quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Grund-Tharg "Força Infinita" - Cap. 4 - A união forjada pela amizade!


Grund-Tharg "Força Infinita" - Saga:
Capítulo 04 - "- A união forjada pela amizade!"

Informação do autor: "- Esta saga contém palavras e narrativas que por vezes possuem conotação sexual ou mesmo usam termos considerados "impróprios"! Caso você não concorde em ler textos com tais expressões e direcionamentos, por favor, não leia este episódio!"

O sol tenta impor seus primeiros raios sobre a Floresta Enluarada, lar dos bárbaros Tangdarth... Em toda a aventura ao qual Jhon Raven havia participado até então, sempre ele era o primeiro à despertar mas desta vez, fora surpreendido por Goryn Travor, que já estava sobre um galho de uma das árvores do acampamento, em pé, observando o mesmo espetáculo do astro rei... O kellintorita, regrado como sempre fora seu estilo, fica há alguns passos do líder da tribo dos Corcéis Alados, demonstrando respeito pela liderança do local, assim como absorvendo o ar fresco e úmido da manhã, agradecendo em suas preces mentais ao deus que seguia, com entusiasmo e resignação... Alguns segundos de silêncio e o líder selvagem, sem olhar para Jhon argumenta, em tom de voz bastante claro, demonstrando sua satisfação com o dia atual... “- Agradecer aos deuses na primeira respiração da manhã é digno, e honrado... Gosto desse tipo de atitude nobre Jhon Raven...”

O kellintorita, com um leve sorriso oculto em sua semblante séria, percebe uma vez mais que não deveria subestimar as capacidades dos diferentes de sua conduta, à exemplo do que fez com Grund-Tharg no início da jornada e satisfeito, responde a cortesia: “- Os deuses nos dão o motivo e a meta para viver... Por seus dogmas podemos encontrar nosso verdadeiro lugar neste mundo e agradecer por isso é sem dúvida a parte mais digna de qualquer servo dos deuses...”

Goryn acena positivamente ainda sem olhar para Jhon e então, com um pulo perfeito desce ao chão, convidando Jhon na sequência para acompanha-lo... Enquanto eles seguem em direção à fogueira que sempre é mantida acesa ao centro da aldeia, ele percebe os bárbaros iniciando à se movimentar em algumas partes, outros dormindo bêbados por outras, uma visão que jamais se veria em local onde Jhon Raven habitasse mas ali, era a aldeia de povos bárbaros e agora o jovem guerreiro entendia que este era o estilo de vida daquele povo, nem pior ou melhor que o seu, apenas seu estilo de vida e de conduta... O líder selvagem e o kellintorita sentam-se ao lado da fogueira, carne e pão, vinho e suco eram trazidos em grande abundância, muitos se alimentavam com satisfação e se notava novamente as diferenças de “regras” entre os dois estilos, Goryn agarrava um pernil e praticamente o engolia sem qualquer cerimônia, bebendo vinho à ponto de escorrer pelos cantos da boca enquanto Jhon, comia tranquilamente uma maçã e bebia suco de fruta... Após alguns minutos ali, eram Syndra e Nissa que surgiam e se juntavam aos dois e após algumas trocas de agradecimentos e de ingerir alguns dos alimentos oferecidos, eis que a pergunta que estava suspensa é feita pelo próprio Jhon: “- Quando será o desafio ao que Orindon deverá resolver a situação senhor Goryn?”

O líder da tribo terminava de empinar uma caneca, desta vez de cerveja, e limpando a boca da gordura da carne e restos de cerveja e vinho com as costas da mão, solta um gigantesco arroto e responde: “- Já começou... Orindon é o próximo na arena... Ele e Grund-Tharg partiram muito antes dos primeiros raios de sol...”

Jhon então ergue-se rapidamente, assim como Syndra e Nissa e ambos partem para preparar seus materiais e partir, enquanto Goryn continuava à comer despreocupadamente... Os três aventureiros após se equiparem devidamente, dirigem-se ao líder para agradecer pela recepção e estadia e o mesmo antes que falassem algo, sem sequer olhar para eles argumentou: “- Acalmem seus ânimos... Nada podemos fazer ou interferir ou as regras do torneio seriam quebradas... E mesmo que pudéssemos, Orindon consideraria uma ofensa visto que ele sozinho é mais que suficiente para o mago troll que OgreBould trouxe para tentar nos superar...” 

Incrédulos, o grupo se observa mas não ousa questionar Goryn Travor, e percebendo que ainda restava dúvidas em ambos, Travor completa: “- Orindon é um bárbaro berserker... Devem saber que alguém nesta condição faz um pacto com o deus da fúria, para adquirir a capacidade de lutar sem parar mesmo que esteja com o pé na cova, ele nunca tombará até que seu inimigo caia à seus pés... É por isso que OgreBould não o queria no combate, sabia que ele nunca seria derrotado antes de derrotar qualquer que fosse seu campeão...”

