domingo, 10 de maio de 2020

Grund-Tharg "Força Infinita" - Cap. 2 - O grupo se reúne!


Grund-Tharg "Força Infinita" - Saga:
Capítulo 2 - O grupo se reúne!

Nota do autor: Este episódio, apesar de não ser de forma explícita, contém termos, insinuações e conotações de cunho sexual! Se você se incomoda com isso, evite esta leitura!

O sol começa a surgir e entra pela janela aberta de meu aposento... Virei o rosto na direção da luz e coloquei a mão à frente dos olhos para acomodar minha visão diante de tanta luz... Bastaram alguns segundos para adaptar-me... Ergui-me e fiquei sentado a observar meu derredor... Eu estava em uma das mais incríveis cidades de meu mundo e isso era de se comemorar... Me ergo, visto minha roupa e armadura com estranho entusiasmo e empunhando minha espada deixo o quarto, dirigindo-me ao salão principal para me alimentar e esperar o que o dia iria me reservar... 

Descendo as escadas percebo que embora o sol tivesse acabado de raiar já haviam muitas pessoas na taverna... Passo pelo estalajadeiro, aceno positivamente ao mesmo e acho um acento para meu desjejum... Uma das atendentes vem até mim, era uma das que ficou até certa hora comigo em meu quarto... A observo com um leve sorriso, ela retribui... Peço carne assada e cerveja, e embora ela faça expressão estranha devido ao horário para pedir algo assim, eu apenas dou-lhe um tapa generoso em sua bunda farta como dizendo que fosse trazer meu pedido sem questionar... Ela deu dois passos para a frente com o impacto, mas virou-se sorrindo maliciosamente e foi atender o que pedi... Em poucos minutos o estalajadeiro veio me entregar a refeição com cara de poucos amigos, talvez ciúmes por sua garçonete, eu creio... Me atraco a comer, a fome era gigante e eu estava desgastado, três mulheres ao mesmo tempo causam isso... A refeição era farta e me satisfez intensamente e quando eu pensava em onde iria encontrar Grandturin, eis que observo do outro lado da taverna o homem de armadura negra da noite passada... Ele se levanta e vem em direção à minha mesa, e em resposta, apanho o caneco de cerveja, me recosto na cadeira e coloco os pés sobre a mesa aguardando a atitude do homem de preto... 

