implorava em agonia por sua ajuda...
Shiori: “- Não... Não... Não... Isso não pode ser real, isso não está acontecendo...” Lágrimas de tristeza e furor escorriam de todos eles enquanto olhavam aos arredores as hordas de zumbis que se jogavam sobre eles e logo depois sumiam, não sem antes mostrar seu sofrimento e revolta sem igual... Até mesmo Ryuichi chorava desesperado com tamanha pressão emocional mas ainda tentava buscar uma lógica em tudo aquilo... um trovão ecoa de novo e a voz sedutora e persuasiva novamente gargalha pelo ambiente...

“- Os todos poderosos defensores da Terra borrados de medo quando confrontados com os terrores que os próprios terráqueos criaram... E ainda se acham dignos de um poder como o que usam... São usurpadores, seres da pior espécie que se afundam em seus próprios flagelos...”

Os cinco se veem diante do Rio Uragami e a visão não podia ser pior... O rio estava cheio de corpos, de pedaços de corpos, de animais, de vísceras e de tudo que se pudesse imaginar referente a humanos... Muitos feridos, outros queimados, orelhas derretidas... Uns imploravam por água outros bebiam a água contaminada e morriam em agonia maior ainda... Mais seres cambaleantes chegaram às centenas e entre gritos aterradores de dor e pavor, perdiam pele e cabelo, pedaços do corpo que se desprendiam e em um dos piores momentos, vomitaram sangue por cima dos cinco que em desespero completo caíram da beirada para dentro do rio em meio aos corpos mutilados e tantos outros que tentavam se agarrar neles para sobreviver, pois em seus desesperos, os seres cambaleantes, desconsideravam por completo que não havia como sobreviver... Os cinco jovens em pânico, começam a afundar em meio ao terror e acabam por perder seus sentidos enquanto o pânico e o medo eram seus únicos companheiros e em meio àquela turbulência sem fim, finalmente o silêncio... Profundo, inquietante... Assustador, talvez tanto quanto ver as cenas que viram pois parecia que uma nova horda de desesperados que não podiam ser ajudados poderiam sair da escuridão novamente a qualquer instante...

Eles aos poucos vão abrindo seus olhos, seus corpos pareciam exaustos e desgastados, mas na verdade eram suas mentes que estavam sendo levadas ao extremo... O cenário ainda era escuro, como uma noite sem qualquer luar... Não havia vento ou ruídos dessa vez e o local não era liso e plano como antes, mas cheio de destroços e destruição sem fim... Ao longe se viam fogueiras, o cheiro de carne queimada e carne podre nauseava de uma forma insuportável... Ryuichi vira-se para cima, ficando deitado de costas e observa o céu ainda com o rosto completamente lambuzado de lágrimas... Os demais vão se sentando e tentando verificar o que acontecia enquanto o silêncio era avassalador...
Mitsu: “- Isso é cruel... Como viemos parar aqui... Como essas pessoas puderam suportar tanto...” Hideki ajuda Hiroko perguntando se a mesma estava bem e eles se reagrupam, arrastando-se pelo chão, muitos ainda em prantos, o terror estava incrustado em seus seres... Macia e sedutora, a voz de antes chega até eles novamente debochando...

“- Estão convencidos de que não são merecedores do poder que detém? Vejam o que fizeram aos seus... Isso tudo é culpa de vocês... Humanos... Egoístas... Destruidores... Hipócritas... Malignos... Não merecem o dom que herdaram... Abandonem este laço que forjaram com seres que vocês não merecem... Neguem a cada espírito ancestral a sua morada, pois não são dignos de seres vis como a raça humana...”

O jovem líder se negava a se entregar e entre soluços e prantos questionava, tentando manter a sanidade que ainda possuía e com isso chamar os demais à razão igualmente para lutarem contra o torpor que tentava os derrubar:
Ryuichi: “- Quem é você maldita...” A voz dessa vez troveja com a fúria dos céus e os relâmpagos explodem por tudo fazendo com que os jovens tentem se proteger do novo ataque enquanto a voz praguejava:

“- AINDA NÃO ESTÃO CONVENCIDOS? IREI MOSTRAR ENTÃO, COMO HUMANOS TRATAM HUMANOS E VOCÊS CRIANÇAS... Sentirão cada desespero que eles sentiram, até perderem completamente o controle de suas mentes e se tornarem vegetais revestidos de carne... IREI DESTRUIR SEUS PENSAMENTOS AGORA!

Os jovens então uma vez mais foram expostos à bomba mas desta vez estavam além dos 2km de distância de antes, ficando assim a mais ou menos 3.200 metros do epicentro da bomba atômica. A onda de calor varreu tudo e quando os atingiu, eles sentiram em agonia extrema seus rostos ficarem carbonizados e irreconhecíveis, sem qualquer vestígio de carne neles e eles nada podiam fazer além de gritar em pânico e agonia... Todas as construções de madeira em um raio de dois quilômetros foram esmagadas e as de além disso arremessadas em direção aos jovens, com destroços envoltos em chamas que os atingiram em cheio... Milhares de vítimas morrendo sob casas desabadas, vidros de janelas estilhaçadas pela explosão voaram pelo ar a velocidades enormes, cortando os jovens e as pessoas ao meio, cegando-as ou penetrando profundamente em seus corpos. As casas que estavam localizadas diretamente sob o epicentro explodiram instantaneamente em chamas e pouco tempo depois, as chamas queimavam toda a cidade e todos aqueles que ali estavam, inclusive os cinco NeoChangeman em agonia constante. Então como se já não fosse bastante, o silêncio novamente tomou conta de tudo e todos os cinco em um breve momento de lucidez olharam ao redor e avistavam agora mais que zumbis... Hayate, todos os Comandos Terrestres e Resgate estavam passando pelo mesmo ataque... Aparentemente todos que estavam no combate anterior foram transportados para o mesmo local e estavam provavelmente a sentir o mesmo que eles... Num ímpeto de heroísmo e proteção eles tentam se mover em direção aos aliados e o silêncio foi quebrado por algo mais sutil, porém, igualmente mortal...

