quinta-feira, 28 de maio de 2020

NeoChangeman - Episódio 30 - Ajuste de contas!

Há muitos anos atrás, surgia em nossa TV um seriado como nenhum outro... Cinco jovens arriscavam suas vidas para proteger a Terra do temível Império Gozzma, utilizando o poder dos cinco grandes animais lendários... Esses heróis se apresentavam como Esquadrão Relâmpago Changeman e eles venceram a invasão... Aproximadamente 20 anos após, uma nova ameaça surge e a Força Terrena precisa escolher novamente cinco bravos guerreiros para defender a Terra...

Uma fanficton de Lanthys LionHeart em homenagem ao saudoso Esquadrão Relâmpago, com vocês, Esquadrão Relâmpago NeoChangeman!


Cidade de Osaka – Dia 02 após o confronto na cidade – 10hs
O cenário devastado ainda era predominante... Silêncio era a maior presença no local... A cidade agora de novo habitada, se dirigia em silêncio para o centro da mesma... Alguns tentando obter melhor local para avistar o acontecimento dirigiram-se cedo para lá, porém quem não pode fazer isso antes, aos poucos, e como podiam, o faziam agora, aglomeravam-se para ouvir as palavras do Imperador... Existiam diversos pontos pela cidade com flores e lembranças de pessoas que pereceram na batalha, assim como placas com os nomes dessas pessoas em templos e demais locais sagrados... Um monumento foi construído junto do local onde o imperador se pronunciaria com o nome de todos que morreram nesta investida de Makura, fossem eles japoneses ou estrangeiros, assim como os nomes das mortes na cidade de McLeod Ganj também... O presidente Russo se fazia presente ao evento enquanto os demais países realizavam em sua grande maioria, um silêncio pelo mundo inteiro no momento do pronunciamento do Imperador japonês... Grande parte do mundo estava em luto pelas vidas perdidas, e pelo mundo inteiro aumentava a sensação de que todos podiam se tornar alvos a qualquer instante... Em cada canto do planeta pessoas choravam naquele momento, em respeito aos que lutaram e morreram para proteger a todos... Os Defensores estavam ao redor do púlpito do imperador e então, exatamente no horário determinado, o líder máximo do governo japonês tomava lugar ao microfone e o mundo inteiro se calava para ouvir suas palavras:
“- Eu vejo o dia de hoje como um dia de outono... As flores da Sakura caem e embora fiquemos tristes por vê-las caindo e nos deixando, temos a alegria de saber que elas nos fizeram felizes enquanto ali estiveram, engrandecendo nosso olhar e alma com suas presenças e com sua estadia aqui, por mais curta que sua permanência tenha sido... Existe uma dívida em meu peito e em minha alma, e creio que no coração de qualquer um que está vivo hoje, com todos os bravos soldados, vivos e mortos, que aqui lutaram e consagraram de maneira imortal, seu nomes e suas determinações neste pedaço de chão chamado planeta Terra! Embora grande parte do mundo ainda pouco atenta e tampouco recordará aqueles que aqui homenageamos agora, sejam civis ou soldados, a humanidade jamais poderá deixar de mencionar as atitudes altruístas e corajosas que aqui mencionamos e eternizamos como esse gesto, mesmo que queira, pois os fatos serão narrados até o infinito para garantir suas menções... O que convido a todos a fazer a partir de hoje, em sentido contrário ao que grande parte do mundo demonstra querer fazer, é que nós, os vivos que aqui estamos graças à todos os mencionados neste memorial ou não, sejamos portanto, dedicados a grande tarefa inacabada que aqueles que aqui combateram conduziram adiante com tamanha nobreza até agora, bem como o relembrar das memórias de todos que nos deixaram lutando por isso… E que dos mortos a quem honramos, adquiramos devoção ampliada à causa pela qual sua devoção foi expressa da maneira mais plena; que nós aqui resolvamos da forma mais altaneira que esses mortos não tenham dado suas vidas em vão; que este país e este mundo, sob a tutela das forças divinas superiores, façamos acontecer um renascimento da liberdade e que os governos que ainda não entenderam a profundidade desta guerra, possam despertar o quanto antes e assim proteger seus povos para evitar serem os próximos a precisar honrar os mortos de seus países... Que a humanidade floresça em entendimento diante do que está acontecendo em solo japonês e que, possamos todos juntos comemorar o fim desta batalha sem precedentes...O mais breve possível...”
Por alguns segundos o imperador foi aplaudido e enquanto isso acontecia ele direcionava acenos para os Defensores e para o monumento, insistindo uma vez mais que os únicos a merecer reverência, no entender do líder japonês, eram aqueles que lutavam para os manter vivos... Alguns líderes religiosos então revezavam-se ao púlpito e em questão de 30 minutos a cerimônia estava encerrada... Enquanto autoridades e demais formalidades eram desenvolvidas, os cinco jovens direcionaram-se ao monumento e ficaram a ler os nomes que ali existiam... Todos sem exceção detinham lágrimas ao rosto e a falta de palavras para expressar seus sentimentos era visível em todos... Os cinco irmãos fundadores do Comandos de Resgate se aproximam então e são recebidos pelos cinco NeoChangeman com felicidade e fraternidade... Matoi e os demais não conseguiam segurar as lágrimas e fazem uma reverência formal e demorada diante de Ryuichi e os demais, atitude essa que eles prontamente tentam interromper os erguendo de novo, porém defrontaram-se com o pranto ao rosto dos cinco que pediam insistentemente desculpas... Ryuichi toma Matoi pelos ombros e observando-o diretamente aos olhos pergunta o que estava acontecendo, ao que o jovem responde entre o choro que o dominava:
Matoi: “- Nós tentamos salvar a todos... Mas infelizmente acabamos deixando muitos morrer... Nós nos sentimento envergonhados por ter falhado de forma tão absurda com vocês, nos perdoem!” Novamente os cinco jovens socorristas se curvam e novamente são erguidos, dessa vez por todos eles...
Hiroko: “- O que está dizendo Matoi? Isso é um absurdo, se não fosse por você e seus irmãos, nós não poderíamos sequer ter saído daqui do Japão... Graças a existência de vocês, não tivemos sequer uma baixa no combate anterior e ainda tivemos pouquíssimas baixas nas demais lutas desde que vocês surgiram, não podem estar se culpando por terem feito o melhor que podiam!” Comandante Tsurugi que observava a cena, se aproxima e toca ao ombro de Matoi completando:
Cmt. Tsurugi: “- Se não fosse por vocês, teríamos baixas 20 vezes maiores, McLeod Ganj talvez não tivesse conseguido se salvar, eu não poderia ter ficado à combater aqui e manter a promessa que fiz ao meu filho e aos demais... Vocês só tem do que se orgulhar Matoi...”
Hideki: “- Estamos em uma guerra Matoi, por mais que nos esforcemos, todos teremos perdas, por mais que demos o máximo de nós, não há como escapar dessa situação...”
Mitsu: “- Não há como todos saírem felizes ao final de um combate sangrento, infelizmente a tristeza faz parte do saldo final em cada batalha, pois como disse Hideki, é uma guerra...”
Ryuichi: “- A única forma de impedir o saldo triste do final de um combate, é não havendo um combate e isso só acontecerá quando exterminarmos Makura... Olhando por esse primas aliás, se alguém tem culpa, somos nós que ainda não acabamos com o inimigo e permitimos que a guerra ainda continue...” O jovem segura seu punho com raiva ao perceber que ele poderia ser o culpado de tantas tragédias, quando então sofre uma pancada na cabeça que apesar de mal fazê-lo sentir dor, chega a ressonar com um barulhento “TOC” em seu crânio... Todos olham para onde veio o ataque enquanto Ryuichi vira-se com a mão na cabeça, surpreendendo-se então ao perceberem se tratar da senhora Yoshimi que os observava com expressão séria:
Ryuichi: "- O que faz aqui senhora Yoshimi e porque me bateu?"
Senhora Yoshimi: “- Vim ver o Imperador, oras, e encontro um bando de idiotas falando bobagens... Parem de falar besteiras... Sem vocês, sem qualquer um de vocês aqui, e dos outros que lutaram, os que viveram e morreram, até sem vocês veteranos, nosso mundo seria hoje de escravos ou apenas um mundo a ser contado em histórias devido a não existir mais... Todos vocês que lutam, cada um ao seu jeito... Comandando, resgatando ou combatendo... Todos vocês são nossos heróis de armaduras reluzentes e antes que tentem citar qualquer uma das baboseiras sobre se arrepender, saibam que sem vocês todos aqui, qualquer que fosse o resultado de hoje, eles seriam infinitamente piores... Então, agora sequem essas lágrimas, abram seus portais, voltem aos seus locais de preparo e se recuperem... Tenham em mente que vocês são a única barreira entre nós humanos simples e a morte certa! Encham seus peitos de orgulho, preparem sua melhor estratégia e estejam em sua melhor forma e determinação para salvar nosso mundo, e quando tudo isso acabar, eu quero todos no orfanato para comemorar comigo e as crianças... Mais alguma dúvida?” Todos se entreolham, as lágrimas viram sorrisos, os sorrisos se transformam em força e encorajamento e com um aceno positivo todos prestam continência à brava senhora Yoshimi... Ela responde a continência com um sorriso altivo, vira-se e sai caminhando lentamente enquanto os demais seguem suas “ordens”, retornando à Armored Island através dos portais! Há algumas quadras dali, acima de um dos prédios não destruídos, Kanydai de longe observa, ouve a tudo e então cerrando seu punho com fúria esbraveja em tom quase silencioso...
Kanydai: “- Maldito Hideki... Até mesmo se despedir de seus mortos lhe é permitido, já a mim...” O general fera baixa o sistema binocular que usava para observar a cena, vira-se e sai caminhando teleportando-se logo em seguida...