Jhon Raven, estudioso e conhecedor de muitos assuntos devido sua impecável dedicação à ordem, sabia algo relativo embora não compreendesse todos os detalhes, e arriscando sua reputação diante de Kellintor, comenta: “- Isto é algo bem peculiar e para poucos guerreiros pois até onde sei, os berserkers precisam dar algo em troca ao deus da fúria para conseguir concretizar tal pacto... Algo que lhes seja importante e apreciado pelo contratante para assim justificar receber tal dom...”

Goryn acena positivamente e entre uma mastigada e outra, se mostra satisfeito com a fala de Jhon, o parabenizando na sequência: “- Não esperava menos de você jovem kellintorita, você está certo, Orindon fez exatamente essa escolha... Ele entregou sua visão ao deus da fúria para poder obter o poder berserker e com isso, ele não enxerga mais... Foram necessários alguns meses para ele se adaptar à escuridão, mas isso o ajudou à desenvolver seus outros sentidos e hoje, digamos que ele enxerga pelos demais sentidos que possui, e com certeza, se guia e luta melhor que qualquer um de nós... Por isso, ele é o campeão da Tribo dos Corcéis Alados...”

Syndra, Nissa e Jhon, apesar da segurança na vitória que o líder demonstrava, não conheciam o campeão da tribo ou tinham a mesma expectativa que Goryn e parecia, a ambos os aventureiros, que a jornada com Tharg os havia aproximado a ponto de se preocuparem com ele como a um companheiro de equipe, talvez por isso, ainda mantinham expressões de preocupação pelo bárbaro embora tudo que foi dito pelo líder, e foi Nissa a maga, quem argumentou sobre o outro ponto de tal situação: “- Mas Grund-Tharg seguiu Orindon, de qualquer forma a ofensa será feita, não deveríamos ir tirá-lo de lá?”

O líder Goryn então gargalha alto com a boca cheia de carne, cuspindo parte dela para fora e bebendo uma caneca de cerveja logo em seguida para limpar a garganta e poder explicar. Tão logo secou a caneca, ele novamente executa o gesto de limpar a boca com as costas da mão e justifica: “- Grund-Tharg é impetuoso, mete os pés pelas mãos muitas vezes como qualquer um de nós, mas ele respeita um irmão de arma acima de tudo, isto está em nosso sangue selvagem... Não se preocupem, ele não foi para lutar no torneio, ele tem outros assuntos à resolver na verdade! Mas bem...”

O líder atira o resto de carne que segurava ao fogo e então faz um assobio como se imitasse um pássaro ou algo similar, e eis que vários bárbaros se juntam à ele como surgidos do nada... Assim que eles ficam próximos, empunhando suas melhores armas, o líder completa: “- De qualquer forma já está quase na hora de vermos o espetáculo final... Que comecemos à ida ao local do combate e cheguemos no momento exato em que Orindon estará colocando OgreBould para correr!”

Os vigorosos guerreiros selvagens urram erguendo suas armas aos céus e então se põe em marcha acelerada, passando pela entrada da aldeia como uma verdadeira manada de cavalos em disparada! Os três aventureiros então sorriem e partem com o máximo de suas velocidades para tentar acompanhar os ágeis selvagens e em questão de quinze de minutos, com o senso de orientação inabalável dos Tangdarth, eles estavam diante do local da arena, onde se podia avistar Orindon de um lado da área de combate, empunhando sua espada ensanguentada, de costas à um monstro, não havia outra palavra para descrever tal ser, imenso, obeso, portando um escudo e de longe, seu cheiro de higiene nenhuma empesteava o lugar... Tudo que o grupo pôde ver, foi Orindon voltar-se para o ser em uma carga brutal novamente com sua espada em punhos, o monstro que já estava sangrando em sua lateral, vira-se no impulso tentando evitar o ataque mas era tarde demais, a espada monstruosa do bárbaro Tangdarth atravessou o troll mago de forma grotesca, partindo escudo, rasgando armaduras, roupas, pele, ossos e órgãos, saindo do outro lado enquanto a metade de cima do monstro voava para cima ao passo que a parte debaixo caía por terra espalhando suas entranhas... Orindon então vira-se para OgreBould que estava sentado ao trono observando tudo, mas sequer precisou algum movimento campeão dos Córceis Alados, o covarde (ou estrategista) rei Orc rapidamente desapareceu em meio aos seus orcs que faziam um verdadeiro “escudo tartaruga” ao seu redor, sumindo do local, derrotado e humilhado, sem dizer qualquer palavra... 