A temperatura caiu drasticamente e pingos espessos e negros começaram a se projetar sobre todos... Alguns ainda com controle de suas emoções estendiam as mãos para sentir a água que parecia vir amenizar tudo, mas ao toque das gotas, a pele borbulhava, ardia, queimava... Os gritos começaram por todos os lados, as roupas eram derretidas, as peles perfuradas... Qualquer um tocado pela chuva tremia de frio embora estivessem em pleno verão e alguns dos zumbis ou Comandos, desesperados por água, alucinados como estavam, beberam aquela chuva negra que caía, gerando todo tipo de dor e efeitos terríveis que seu pudesse imaginar... A chuva continha fuligem e outros materiais que tinham absorvido radiação, onde quer que a chuva negra caísse, ela levava estrago e desespero profundo... A agonia tomou conta do local e todos sem exceção foram um a um, caindo ao solo, chorando em desespero, alguns gritando em agonia e por fim, todos começavam a assumir posição fetal indicando que estavam em sua resistência final...

Como se querendo dar o golpe final, já em posição fetal eles ainda foram atormentados por nova cena, como se tivessem passado para uma espécie de hospital improvisado e tudo que podiam ver, eram pessoas que chamavam pelos cinco ao mesmo tempo... Eram doentes do hospital que tinham sobrevivido, ou melhor, não tinham ainda morrido... Os corredores, as salas de espera, os laboratórios, eram um amontoado de corpos, corpos nus de feridas expostas, corpos nus com a pele em tiras, corpos nus que pareciam de argila e exibiam a pela cinza que aderira a eles. Espetáculo tão grotesco, que não se podia imaginar que se tratasse de seres humanos, nem que semelhante quadro pudesse jamais existir... Dessa alucinante massa de carne, arrastavam-se lentamente aqueles em que existia ainda um sopro de vida; cercavam aos cinco, agarravam-se às suas pernas: “Salve-me, por favor!” - gemiam eles. Alguns, impossibilitados de falar, exibiam apenas suas chagas. Corpos cambaleando, tropeçando, continuavam a escalar a colina para fugir da fornalha que se tornaram as ruas, duas crianças passaram, arrastando seu pai morto... Uma jovem mulher corria, apertando contra o peito o filho decapitado e um casal de velhos, de mãos dadas, subiam juntos, lentamente os degraus enquanto desapareceram instantaneamente com outra golfada da explosão restando apenas suas sombras na parede que vinham acompanhando. Há alguns metros dali se via uma jovem mãe com o ventre aberto e seu futuro bebê entres as penas... Cadáveres sem suas entranhas, cabeças arrancadas e, por vezes, olhos permeavam o chão... Todos colocavam as mãos na cabeça e começavam a gritar em terror absoluto e o fim aparecia diante deles... A risada sinistra ecoava vitoriosa pela local e no estado atual os jovens sequer eram capazes de formular uma palavra quanto mais uma transformação ou contato com seus Densetsu-Juu...

Os gritos de terror pelas cenas e pela dor que sentiam em suas cabeças consumia a todos a ponto de estarem prestes a desistir da luta e de olhos fechados se preparavam para esperar apenas pelo fim, mas diferente do que esperavam algo diferente de tudo que haviam sentido nas últimas horas, pelo menos eles acreditavam ser horas que se passaram, uma luz clara e aconchegante começou a invadir o local.... Embora mantivessem o pranto, a posição fetal, as mãos pressionando a cabeça e os olhos fechados, aquilo começou a diminuir seu sofrimento e desespero e mesmo que essa fosse uma sensação ainda distante, parecia conseguir, mesmo que muito pouco, acalmá-los... Uma melodia suave, acolhedora e amistosa começou baixinho a tomar conta do lugar... Conforme ela ia tomando o lugar e expulsando a onda vibratória negativa que os mantinha naquele tormento, os gritos começaram a diminuir, as mãos foram saindo do ato de pressionar o crânio e apesar das lágrimas persistentes, eles pareciam esboçar vontade de desfazer a posição fetal... A música começou a ficar mais clara, mais audível e cada vez mais agradável... A melodia parecia acaricia-los como se mãos de seda saíssem das nuvens e os revigorassem, os trouxessem sanidade novamente... Vozes como se um coro estivesse presente pareciam entoar sons incríveis e maravilhosos enquanto a melodia continuava sua investida sutil e poderosa... O vento começava a soprar, a brisa era sentida com ar fresco e o local mudou completamente em questão de segundos... Eles ainda estavam em Nagasaki mas o local estava intacto, como se nunca tivesse sido atingido por uma bomba destruidora... Se apoiando uns aos outros, os NeoChangeman se erguiam com sofrência, com dificuldade, com medo e com receio sorviam o ar fresco que chegava às suas narinas, o cheiro de flores das mais variadas que os agraciava com harmonias e então vultos em luz começaram a surgir ao redor de todos eles... Os jovens e talvez até mesmo os Comandos reconheciam aquelas pessoas... Lágrimas espessas rolavam de todos novamente, mas desta vez de emoção... Todos aqueles que eles viram e muitos que eles não conseguiram guardar suas feições estavam surgindo diante deles, vestidos, limpos, com seus corpos e rostos intactos... A mãe amamento seu filho sorridente, o jovem com sua família junto dele, diversas pessoas bebendo água límpida e transparente com satisfação e ninguém estava mais a sofrer...