Cruzador Makura – Órbita da Terra...
O general furioso surge dento da gigantesca fortaleza alienígena... Ele caminha à passos largos e adentra ruidosamente o salão Imperial, mas como ele acreditava, embora esperasse algo diferente, ninguém estava ali... Não haviam mais soldados, ou mesmo a câmara de sobrevivência do imperador... Robother estava recluso em seu laboratório e Kanydai seria capaz de dizer que o general máquina havia perdido a sanidade, caso fosse um ser vivo e não uma máquina... Grindara também não havia retornado e não havia mais matéria prima ou condições de recriar uma nova horda de invasão... O general enfurecido bate ao chão com extrema revolta...
Kanydai: “- Será que nada do que busco me é permitido ter? Essa é minha sina ao final de tudo?” O réptil fica naquela posição por alguns segundos, de olhos fechados, remoendo tudo que já foi sua vida e então ergue-se, saindo do salão imperial ruidosamente em direção aos seus domínios dentro do Cruzador e enquanto anda pelos corredores ele remói situações que estavam a incomodar...
Kanydai: “- Pensei que ao aceitar o convite de Gallahorn e me tornar um general diante de um exército, finalmente atingiria meu objetivo, mas as forças de Kemono são um verdadeiro fiasco diante dos oponentes que temos... Gallahorn era o centro de tudo e foi obliterado e achei que essa seria minha chance de ascender, mas no final, sem recursos e sem poder suficiente, me tornei um fracassado e agora nada mais me resta... Envergonhei a todos que eu queria exaltar e como vergonha final, tive um membro decepado pelo maldito Griphon... Kemono e Grindara sumiram, eu não sei quais seus planos, enquanto Robother não sei o que será dele e não me interessa... Minha perspicácia me leva a crer que Kemono não tinha grandes planos para nós, ele queria apenas ganhar tempo para algo e nos usou como peões... Creio que ele tem algum grande plano correndo por detrás de tudo e por isso sequer se faz mais presente no Cruzador... Pois bem, é chegado o momento de que eu tome as rédeas de minha vida... Vou levar a cabo o que venho tentando fazer desde aquele dia fatídico ou então, que esta vida tenha fim de uma vez por todas!” O general fera adentra seus aposentos e bate a porta com tamanha violência que se alguém ali estivesse presente, não se aproximaria do recinto tão seguidamente...

Armored Island – 10hs – Dia terceiro após as situações de McLeod Ganj – Sala Satoshi Yoshida:
Todos estavam reunidos ao redor da grande mesa esperando as palavras de Tsurugi que parecia querer passar dados e ideias para a preparação do que estava por vir, após mais algumas trocas de informações com Nana e Sayaka, Tsurugi se volta para a todos e direciona-se ao local acompanhado das duas.
Cmt. Tsurugi: “- Inicialmente eu quero dizer o óbvio e que embora já tenha sido dito largamente, eu quero ter o prazer de repetir...” O Comandante observa cada um deles nos olhos e então completa, se curvando:
Cmt. Tsurugi: “- Obrigado por estarem salvando este mundo e talvez o universo!” Todos se erguem no mesmo momento e reverenciam o comandante igualmente, afinal ele estava lutando esta guerra, à sua maneira, mas tanto quanto os demais. Logo em seguida eles desfazem a reverência e tornam a se sentar, quando o comandante começa a explanar os resumos do que precisaria ser discutido:
Cmt. Tsurugi: “- Pessoal, ao que tudo indica, Makura está oficialmente derrotado... Nossas informações trazidas por Mai e sua tropa confirmam o que os monitoramentos de Sayaka e Nana já apontavam, o Cruzador está deserto, não há mais soldados ou matéria prima, não existe mais força de invasão e Kanydai e Robother já se provaram inimigos combatíveis, mas...” Todos mantem a atenção no comandante e não ressalva que ele aparentava estar prestes a descrever...
Cmt Tsurugi: “- Kemono e Grindara não estão no Cruzador e devido ao poder que testemunhamos naquele momento fatídico onde vocês foram quase mortos pelo ataque do misterioso líder deste grupo, eu duvido que ele esteja morto... E nada posso afirmar sobre Grindara... Ou seja, não podemos baixar a guarda, pelo contrário, eu apostaria que em breve teremos notícias nada agradáveis sobre estes dois seres... Principalmente depois das descobertas de nosso grupo de pesquisa...” Todos então ficam curiosos e professor Koga, o mestre na faculdade de Ryuichi adentra o local com várias anotações e agradecendo a oportunidade, começa a explanar:
Professor Koga: “- Hã... Bom dia a todos... Bom, se alguém não lembra de mim, sou o professor Koga da faculdade de arqueologia... Hã, bem, sem rodeios, se lembram disto?”
Todos observam a antiga placa e os que já haviam visto a relíquia acenam positivamente para a pergunta, enquanto os que não a conheciam se mantém em silêncio analisando a mesma. O professor rapidamente descreve sobre o achado e das informações preliminares, frisando a frase que haviam conseguindo separar:
Professor Koga: “- Marcado seu atual corpo está... De recuperação e proteção precisa após sacrifício infligido... Sua guerreira como a um tesouro o guarda... E se recuperado ficar... Seu brilho prateado a escuridão e as trevas desta feita expulsará... Aliado a isto ainda temos o termo Guardião... Pois bem, essa placa revelava bem mais segredos que pensávamos, vejam o que descobrimos...” O professor solta o material sobre a mesa e então acionando um controle, faz a placa surgir sobre a mesma, flutuando e eis que virada para a tela principal a mesma começa a brilhar...
Professor Koga: “- Luzes por favor!” As luzes da sala se apagam e então uma imagem começa a se formar na tela, em desenhos rústicos e caracteres jamais sonhados, que tomavam movimento e contavam uma história jamais sonhada pelos seres humanos...

“- O universo como fundo, planetas girando ao redor de uma estrela enorme... De um lado desse sistema solar uma escuridão profunda, de outro uma luz cegante... Os planetas deste sistema solar se alinham, a escuridão começa a absorver a luz que se manifestava através deste alinhamento e então a crescer e cobrir tudo... Em contra partida, da luz ainda existente surgem os cinco Densetsus e se lançam contra a escuridão, acompanhados de uma sexta luz, muito mais brilhante e ofuscante, que se junta a eles, se tornando então em tamanho, o dobro de tal escuridão, para com essa força esmagadora, destroçar as trevas por completo... A luz então perde a força como se exaurida estivesse, se dividindo em feixes em queda bruta... Cinco deles se chocam contra a Terra e um remanescente, o sexto, caindo sobre a estéril lua... Então os planetas se desalinham e a velocidade de suas órbitas aumenta como que demonstrando o passar dos milênios, e enquanto eles giram em velocidade assustadora, os cinco densetsus aparecem novamente, junto de cinco humanos, se fundindo para logo em seguida se separarem novamente diversas vezes, para só então, como ato final, os planetas do sistema solar todos alinharem-se novamente e uma escuridão crescente no lado esquerdo do sistema solar uma vez mais surgir... O "vídeo" então sofre um chiado seguido de um corte abrupto e então se desativa!”