O mesmo chega, e colocando o braço à frente do peito apresenta-se: “- Sou Jhon... Jhon Raven... Privilegiado de Kellintor... Estou ao aguardo do mestre Grandturin para tentar ajudar em seu pedido jovem Grund-Tharg... Eu posso me sentar?” Aceno positivamente com a cabeça para o recém chegado e o mesmo se senta aguardando em silêncio... Logo em seguida duas das fêmeas mais lindas que eu já havia visto adentram a taverna.. Uma delas parecia com pinturas de guerra pelo rosto e cabelo, parte era castanho outra parte era branco... A roupa colada ao corpo fez espasmos correrem pelo meus nervos enquanto ela caminhava em direção a mesa...A que a acompanhava, cabelos incrivelmente ruivos e compridos, com as orelhas pontudas de elfa mais lindas que eu já tinha visto em uma veste mais larga mas nem por isso me fez ter arrepios inferiores... Pensei se seriam mais fêmeas querendo experimentar este bárbaro sedento e saudável, afinal as três da noite passado poderiam ter amigas a quem relataram sua noitada, mas elas de longe chamam pelo homem de preto e percebo que são conhecidos, me dando tempo de ficar quieto antes que percebessem minha fissura imediata pelas duas: “- Então chegou primeiro que nós Jhon, sua pontualidade chega a ser chata Kellintorita!” Elas sorriam e Jhon formal como sempre, levantou-se cumprimentando as duas, apresentando logo em seguida: “- Garotas, este é Grund-Tharg, o bárbaro de quem mestre Grandturin nos falou ontem. Grund-Tharg, estas são Nissa e Syndra, nossas arcanas companheiras de batalha!” Eu removo os pés de cima da mesa enquanto empino a cerveja batendo a caneca na mesa logo em seguida para assim que terminasse meu arroto responder: “- É um prazer que me conheçam!” Elas não fazem uma expressão muito adequada, o que para mim não faz diferença alguma, se bárbaros precisassem de aprovação ou da satisfação dos demais para viver estaríamos extintos, e com a mesma motivação que bati a caneca, pedi mais uma e fiquei a ouvir o que aconteceria por ali, sem tirar os olhos das curvas avantajadas das tais Nissa e Syndra! Logo era o próprio Grandturin quem chegava, não demonstrando nenhuma surpresa com o horário, parece que aquilo era normal para eles, ou seja, civilizados se entendem. Acenei levemente após ele cumprimentar a todos e sentando-se, o mestre de armas de WinterLess iniciou:
Grandturin: “- Então senhores e senhoritas... Sabemos que a maldição ainda paira sobre vocês Jhon, Syndra e Nissa... Apenas para te colocar à par Grund-Tharg, e resumindo ao máximo para não perdermos mais tempo, esses três em sua última missão estiveram em uma floresta que acabou atiçando suas libidos além do normal...” Aquelas palavras me estremeceram, se as duas estavam excitadas ao máximo eu tinha grande chance de experimentá-las, pensei... Grandturin continuou:
Grandturin: “- No momento essa maldição foi controlada e eles detém controle de seus corpos e suas libidos...” E um balde de água fria me foi jogado sobre o lombo no instante seguinte... Continuei a ouvir, já um tanto decepcionado...
Grandturin: “- Mas eles precisam da cura definitiva e, a resposta está em sua tribo, na fonte celestial! Minha proposta é simples, Nissa e Syndra, nossas arcanas aqui presentes, irão com você e Jhon para sua terra natal, ajudarão no que Goryn precisar e em contra-partida, você intercederá com Goryn para que esses três tenham acesso à fonte mágica que irá curá-los de tal maldição! Temos um acordo?” Eu empino a caneca de cerveja recém chegada, novamente bato com ela sobre a mesa, me levanto e colocando minha fiel espada sobre o ombro e a perna direita sobre a cadeira que sentava antes, em bom e claro tom falo: “- Só resta me dizer quando partimos e os demais detalhes eu garanto, palavra de bárbaro Tangdarth!” Os demais ficam a observar a atitude e apesar de parecerem não gostar de meus modos, parecíamos ter firmado um acordo, e isso era bom! 

Pouco havia se passado desde o nascer do sol, e ao que tudo indicava eles já haviam feito seus desjejuns... Começamos à sair da cidade gigante e ao passar pelos portões reconheci alguns dos guardas da noite anterior, pelas faixas de tecido que cobriam seus ferimentos... Apenas os observei de canto de olho e segui em frente sem encará-los, não desejava causar mais sensações ruins aos mesmos, já havia sido provado quem estava certo e quem era superior em combate e assim, assumi a dianteira do grupo para conduzi-los até Goryn Travor! E todos partiram de WinterLess para tentar resolver o problema tanto da tribo quanto, de suas doenças mentais. 

Iniciamos nossa jornada adentrando a Floresta de WinterLess, e a conversa foi fluindo entre os três conhecidos enquanto eu ficava mais de fora, apenas analisando o terreno, as árvores, observando o que talvez nos cercasse pelos arredores, buscando caça e tentando evitar caçadores afinal de contas, haviam criaturas naquele local que poderiam engolir a nós todos em apenas uma abrida de boca... A borda oeste da floresta precisava ser evitada à qualquer custo, lá era o lar dos Goblins da tribo Boca Escancarada, assim como a borda leste, lar da banshee Agathera, que mantém o caminho repleto de armadilhas com fossos, além da proteção de seus fiéis soldados, os conhecidos ursos-coruja! Além disso, haviam bruxas, druídas muito territoriais, trolls, golens, entre outra infinidades de criaturas prontas para barrar nosso avanço e eu como conhecedor da vida selvagem e das florestas, tinha a obrigação de nos guiar com o máximo de segurança possível. Enquanto cumpria meu papel, escutei bastante de suas histórias e feitos, soube de várias coisas que haviam realizado e de missões que tinham para o futuro, tudo muito vago para mim que preferia a vida selvagem e resolvida a cada novo dia conforme o raiar do sol... As apetitosas Nissa e Syndra conversavam de diversos assuntos e por vezes eu chegava a acreditar que suas maldições haviam passado para mim pois suas vozes eram suficiente para disparar minha libido de forma infinita. Já o seguidor do tal Kellintor não poderia dizer ser ele um mal humorado mas me parecia que ele era o oposto de mim, pois enquanto o aqui e agora e o material e carnal eram meu foco, ele parecia se acomodar e deleitar no espiritual e no amanhã... De poucas frases e conversa, seguia a maioria do tempo calado e assim agia também... Nossa primeira noite em meio à floresta foi tranquila, conseguimos acampar perto de uma morada de um druida conhecido e desde que não matasse-mos nenhum animal ele nos manteria em segurança. Assim o fizemos, comemos apenas frutas e dormimos sob a tranquilidade da noite...