“– Eu... Não consigo entender...” - dizia Shiori enquanto limpava o rosto com as mangas de sua blusa e sorria olhando a tudo sem importar-se que sangue ainda fluía de seus ouvidos...
“- O que significa tudo isso...” - era Mitsu que pouco se importava com a sujeira em seu rosto, apenas irradiava felicidade pela cena que estava a presenciar... Seu nariz ainda demonstrava filamentos de sangue, mas isso nada significava para a moça naquele momento...
“- Eles estão bem... Estão vivos... Felizes...” – chorava Hiroko, emocionada ao ver que o destino daquelas pessoas em agonia havia sido mudado... Seu corpo ainda estava ofegante e ela cai ajoelhada ao chão com Hideki prontamente dando suporte a ela...
“- As famílias reunidas... A cidade intacta... Eles encontraram o que buscavam...” - Hideki olha para sua amada e logo depois para o cenário a frente deles e embora seus olhos ainda parecessem poças de sangue, deles escorriam lágrimas espessas e fartas... Apesar da emoção o jovem se mantinha sereno e satisfeito com a visão atual...
“- É como se... Anjos estivessem... Presentes...” – Ryuichi ainda parecia não acreditar em nada, não conseguia formular nada, ele sequer tinha entendido o que foi tudo aquilo e muito provavelmente ninguém ali havia compreendido nada... Passos pesados e trêmulos se aproximavam de Ryuichi, o jovem limpa o sangue do rosto resultante de seus olhos e ouvidos e ajuda Hayate, que chegava sôfrego à se firmar... O veterano por sua vez aponta para os céus e sorri... Ryuichi estranha a atitude, olha para a direção apontada mas nada via até que o líder dos Comandos Terrestres pronuncia com dificuldade... “- Sa... Kura... Sakura...” Um brilho sereno então começa a se formar no céu e uma figura começava a demonstrar formato... Roupas alvas e brancas, cabelos negros e compridos, asas de plumas brancas que irradiavam amor e ternura... Hayate soluçava ao presenciar a materialização de sua paixão não correspondida do passado, Sakura, enquanto o anjo do Planeta Meril descia suavemente ao chão...
Hayate: “- Sakura... Não achei que veria você novamente...” A moça radiante faz surgir um botão de rosa em suas mãos e com um leve toque a faz desabrochar entregando ao veterano com grande sorriso no rosto...
Sakura: “- Não pense que menosprezei seus sentimentos... Mas nós Merilianos, amamos a todos como irmãos, é o tipo de amor que sentimos... Peço perdão por não corresponder suas expectativas daquela época...” Hayate observava Sakura com olhos marejados e se notava que ele não se continha de tanta alegria...
Hayate: “- Continua linda... Ainda é como um anjo...” A Meriliana então faz um leve aceno com sorriso largo no rosto e dá um passo atrás abrindo suas asas e voltando a flutuar diante deles...
Sakura: “- Pretendíamos realizar nossa parte e ir sem que nos vissem, mas acho que os sentimentos de Hayate denotaram nossa presença... Eu peço desculpas pela exposição a que foram submetidos... Me chamo Sakura e sou uma Meriliana... Somos o que vocês decidiram referir-se como anjos mas somos apenas seres capazes de ver e nos movimentar através das diversas dimensões... Com esta capacidade, podemos chegar a dimensão que vocês terráqueos batizaram de mundo espiritual... Vocês foram conduzidos mentalmente a uma espécie de ilusão onde vivenciaram os horrores deste momento tão trágico da raça humana... Mas tenham certeza, diferente do que lhes foi imposto, nenhum ser humano é responsável pela atitude de outro, todos nós, nesta grande existência compartilhada e magnífica, somos responsáveis por nossos atos... Não carreguem os fardos de outros por mais que lhe imponham isso... Suas mentes foram quase destruídas pelas sensações a que foram expostos, mas neste momento estamos devolvendo sua saúde espiritual e mental e os isolamos  das influências ilusórias de sua algoz, talvez definitivamente... Em breve estarão prontos para confrontá-la... Hayate dá um passo à frente e questiona:
Hayate: “- Vocês abominavam qualquer luta, mas no entanto agora...” Sakura sorri e explica:
Sakura: “- Aprendemos com guerreiros da Terra no passado que podemos nos abster de lutar como a maioria dos seres lutam, pois esta é nossa natureza, mas que jamais deveríamos nos opor completamente ao combate pois em alguns momentos, somente a guerra pode trazer a paz em uma contradição sem explicações... Livre Arbítrio existe e se ele existe é para ser respeitado... Nossa missão é trazer paz a quem busca e corrigir os erros no que nos compete agir, como o mundo espiritual e seus residentes como um exemplo...”
Ryuichi: “- Então... Estamos no... Mundo dos mortos?” Sakura com seu característico sorriso contagia explica:
Sakura: “- Não... Sua algoz conseguiu captar os espíritos errantes, sofridos e enfurecidos da tragédia de Nagasaki, ligou todos você espiritualmente a eles e os fez reviver, como na rotina em que seguiam desde a explosão da bomba, suas terríveis experiências daquele dia... Ela queria destruir sua sanidade mental e com isso, suas capacidades de acessarem as feras lendárias protetoras deste mundo... Ela consegue contatar o mundo espiritual e usufruir dele como quiser desde que o espírito contato permita, e se apoderou destes espíritos torturados para tentar destruir seu elo com os guardiões deste mundo... Nós apenas quebramos essa ligação, oferecendo descanso aos que assim quiserem encontrar... A cena deles recebendo paz e se tornando feliz foi a forma de trazer vocês de volta a este mundo sem destruir suas faculdades mentais já praticamente destruídas, assim como nossa melodia renovadora...”
Hiroko: “- Você diz nós, mas... Vejo apenas você...” A Meriliana abre suas asas e braços e então maravilhosamente, centenas de Merilianos que estavam ocultos da visão humana se fazem visíveis no céu, e como nas mais belas pinturas de outrora, a legião de anjos pairando no céu era digna de uma obra de arte...
Hideki: “- Mas como chegaram até nós?” Mitsu acena positivamente e completa:
Mitsu: “- Sim, porque vieram nos ajudar?” Sakura sorri se elevando um pouco mais nos céus e completa:
Sakura: “- Suas faculdades mentais e espíritos estão restaurados... Vamos remover a barreira que nos separa da dimensão física, ou mundo real e irão retornar para diante de sua algoz... Salvem este planeta e após isso conversamos...” Os anjos batem suas asas, desaparecem nos céus, a luz e a melodia somem e então eles pousam novamente no campo de batalha de horas atrás, mas desta vez, diante de uma mulher em roupas provocantes e com expressão de fúria gigantesca...