As luzes se ativam novamente na sala e então professor Koga fica a olhar para todos e acaba os questionando:
Professor Koga: “- Conseguiram entender?” Todos ficam em silêncio e apesar do vídeo dar boa ideia de ser uma história sendo narrada com algum acontecimento entre os Densetsu-Ju e uma escuridão, nenhum deles tinham certeza, alguns sequer entendiam o conteúdo do vídeo... O professor então se coloca a explicar colocando as imagens a rodar novamente:
Professor Koga: “ – Vejam, aqui temos nosso universo e nosso sistema solar... Deste lado, a escuridão, o que cremos ser Kemono ou o que quer que ele represente, e de outro lado são o poder da Força Terrena com alguém mais, talvez, o tal guardião escrito na placa... Então temos os planetas alinhados e um embate entre a escuridão, Kemono, e a luz dos Densetsu culminando com a destruição da escuridão e a exaustão da luz... Caindo sobre a Terra e a lua, essas luzes permaneceram ali, até sabe-se lá quando e então, pelo menos os cinco surgiram... Feito isso o sistema solar segue seu curso normal e essa velocidade creio que seriam os milhares de anos transcorrendo normalmente e quando a luz surge novamente, os planetas novamente estão alinhados e a escuridão regressa... Ainda temos os Densetsu se fundindo e se separando várias vezes, o que creio tenha sido as diversas encarnações humanas ao lado dos densetsu através da história e que seria como uma previsão de que no momento que ocorresse o ressurgimento da escuridão, os densetsu se levantariam unidos aos seus guerreiros... Entendem a mensagem agora?” De uma certa forma todos haviam entendido o básico mas ainda não estava tudo tão claro assim, era a sensação que ficava e então Hayate é o primeiro a questionar, sempre desconfiante à primeira vista de tudo:
Hayate: " - Se isso tem algum sentido, a minha primeira pergunta seria..." Sayaka interrompe o colega um tanto ofendida pelo mesmo ter cogitado que eles não pensariam nisso:
Sayaka: "- Sim Hayate, os planetas caminham para um alinhamento em talvez menos de 10 dias... Existe um alinhamento planetário à caminho, ou sequer haveríamos cogitado esta teoria..." Hayate sente que eles ponderaram muito antes de apresentar algo tão grave e assustador e se recolhe aos seus pensamentos apenas ouvindo tudo... Se notava no olhar de todos que era tudo muito impossível de crer... Na mente de alguns ecoava a pergunta de, como uma placa que foi criada quando ainda não existia vida na Terra poderia ter sido aqui registrada? Uma voz então se faz ouvir e todos se alegram o observar o vulto que se torna claro a cada novo passo apressado, era Ibuki que retornava da imensidão do cosmos e chegava já tentando trazer luz ao entendimento a todos:
Ibuki: “- A milhares de anos atrás, talvez milhões ou bilhões, uma guerra ocorreu entre luz e trevas, ou seja, Densetsus e a criatura Kemono... A luz foi mais forte e Kemono foi banido, mas a custa da exaustão e quase morte dos seres lendários que protegeram o cosmos... De todos o mais ferido sequer conseguiu chegar a Terra e ficou inerte no satélite natural deste mundo e nunca mais se teve notícias dele... Novamente o tempo passou... O tempo então avançou, milhares e milhares de anos se passaram em relativa tranquilidade enquanto a criatura, sem forças para retornar à nossa dimensão se manteve isolada em seu mundo de realidade negativa, mas chegaria o dia em que os planetas novamente se alinhariam e a escuridão sugando tudo que era positivo, poderia crescer mais que a luz que o confrontava e então dominar o universo e usá-lo como alimento... Essa placa, ficou na Terra para contar as novas gerações o que Kemono realmente é, o que ele pretende e porque ainda não pode surgir em definitivo e nos destruir... Ele espera o alinhamento dos planetas para que com um único disparo que é o que sua constituição lhe permite fazer, e assim, sugar toda a matéria positiva e extinguir de vez a luz com seu poder imenso... A placa veio nos alertar do ressurgimento da escuridão e da incapacidade do corpo humano de manter a Densetsu-Form por muito tempo... Conseguem compreender agora?” Todos ficam atônitos com tamanha revelação e as considerações começavam a ser trabalhadas:
Mai: “- Então por isso ele não saía daquela cápsula de contenção, ele não tem energia para estar na matéria positiva, seria tragado por ela...”
Hideki: “- E por isso ele só se manifestou uma única vez para combater...”
Sayaka: “- As tropas, os generais, tudo era apenas para ganhar tempo e poder esperar o alinhamento dos planetas e invadir nosso sistema de novo, se alimentando de tudo que aqui existe...”
Shiori: “- E o alinhamento que o permitirá absorver a energia que necessita está prestes a acontecer novamente... Isso é terrível...”
Ryuichi: “- Por isso ele tem atacado somente o Japão e a nós diretamente, é uma forma de enfraquecer a luz que pode derrota-lo, se nos eliminar lhe sobram poucos obstáculos a serem derrubados...”
Cmt. Tsurugi: “- E o sexto feixe de luz? Onde ele se encontra agora?” Ibuki então meio desolado explica o que sabe:
Ibuki: “- Seria o Densetsu supremo, o guardião mencionado, o mais poderoso entre todos os Densetsu-Ju, mas... Seu hospedeiro sempre foi de raças mais resistentes fisicamente que os humanos, assim como Dragon e os demais quase exauriram Ryuichi e os outros, em uma escala mais destrutiva, o guardião se unido a um humano o mataria apenas com a fusão de seres, devido sua capacidade energética e espiritual superior... O guardião tem as mesmas capacidades que Kemono, enquanto os cinco Densetsus unidos a vocês são seus generais de exército... Ao que tudo indica o guardião não ressurgirá pois os humanos não podem conter tamanha energia...”
Mitsu: “- E sem esse guardião, quando os planetas se alinharem, não poderemos deter Kemono, é isso que quer dizer sargento Ibuki?” O maduro Isseano acena positivamente embora bastante desolado por ter de concordar com isso... Hiroko então se manifesta demonstrando certo desespero com a situação atual:
Hiroko: “- Está dizendo que depois de tudo que passamos, depois das mortes, depois das batalhas terríveis, tudo foi em vão? Que ninguém poderá despertar esse guardião?” Ibuki a observa nos olhos e tenta responder:
Ibuki: “- Assim como vocês foram escolhidos, o guardião só desperta quando encontra o ser apto à sua ressurreição e diante do cenário atual, onde Kemono parece estar prestes a agir, não creio que haverá tempo de alguém ser escolhido, visto que a batalha parece estar em seu ápice e ninguém ainda se manifestou com os poderes e qualidades do guardião, então eu creio que, mesmo que percam suas vidas fazendo isso, se Kemono absorver a energia dos planetas alinhados, não teremos qualquer chance contra a escuridão...” Hayate bate a mão na mesa e explode em ira, apesar de estar acompanhando tudo em silêncio até então:
Hayate: “- BOBAGENS SARGENTO!! COMPLETAS BOBAGENS TAL QUAL UM MONTE DE JOVENS SONHADORES COM PROMESSAS DE UM GRANDE FUTURO PARA MANIFESTASSEM A FORÇA TERRENA E SE TRANSFORMAR EM CHANGEMAN!!” O silêncio imperou na sala por alguns segundos enquanto Ibuki e Hayate se encaravam... O comandante dos Comandos Terrestres bate na mesa uma vez mais e vai para cima de Ibuki o agarrando pelo colarinho e esbravejando:
Hayate: “- Você veio pra Terra só falando na Força Terrena e nós apesar do treinamento sem sentido, acreditamos depois do primeiro contato e vencemos Bazoo, por acreditarmos no poder da Força Terrena! Agora você me vem com teorias de que nada do que fizemos desde então foi válido? Justo você que era quem mais acreditava na capacidade da Força Terrena, chegando a ser obcecado por ela? Eu não posso acreditar nisso Sargento Ibuki, como pode afirmar isso com tamanha descrença?” Os dois ficam por alguns segundos se observando, então o Isseano segura as mãos de Hayate o fazendo soltar-lhe calmamente e confessa:
Ibuki: “- Eu não sabia a verdade até então, nem porque era obcecado pela Força Terrena, porém hoje eu sei...” Todos mantém a atenção ao aliado enquanto ele desfecha a terrível verdade descoberta:
Ibuki: “- Nesta ida ao espaço, eu vaguei buscando informações de planeta em plante, de raça em raça mas nada encontrei... Então quando eu dava por perdida minha busca eu fui visitado por seres até então desconhecidos para mim... Eles se denominam Observadores e observam o universo desde sempre até onde sei... E... Entendendo o grau de risco que o universo se encontra, aceitaram me contar sobre esta lenda do universo da qual eu vinha desesperadamente tentando achar a resposta... Segundo eles, o guardião que guiou os cinco generais contra a escuridão naquela batalha ancestral, não era humano... Ele era um Isseano... Foi ele quem deixou a placa antes de terminar seus dias com a mensagem da batalha... A fraqueza da maioria das raças diante da união aos Densetsu e de que o selo da escuridão iria durar somente até o próximo alinhamento, tudo foi deixado por ele... Ele confiava que outro Isseano ou raça resistente fisicamente pudesse ser escolhido novamente mas... Bazoo destruiu os Isseanos e somente eu restei, hoje sem condições de me unir a um ser tão poderoso quanto o guardião, sem uma raça resistente para ser escolhida, o guardião não pode surgir e com isso, a batalha final está fadada à derrota...” Hayate então recua e recosta-se na parede da sala e fica observando as lágrimas do Isseano...
Ibuki: “- Se eu tivesse agido antes, se eu tivesse buscado o guardião a mais tempo, eu poderia hoje ajuda-los mas agora... Me restou apenas a explicação de porque minha obsessão pela Força Terrena... Eram os gens do meu ancestral me convocando a agir o quanto antes, mas eu dei atenção a essa vontade tarde demais... Eu peço perdão a todos...” Os veteranos menos Hayate, se aproximam de Ibuki e o acalentam devido à culpa que sentia, quando então Ozoora finalmente se manifesta:
Ozoora: “- Gente, gente, um momento, vamos nos acalmar... Eu posso contar algo que creio vai alimentar nossas esperanças... Eu passei por isso certa vez... Achei que a Força Terrena precisava se manifestar de novo para que vencêssemos Ahamez, e levei aquela porrada na cara do Tsurugi para poder perceber que eu já tinha o que precisava, que a força estava em mim! Eu tenho que veementemente aqui neste momento fazer algo que não achei que faria...” Ele observa a todos e olhando para Sargento Ibuki completa:
Ozoora: “- Nunca ninguém escreveu nas regras do universo que somente Isseanos podem ser o guardião... Ok, vocês são uma raça extremamente forte e resistente mas, eu aprendi que tudo que precisamos está em nós... E que se os Densetsu escolheram este cinco, justo eles que são os generais de combate, não teriam errado em sua escolha... A humanidade é jovem e ainda tão cheia de erros, mas conseguimos fazer coisas grandiosas quando eramos Changeman e vejam hoje, ainda continuamos a fazer agora representados por vocês cinco e por todo o grupo de Defensores... Sinceramente, esse Observadores aí podem até ter revelado a história, mas esqueceram de frisar algo muito importante e que todos temos de ter em mente...” Todos ficam a observar o veterano enquanto ele se prepara para finalizar:
Ozoora: “- Os seres humanos já provaram que são capazes de grandes burrices assim como de grandes proezas... Seu ancestral não deixaria a placa na Terra se não acreditasse nisso Sargento, e nenhum destes cinco ou de nós cinco teríamos sido escolhidos se não fossemos aptos a derrotar a escuridão! Eu confio na Força Terrena, confio na decisão dos Densetsus e confio ainda mais na decisão do seu antepassado Sargento Ibuki! Eu tenho certeza, um milagre irá acontecer, desde que não desistamos antes de tentarmos como o clima aqui está demonstrando... E então, o que me dizem pupilos de meu amigo Odara?”
Hayate irrompendo em palmas: "- É disso que estou a falar... Os seres humanos serão capazes de realizar milagres eu tenho certeza!" A grande maioria então sorri, Ibuki limpa as lágrimas e agradece o incentivo com um aceno positivo de cabeça, enquanto Tsurugi vai até o sargento amigo lhe comentando em particular, enquanto os demais se recarregam no otimismo de Ozoora:
Cmt. Tsurugi: “- Ozoora já nos mostrou mais de uma vez que seu otimismo quase sempre está certo... E se conheci alguém que sempre acreditou no poder da Força Terrena, foi o senhor... Vamos acreditar novamente Sargento? Se não por você, pelo menos por eles que precisam acreditar!” Ibuki  acena então positivamente apesar da expressão preocupada, e vai em direção aos demais junto de Tsurugi para acompanhar os argumentos e suposições de todos enquanto o dia transcorria sem qualquer anormalidade pelo mundo, porém a situação era bem diferente no Cruzador Makuraniano...