Os bárbaros Tangdarth comemoravam em peso a batida em retira do líder Orc que tentou usurpar sua floresta através de suas regras mais sagradas, ao mesmo passo que destroçavam os orcs remanescentes que tentavam ainda defender posições ou mesmo derrubar bárbaros para se alimentar de sua carne! Enquanto a comemoração de selvageria continuava, Jhon, Nissa e Syndra buscavam por Grund-Tharg, onde estaria o jovem bárbaro em meio àquela confusão toda... Seus pensamentos foram interrompidos pela horda de orcs que avançou sobre eles os colocando em prontidão de combate e consequentemente em meio à matança!

Syndra executa um salto giratório para trás enquanto suas mãos se enchem de energias em forma de um círculo multi colorido dando assim início a diversos acontecimentos que iniciavam à exercer presença, como raízes saindo do chão e destroçando seus atacantes, assim com pedras que voavam como lanças abrindo rombos e rachando cabeças! Nissa por sua vez se quer moveu-se do local, um escudo de energia à envolveu em uma cor avermelhada rubra enquanto de suas mãos, que pareciam ser energizadas por seus olhos cor de sangue, partiam rajadas de energia destrutivas que rompiam o escudo sem ferí-lo, perfurando e obliterando inimigos, que apesar de estarem em número de dezenas, ainda assim nem faziam frente às voluptuosas usuárias de magia! Os orcs que não conseguiam chegar às duas ou desviavam dos bárbaros insanos eram então repartidos ao meio, de forma brutal e agonizante pela espada cheia de justiça de Jhon Raven que com serenidade e a tranquilidade de quem jamais temeu à morte, os atingia com golpes inimagináveis e perfeitamente desenhados, um artista marcial impecável e sem pudor que destruía o mal sem qualquer ressalva, permitindo assim que os pedaços de orcs fossem acumulando-se às centenas ao redor de todos até que finalmente, o combate cessou... Syndra e Jhon se aproximam de Nissa que desativa seu escudo protetor e se posicionam um ao lado do outro observando a cena de comemoração e selvageria das tribos, embora seus olhares ainda buscassem a mesma coisa... Onde estaria Grund-Tharg... 

Os minutos passaram, os bárbaros fizeram a ronda por todo local buscando por mais orcs enquanto Jhon ajudado por Syndra e Nissa começava à reunir os corpos dos orcs para queimá-los e realizar seus funerais... Goryn observa ao longe, sacode a cabeça negativamente e se aproxima tentando uma solução... “- Acredita mesmo que estes seres merecem um enterro digno jovem Jhon Raven?”

Syndra e Nissa detêm seus movimentos esperando a reação do colega enquanto o kellintorita termina de atirar mais um corpo à pilha, olhando Goryn nos olhos com o devido respeito que seus ensinamentos sempre o fizeram dispensar à um líder hierárquico, seja qual fosse a cultura, responde em tom amistoso: “- Nobre Goryn... Duas coisas unem todas as raças e formas de existência... Vida e morte... Todos nascemos e inevitavelmente morremos... Se respeitamos todas as vidas, devemos respeitar todas as mortes... Independente da conduta em vida de qualquer ser, fazemos nossa parte enquanto vivos, ou seja, rechaçamos o mal como foi feito agora... A conversa deles desta feita é com Kellintor, e para tal, devemos coloca-los em posição e condição que possam enfrentar seu julgamento por seus atos... Se repudiamos suas ações em vida, e não o apresentarmos ao julgamento, será o mesmo que tê-los matado apenas por matar... Isso não faz parte de meus conceitos, por isso, tenho de apresentar todo falecido ao senhor da morte para que seja feita a justiça!”

Jhon faz um leve aceno de cabeça e parte em busca do próximo corpo ou pedaço dele para arrastar à pilha de cadáveres e enquanto caminha, Goryn baixa a cabeça, sacode ela mais uma vez e então a ergue novamente uma vez mais usando seu silvo que parecia imitar alguma ave... Todos os três aventureiros se detêm e observam os bárbaros se unirem à Goryn que então convoca... “- LIMPEM ESTA SUJEIRA... COLOQUEM TODO ESSE MONTE DE ORC FEDIDOS NAQUELA PILHA! NÃO QUEREMOS LIXO EM NOSSO REINO!”

Nissa e Syndra observam a reação de Jhon diante das palavras de Goryn e o mesmo observa o líder bárbaro, que sabendo exatamente como lidar com seu povo e a forma que atenderiam suas ordens, usou de algo que os faria querer empilhar os corpos mesmo os desprezando, demonstrando à Jhon que respeitava sua posição embora seu povo não entendesse tal ato... O kellintorita deixa escapar um sorriso de leve, gesticulando com a cabeça levemente em forma de agradecimento enquanto começa à arrastar mais um corpo ao passo que os bárbaros o faziam carregando dois a três corpos de uma vez só, reduzindo o trabalho de horas em minutos...