Tão logo eles pousam ao chão, as comunicações retornam e os Defensores da Terra se preparam novamente:
Cmt. Tsurugi: “- Ryuichi... Pessoal... Achamos que havíamos perdido vocês...”
Mitsu: “- Como o tiozão ali diz, juntos até a morte comandante!” Tsurugi sorri com a convicção de todos e comanda:
Cmt. Tsurugi: “- Comandos de Resgate, retirem de cena todos os feridos e incapazes de combater; Comando Terrestre, substituam os feridos e preparem-se para o apoio! NeoChangeman... Contamos com vocês!” Os cinco jovens que ouviam a tudo e observam a mulher a esbravejar em uma língua estranha à sua frente, nada dizem, com palavras, mas suas expressões diziam tudo e a mulher não estava prestando atenção o que seria um erro sem precedentes...
Mulher: “- Malditos Merilianos, no momento crucial atrapalharam... Mas meu poder é infinito, irei enviá-los de novo ao elo com os espíritos e terminarei com suas existências...” Os NeoChangeman permaneciam sem palavras mas suas respirações eram exageradas, furiosas se diria até e Ryuichi é quem toma a frente... Pequenas lágrimas de fúria escorriam de seu semblante e a frase com dificuldade é expressada:
Ryuichi: “- Quem... É... Você...” A mulher se ergue passando as mãos sedutoramente por suas curvas e observando o jovem com ar de desdém:
Mulher: “- Aquela que tem comandado desde muito mas sem que ninguém percebesse... Aquela que quase os levou ao suspiro final, não fosse a chegada dos Merilianos... Aquela que quase te fez acreditar que sua mãezinha havia voltado do mundo dos mortos...” Ryuichi cerra seu punho ao ouvir falar de sua mãe mas se contém enquanto a mulher continua:
Mulher: “- Eu sou aquela que vocês tem procurado por todos os cantos mas jamais iriam encontrar se eu não permitisse... Eu sou a referência de poder máximo quando se fala em feitiçaria e mundo das trevas... Contemplem a visão sem igual e estonteante de... GRINDARA!”
Finalmente o nome da entidade “ela” que tanto buscavam descobrir estava diante deles... Quase nenhum dos presentes ainda havia ouvido falar nela mas existia alguém que já havia visto registros contendo este nome... De dentro da base de comando Tsurugi e os demais prestavam atenção em tudo, quando Mai se materializa acessando um dos terminais de controle. Ela aciona alguns arquivos e diretamente com todos os que estavam na frequência explica:
Mai: “- Nunca cogitei lembrar deste nome, achei que era algo do passado mas... Ela está presente nos arquivos de... Gallahorn!” Todos fazem uma expressão de surpresa e os guerreiros em terra, embora não deixassem de observar a mulher à frente deles, tinham questionamentos...
Ryuichi: “- Como assim Mai, o que ela tem a ver com Gallahorn?” A veterana então explica e Grindara era capaz de ouvir a transmissão, sorrindo e aguardando que todos soubessem sua origem, da qual ela tinha gigantesco orgulho:
Mai: “- Ela era consorte de Gallahorn... Foi com ela que ele aprendeu suas feitiçarias... Ela o acompanha desde sempre... Eu simplesmente... Esqueci desse detalhe mesmo tendo as informações todas aqui...” Todos ficam atônitos com a explicação e tudo agora fazia sentido pois uma vez que Gallahorn foi executado diante de todos, e Kanydai e Robother vieram à Terra a mando de alguém, só sobrava a famigerada bruxa que acompanhava o falecido espadachim do Império Makura como comandante... Vendo a surpresa de todos, Grindara dá um passo à frente, suas vestes permitem que suas pernas fiquem totalmente à mostra e ostentando seu corpo perfeito, ela sorri e completa:
Grindara: “- Esqueceram de dizer que... Fui eu quem trouxe Chevak e os demais mercenários à Terra...” Os olhos de Shiori pareciam entrar em combustão e os demais perceberam o que as palavras de Grindara significavam antes mesmo dela completar...
Grindara: “- Eu trouxe Gaios e Melta aqui...” dizia a bruxa quase que sussurrando em um misto de deboche e satisfação ao mesmo tempo...