Cruzador Makuraniano – 18hs no Japão:
Um som ecoava pelo local, algo que não se havia ouvido ainda... Era algo como um cântico, um mantra, como se um fantasma em sofrimento perambulasse pelos corredores... De quando em vez o som mudava para algo gutural e aterrador por outras retornava ao sofrimento e dor... Ser vivo algum passaria por tal som, sem no mínimo arrepiar-se por completo se supunha... Seguindo a fonte de tais sons, era possível se definir sua fonte com mais clareza, bastando estar à frente do aposento pessoal do violento e intempestivo general fera Kanydai e caso alguém tivesse a coragem de espiar para dentro do cômodo, o veria sentado ao centro do ambiente, em escuridão parcial e com objetos que se assemelhariam à velas ao seu redor, mas que exalavam um cheiro poderoso e nauseante capaz de intorpecer uma forma de vida comum facilmente, porém o general fera, estava em completa lucidez como se meditando estivesse... Uma estranha aura esverdeada começava a emanar por sobre seu corpo e parecia querer aumentar de intensidade, mas então os olhos do réptil se abrem abruptamente e a nefasta energia desaparece por completo em uma fração de segundos... Um grito de fúria rompe os corredores e palavras de ódio são vociferadas por Kanydai: “- Maldição, MALDIÇÃO! Porque não consigo invocar o Ashura dentro de mim? Sinto a energia mística em meu interior mas parece que não sou capaz de libertá-la para me tornar o que deveria ter sido em eras passadas... Não posso crer que os malditos velhos anciões eram os únicos a serem capazes de nos fazer manifestar tal dom ancestral...” O general em visível desolação diante de falhas em cima de falhas, não somente nos combates, mas julgava isso agora, em toda a extensão de sua longa vida, se comparado aos humanos... Ele se dirige à uma espécie de altar que continha em um canto do ambiente... Cerimonialmente ele abre uma caixa de formato estranho e que continha algo como uma imagem feita em couro além de um dispositivo, que estranhamente lembrava um cristal tecnológico, em uma comparação que se pudesse associar... Pequeno a ponto de caber na palma da mão e de um azul celeste profundo como cor predominante... Ao lado, a gravura em couro demonstrava um ser que parecia ser uma fêmea de sua espécie... Lágrimas que representavam ódio e dor escorrem do rosto do general fera... Sem nenhum cuidado ele se joga ao chão com a imagem às mãos e fica a observando por alguns instantes... “- Tinhamos tudo... Seríamos os novos Ashura em pouco tempo... A maldita invasão e minha atitude precipitada colocou tudo isso no esquecimento... Sequer pude sepultar seu corpo... Quanta saudade minha Isatna... Como gostaria de voltar no tempo e vê-la novamente...” Por alguns segundos o réptil chora abraçado à gravura e então parece que o ódio toma conta de sua dor, ou se fortalece com ela! Erguendo-se com violência e fúria, ele guarda a gravura, fecha a caixa com brutalidade, e com a mesma raiva exalando de seu ser, direciona-se ao centro do aposento de novo... Ele puxa suas adagas circulares e desfere golpes certeiros em seus braços, peitoral e pernas, nenhum golpe que fosse fatal, mas que abriu sangramentos persistentes e perigosos, que sim, poderiam leva-lo à morte... Vociferando raiva em suas palavras uma vez mais ele grita:
Kanydai: “- Esquecerei a maldita meditação recomendada pelos velhos, partirei para o que sempre meu povo valorizou, a força! Eu sou Kanydai, o único a poder se tornar um Ashura e conseguirei despertar meu estado sagrado ou morrerei sangrando... Vida ou morte, ou desperto a essência Ashura ou morrerei sangrando! Sou o mais forte de meu povo e irei despertar meu poder ancestral ou este é o fim de minha vida insignificante!" O sanguinário inimigo então inicia o processo de emanação enquanto o cântico novamente se podia ser ouvido pelos corredores... Ele partia das cordas vocais de Kanydai como se convocando algo, que supostamente deveria fazer parte da essência do general fera mas por algum motivo se mantinha adormecido... Ao que tudo indicava, o desespero do sangramento aliado ao cântico serviria para despertar esse algo... Uma última frase quase que rosnada se pode ouvir entre o cântico incompreensível... “- Prepare-se NeoGriphon... Meu último ato será recuperar minha honra de guerreiro!”