Assim que todos os corpos estavam empilhados os bárbaros começaram à se retirar em direção às suas respectivas tribos e Goryn foi o último à partir, deixando a mensagem de que eram bem-vindos à tribo do Corcel Alado à qualquer momento... O local fica mais e mais silencioso à cada instante e então Nissa e Syndra utilizando de suas magias, ateiam fogo aos corpos enquanto Jhon inicia seus ritos de passagem para a morte... 

Alguns minutos ali decorrem, as duas arcanas acostumadas com as atitudes de Jhon acompanham tudo em silêncio e terminados os ritos, o kellintorita se ergue ficando de frente para as duas acenando positivamente em agradecimento ao gesto das aliadas... Eles então olham ao redor, sua missão havia acabado, haviam ajudado à tribo dos Corcéis Alados como era sua meta e também, adquirido a cura para suas libidos descontroladas... Não havia mais o que fazer na Floresta Enluarada e Grund-Tharg havia sumido...

“- Creio que é isso... Só nos resta voltarmos à WinterLess e apresentar o retorno da missão ao mestre GrandTurin... Eu creio...” Era Jhon Raven quem dizia tais considerações observando as copas da floresta e admirando tal cenário, ao passo que Nissa dá um suspiro demorado e concorda:

“- Eu confesso que me agradei da presença dele conosco... Apesar da selvageria e da falta de bons modos, ele se mostrou um verdadeiro aliado... Estava esperançosa de pelo menos poder dizer obrigado...”

Syndra então arrumando seus materiais individuais, ajusta os cordéis que prendiam seus itens ao corpo e acenando com a cabeça em forma de concordância também comenta: “- Além de tudo isso ele era bem forte, era uma boa aquisição às aventuras... Sem falar que sua força podia ser utilizada na noite também... Enfim, paciência...”

Os três colocam o pé na estrada e embrenham-se pela mata em direção ao retorno para a cidade academia da qual eram parte integrante e caminham por aproximadamente 15 minutos, em uma caminhada calma e sem pressa, apesar da atenção aos arredores pois além dos perigos naturais da floresta, orcs remanescentes poderiam espreitar pelo local... De qualquer forma, para eles agora, só restava a viagem de retorno à ser feita, no entanto, um som estranho começou à chamar a atenção... Eram sons abafados, não similares à espadas ou armas... Era o som como de “coisas” se chocando e apesar do receio de se envolverem em algo que não pudessem lidar, de alguma forma aquela situação chamava à atenção dos três... Mais impulsiva entre eles, Syndra foi a primeira à seguir em direção ao local dos ruídos, ao passo que Nissa olhou para Jhon e seguiu a aliada... O kellintorita então, sem opções foi de encontro às duas... 

Com cautela e silêncio foram avançando calmamente e desbravando a passagem aos poucos até que começaram à ouvir uma voz, voz essa que praticamente berrava ao invés de falar e eis que Syndra olha empolgada para Nissa que entende sua reação, a voz parecia a de Grund-Tharg... Começaram à avançar mais rápido e a voz ia aumentando e aos poucos já se entendiam algumas palavras...

“... tá gostando do chão filho de uma cadela?”

Elas então, agora acompanhadas de Jhon, correm rapidamente pelo caminho que faltava, o som abafado se tornava cada vez mais forte e a voz, assim como as palavras de baixa escolha, denotavam rapidamente que era Grund-Tharg quem estava à frente deles pouco mais de dezenas de metros, e mais frases eram ouvidas agora perfeitamente em bom e claro tom de voz Tangdarth: “- COME TERRA PEDREGULHO DE MERDA, TU NÃO ERA O MAIORAL, O QUE IA ESFREGAR MINHA CARA NO CHÃO?”

Mais sons abafados de "coisa contra coisa" e eles adentram a clareira para logo em seguida avistarem um furioso e ensandecido Grund-Tharg, segurando um gigante braço de pedra à bater em um corpo de pedra já bastante degradado... Em seu ombro, pendurado com um cipó, a cabeça do Golem de pedra que os impediu de adentrar o torneio dia anterior e zombou de Grund, enquanto seu corpo era destroçado pelo próprio braço de pedra arrancado pelo bárbaro furioso! Ao chão, machado com o fio terrivelmente avariado, martelo de guerra com as bordas tortas e cabo quebrado, assim como galhos vigorosos de árvore rachados ao meio! Também se viam diversas valas na terra que pareciam ter sido escavadas de alguma forma, enquanto a cena, que agora os aventureiros se detinham para observar apenas com visível espanto aos olhos, tamanha a selvageria, se desenrolava claramente...