As cenas seguintes seriam, bastante difíceis de serem descritas por observadores normais... O sentimento que tomou conta de todos era indescritível... Gaios e Melta, os vingativos mercenários que voltaram para vingar-se, foram trazidos à Terra por Chevak que veio à mando de Grindara... Isso fazia dela, sem sombra de dúvidas a grande responsável pela morte de Satoshi... Enquanto isso digeria na mente de todos os que tiveram acesso aquela informação destruidora, em frações de segundo o conhecimento obtido sofreu uma metamorfose dentro dos cinco jovens guerreiros indo de espanto à ódio destruidor! Simultaneamente cinco estrondos distintos puderam ser ouvidos de forma aterrorizante, pelo menos aos ouvidos de Grindara... Não era possível distinguir a todos corretamente mas se ouvia o romper da terra, o quebrar violento das ondas do mar, a intensidade das chamas a crepitar acompanhado de um rugido ensurdecedor que invadiu o local, mas nada, nenhum som ouvido até o momento foi tão violento quanto o estrondo do relâmpago que se fez presente naquele instante... Algo gigante iria acontecer, qualquer um percebia e, simultaneamente a todos estes sons, um brado ainda mais alto ecoou enquanto os cinco jovens tornaram-se raios de luz em direção ao inimigo, cobrindo as centenas de metros em frações de segundos: “- VAMOS CHANGE!”

A inimiga Grindara não esperava por tamanha reação e só conseguiu perceber o perigo frações de segundo antes de ser atingida pelo primeiro golpe, algo simplesmente avassalador que a cobriu de impactos com descargas elétricas explodindo em seu corpo por centenas de vezes de forma brutal... Ela não conseguia compreender o que era, mas o tempo que em velocidade máxima, os NeoChangeman levaram para romper a distância entre eles e a vilã, NeoPégasus já havia chegado até ela e desferido uma sequência de golpes inimaginável que arremessaram a bruxa dezenas de metros para trás com sequenciais micro explosões violentas. Grindara rodopiou no ar, ativou seus escudos protetores, e caiu pesadamente ao chão para ser lançada aos céus de novo, desta vez pelo explosão do Griphon MagmaClaw que explodia sob seus pés a arremetendo violentamente centenas de metros acima do solo... A gravidade então ia exercer seu efeito, o escudo energético da bruxa estava com tom avermelhado devido ao calor do golpe anterior mas a feiticeira percebe, tarde demais, um novo ataque. Era NeoPhoenix quem girava no ar arremessando suas potentes chamas transformando o escudo em uma esfera incandescente... Grindara começou então a temer e era possível ouvir gritos dentro da bola de fogo devido ao medo que começara a tomar conta da feiticeira diante dos furiosos ataques! Para a infelicidade da bruxa, ela não tinha a mínima ideia de quanto estes ataques estavam longes de terminar...

Grindara começa a cair rumo ao chão, em chamas até que elas começam a se extinguir e seu escudo fica tão aquecido como ferro ao fogo, vermelho era o tom que o permeava e, acreditava ela que tudo que a aguardava era um impacto violento ao solo, mas ondas gigantes começaram a se formar ao solo, uma sereia composta de água salta e a agarra como uma explosão de um tsunami sobre a feiticeira que teve seu escudo preenchido de vapor devido choque térmico com as águas gélidas de NeoMermaid! A defesa mágica da bruxa então se rompe, ela começa a sufocar no mar e então a água escoa e desaparece por completo... Com extrema dificuldade Grindara tenta respirar e então avista algo que vinha em grande velocidade como se rasgasse o solo com a quantidade de poeira que levantava... Ela tenta erguer o escudo de novo, mas não consegue, não aquele que a protegia por completo e sem opções, seus olhos brilham em rubro, palavras incapazes de serem reproduzidas são proferidas e sombras do chão surgem se reunindo à frente dela como uma escudo. Um grito ensurdecedor do ataque e um poderoso direto de direita acerta o escudo com tudo, impedindo que a bruxa fosse perfurada é fato, mas não impediu que ela sentisse pelo menos 60% do poder do impacto... A feiticeira grita e o atacante também:
NeoDragon: “- MALDITA!! MALDITA, MALDITA, MALDITA!” Diretos, jabs, uppers, chutes frontais, chutes giratórios, NeoDragon estava em completo berserk, sua fúria era tão grande que geravam deslocamentos de ar que arremessavam destroços ao redor deles... Grindara erguia escudos de sombra para tentar bloquear os golpes mas seu medo e o poder de seu atacante a impediam de se defender como poderia e os machucados começaram a surgir por todo seu corpo, antes deslumbrante!
NeoDragon: “- Satoshi não merecia o destino que teve e você ainda se regozija de ser a responsável pela vinda dos mercenários??? MALDITA SEJA BRUXA GRINDARA!!” Um potente ataque de direita arremessou a feiticeira rodopiando pelos escombros com força descomunal e quando ela parou de rolar, estatelada de costas ao chão e cheia de ferimentos, era incapaz de distinguir se algo gigante havia caído sobre seu pescoço ou o que poderia estar a exercer tamanha agonia ao redor de sua traqueia, porém, estranhas emanações de energias negras que rodopiavam ao seu redor denunciaram seu próximo agressor... Era NeoGriphon que a segurava com as duas mãos ao pescoço a erguendo do solo com muito ódio em suas palavras...
NeoGriphon: “- Você ousou tripudiar com a mãe de Ryuichi... Você trouxe os assassinos de Satoshi... GRINDARAAAA!” NeoGriphon dá dois passos vigorosos a frente, bate a bruxa contra a parede deixando-a em uma situação que mal conseguiu invocar novas sombras. Então o avassalador ataque teve início e o guerreiro negro mantinha a mão esquerda pressionando a bruxa contra a parede e com a direita começava a desferir socos violentos e destrutivos no abdômen da feiticeira enquanto descarregava sua fúria:
NeoGriphon: “- Nunca odiei ninguém tanto, nem mesmo Gallahorn ou Kanydai... Grindara, você conseguiu me deixar furioso e essa minha fúria não vai se aplacar por nada! ASSASSINA!!” NeoGriphon retesa o braço para trás e ataca com tudo que tem em um direto devastador! A bruxa por sua vez consegue uma brecha ergue um novo escudo negro, impedindo de ser obliterada mas não de atravessar a parede saindo do outro lado da construção, já bastante machucada e principalmente, temendo por sua vida. 