Armored Island – 02hs da manhã...
A noite adentra, a madrugada ganha seu espaço e na Armored Island, poucas pessoas ainda estão acordadas... Um gigantesco complexo militar, repleto de veículos, laboratórios e dependências diversas... Situada em pleno oceano ela só é acessível via portais de transposição que somente permitem acesso mediante DNA registrado... Uma verdadeira mini cidade militarizada capaz de criar praticamente qualquer veículo, arma ou pesquisa e estudo biológico. Grande parte de sua estrutura é alienígena, contribuição da conhecida antes como "garota do planeta TechnoLíquel", hoje, reconhecida e estimada por todos por seu verdadeiro nome, Nana! Determinada a ajudar quem a ajudou no passado, ela empenha ajuda e conhecimento através de seu trabalho e contatos por todo o universo para ampliar a capacidade de luta, defesa e sobrevivência dos Defensores da Terra. Unida à Sayaka, cientista e dedicada ao estudo por natureza, ambas estão no topo do funcionamento deste grande aquartelamento futurista que resguarda e dá suporte aos guerreiros da Força Terrena! A guarda implacável do local mantinha sua vigilância ininterrupta, equipamentos de monitoramento todos seguem suas rotinas de análise e antecipação de qualquer movimentação de Makura ou qualquer outra atividade agressiva ao ser humano e ao planeta... Tsurugi caminhava pela base e se aproximava da sala Satoshi Yoshida, local onde passava a maior parte de seus dias, adentrando a mesma que está sob uma fraca luz, vazia, como era de se esperar àquela hora da noite... Puxando uma das cadeiras da mesa de reuniões, o comandante veterano senta-se e fica a pensar em tudo que aconteceu largando as pastas e papéis que carregava consigo... Desde sua carreira de baseball interrompida devido ao incidente da Bola Dragão até os dias de hoje... Suas batalhas como Changeman, seus dias antes dos Defensores e o curto tempo que teve ao lado de sua amada Yumiko... A porta da sala se abre interrompendo seus pensamentos, era Sayaka quem vinha verificar os funcionamentos automáticos como sempre fazia e se depara com o colega ali às escuras... Ela se detém o observando, ambos sorriem concordando que deveriam estar dormindo e é Sayaka quem quebra o silêncio:
Sayaka: “- Ia lhe dizer que deveria estar dormindo, mas não tenho moral para dizer isso eu acho...” Ambos riem do óbvio e Tsurugi completa:
Cmt. Tsurugi: “- Apesar de diferentes somos muito parecidos, nossas responsabilidades vem acima de qualquer coisa... Você por exemplo não consegue confiar nos sistemas automatizados e vem verificar suas rotinas pessoalmente...” Eles riem mais um pouco, a cientista bocejando se senta e fica o observar o amigo, disparando:
Sayaka: “- Algo o incomoda ou apenas manutenção do dever senhor comandante?” Tsurugi solta um leve sorriso e se recosta na cadeira explicando:
Cmt. Tsurugi: “- Tanta coisa aconteceu... Minha crença na nova invasão, você e os demais me apoiando, a formação dos novos Defensores, o surgimento dos quatro e... Ryuichi entre eles... Inimigos terríveis, poderes soberbos... A lembrança de Yumiko vem à tona, Comandos de Resgate, mortes e tristeza... Agora estamos aqui, nesta fortaleza praticamente inabalável enquanto forças se preparam para nos destroçar e o que eu queria fazer, que era combater o inimigo, nesta luta vi que não posso mais... Me faltam forças, resistência e tenho de deixar tudo na mão deles... Não acha tudo isso injusto Sayaka?” A cientista faz uma expressão de quem não entende onde o colega estava indo com esse raciocínio e quase cobra uma explicação melhor, ao que o comandante, entendendo essa expressão, completa:
Cmt. Tsurugi: "- Eu comecei isso, eu quis combater os invasores, mas na verdade... Fico aqui dentro enquanto eles se arriscam por algo que eu considerei que deveria fazer..." Sayaka Nagisa então, talvez por ainda estar com muito sono, consegue agora compreender e sacudindo a cabeça negativamente elucida:
Sayaka: “- Seu ponto de vista é que está errado... A luta do bem contra o mal como o clichê diz é uma constante, e cada um à seu tempo faz parte dessa luta, quando a oportunidade surge! Veja, Ozoora é o exemplo a se basear, ele foi guerreiro como nós, e quanto teve a oportunidade, deixou de usar os punhos e usou a inteligência e o coração e graças a ele, os cinco hoje podem lutar com tamanho respaldo. Ele não deixou de lutar pela paz da Terra, apenas mudou de tática. O mesmo acontece com você ou com cada um de nós, tivemos nosso tempo de punhos e agora lutamos de formas diferentes, e se hoje os Defensores são a barreira que impede Kemono de exterminar o cosmos, isso se deve à sua luta, desde quando era Changeman até quando se tornou o novo líder dos Defensores e reuniu e conduziu todos nós até onde estamos hoje!" A cientista fica a observar o amigo e tonar a enfatizar:
Sayaka: "- Tsurugi... Se hoje podemos enfrentar Makura, isso se deve a sua luta, sem os punhos, mas com seu ideal que nunca diminui... Me compreende?” Sayaka fica a observar Tsurugi que sorri brandamente, demonstrando claramente que ele via ressalvas apesar de haver entendido as palavras da colega! Ela então se levanta, vai até os sistemas, verifica as rotinas, volta e para diante da cadeira onde estava antes:
Sayaka: “- Não se culpe pelo que não pode fazer, ache um jeito, ache uma maneira de sentir a luta que está travando agora e o principal... Esse jeito que encontrar pra se sentir bem, de maneira alguma pode te permitir esmorecer... Não agora... Todos nós precisamos de você e de sua luta embora você não consiga ver o quanto ainda é o guerreiro que nos lidera desde aqueles tempos! Levante daí e vá dormir, não queremos um comandante sonolento na hora que um ataque acontecer!” Ela sorri, se retira da sala desligando as luzes enquanto o veterano pensa em tudo que foi dito e sente que seu coração fica à vontade com tal ponto de vista! Sua determinação se revigora e o comandante dos Defensores da Terra se retira à seus aposentos para descansar... Ele se deita, conversa com Yumiko em suas preces e pede coragem para ser o que todos esperam dele, adormecendo profundamente... A base fica em completo silêncio...

Os aposentos dentro da base dividiam-se em unitários, duplos, quádruplos e até mesmo alojamentos... Os cinco antes possuíam cada um seu dormitório, seu espaço na base, mas mudanças houveram e hoje, apesar do silêncio noturno e da sensação de segurança, apenas Ryuichi detinha um aposento separado... Shiori e Mitsu haviam se mudado para um aposento duplo e fizeram dali seu espaço de descanso, nos poucos instantes em que tinham de folga, enquanto Hideki e Hiroko dividiam uma cama em um aposento de casal, preparado especialmente para eles... Todos sem exceção dormiam, e o silêncio parecia ser inquebrável, mas de forma silenciosa e não abrupta, Hideki Kuroki abre seus olhos e fica a escutar algo que parecia ser um sussurrar... Como se percebesse que ele havia recobrado a consciência em meio ao silêncio da base, a voz se manifesta, fala diretamente com seu cérebro demonstrando que o jovem Hideki não estava sonhando:
Kanydai: “- É hora de ajustar as contas fedelho... Sem reféns... Sem plateia... Apenas eu e você no combate final... Se me vencer, será o fim de um general e início de sua vitória sobre Makura... Se perder ou se não comparecer, usarei todo o poder novo que adquiri, para através de meios nada honrados, matar cada um que é importante em sua vida... Sem truques, sem chantagens, apenas um combate até a morte... Venha, e decidiremos isso de vez... Não venha, e os seus entes queridos começarão a morrer, de forma brutal e cruel, mesmo que leve uma existência pra encontrar cada um deles... Eis as coordenadas, em 30 minutos fedelho!” A voz desaparece... Hiroko dormia profundamente ao lado do jovem e parecia nada ter ouvido... Hideki fica pensativo por alguns instantes e recorda-se de seu primeiro combate contra Makura como NeoGriphon, onde ele decepou o braço do general e foi jurado de morte pelo mesmo e era sabido que vingativo como só Kanydai sabia ser, durante todos esses meses ele perseguia a ideia de se vingar do jovem por tamanho ferimento... Parecia que ele não queria esperar mais e desejava tal vingança, mas ao mesmo tempo, era como se houvesse mais que simples intensão de cobrar a dívida... O jovem herdeiro do orgulhoso Griphon observa sua noiva e sente que nada neste mundo era mais importante do que proteger a mulher que amava... Sem deixar que ela perceba, ele beija sua testa, se levanta vestindo suas roupas, escreve algo em um papel acima da cômoda e sai pela porta do aposento sem fazer qualquer barulho, ativando um dos portais logo em seguida com seu NeoBrace, partindo então para o encontro final com o general Kanydai...

Hideki atravessa o portal nas coordenadas definidas, acreditava que poderia ser uma armadilha mas por algum motivo ele queria acreditar que Kanydai realmente queria concluir o duelo que iniciaram tempos atrás mas fora interrompido pelos ferimentos que o general sofreu... O local era uma grande clareira em meio à floresta da região de Sado, uma ilha distante 50Km de Niigata... Parecia que ele havia chegado primeiro ao local, mas era um engano... Árvores no limite da clareira caem e era possível observar o general fera, bastante modificado fisicamente, se apresentando para o embate...
Continua...

domingo, 10 de maio de 2020

Grund-Tharg "Força Infinita" - Cap. 2 - O grupo se reúne!