Grund-Tharg desfere contra o monstro de pedra pelo menos dez golpes com seu braço rochoso e sendo os golens, criaturas mágicas desprovidas de vida e sim animadas por magia, a cabeça do golem à tudo via e não podia reagir; também, sem o mago que o criou, não havia como ele se recompor e ter seu corpo restaurado, eram agora pedaços de rocha voando e se espalhando para todo o lado, para não mais conseguirem se reagrupar devido ao aleatório espaçamento entre cada parte, enquanto bárbaro não parava de arrancar mais destas partes com o que quer que tivesse em mãos... A cada “arma” de destruição arruinada, ele conseguia uma nova e seguia espancando o monstro rochoso sem parar... O braço que ele usava como tacape se esfacela no décimo primeiro golpe voando pedaços de granito para todo o lado, é quando o bárbaro pega a cabeça do Golem e começa a abrir novas valas no chão, o esfregando e empurrando para vários lados, como o monstro arrogante disse que faria com o bárbaro no dia anterior: “- COME MAIS TERRA MONTE DE PEDRA DO CARALHO, TU NÃO IA ESFREGAR A CARA DE UM FILHO DE TANGDARTH NO CHÃO? A CADA NOVA ARMA QUE QUEBRAR, VOU ESCAVAR A TERRA COM TUA CARA DE PEDRA PARA ENTUPIR ESSA TUA BOCA PODRE COM ELA NO FINAL! VAI FILHO DE CHACAL, COME TERRA SEU BABACA DOS INFERNOS!”

Os olhos do Golem se fechavam e se abriam, sua boca se enchia de terra, folhas, insetos e vermes da floresta, e assim que se deu por satisfeito, Grund pendura a cabeça cheia de terra ao seu ombro novamente e arranca uma árvore do chão, sua fúria parecia ter aumentado, ainda restava uma parte do tronco rochoso do inimigo, assim como as pernas à serem destruídas, e com a arvore empunhada, ele começa à bater no corpo do monstro, contra o chão, em direção aos céus, para os lados, de toda forma possível ele batia e aos poucos o tronco foi deteriorando até que mais ou menos no vigésimo golpe, o tronco arremeteu o corpo já bem desgastado contra outra rocha do local, e o som estrondos só foi superado pela força do golpe empenhado, tendo como resultado inimaginável, presenciar rochas saltando por todos os lados de forma grotesca! 

"- SE TORNE PARTE DA FLORESTA QUE DESDENHOU SEU MALDITO FILHO DE UMA VADIA!”

A cabeça de Golem grita em reprovação quando vê seu corpo ser espalhado para todos os lados enquanto Grund-Tharg ergue os braços em sinal de vitória, para logo em seguida pegar novamente a cabeça, à girar no ar com força total enquanto a mesma berrava impropérios, arremetendo o crânio de rocha contra o chão, com a face para baixo, enterrando-a à pelo menos 10 centímetros para baixo... O bárbaro então olha para a cabeça, vendo apenas sua nuca, vai em direção ao resto do tronco que usou e, tomando o mesmo como uma espécie de socador, bate com ele na cabeça de rocha até enterrá-la mais fundo para logo depois, deixar o tronco cravado sobre ele de forma que o que restou ativo do golem arrogante, ficasse ali, esquecida pra sempre, sem poder voltar e sem poder ser encontrado, na visão de Tharg, uma visão e final agradável para aquele que ousou rir do nome dos Tangdarth...

O bárbaro então se atira ao chão, sentado, recostando-se no tronco que acabou de “plantar” no chão, para só então perceber que os três aliados ali estavam, ainda boquiabertos com a cena presenciada... Os olhos de Grund deixam de exercer o tom avermelhado e então uma gargalhada é ouvida por todos partindo do guerreiro Tangdarth ao que, em total desconcerto com a cena de fúria anterior, ele completa, satisfeito: “- EU DISSE QUE VIRIA TER UM DEDO DE PROSA COM ELE!”

Os três então se aproximam do bárbaro, Nissa e Syndra sentam ao lado dele enquanto Jhon se agacha, testando com seus dons se Grund-Tharg estava ferido... Incrivelmente ele estava bem e agora, se acalmava à cada instante... Por alguns instantes conversam sobre o acontecido e então, direto como sempre, Jhon Raven comenta, ficando de costas para todos: “- Confesso que nunca cogitei essa possibilidade, mas... Mais do que os dons que demonstrou agora, eu sinto em você uma lealdade para os que são leais à você... Seria um grande aliado à nossas aventuras Grund-Tharg e, além de toda a ajuda que pode nos dar e do poder de ataque que ganharíamos..."