Entendendo a situação complicada em que se meteu ao mexer com os sentimentos daqueles jovens e idealistas lutadores, Grindara tenta invocar um feitiço de ataque mas como ela descobriria, não seria algo simples a ser feito, se pudesse ser feito; ela recebe um chute vindo da direita no nariz e então quando retesou o rosto para trás pelo impacto, recebeu outro chute vindo da esquerda em sua nuca a fazendo cair de cara nos escombros. A bruxa se vira e NeoPhoenix e NeoMermaid a erguem pelos cabelos a arremessando contra a outra parede do prédio. Visivelmente desgastada e com suas vestes se deteriorando devido aos constantes ataques, Grindara invoca as sombras e tenta se proteger, mas eram muitos golpes e de muitas direções diferentes... Diretos, uppers, chutes giratórios, rasteiras e pisadas destrutivas e enquanto atacavam as guerreiras choravam detrás de seus visores....
NeoMermaid: “- Os terrores que nos fez passar, a dor que nos fez sentir nessa maldita ligação com os mortos de Nagasaki... Mais que isso... A dor que fez senhora Yoshimi, as crianças, nós todos sentirmos com o sacrifício de Satoshi, isso NÃO TEM PERDÃO GRINDARA!” A herdeira da incrível sereia golpeava com furor descomunal enquanto Mitsu continuava...
NeoPhoenix: “- Nada neste mundo foi tão covarde quanto o que foi feito a Satoshi, se não fosse por você, Shiori não precisaria ter abandonado o mundo dela, eu... Eu... EU VOU TE MATAR GRINDARA!” NeoPhoenix  se lança para o alto e chuta o peito da bruxa com seus dois pés fazendo com que ela se enterrasse dentro do concreto uma vez mais, ficando já neste instante atordoada com tamanha selvageria a que estava sendo exposta, e quando os quatro se reúnem para destruir a feiticeira de uma vez por todas, todos escutam uma voz baixa, carregada de controle como se estivesse contendo a explosão de uma bomba em seu interior se pronunciar...
NeoPégasus: “- Ninguém me tira o direito de exterminar Grindara...” Os punhos de NeoPégasus pareciam trepidar e com passos lentos ela chegou ao local onde a bruxa tentava se erguer... Com violência a consorte foi segura novamente pelos cabelos e sentiu talvez o puxão mais violento de sua centena de anos, o suficiente para arrancá-la do concreto e arremessá-la rolando por mais alguns metros... NeoPégasus se aproximou de novo e então a chutou, fazendo rolar novamente... A enfurecida guerreira na sequência, pisa em seu peito e a chuta forte de novo... A ergue pelos cabelos outra vez, bate em seus rosto com diversos socos e então um chute giratório à arremessa mais alguns metros para longe... Enquanto caminha a passos lentos e Grindara se arrasta tentando fugir ela conclui:
NeoPégasus: “- Ele tinha sonhos... Ele tinha vida... Ele queria cuidar das crianças... Ele queria cuidar de todos nós... Ele decidiu sozinho se exterminar, virar sangue desidratado sem um corpo para ser sepultado para impedir que as crianças morressem... Você... Você tem ideia do que ele sentiu?” NeoPégasus puxa um bloco de concreto e o destrói em um único ataque contra Grindara que não teve seu corpo destruído apenas porque foi rápida em convocar suas sombras... NeoPégasus então abre os braços e urra de fúria enquanto os relâmpagos se uniam a cima dela em uma dança aterrorizante...
NeoPégasus: “- Morre maldita!! PÉGASUS... THUNDER ENERGY!!” A coluna de raios desceu sobre a feiticeira e a explosão forçou até mesmo os guerreiros NeoChangeman alguns passos para trás deixando um amontoado de escombros no lugar assim que a poeira começou a se assentar novamente... Os cinco guerreiros se reagrupam ao redor de Shiori e então o inesperado outra vez tem lugar no dia de todos ali presentes... Os escombros explodem, voam longe, atingem até mesmo os cinco jovens e então ferida, com um braço quebrado, algumas partes de sua pele queimada e totalmente nua, Grindara ressurge em um urro animalesco e de braços abertos:
Grindara: “- CHEGA! EU NÃO SINGREI O COSMOS POR CENTENAS DE ANOS PARA SER DERROTADA POR TERRÁQUEOS E SEUS BICHINHOS! VAMOS VER O QUE FAZEM AGORA FEDELHOS!”