Grund-Tharg "Força Infinita" - Saga:
Capítulo 2 - O grupo se reúne!

Nota do autor: Este episódio, apesar de não ser de forma explícita, contém termos, insinuações e conotações de cunho sexual! Se você se incomoda com isso, evite esta leitura!

O sol começa a surgir e entra pela janela aberta de meu aposento... Virei o rosto na direção da luz e coloquei a mão à frente dos olhos para acomodar minha visão diante de tanta luz... Bastaram alguns segundos para adaptar-me... Ergui-me e fiquei sentado a observar meu derredor... Eu estava em uma das mais incríveis cidades de meu mundo e isso era de se comemorar... Me ergo, visto minha roupa e armadura com estranho entusiasmo e empunhando minha espada deixo o quarto, dirigindo-me ao salão principal para me alimentar e esperar o que o dia iria me reservar... 

Descendo as escadas percebo que embora o sol tivesse acabado de raiar já haviam muitas pessoas na taverna... Passo pelo estalajadeiro, aceno positivamente ao mesmo e acho um acento para meu desjejum... Uma das atendentes vem até mim, era uma das que ficou até certa hora comigo em meu quarto... A observo com um leve sorriso, ela retribui... Peço carne assada e cerveja, e embora ela faça expressão estranha devido ao horário para pedir algo assim, eu apenas dou-lhe um tapa generoso em sua bunda farta como dizendo que fosse trazer meu pedido sem questionar... Ela deu dois passos para a frente com o impacto, mas virou-se sorrindo maliciosamente e foi atender o que pedi... Em poucos minutos o estalajadeiro veio me entregar a refeição com cara de poucos amigos, talvez ciúmes por sua garçonete, eu creio... Me atraco a comer, a fome era gigante e eu estava desgastado, três mulheres ao mesmo tempo causam isso... A refeição era farta e me satisfez intensamente e quando eu pensava em onde iria encontrar Grandturin, eis que observo do outro lado da taverna o homem de armadura negra da noite passada... Ele se levanta e vem em direção à minha mesa, e em resposta, apanho o caneco de cerveja, me recosto na cadeira e coloco os pés sobre a mesa aguardando a atitude do homem de preto... 

O mesmo chega, e colocando o braço à frente do peito apresenta-se: “- Sou Jhon... Jhon Raven... Privilegiado de Kellintor... Estou ao aguardo do mestre Grandturin para tentar ajudar em seu pedido jovem Grund-Tharg... Eu posso me sentar?” Aceno positivamente com a cabeça para o recém chegado e o mesmo se senta aguardando em silêncio... Logo em seguida duas das fêmeas mais lindas que eu já havia visto adentram a taverna.. Uma delas parecia com pinturas de guerra pelo rosto e cabelo, parte era castanho outra parte era branco... A roupa colada ao corpo fez espasmos correrem pelo meus nervos enquanto ela caminhava em direção a mesa...A que a acompanhava, cabelos incrivelmente ruivos e compridos, com as orelhas pontudas de elfa mais lindas que eu já tinha visto em uma veste mais larga mas nem por isso me fez ter arrepios inferiores... Pensei se seriam mais fêmeas querendo experimentar este bárbaro sedento e saudável, afinal as três da noite passado poderiam ter amigas a quem relataram sua noitada, mas elas de longe chamam pelo homem de preto e percebo que são conhecidos, me dando tempo de ficar quieto antes que percebessem minha fissura imediata pelas duas: “- Então chegou primeiro que nós Jhon, sua pontualidade chega a ser chata Kellintorita!” Elas sorriam e Jhon formal como sempre, levantou-se cumprimentando as duas, apresentando logo em seguida: “- Garotas, este é Grund-Tharg, o bárbaro de quem mestre Grandturin nos falou ontem. Grund-Tharg, estas são Nissa e Syndra, nossas arcanas companheiras de batalha!” Eu removo os pés de cima da mesa enquanto empino a cerveja batendo a caneca na mesa logo em seguida para assim que terminasse meu arroto responder: “- É um prazer que me conheçam!” Elas não fazem uma expressão muito adequada, o que para mim não faz diferença alguma, se bárbaros precisassem de aprovação ou da satisfação dos demais para viver estaríamos extintos, e com a mesma motivação que bati a caneca, pedi mais uma e fiquei a ouvir o que aconteceria por ali, sem tirar os olhos das curvas avantajadas das tais Nissa e Syndra! Logo era o próprio Grandturin quem chegava, não demonstrando nenhuma surpresa com o horário, parece que aquilo era normal para eles, ou seja, civilizados se entendem. Acenei levemente após ele cumprimentar a todos e sentando-se, o mestre de armas de WinterLess iniciou:
Grandturin: “- Então senhores e senhoritas... Sabemos que a maldição ainda paira sobre vocês Jhon, Syndra e Nissa... Apenas para te colocar à par Grund-Tharg, e resumindo ao máximo para não perdermos mais tempo, esses três em sua última missão estiveram em uma floresta que acabou atiçando suas libidos além do normal...” Aquelas palavras me estremeceram, se as duas estavam excitadas ao máximo eu tinha grande chance de experimentá-las, pensei... Grandturin continuou:
Grandturin: “- No momento essa maldição foi controlada e eles detém controle de seus corpos e suas libidos...” E um balde de água fria me foi jogado sobre o lombo no instante seguinte... Continuei a ouvir, já um tanto decepcionado...
Grandturin: “- Mas eles precisam da cura definitiva e, a resposta está em sua tribo, na fonte celestial! Minha proposta é simples, Nissa e Syndra, nossas arcanas aqui presentes, irão com você e Jhon para sua terra natal, ajudarão no que Goryn precisar e em contra-partida, você intercederá com Goryn para que esses três tenham acesso à fonte mágica que irá curá-los de tal maldição! Temos um acordo?” Eu empino a caneca de cerveja recém chegada, novamente bato com ela sobre a mesa, me levanto e colocando minha fiel espada sobre o ombro e a perna direita sobre a cadeira que sentava antes, em bom e claro tom falo: “- Só resta me dizer quando partimos e os demais detalhes eu garanto, palavra de bárbaro Tangdarth!” Os demais ficam a observar a atitude e apesar de parecerem não gostar de meus modos, parecíamos ter firmado um acordo, e isso era bom! 

Pouco havia se passado desde o nascer do sol, e ao que tudo indicava eles já haviam feito seus desjejuns... Começamos à sair da cidade gigante e ao passar pelos portões reconheci alguns dos guardas da noite anterior, pelas faixas de tecido que cobriam seus ferimentos... Apenas os observei de canto de olho e segui em frente sem encará-los, não desejava causar mais sensações ruins aos mesmos, já havia sido provado quem estava certo e quem era superior em combate e assim, assumi a dianteira do grupo para conduzi-los até Goryn Travor! E todos partiram de WinterLess para tentar resolver o problema tanto da tribo quanto, de suas doenças mentais. 

Iniciamos nossa jornada adentrando a Floresta de WinterLess, e a conversa foi fluindo entre os três conhecidos enquanto eu ficava mais de fora, apenas analisando o terreno, as árvores, observando o que talvez nos cercasse pelos arredores, buscando caça e tentando evitar caçadores afinal de contas, haviam criaturas naquele local que poderiam engolir a nós todos em apenas uma abrida de boca... A borda oeste da floresta precisava ser evitada à qualquer custo, lá era o lar dos Goblins da tribo Boca Escancarada, assim como a borda leste, lar da banshee Agathera, que mantém o caminho repleto de armadilhas com fossos, além da proteção de seus fiéis soldados, os conhecidos ursos-coruja! Além disso, haviam bruxas, druídas muito territoriais, trolls, golens, entre outra infinidades de criaturas prontas para barrar nosso avanço e eu como conhecedor da vida selvagem e das florestas, tinha a obrigação de nos guiar com o máximo de segurança possível. Enquanto cumpria meu papel, escutei bastante de suas histórias e feitos, soube de várias coisas que haviam realizado e de missões que tinham para o futuro, tudo muito vago para mim que preferia a vida selvagem e resolvida a cada novo dia conforme o raiar do sol... As apetitosas Nissa e Syndra conversavam de diversos assuntos e por vezes eu chegava a acreditar que suas maldições haviam passado para mim pois suas vozes eram suficiente para disparar minha libido de forma infinita. Já o seguidor do tal Kellintor não poderia dizer ser ele um mal humorado mas me parecia que ele era o oposto de mim, pois enquanto o aqui e agora e o material e carnal eram meu foco, ele parecia se acomodar e deleitar no espiritual e no amanhã... De poucas frases e conversa, seguia a maioria do tempo calado e assim agia também... Nossa primeira noite em meio à floresta foi tranquila, conseguimos acampar perto de uma morada de um druida conhecido e desde que não matasse-mos nenhum animal ele nos manteria em segurança. Assim o fizemos, comemos apenas frutas e dormimos sob a tranquilidade da noite...