O sol do segundo dia raiou, iniciamos novamente caminhada e em pouco tempo estava-mos quase na metade do caminho... O sol estava cruzando os céus mas longe de seu ponto central quando repentinamente o ar gelou... Não era como se um vento gelado tivesse soprado, mas sim como se tivessemos indo em direção à um bloco de gelo que emanava frio, mais forte e mais forte a cada novo passo que dávamos... Eu detive meu caminho e comecei a farejar, aproximei-me do chão e busquei por sinais, por alterações no terreno e por cheiros diferenciados, mas nada detectei, me erguendo novamente e então buscando com os olhos por algo fora do comum, já buscando com a mão direita a confortabilidade do punho de minha espada... Percebi que Nissa e Syndra invocavam palavras incompreensíveis para mim ficando à minha retaguarda, uma boa tática e usada por muitos guerreiros, você conclama seus deuses e feitiços enquanto alguém mais resistente fica à sua frente como escudo... Mas quem me surpreendera mesmo foi Jhon, ele se deteve junto de mim e enquanto eu analisava o chão, ele levou sua mão direita à frente de forma espalmada como se dissesse "pare" para algo que viesse em nossa direção. Mais tarde eu descobriria aquilo se tratar de um poder sobrenatural de sua classe que lhe permitia detectar a maldade em seres e era isso que ele fazia naquele momento, buscando com seus dons se o que quer que estivesse causando tal frio, era maligno ou não emanava maldade e por consequência perigo à nosso grupo... Assim, enquanto nos preparamos, ele seguiu à frente calmamente por mais alguns passos e com uma tranquilidade de quem conhece o que estava à frente, ele segura em suas mãos um símbolo que parecia importante a ele e então o eleva à frente ao mesmo momento que algo se revela à todos nós...

Se percebia na feição completamente deteriorada que ou tínhamos um esqueleto vivo à nossa frente ou aquilo era alguém sob alguma maldição, mas era fato que ele não era um guerreiro normal apesar de portar espada, escudo, armadura e todas as indumentárias de um guerreiro nato! Jhon com seu símbolo em mãos se mostrava sereno e tranquilamente confiante, enquanto eu ergui minha espada e avancei com fúria contra o vulto aterrorizante... Como uma locomotiva e sem tempo para esperar por magias ou feitiçarias que os três estivessem pensando, atingi ponto de alcance e desferi meu mais poderoso impacto contra a criatura que para incredulidade de meus olhos e sentidos, se tornou transparente e intangível, fazendo com que eu passasse como uma lança arremessada por Tangdarth, me estabacando ao chão, devido à falta de equilíbrio, metros à frente sem acertar em absolutamente nada... Consegui observar então, olhando para trás, que as duas arcanas energizavam suas mãos mas nada faziam, como se aguardassem por algo, e eu descobriria mais tarde também, que elas estando acostumadas à companhia de Jhon, sabiam que o tipo de criatura à nossa frente era a especialidade do kellintorita e inimigo corriqueiro para ele... Foi naquele momento que aprendi que alguns mortos-vivos, embora pareçam sólidos, não o são, ou podem se tornar intangíveis em momento que julgarem oportuno, fazendo de guerreiros impacientes como eu, o bobo da corte da dia! Com apenas um brado e o clamor ao seu deus, Jhon Raven gerou uma luz cegante que dissolveu a criatura por completo sem necessidade de qualquer outra façanha... Assim que fantasma desapareceu, percebi o kellintorita se dirigindo à mim, esperei pelo tipo de reação que conheço, o deboche, mas ele estendeu à mão e com voz camarada e que não inspirava qualquer forma de tirar sarro de meu fiasco comentou: “- Erga-se nobre bárbaro... Chegará o momento que minha expulsão de mortos vivos não terá efeito e precisaremos de sua explosão de fúria!” Ergui-me de um salto e após estar em pé, apertei a mão do mesmo... As arcanas já desfazendo suas poses e energias místicas acenaram positivamente ao acontecido... Eu, ainda sem jeito pela bola fora apenas acenei positivamente e me pus à novamente direcionar nossa caminhada pelas trilhas, ainda remoendo o fracasso contra o oponente morto-vivo... Caminhamos pelo resto do dia e então achamos uma clareira para montar nosso acampamento, desta vez sem uma proteção de um druida aliado... 