Jhon Raven se vira, sorrindo como quase nunca fazia, e completa sua frase... “- Seria bom ter mais um amigo para poder desbravar estes reinos esquecidos pelos deuses... O que me diz?”

Grund-Tharg baixa a cabeça, pensa sobre quantas regras iriam ficar enchendo sua mente para seguirem, não parecia para ele uma boa ideia... Gostava das brigas, de destroçar os inimigos, de lutar sem uma necessidade aparente, de viver ao relento e de comer e beber até cair, coisa que os civilizados não concordavam muito... Não parecia, além da satisfação que sentia em estar com os três, haver qualquer coisa boa naquela proposta... Ele se vira, pronto para negar a oferta com toda a educação que seria capaz de reunir e antes que falasse, Nissa e Syndra se erguem, fazendo uma pose sensual diante dele e completando a oferta as duas falam ao mesmo tempo: “- Podem haver muitas recompensas durante nossas andanças pelo mundo perdido... Disputas de resistência sexual seriam uma dessas recompensas... Em abundância...”

A expressão de Grund-Tharg muda rapidamente para um sorriso de orelha à orelha e com apenas um salto, o gigante de mais de dois metros de altura estava de pé, passando em direção à Jhon Raven estendendo a mão à ele cordialmente, mas sem perder o sorriso obsceno que mantinha no rosto... “- Está feito... Amigo! Vamos à tribo para informar à Goryn minha partida, reunir meus materiais e me despedir de minha consorte!”

Grund se põe em marcha firme pela floresta, Jhon fica a observar a cena enquanto Nissa e Syndra gritam ao redor do bárbaro de como ele tinha um relacionamento e se relacionava com elas com tanta tranquilidade, e assim, eles seguiam rumo à tribo dos Corcéis Alados, prontos para iniciarem uma nova existência, agora em um grupo forjado pela amizade e não mais por uma missão! O que aguardam esses personagens tão diferentes e tão imprevisíveis? Nem mesmos os deuses dos reinos antigos arriscavam prever...

Golem de Pedra:

Rei Orc OgreBould "Mil Flechas":

Goryn Travor - Líder dos Corcéis Alados:

Orindon - Campeão dos Corcéis Alados:

Jhon Raven - O kellintorita

Nissa - A Maga

Syndra - A Feiticeira

6 comentários:

  1. Oi, meu grande amigo. Quero mais uma vez te parabenizar. Você mostra que ama mesmo o RPG, pois você explora magistralmente este estilo na escrita desse mundo bárbaro. Confesso que não curto RPG e, portanto, esse estilo não me agrada tanto. Já mencionei isso outras vezes. Porém, você tem um roteiro tão meticuloso e uma narrativa tão bem detalhada e apaixonante.... que, enfim, quebra e dobra a gente. Ou seja, a gente se rende ao seu trabalho. Magnífico!

    A antagonia de comportamentos de John e Goryn... é deliciosamente marcante. O jeito troglodita de arrotar e de "fino trato" com as mulheres mostram a tosqueira do Goryn. John parece bem mais educado. Muito boa a forma como você retratou isso.

    Nesse episódio você matou a pau no quesito de mostrar o dia a dia dos bárbaros... o estilo de vida... Afinal, de um modo geral, os bárbaros viviam em aldeias ou tribos, cultivavam cereais e animais. Mas, sim... Havia muita disputa entre aldeias rivais e na época de guerra escolhiam um guerreiro forte e hábil para ser o líder militar. Eram trogloditas e sem tato. Claro, há exceções como o John. Mas, os demais estão bem dentro deste cenário. Eles também são politeístas e percebo que você retratou isso bem também.

    Desculpe o trocadilho, mas o episódio é bárbaro!

    Muito bom, meu amigo. Siga nos brindando com este trabalho!

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    1. Grande Artur meu amigo, fico grato que esteja lendo e acompanhando Grund-Tharg, realmente é um personagem fora dos contextos padrões que estamos acostumados em nossas fics aqui no blog, mas, como diz o Norberto, é necessário nos desafiarmos para podermos melhorar nossas escritas então, fazer coisas como essa falta de educação e de conduta que utilizamos nos mundos civilizados, foi sem dúvida desafiador, tanto na época em que joguei com esse personagem como agora que estou narrando sua aventura!