O sol do segundo dia raiou, iniciamos novamente caminhada e em pouco tempo estava-mos quase na metade do caminho... O sol estava cruzando os céus mas longe de seu ponto central quando repentinamente o ar gelou... Não era como se um vento gelado tivesse soprado, mas sim como se tivessemos indo em direção à um bloco de gelo que emanava frio, mais forte e mais forte a cada novo passo que dávamos... Eu detive meu caminho e comecei a farejar, aproximei-me do chão e busquei por sinais, por alterações no terreno e por cheiros diferenciados, mas nada detectei, me erguendo novamente e então buscando com os olhos por algo fora do comum, já buscando com a mão direita a confortabilidade do punho de minha espada... Percebi que Nissa e Syndra invocavam palavras incompreensíveis para mim ficando à minha retaguarda, uma boa tática e usada por muitos guerreiros, você conclama seus deuses e feitiços enquanto alguém mais resistente fica à sua frente como escudo... Mas quem me surpreendera mesmo foi Jhon, ele se deteve junto de mim e enquanto eu analisava o chão, ele levou sua mão direita à frente de forma espalmada como se dissesse "pare" para algo que viesse em nossa direção. Mais tarde eu descobriria aquilo se tratar de um poder sobrenatural de sua classe que lhe permitia detectar a maldade em seres e era isso que ele fazia naquele momento, buscando com seus dons se o que quer que estivesse causando tal frio, era maligno ou não emanava maldade e por consequência perigo à nosso grupo... Assim, enquanto nos preparamos, ele seguiu à frente calmamente por mais alguns passos e com uma tranquilidade de quem conhece o que estava à frente, ele segura em suas mãos um símbolo que parecia importante a ele e então o eleva à frente ao mesmo momento que algo se revela à todos nós...

Se percebia na feição completamente deteriorada que ou tínhamos um esqueleto vivo à nossa frente ou aquilo era alguém sob alguma maldição, mas era fato que ele não era um guerreiro normal apesar de portar espada, escudo, armadura e todas as indumentárias de um guerreiro nato! Jhon com seu símbolo em mãos se mostrava sereno e tranquilamente confiante, enquanto eu ergui minha espada e avancei com fúria contra o vulto aterrorizante... Como uma locomotiva e sem tempo para esperar por magias ou feitiçarias que os três estivessem pensando, atingi ponto de alcance e desferi meu mais poderoso impacto contra a criatura que para incredulidade de meus olhos e sentidos, se tornou transparente e intangível, fazendo com que eu passasse como uma lança arremessada por Tangdarth, me estabacando ao chão, devido à falta de equilíbrio, metros à frente sem acertar em absolutamente nada... Consegui observar então, olhando para trás, que as duas arcanas energizavam suas mãos mas nada faziam, como se aguardassem por algo, e eu descobriria mais tarde também, que elas estando acostumadas à companhia de Jhon, sabiam que o tipo de criatura à nossa frente era a especialidade do kellintorita e inimigo corriqueiro para ele... Foi naquele momento que aprendi que alguns mortos-vivos, embora pareçam sólidos, não o são, ou podem se tornar intangíveis em momento que julgarem oportuno, fazendo de guerreiros impacientes como eu, o bobo da corte da dia! Com apenas um brado e o clamor ao seu deus, Jhon Raven gerou uma luz cegante que dissolveu a criatura por completo sem necessidade de qualquer outra façanha... Assim que fantasma desapareceu, percebi o kellintorita se dirigindo à mim, esperei pelo tipo de reação que conheço, o deboche, mas ele estendeu à mão e com voz camarada e que não inspirava qualquer forma de tirar sarro de meu fiasco comentou: “- Erga-se nobre bárbaro... Chegará o momento que minha expulsão de mortos vivos não terá efeito e precisaremos de sua explosão de fúria!” Ergui-me de um salto e após estar em pé, apertei a mão do mesmo... As arcanas já desfazendo suas poses e energias místicas acenaram positivamente ao acontecido... Eu, ainda sem jeito pela bola fora apenas acenei positivamente e me pus à novamente direcionar nossa caminhada pelas trilhas, ainda remoendo o fracasso contra o oponente morto-vivo... Caminhamos pelo resto do dia e então achamos uma clareira para montar nosso acampamento, desta vez sem uma proteção de um druida aliado... 

Estabelecemos limites, preparamos a fogueira, os animais que eu havia caçado dariam um belo e revigorante assado... Pensei em buscar água mas Jhon resolveu tudo criando água para nós como um passe de mágica, mais uma de suas capacidades divinas... Assando nosso jantar, fomos conversando por horas sobre diversos assuntos, iniciando pelos mortos-vivos e outras criaturas e indo longe disso como por exemplo, sobre as formas que eles como equipe agiam e como a cooperação e conhecimento de seus colegas de equipe faziam diferença... Jhon ainda foi categórico: “- O que aconteceu hoje com o morto vivo foi apenas a falta de entrosamento entre você e nós, visto que nós três estamos atuando junto tem algum tempo já! Se por acaso resolver se tornar um integrante da academia, em breve estará em sincronia e teremos uma força sem igual com você ao nosso lado...”

Fiquei mexendo na brasa por alguns segundos, não queria ser grosseiro com eles mas também não tinha qualquer interesse em perder meu estilo de vida por conta de uma forma nova de combate, nosso estilo bárbaro me era suficiente, eu considerava: “- Meu estilo de vida é diferente... Poucas regras... Muita ação... Renegamos a feitiçaria... Por isso fomos buscar arcanos... Não creio ser capaz de seguir seus estilos...” Ao terminar minha frase via no rosto dos três uma expressão de espanto... Fiquei os observando pois não entendia do que se tratava tal espanto quando foi Nissa quem falou: “- Não achei que falasse em tom normal Grund, achei que seu tom de voz fosse sempre elevado...” Os três se entreolhavam com expressão de satisfação e Syndra manifestou-se igualmente: “- Sim, sim, achei que teríamos de viajar e talvez ter no grupo alguém do tipo “GRUND DESTRÓI TUDO”, mas agora percebi que nem sempre você é assim!” Jhon também parecia satisfeito com o que eu havia dito e ainda mais com o tom de voz que usei... Fiquei um tanto sem jeito então pois não somos dados a risinhos e manifestações além de exatamente o que Syndra disse... Mas confesso que aquilo me fez bem... Concluí apenas explicando: “- Tática de intimidação... Se você parece maior do que é... Às vezes vence antes de lutar...” Os três se olharam e bateram palmas para minha fala, enquanto eu apenas enchi a boca com um pedaço de carne, visto que aquilo era constrangedor... Jhon então seguiu explanando sobre a academia, suas missões, dividiram suas táticas comigo e eu me interessei por aquele modo de vida que parecia tão fora de interesse para mim, mas que começava a despertar minha atenção... 

O jantar apesar de longo, terminou, dividimos os turnos de guarda, eu fiquei com o segundo deles, e esta foi nossa sorte, eu creio... Estava quase ao final de meu horário, Nissa seria a próxima e eis que senti um cheiro diferente... Era um cheiro de podre, não o podre da carniça e putrefação, mas de sujeira e falta de limpeza... Algo que eu reconheceria à léguas de distância... Segui em posição normal, debruçado sobre o cabo da espada como se nada tivesse acontecido e então toquei com meu calcanhar o pé de Jhon que dormia, sabia que se o despertasse ele iria ler minha postura e saberia como agir com as garotas... Como se nada tivesse notado eu caminhei passos para frente como se andasse despreocupadamente, indo até onde a claridade mostrava algo... Esperei alguns segundos, virei de costas como se fosse retornar ao centro e tão logo completei minha volta, ficando novamente de frente para o fogo central, emendei um segundo movimento com minha espada, partindo da calmaria para agressividade completa em frações de segundos, completando um giro total e sentindo que atingi meu alvo... Fiquei na mesma posição que meu golpe havia me deixado após o ataque, de frente para a escuridão novamente e então o barulho do corpo caindo aos meus pés esguichando sangue enquanto a cabeça do Orc, caía metros adiante, escuridão à dentro... Aquele foi o estopim do combate e as dezenas de Orcs que nos cercavam à metros de distância e haviam optado pelo combate corporal, saíram das sombras vindo em nossa direção!