Estabelecemos limites, preparamos a fogueira, os animais que eu havia caçado dariam um belo e revigorante assado... Pensei em buscar água mas Jhon resolveu tudo criando água para nós como um passe de mágica, mais uma de suas capacidades divinas... Assando nosso jantar, fomos conversando por horas sobre diversos assuntos, iniciando pelos mortos-vivos e outras criaturas e indo longe disso como por exemplo, sobre as formas que eles como equipe agiam e como a cooperação e conhecimento de seus colegas de equipe faziam diferença... Jhon ainda foi categórico: “- O que aconteceu hoje com o morto vivo foi apenas a falta de entrosamento entre você e nós, visto que nós três estamos atuando junto tem algum tempo já! Se por acaso resolver se tornar um integrante da academia, em breve estará em sincronia e teremos uma força sem igual com você ao nosso lado...”

Fiquei mexendo na brasa por alguns segundos, não queria ser grosseiro com eles mas também não tinha qualquer interesse em perder meu estilo de vida por conta de uma forma nova de combate, nosso estilo bárbaro me era suficiente, eu considerava: “- Meu estilo de vida é diferente... Poucas regras... Muita ação... Renegamos a feitiçaria... Por isso fomos buscar arcanos... Não creio ser capaz de seguir seus estilos...” Ao terminar minha frase via no rosto dos três uma expressão de espanto... Fiquei os observando pois não entendia do que se tratava tal espanto quando foi Nissa quem falou: “- Não achei que falasse em tom normal Grund, achei que seu tom de voz fosse sempre elevado...” Os três se entreolhavam com expressão de satisfação e Syndra manifestou-se igualmente: “- Sim, sim, achei que teríamos de viajar e talvez ter no grupo alguém do tipo “GRUND DESTRÓI TUDO”, mas agora percebi que nem sempre você é assim!” Jhon também parecia satisfeito com o que eu havia dito e ainda mais com o tom de voz que usei... Fiquei um tanto sem jeito então pois não somos dados a risinhos e manifestações além de exatamente o que Syndra disse... Mas confesso que aquilo me fez bem... Concluí apenas explicando: “- Tática de intimidação... Se você parece maior do que é... Às vezes vence antes de lutar...” Os três se olharam e bateram palmas para minha fala, enquanto eu apenas enchi a boca com um pedaço de carne, visto que aquilo era constrangedor... Jhon então seguiu explanando sobre a academia, suas missões, dividiram suas táticas comigo e eu me interessei por aquele modo de vida que parecia tão fora de interesse para mim, mas que começava a despertar minha atenção... 

O jantar apesar de longo, terminou, dividimos os turnos de guarda, eu fiquei com o segundo deles, e esta foi nossa sorte, eu creio... Estava quase ao final de meu horário, Nissa seria a próxima e eis que senti um cheiro diferente... Era um cheiro de podre, não o podre da carniça e putrefação, mas de sujeira e falta de limpeza... Algo que eu reconheceria à léguas de distância... Segui em posição normal, debruçado sobre o cabo da espada como se nada tivesse acontecido e então toquei com meu calcanhar o pé de Jhon que dormia, sabia que se o despertasse ele iria ler minha postura e saberia como agir com as garotas... Como se nada tivesse notado eu caminhei passos para frente como se andasse despreocupadamente, indo até onde a claridade mostrava algo... Esperei alguns segundos, virei de costas como se fosse retornar ao centro e tão logo completei minha volta, ficando novamente de frente para o fogo central, emendei um segundo movimento com minha espada, partindo da calmaria para agressividade completa em frações de segundos, completando um giro total e sentindo que atingi meu alvo... Fiquei na mesma posição que meu golpe havia me deixado após o ataque, de frente para a escuridão novamente e então o barulho do corpo caindo aos meus pés esguichando sangue enquanto a cabeça do Orc, caía metros adiante, escuridão à dentro... Aquele foi o estopim do combate e as dezenas de Orcs que nos cercavam à metros de distância e haviam optado pelo combate corporal, saíram das sombras vindo em nossa direção!