      Sim, realmente os universos se chocam aqui e existe quase um deus pra cada tipo de pensamento, são os deuses maiores, médios e menores, depois semi-deuses à perder de vista, isto existe no jogo para que os jogadores tenham uma ampla gama de opções para respaldar seu personagem, Grund por exemplo, em determinada fase da aventura, mudará de divindade por ter mudado seus pensamentos e situações que aconteceram, mas isso na prática se explica porque meu personagem ingame precisou alterar coisas para obter novas capacidades e tu precisa representar isso ingame de alguma forma, tu precisa explicar porque teu personagem mudou de divindade, de uma forma coerente e permitida pela trama não simplesmente pelo motivo verdadeiro, que foi tu querer adquirir novos poderes... Enfim, é algo bem complexo, mas muito divertido e instigante de se fazer, sem falar que no RPG de mesa como eu joguei, tu tem de interpretar os personagens em todas as suas falas e ações, senão tu não evoluiu ele, é quase como um teatro e quanto tu faz isso entre amigos, cara, é muito divertido!

      Ainda verás muitas coisas controversas aos nossos conceitos em Grund-Tharg, mas enfim, ele é um bárbaro, não um civilizado, nos trará muitas risadas e muitos acontecimentos brutais... Espero que consiga acompanhar até o final kkkk!

      Um grande abraço, grato pela leitura, apoio e incentivo e uma pequena correção, Jhon não é bárbaro, ele segue Kelemvor e está mais para um templário ou paladino que para qualquer outra classe, mas ele sempre viveu em civilização, por isso os choques de culturas entre ele e Goryn! \0/

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  2. Caraca! Simplesmente animal, como uma aventura estrelada por um Bárbaro deve ser.
    Adorei a conversa entre o civilizado Jhon e o Goryn, a luta entre os campeões, Bárbaro e Orc foi brutal...
    Muito bom também como foi algo natural a entrega do Grund no grupo, a forma como ele conquistou a amizade e respeito do Jhon, bem como os corações e corpos da Nissa e da Sindra.
    Mas, para mim o destaque ficou por conta do modo como o Bárbaro destroçou o Golem... Simplesmente fantastico!
    Confesso que deu uma baita vontade de escrever algo num cenário assim... Falvez eu faça algo... Talvez...
    Meus mais sinceros parabéns amigo! mandou bem demais!

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    1. Grande Norb, gratidão por mais uma leitura, por mais um apoio, por mais um incentivo, é o que mais compensa nesses textos, ver o retorno dos leitores e suas opiniões sobre tudo, principalmente sobre os acontecimentos, por isso, obrigado por essa sensação boa pra caramba que é ler comentários de nossos trabalhos! Vamos ao post em si:

      - Sobre uma aventura estrelada por um bárbaro - Tu já tinha me comentado algo similar e quando joguei, meu mestre narrador disse o mesmo "cara, tu é um bárbaro, bárbaro não ficam dialogando, ou tá bom pra ele e vida que segue ou ele te parte ao meio!" Ok, neste caso, Grund vai se aproximar da civilidade, mas, isso não pode tirar o instinto selvagem e bárbaro dele então, pensando nessas ópticas interessantes de comportamento, meu desafio é, permitir que ele se relacione com a civilidade mas sem com isso perder seu estilo e instinto selvagem, então aguarde por muitas "bipolaridades" digamos assim, pois ele irá de zero a cem e o contrário também, para manter esse estilo! Já no episódio seguinte, verás ele demonstrando isso claramente, a civilidade existe, mas o espírito selvagem é quem comanda, acho que vai ficar bem legal!

      - Jhon e Goryn - Ali eu quis deixar bem ramificado que, embora selvagens e de atitudes duvidosas (e algumas até criminosas para conceitos civilizados) os bárbaros não são bandidos e sim um povo selvagem com visões diferentes de algumas coisas certas e erradas! Goryn apesar de tudo, tem civilidade suficiente para entender os demais comportamentos enquanto Jhon abandonou a postura julgadora e compreendeu que fazer o certo é o que importa indiferente do estilo adotado e que mesmo o certo para uns pode ser errado pra outros e ser aceito ou repudiado de acordo com o local e as crenças, é uma forma de massificar que, vai ter muita coisa que vai acontecer que foge do convencional do certo e errado, mas é o certo para aquele momento para aquela pessoa ou ser... Que bom que achou legal essa interação!

      - A amizade entre o grupo - Grund estando mais próximo de uma possível civilidade, reconhece no ato de torturar e enterrar o monstro "vivo" na floresta como algo que seus "aliados" não veriam com bons olhos, e estava pronto pra mandar todo mundo longe, porém, ele percebeu e vai perceber mais ainda, que eles apenas tem pensamentos diferentes mas nenhum deles ali é samaritano, o próprio Jhon dá um enterro digno á qualquer ser porque é lei da divindade dele e, porque ele considera que isso mantém sua dignidade, algo que é importante! Ciente de que o Golem não é um ser vivo, seria como enterrar a lâmpada mágica de Aladin, e ao compreenderem isso, conquistaram o respeito de Grund que ele ainda não percebeu, mas já é o início de uma amizade! E claro que poder se divertir com as duas arcanas sem qualquer compromisso era bem vindo pra ele também, então, busquei uma forma de convencer um bárbaro à deixar algo além da brutalidade entrar na vida dele de uma forma não convencional, fico contente que tenha agradado!