Mais um giro completo de espada e parti dois Orcs ao meio, um deles se dividiu em dois deixando as tripas espalhados pelo chão, o outro reduziu de tamanho visto ter tido metade de suas costelas enterradas pra dentro das vísceras! Assim que completei o giro, busquei por Jhon, Nissa e Syndra com minha visão para ajuda-los e então entendi o que era o tal trabalho em equipe que eles me contaram durante o assado... Jhon estava à nossa esquerda, em uma verdadeira chacina com pedaços e sangue de Orcs jorrando para o alto diante de seus ataques rápidos e não tão destruidores, mas precisos e completamente mortais. No outro oposto à mim, Syndra incinerava o campo de batalha à frente dela, tudo que se podiam ver eram os corpos flamejantes tentando se livrar das chamas e caindo passos à frente em meio à noite iluminando a escuridão da floresta em uma cena bizarra... Nissa por sua vez, à minha direita, erguia todo e qualquer Orc do chão com alguma espécie de magia que parecia emanar de suas mãos e olhos, para logo em seguida os esmagar como se os pressionasse com mãos gigantes até a morte! Todos sem exceção viraram uma espécie de amontoados de gosma em uma mistura fétida e enauseante que escorria para o chão e por sobre a própria arcana... Tudo aquilo foi como se automático, como uma fração de segundos, eu diria que o tempo decorrido foi o mesmo que levei para girar de meu ataque... Os observei de relance e parti para o novo golpe e então, assim como Jhon Raven, eu comecei a destroçar os malditos orcs como eu mais gostava, brutalidade e destruição extrema... Esferas de luz surgiram por sobre o campo de batalha e iluminavam o local, eram Nissa e Syndra nos dando suporte para finalizar a batalha e, foi com essa ajuda que vimos alguns Orcs debandarem apavorados sob gritos de terror intenso! Os que insistiram em ficar foram mortos sem qualquer chance de reação... Menos de um minuto eu diria e tudo estava em silêncio novamente... Nos reagrupamos à beira do fogo e os comentários foram diversos, entre eles:

“- Ai que nojo, sangue de Orc fede, estou completamente imunda...” Dizia Nissa tentando remover pedaços de vísceras de cima de seu corpo curvilíneo
“- Eu tinha arrumado até o cabelo antes de sair... Maldição...” Era Syndra quem reclamava do visual final após a batalha noturna...
“- A maldade exalava neles, queriam nos roubar e nos matariam mesmo que tivessemos nos rendido... Não havia outra solução para eles que não o encontro com Kellintor...” Era Jhon quem solenemente fazia referência ao seu dogma e suas crenças... E eu não tinha motivos para discordar da fala do kellintorita: “- Orcs... Matam por prazer... Não merecem a vida que receberam...”

Jhon então se levanta e começa a arrastar os corpos e pedaços espalhados pelo local... Fico a observar e não entendo porque de tal atitude... Acabei de dizer que não mereciam qualquer perdão e ele começa a recolher os corpos como se os fosse sepultar, então Nissa e Syndra, que ainda tentavam se limpar e era Nissa quem explicava: “- Kellintoritas são como os coveiros sagrados, nenhum corpo fica sem enterro diante da presença deles... Ele vai passar a noite toda acordado e de boa vontade mas não deixará de fazer o encaminhamento de suas almas e corpos, de forma digna e de acordo com seu dogmas...” Eu fico a observar o homem de preto e analisar a explicação da arcana e sei lá como explicar, senti profundo respeito por tal atitude de Jhon... Não apenas derrubar o inimigo mas ter respeito por sua morte, fosse ele de qual nível de caráter fosse... Observo por alguns segundos a mais e me levanto indo em direção ao campo de batalha, começando a trazer os corpos para onde ele os aglomerava... O observo de relance assim que largo os cadáveres à seus pés: “- Faça seus ritos... Eu trago os corpos... Trabalho em equipe...” Me afasto e começo à buscar por todos os corpos e pedaços que pudesse encontrar, e não nego, de certa forma curioso com o que viria à seguir...

Fizemos uma bela pilha de Orcs, algumas madeiras à volta e então Jhon se ajoelhou ao lado da pilha de cadáveres proferindo algumas palavras, umas incompreensíveis, outras eu conseguia ouvir... Coisas como “tenham um descanso justo”, “sejam julgados de acordo com seus atos” e “mais sorte na próxima vida” além de muitas vezes o nome de sua divindade... Kellintor, também conhecido como o senhor dos mortos e juiz dos condenados, deus de morte e dos mortos... Até onde já ouvi, em seus dias mortais, Kellintor era um mercenário habilidoso, com o coração de um nobre paladino , escondido sob maneiras rudes e frustrado por sua misteriosa maldição familiar. Puro e frio, Kellintor promoveu que a morte era uma parte natural da vida e não deveria ser temida enquanto fosse entendida. Como resultado de seu profundo respeito pela vida e pela morte, ele mantém os mortos-vivos sob o maior desprezo. Jhon Raven era naquele momento a personalidade refletida de Kellintor diante de nós... Syndra então se aproxima e desfere uma bola de fogo nas madeiras assim que Jhon se retira e eu fico por alguns instantes observando os corpos queimarem... Era o fim de um ciclo para aqueles seres e a forma respeitosa com que foram tratados, mesmo sem merecer, me despertou para novas visões da vida, morte, inimigos e aliados... Observo as labaredas mais alguns instantes e então busco pelas duas arcanas... Estavam ainda a se limpar do sangue de orcs e fixando meus olhos em suas curvas ao crepitar do fogo, uma ideia me surge... Pego uma das vasilhas com água, algumas faixas de tecido limpo e me disponho a ajudar ambas com suas sujeiras incômodas... Jhon percebendo que tudo estava tranquilo adormece de novo e a noite passa rápido, pelo menos para ele...

Na manhã seguinte, somos acordados, Nissa, Syndra e eu, ainda sem roupa, por Jhon com uma expressão de reprovação com tal situação... Syndra foi a primeira a se levantar e começar a se vestir, rindo bastante enquanto Nissa aproveitou para cobrar a aposta: “- Ou você teve companhias muito fracas nesse quesito ou tens mais bravatas que atitudes senhor Grund-Tharg!” Eu fico a observá-las com expressão de satisfação enquanto elas debocham de minha condição, e agora era Nissa quem contava bravatas: “- Disse que deu conta de três mas não pode nem com nós duas de forma satisfatória!” Eu me levanto ainda completamente nu, faço uma reverencia e contrario as duas: “- De minha parte digo que vocês duas foram totalmente satisfatórias em atender a um bárbaro de minha estirpe!” Gargalho alto enquanto elas apontam meus supostos defeitos, mas todos nos divertimos à nossa modo, Jhon com seus mortos e eu com deliciosas mulheres... Um fato surgiu a mim, após experimentar as duas deliciosas arcanas por mais de duas horas, ou seja, eu já cogitava que, se fosse para ter ambas de novo ao me alcance sexual, entrar para a tal academia poderia ser um preço aceitável a ser pago...

Começamos a nos preparar para mais um dia de jornada, Jhon já estava a fazer o fogo e aquecer o que sobrou de carne para o desjejun... Enquanto comíamos, ele nos ressaltou: “- Nissa, Syndra... Precisam evitar o sexo, pelo menos até curarmos essa maldição que nos assola... Se descontrolarem as “travas” mentais que temos, poderemos entrar em um frenesi incontrolável que pode nos levar a morte... Falta pouco para a fonte da tribo de Grund, controlem seus impulsos um pouco mais, para suas seguranças...” Fico sério após as palavras de Jhon, eu poderia ter feito muito mal à elas por as ter colocado em situação de despertar de suas libidos... Preciso pensar mais sobre meus atos, era fato, mas não havia como negar, apesar do pequeno sentimento de culpa, que a noite e cada segundo de ação com elas valeu muito a pena, eu  não tinha dúvida alguma disso! 

Erguemos acampamento e nos colocamos em marcha novamente... Estava-mos há poucas horas da Floresta Enluarada, nossa missão verdadeira começaria agora!

IMAGENS PARA REFERÊNCIA:





sábado, 2 de maio de 2020

Projeto Kamen Rider Kuuga - As formas!

Após um hiato de 6 anos sem qualquer produção Kamen Rider (a última havia sido Kamen Rider J - The movie em 1994), no ano 2000 chegava as telas a mais nova série, Kamen Rider Kuuga, prometendo como dizia seu slogan, um novo herói, uma nova lenda... Confesso que me senti apreensivo ao ver um rider que não se baseava em inseto em sua aparência, afinal eram guerreiros inseto até onde se conhecia... Levei alguns anos até conseguir assistir essa saga e me arrependo até hoje de ter demorado tanto... Heroísmo, emoção, determinação, combate, desespero e terror... Tudo isso com um herói disposto a corrigir tudo de errado que o mundo apresentava... A continuação de um projeto quase abandonado retorna, com vocês:

Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

O dia amanhecia, como há muitos dias não acontecia, com o grupo despertando em camas, dentro de moradias, o cheiro de comida nova emanava pe...