Mais um giro completo de espada e parti dois Orcs ao meio, um deles se dividiu em dois deixando as tripas espalhados pelo chão, o outro reduziu de tamanho visto ter tido metade de suas costelas enterradas pra dentro das vísceras! Assim que completei o giro, busquei por Jhon, Nissa e Syndra com minha visão para ajuda-los e então entendi o que era o tal trabalho em equipe que eles me contaram durante o assado... Jhon estava à nossa esquerda, em uma verdadeira chacina com pedaços e sangue de Orcs jorrando para o alto diante de seus ataques rápidos e não tão destruidores, mas precisos e completamente mortais. No outro oposto à mim, Syndra incinerava o campo de batalha à frente dela, tudo que se podiam ver eram os corpos flamejantes tentando se livrar das chamas e caindo passos à frente em meio à noite iluminando a escuridão da floresta em uma cena bizarra... Nissa por sua vez, à minha direita, erguia todo e qualquer Orc do chão com alguma espécie de magia que parecia emanar de suas mãos e olhos, para logo em seguida os esmagar como se os pressionasse com mãos gigantes até a morte! Todos sem exceção viraram uma espécie de amontoados de gosma em uma mistura fétida e enauseante que escorria para o chão e por sobre a própria arcana... Tudo aquilo foi como se automático, como uma fração de segundos, eu diria que o tempo decorrido foi o mesmo que levei para girar de meu ataque... Os observei de relance e parti para o novo golpe e então, assim como Jhon Raven, eu comecei a destroçar os malditos orcs como eu mais gostava, brutalidade e destruição extrema... Esferas de luz surgiram por sobre o campo de batalha e iluminavam o local, eram Nissa e Syndra nos dando suporte para finalizar a batalha e, foi com essa ajuda que vimos alguns Orcs debandarem apavorados sob gritos de terror intenso! Os que insistiram em ficar foram mortos sem qualquer chance de reação... Menos de um minuto eu diria e tudo estava em silêncio novamente... Nos reagrupamos à beira do fogo e os comentários foram diversos, entre eles:

“- Ai que nojo, sangue de Orc fede, estou completamente imunda...” Dizia Nissa tentando remover pedaços de vísceras de cima de seu corpo curvilíneo
“- Eu tinha arrumado até o cabelo antes de sair... Maldição...” Era Syndra quem reclamava do visual final após a batalha noturna...
“- A maldade exalava neles, queriam nos roubar e nos matariam mesmo que tivessemos nos rendido... Não havia outra solução para eles que não o encontro com Kellintor...” Era Jhon quem solenemente fazia referência ao seu dogma e suas crenças... E eu não tinha motivos para discordar da fala do kellintorita: “- Orcs... Matam por prazer... Não merecem a vida que receberam...”

Jhon então se levanta e começa a arrastar os corpos e pedaços espalhados pelo local... Fico a observar e não entendo porque de tal atitude... Acabei de dizer que não mereciam qualquer perdão e ele começa a recolher os corpos como se os fosse sepultar, então Nissa e Syndra, que ainda tentavam se limpar e era Nissa quem explicava: “- Kellintoritas são como os coveiros sagrados, nenhum corpo fica sem enterro diante da presença deles... Ele vai passar a noite toda acordado e de boa vontade mas não deixará de fazer o encaminhamento de suas almas e corpos, de forma digna e de acordo com seu dogmas...” Eu fico a observar o homem de preto e analisar a explicação da arcana e sei lá como explicar, senti profundo respeito por tal atitude de Jhon... Não apenas derrubar o inimigo mas ter respeito por sua morte, fosse ele de qual nível de caráter fosse... Observo por alguns segundos a mais e me levanto indo em direção ao campo de batalha, começando a trazer os corpos para onde ele os aglomerava... O observo de relance assim que largo os cadáveres à seus pés: “- Faça seus ritos... Eu trago os corpos... Trabalho em equipe...” Me afasto e começo à buscar por todos os corpos e pedaços que pudesse encontrar, e não nego, de certa forma curioso com o que viria à seguir...