      - Quanto ao golem, eu caprichei, pois à pedidos dos leitores, Grund precisava ajustar suas contas com a petulância dele de forma magistral! Ao bom estilo barbarian, ele deu o troco e agora está satisfeito ahahahah!

      Bom, se ler teus comentários e saber que curtiu já em faz sentir muito recompensado, o que dizer de tu cogitar talvez escrever algo nesse estilo por influência de um conta meu? Mesmo que tu não faça, mas só o fato de tu cogitar isso, indica que o ambiente te envolveu e eu só posso agradecer por essa demonstração sem tamanho de apoio e incentivo! Obrigado meu amigo, valeu mesmo, grande abraço!

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  3. Episódio digno de aplausos.

    Num universo estrelado por bárbaros, não pode faltar lutas selvagens como ocorreu entre o campeão Oridon e seu rival , a mando de Ogre Bould , que foi humilhado e teve que bater em retirada, assim como a luta de Grund Targ e o Golen .

    Foram batalhas animais, muito bem narradas.

    A brutalidade e ferocidade dos combates foi muito bem explorada.

    O detalhamento das cenas e algo impressionante e visceral !

    Parabéns! Não é fácil escrever algo assim.

    Mas, o meu destaque é a narração das diferenças de culturas.


    O refinado místico John Raven , o Kenlevorita e suas libidinosas companheiras Nisa e Syndra perceberam que na diferença de enxergar a vida e de agir , pode ser útil para seus futuros desafios .

    A selvageria , a falta de modos e o apetite sexual insaciável de Grund Targ ( principalmente para as duas) eram atrativos para trazer o jovem bárbaro para a sua equipe .


    Se essa união dará certo , é outra história.

    Mas , o respeito às diferenças é a tônica do capítulo, que teve ainda o diálogo entre o líder dos Cordéis Alados , Goryn Travor e John.


    Seres tão diferentes, mas que se respeitavam.

    Devemos levar esses valores para a vida .

    Pena que muitos não pensam assim ...

    Ninguém é igual ninguém, nem por isso, cada um não deixa se ter a sua importância no mundo.


    Parabéns pela lição!

    Série fantástica!

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    Respostas
    1. Maravilhoso meu amigo, simplesmente maravilhoso! Eu vou te contar uma história, e tu vai te surpreender com teu próprio comentário... Quando joguei com Grund-Tharg eu cometi um erro gigante que qualquer escritor ou jogador de RPG não pode fazer sob pena de fracassar em seu intento... Eu não assumi o personagem, eu não entrei no estilo de personagem que criei, eu estava tentando fazer um bárbaro selvagem, sem educação, sem etiqueta, de palavras não escolhidas agir como alguém que estava em plena civilidade e isso quase me custou o personagem... Quando criamos um personagem, seja no game ou num texto, a gente precisa respeitar aquele estilo de agir e não impor nosso estilo sobre ele ou mesmo, tornar ele igual à todos os outros personagens... E eu fiz isso, assim como eu tinha jogado de paladino e depois de guerreiro, ambos humanos vivendo em sociedade, quando comecei com Grund-Tharg eu interpretava e agia como ele como os mesmos, inclusive eu cometi a gafe de entrar em uma festa no castelo, beber em taça de vinho, e conversar com os mais refinados personagens com toda etiqueta do mundo... Da mesma forma quando escrevemos algo precisamos ser fiéis aos estilos dos personagens, se escrevemos de personagens conhecidos, mais complicado ainda pois temos o original como ponto e se não seguirmos aquele roteiro, sem uma explicação coerente, nos perdemos... Então, principalmente esse episódio, foi para que eu pudesse expor e frisar isso a quem está acompanhando, Tharg é um herói, ou melhor, se tornará, mas, ao seu jeito, ao seu estilo, com seus erros e diferenças, que foi exatamente o que tu notou e tão bem descreveu no teu comentário, apesar de todos os trejeitos e atitudes que nós, supostamente civilizados abominamos, ao estilo que ele conhece ele é um exemplo de forma de viver, a forma de viver de seu povo, que é diferente do nosso mas ainda assim, faz o mesmo que o nosso iria fazer em seu lugar na hora de ser "um herói"! Eu fico realmente feliz que tenha captado essa ideia e que possas estar curtindo um personagem tão fora do contexto Tokusatsu, é realmente gratificante partir pra outro rumo e ainda ter o apoio dos amigos, agradeço imensamente por esse apoio de sempre e pelo comentário mais do que revigorante! Obrigado e grande abraço! \0/

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