A feiticeira se lança aos céus, pronuncia palavras incompreensíveis e eis que um vento gélido e uma névoa negra começam a se misturar ao local... Os escombros cheio de concreto, ferro, carros e tudo mais que se possa imaginar, se junta a névoa e ao vento e começa a tomar uma forma assustadora subindo para aos céus... O vento cessa, a névoa e os escombros somem e então o silêncio, quebrado pela voz de Grindara vindo de todos os lugares:
Grindara: “- Subestimei suas emoções... Não cometerei este erro na próxima vez... Divirtam-se com os restos de sua cidade misturados à minha magia e aos espíritos vingativos deste lugar imundo que apesar da Meriliana ainda querem a desforra por seu sofrimento! Se sobreviverem, nos veremos em breve fedelhos malditos!” A voz desaparece e o som de algo caindo toma o lugar do som anterior... Eis que algo grotesco e inimaginável se ergueu diante deles após a queda avassaladora...
O monstro urra, suas diversas cabeças e braços em agonia e fúria tentam atingir os cinco... Eles dão um passo atrás e então, como se tivessem decidido em conjunto eles detém o movimento... Por trás de seus visores a expressão é de fúria eles não iriam recuar e antes que convocassem o comandante se pronuncia:
Cmt. Tsurugi: “- O NeoChange-Robô ainda não tem condições de lutar, as avarias e desgaste de energia foram demais para tão pouco tempo de reação outra vez...” Os cinco mantinham sua fúria como avassaladora determinante para seus atos e a notícia de que não tinham uma forma gigante para lutar praticamente não mudou em nada suas determinações, muito pelo contrário... Suas energias começavam a tremular por fora de seus corpos como se emanassem deles e cada um se preparava para destruir a presença de Grindara representada pela criatura horripilante...
NeoGriphon: “- Por ter revivido o sofrimento de famílias inteiras...”
NeoMermaid: “- Por achar que pode usar os espíritos sofridos à seu bel prazer...”
NeoPhoenix: “- Por desrespeitar sobremaneira a memória daqueles que pereceram pela ignorância de muitos...”
NeoPégasus: “- Iremos te deter aqui e sempre Grindara...”
NeoDragon: “- Aqui e agora cinco humanos não se curvarão à sua empáfia maldita!”

Os cinco emanam sua energia cada vez mais forte e então ao arremedo de criatura urra e ataca. Com seu braço direito erguido, ele desce o mesmo em direção aos cinco para esmaga-los... Os jovens olham para o punho destruidor, eles bradam com suas almas um grito de resistência e se preparam para o impacto, então uma luz ofuscante vindo de trás deles seguida de um potente raio de energia que atinge o monstro em cheio em seu peito e o arremete para trás com violência descomunal. Uma voz conhecida bradou a todos sem que isso fizesse os jovens olhar para trás... O cenário da batalha muda novamente e eles reconhecem o lugar antes de confirmar o amigo que lhes estendia a mão naquele momento:
Altair: “- Sua bravura alegra e incentiva meu amigo a agir... Preparem-se jovens mestres, seus amigos se unem ao combate!” Ryuichi, Hideki, Hiroko, Shiori e Mitsu se mantém em sua meta de resistir em forma de emanação de energia contra o inimigo mas já reconheciam o cenário gelado da Rússia e da montanha Beluhka... O monstro se ergue e tenta avançar, o chão treme e o rugido já conhecido pelos NeoChangeman ressoa através dos céus... O inimigo se detém e todos podem ouvir os impactos estrondosos das passadas pesadas e destruidoras e então, eis que por cima dos cinco jovens determinados o gigante furioso Indrik surge em carga contra o novo inimigo do mundo.
Seu chifre rasga o chão com furor e o monstro disforme avança e, já no primeiro movimento, Indrik arranca o braço da criatura com seu chifre avassalador em um golpe de baixo para cima, da direita para a esquerda. Um segundo movimento e Indrik crava seu chifre à direita do que seria o estômago do monstro, e um golpe ascendente abrindo o corpo da criatura até seu ombro fazendo o braço esquerdo cair dezenas de metros longe. O monstro urra, líquidos espessos e escuros escorrem da criatura e ele cambaleia para trás enquanto Indrik recua e se lança em carga de novo... Seus passos aumentam conforme avança e seu corpo se energiza e com um golpe colossal sem precedentes, como um meteoro destruidor, o Densetsu mais violento já visto, atravessa o monstro com seu poderoso chifre único, perfurando seu peito de forma grotesca fazendo saltar diversos pedaços da criatura para longe... Todas as criaturas que se moviam no corpo do monstro cessam seus movimentos de imediato e Indrik então movimenta sua cabeça de forma brutal para esquerda e direita, partindo o monstro em quatro partes, arremessando o que sobrou para longe de si onde tudo começou a derreter e desaparecer dissolvendo-se ao solo... Os NeoChangeman então caem desfalecidos ao chão ao verem que a batalha parecia haver chegado ao fim e são amparados por Altair que chega do nada ajudando-os a se manter pelo menos erguidos do chão... Indrik caminha até eles, dá uma bufada diante de todos e baixando e erguendo sua cabeça diante dos jovens, caminha em direção à sua montanha sagrada uma vez mais... O cenário começa a mudar novamente e os NeoChangeman estão sendo trazidos de volta ao campo de batalha enquanto Altair se despede:
Altair: “ – Enquanto tiverem a coragem que seus aliados precisam, a força nunca abandonará vocês, jovens mestres...” Altair desaparece e os cinco caem ao chão completamente exauridos para serem socorridos no segundo seguinte pelos Comandos de Resgate que viram o clarão e correram em direção à cena... Tsurugi e os veteranos chegam também e todos se sentem felizes diante da vitória que obtiveram naquela que pode ter sido sua mais dura prova até os dias de hoje... O cenário era o de uma guerra vencida com muitos feridos e muitos socorros sendo prestados mas um acontecimento ainda estava por vir... Os cinco enxergam primeiro e logo depois os demais... O brilho dourado e acalentador surge de novo e Sakura reaparece diante de todos... Os cinco jovens param diante do anjo do planeta Meril que sorrindo abre seus braços e explana:
Sakura: “- Ainda devo uma explicação a vocês meus jovens guerreiros, talvez a mais interessante de todas... Eu vim até vocês porque atendi a um pedido de ajuda incessante, de que viéssemos em seu socorro...” Sorria a bela mulher olhando para todos... Os jovens se olham e então olham para Hayate, único que parecia conhecer o anjo previamente, mas ele acena negativamente com a cabeça e as mãos como dissesse “- Não fui eu, não olhem para mim...” e o anjo entendendo a confusão explica novamente:
Sakura: “- Vocês possuem um amigo muito dedicado e fiel deste lado do plano...” Ela sorri e faz um gesto com a mão direita quando então todos conseguem perceber em meio a lágrimas e um choro de alegria incontrolável... Era Satoshi... Ele estava visível a todos graças às bênçãos do anjo do planeta Meril que permitia tal dádiva a todos... Sakura olha para Satoshi e acena levemente com a cabeça para o mesmo que então olha para os amigos e flutua até eles... Ele se detém diante de cada um deles por alguns segundos, sorrindo como nunca deixando transparecer seu apreço por todos e a serenidade que permeava seu ser... Ryuichi... Hideki... Hiroko... Mitsu... Todos foram agraciados com a visão incrível da felicidade que só Satoshi era capaz de transmitir porém com Shiori, seria mais impactante ainda... Diante da nova herdeira de Pégasus, o jovem em luz e harmonia, abre os braços e envolve a moça em um abraço fraternal sem igual e mesmo sem poder tocá-la de verdade, as lagrimas da moça demonstravam o quanto aquele abraço estava sendo verdadeiro mesmo sem o toque... Ele beija a testa de Shiori e então flutua para perto de Sakura uma vez mais pronunciando palavras finalmente:
Satoshi: “- Obrigado... A todos... Estarei sempre aqui para vocês...” Ninguém ali conseguiria dizer qualquer palavra naquele momento, a emoção era de uma magnitude impensável e antes de desaparecerem por completo, os anjos e Satoshi, uma última frase é dita pelo ex-guerreiro de Pégasus enquanto ia ficando transparente:
Satoshi: “- Hiroko... Acredite... McLeodGanj...” Ao longe em prantos e sendo correspondido pelo anjo do planeta Meril que lhe direciona um sorriso fraterno ao ouvir suas palavras, Hayate soluça com felicidade:
Hayate: " - Cuide do garoto Sakura..." Sakura sorri e então Satoshi e os anjos do planeta Meril somem, a luz dourada e a melodia também desaparecem permitindo que os jovens olham para Hiroko tentando entender o que significava aquela palavra dita por Satoshi antes de desaparecer por completo... Porque o falecido amigo se dirigiu a ela daquela maneira?