Fizemos uma bela pilha de Orcs, algumas madeiras à volta e então Jhon se ajoelhou ao lado da pilha de cadáveres proferindo algumas palavras, umas incompreensíveis, outras eu conseguia ouvir... Coisas como “tenham um descanso justo”, “sejam julgados de acordo com seus atos” e “mais sorte na próxima vida” além de muitas vezes o nome de sua divindade... Kellintor, também conhecido como o senhor dos mortos e juiz dos condenados, deus de morte e dos mortos... Até onde já ouvi, em seus dias mortais, Kellintor era um mercenário habilidoso, com o coração de um nobre paladino , escondido sob maneiras rudes e frustrado por sua misteriosa maldição familiar. Puro e frio, Kellintor promoveu que a morte era uma parte natural da vida e não deveria ser temida enquanto fosse entendida. Como resultado de seu profundo respeito pela vida e pela morte, ele mantém os mortos-vivos sob o maior desprezo. Jhon Raven era naquele momento a personalidade refletida de Kellintor diante de nós... Syndra então se aproxima e desfere uma bola de fogo nas madeiras assim que Jhon se retira e eu fico por alguns instantes observando os corpos queimarem... Era o fim de um ciclo para aqueles seres e a forma respeitosa com que foram tratados, mesmo sem merecer, me despertou para novas visões da vida, morte, inimigos e aliados... Observo as labaredas mais alguns instantes e então busco pelas duas arcanas... Estavam ainda a se limpar do sangue de orcs e fixando meus olhos em suas curvas ao crepitar do fogo, uma ideia me surge... Pego uma das vasilhas com água, algumas faixas de tecido limpo e me disponho a ajudar ambas com suas sujeiras incômodas... Jhon percebendo que tudo estava tranquilo adormece de novo e a noite passa rápido, pelo menos para ele...

Na manhã seguinte, somos acordados, Nissa, Syndra e eu, ainda sem roupa, por Jhon com uma expressão de reprovação com tal situação... Syndra foi a primeira a se levantar e começar a se vestir, rindo bastante enquanto Nissa aproveitou para cobrar a aposta: “- Ou você teve companhias muito fracas nesse quesito ou tens mais bravatas que atitudes senhor Grund-Tharg!” Eu fico a observá-las com expressão de satisfação enquanto elas debocham de minha condição, e agora era Nissa quem contava bravatas: “- Disse que deu conta de três mas não pode nem com nós duas de forma satisfatória!” Eu me levanto ainda completamente nu, faço uma reverencia e contrario as duas: “- De minha parte digo que vocês duas foram totalmente satisfatórias em atender a um bárbaro de minha estirpe!” Gargalho alto enquanto elas apontam meus supostos defeitos, mas todos nos divertimos à nossa modo, Jhon com seus mortos e eu com deliciosas mulheres... Um fato surgiu a mim, após experimentar as duas deliciosas arcanas por mais de duas horas, ou seja, eu já cogitava que, se fosse para ter ambas de novo ao me alcance sexual, entrar para a tal academia poderia ser um preço aceitável a ser pago...

Começamos a nos preparar para mais um dia de jornada, Jhon já estava a fazer o fogo e aquecer o que sobrou de carne para o desjejun... Enquanto comíamos, ele nos ressaltou: “- Nissa, Syndra... Precisam evitar o sexo, pelo menos até curarmos essa maldição que nos assola... Se descontrolarem as “travas” mentais que temos, poderemos entrar em um frenesi incontrolável que pode nos levar a morte... Falta pouco para a fonte da tribo de Grund, controlem seus impulsos um pouco mais, para suas seguranças...” Fico sério após as palavras de Jhon, eu poderia ter feito muito mal à elas por as ter colocado em situação de despertar de suas libidos... Preciso pensar mais sobre meus atos, era fato, mas não havia como negar, apesar do pequeno sentimento de culpa, que a noite e cada segundo de ação com elas valeu muito a pena, eu  não tinha dúvida alguma disso! 

Erguemos acampamento e nos colocamos em marcha novamente... Estava-mos há poucas horas da Floresta Enluarada, nossa missão verdadeira começaria agora!

IMAGENS PARA REFERÊNCIA:





6 comentários:

  1. Excelente capítulo! Apresentou e desenvolveu super bem os personagens, sem tirar o foco do nosso querido bárbaro, até sem apelar pro roteirizado, fazendo com que ele errasse no combate contra o espectro.
    Colocar as imagens de referência no final foi também excelente, até o do monstro eu teria colocado no fim.
    No aguardo ansioso pelo próximo capítulo!
    Meus parabéns amigo!

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    1. Grande Norberto, muito obrigado pelo grande apoio de sempre! Ter esse apoio ajuda e muito a continuar criando e diversificando e, Grund-Tharg é de longe o personagem mais diferenciado que já consegui criar! Em breve ele irá se expandir em ambos os sentidos, se tornando uma espécie de paradoxo, de selvagem à bondoso, alguém que pode ir do extremo do selvagem ao mais capacitado incentivador dependendo da situação, e eis o grande desafio, não tirar ele da trilha do bárbaro em qualquer momento... Já tenho um personagem não conhecido como modelo muito bom para isso então, vou tentar fazer o meu melhor! Agradeço imensamente a parceria e apoio de sempre! Grande abraço meu amigo!

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  2. Caramba,meu amigo. Essa sua aventura nesse estilo medieval / RPG está sendo muito positiva. Isso é legal para que as pessoas vejam que aqui não cabem só Tokus. Há espaço para todo tipo de escrita.

    O bárbaro mostra força e humanidade. Por isso, ele erra e fraqueja também.

    Mande bala!

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    1. Mais uma vez muito obrigado pela leitura e pelas palavras que sempre apoiam e incentivam! Sem dúvida alguma Grund-Tharg está bem destacado como o personagem mais diferenciado que já criei e pretendo deixá-lo mais completo ainda, ou seja, ele terá a fúria e emplacará o terror de um bárbaro assim como poderá ser um líder e um benevolente aliado, tudo de acordo com o momento, por isso, espere grandes novidades para Grund-Tharg e mais uma vez muito obrigado pela parceria de sempre!

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  3. Adorei !

    Mesmo sendo brutal, selvagem e bárbaro, Grund Targ, consegue refletir de forma clara e consistente.

    E assim vai, aos poucos se modificando.

    A grande aventura com as arcanas Nissa e Syrna e com o místico Jhon Raven, o kelenvorita, fez Grund Targ entender que existe outras formas deve e combater, tão ou mais eficazes que o dele é que trabalho em parceria , pode fazer toda a diferença.

    As arcanas precisam controlar a sua libido , mas não resistiram ao vigor físico do bárbaro se entregando ao prazer do sexo selvagem.


    Muito interessante!


    Parabéns, Aldo !

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    1. Grande Jirayrider, prazerzasso te ter por aqui em Grund-Tharg também! Sim, temos aqui personagens diferentes do que estamos acostumados nas nossas fics de tokusatsu, aqui cada um deles segue à risca aquilo que nasceram para ser, mas, com a convivência em grupos de aventureiros (uma das coisas mais comuns no universo RPG), os personagens se moldam em algumas coisas em outras não! Exemplo, no RPG mesmo, se um bárbaro tentar conversar com seus pares, usando termos de lógica e raciocínio, eles vão ficar a te olhar sem entender porque o universo deles é mais simples, direto, sem muitos conceitos que a civilização constrói e se ele perder algumas dessas características, deixa de ser uma bárbaro! Um druída por exemplo, que se sentir confortável em dormir em uma cama ao invés de dormir nas copas das árvores, perde sua essência básica, então, algumas coisas nunca mudarão em Grund, mas com certeza, unido à uma equipe bem diversa, tenha certeza de que algumas mudanças drásticas acontecerão!

      Fico feliz que tenha curtido e espero que continue à acompanhar nosso jovem bárbaro em ação! \0/

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