Os socorros então chegam novamente e obrigam os jovens e todos os demais envolvidos a voltarem às macas, era necessário que descansassem e tratassem seus ferimentos... Hiroko nada disse, mas parecia saber do que se tratava... Os demais ficaram a imaginar o que poderia ser tão importante para que Satoshi viesse do outro mundo para dizer... Os cinco guerreiros mal haviam terminado um combate brutal e já estavam entrando em outra situação misteriosa... E as Densetsu-Form? Como recuperá-las? A situação se tornava mais intensa a cada combate e todos pareciam pensar o mesmo que Tsurugi, do alto de seu posto de comando após limpar suas lágrimas comenta:
Cmt. Tsurugi: "- Creio que o embate final... Está próximo..." Ele fica a observar os trabalhos de resgate e se prepara espiritualmente, assim como os demais, para o que os próximos dias reservaram aos Defensores da Terra!

Diário de Viagem da Rainha Sheema - Dia Vigésimo Oitavo:

" - O dia de hoje foi deveras estranho... Há alguns metros da choupana observei algo como uma espécie de crise daquele que eu insisto em chamar de "monstro"... Ele estava a cortar lenha e notei que seus olhos parecem enxergar normalmente agora... Suas pupilas e córneas estão perfeitas embora estivessem destruídas dias atrás... Ele mantém uma personalidade generosa e afetiva e agora com o sentido da visão novamente funcionando, que aliás eu não tenho meios para explicar como voltou a se manifestar, ele está transformando a vida dos dois... Descobri que a moça chama-se Akemi, e a ele ela resolveu batizar de Akira... Os significados são deveras interessantes também devido a relação atual dos dois... Ela significa literalmente “aquela que brilha lindamente”, “linda luz”, "brilho bonito" e ele “brilhante ou talentoso”, “luminoso”, “iluminado”... A relação entre os dois está intensa e eles já vivem como um casal inclusive em suas relações mais íntimas, mas nenhuma memória de Akira são encontradas, no entanto... Hoje ele estava a cortar lenha quando largou o machado e levou a mão a cabeça de forma abrupta... Logo depois sentou-se e começou a gemer como se estivesse sendo de alguma forma ferido ou incomodado... Akemi chegou para acudi-lo e ele falava que escudos iam se romper e que ele precisava detê-la... Depois chorava em alguns momentos como se estivesse vendo algo horrível e logo depois começou a se acalmar... Os minutos seguintes foram de reorganização e então ele falava a Akemi que viu um vulto negro, que viu golpes poderosos e uma luz muito branda e acolhedora que o convidava a se unir a ela... Os dois ficaram abraçados por muito tempo, mas com certeza algo está para acontecer com o ser que estamos a chamar de Akira... Devo manter minha vigilância..."

FIM DO REGISTRO!

Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

O dia amanhecia, como há muitos dias não acontecia, com o grupo despertando em camas, dentro de moradias, o cheiro de comida nova emanava pe...