domingo, 3 de outubro de 2021

Grund-Tharg - Cap. 11 - "- De volta ao Fosso do Réptil!"

Naquele dia em que a luta contra Orcs e Ogros havia acontecido, o dia mal havia amanhecido, haviam poucas horas que o sol despontava no horizonte e um combate ferrenho já havia sido deflagrado naquelas terras violentas e sem leis do mundo de Tholrurn… As horas passaram depois deste fato e encontravam-se agora cerca de dez quilômetros de onde Betrayal os havia deixado, seguindo em direção à região das ruínas do Fosso do Réptil, o correspondente ao oeste da Floresta Enluarada… Já aproximava-se da metade do dia atual visto que passaram a manhã a ajudar o grupo que encontraram e ajudaram a sobreviver ao ataque brutal dos orcs e ogros… Grund-Tharg e Jhon haviam se ocupado dos sepultamentos e partes mais pesadas do trabalho, enquanto Akron fazia as investigações em busca de novas entradas ao Fosso ou o que sobrou dele, colhendo informações diversas com todos os que haviam sobrevivido… Nissa e Syndra, ajudaram com os curativos e limpeza de ferimentos, mas haviam alguns dos feridos que estavam em situação bem complicada, estando além dos cuidados que as duas eram capazes de fazer…

A caravana estava pronta para seguir seu caminho, os feridos colocados nas carroças e tratados da forma que fora possível, de maneira a chegarem vivos até a cidade de destino dos mesmos… O que pode foi consertado e todo e qualquer material espalhado foi recolhido… O grupo e a caravana reúnem-se uma vez mais e eis que era Jhon quem fazia a frente estendendo a mão direita para um cumprimento: “- Estamos há tantas horas juntos e ainda não nos apresentamos… Eu sou Jhon Raven, estes são Grund-Tharg, Nissa, Syndra e Akron… Estamos em missão para a academia de WinterLess e graças à Kellintor, chegamos a tempo de ajudá-los…”

O caravaneiro, suado, sujo de sangue pois estava ajudando com os feridos, procura limpar as mãos como podia, agarra a mão de Jhon com suas duas mãos, emocionado com a ajuda prestada pelo grupo e então rebate: “- Foi falta de cortesia de nossa parte, nos perdoe… Creio que o ataque nos tirou do raciocínio normal e acabamos nos voltando ao mais visível… Eu sou Aramis, somos de Qweerhar e seguimos viagem em direção à cidade metrópole de SilverRavine… Tenho alguns amigos nessa cidade e nos falaram das grandes oportunidades das cidades maiores… Reunimos então um grupo que cogitou mudar de vida e vendemos tudo que tínhamos para recomeçar nessa nova cidade… Não era valor suficiente para pagar uma escolta é claro, ou ficaríamos sem condições de nos mantermos na nova cidade, mas parece que tomamos a decisão errada afinal de como empregar o montante que reunimos…”

Aramis que já havia soltado as mãos do kellintorita, baixa a cabeça e logo depois a ergue novamente olhando para o local onde os corpos foram cremados e suas cinzas sepultadas logo em seguida, deixando escorrer uma lágrima completando: “- Talvez pessoas de nossa posição não deveriam sonhar com nada além do que tem… Vários morreram, muitas crianças órfãs e muitos pais sem seus filhos agora… Eu realmente estou decepcionado comigo por incentivado toda essa gente honesta a me seguir…”

Jhon ia falar algo para consolar o pobre homem, principalmente vendo que os demais se cercavam dele, assim como Nissa e Syndra que se sentiam tristes com a narrativa, porém, todos foram impedidos de falar visto que Grund passou por todos eles em passos lentos e olhar firme, focando diretamente de cima pra baixo os olhos de Aramis, que de certa forma, sentiu-se intimidado tamanha a diferença de porte físico entre os dois… Grund observa o homem por alguns instantes e então dispara: “- Passar teus dias em tranquilidade, sem enfrentar desafios e deixar de correr atrás daquilo que queres não é viver… É simplesmente desperdiçar tua existência…”

O gigante então olha pra todos os que ainda estavam ali, à cada um em seus olhos… Crianças, jovens, adultos e idosos… Homens… Mulheres… Novamente ele olha então para Aramis e completa: “- Existem pessoas aqui que confiam em ti e colocaram as vidas delas em tuas mãos… Ninguém aqui é babaca pra achar que atravessar de uma região pra outra seria uma festa na taverna, todos aceitaram os riscos em busca de uma nova vida… E tu, correspondeu ao que pode, pegou em armas e ia defender quantos pudesse… Decepcionado deveria ficar se tivessem desistido de seus sonhos por conta do medo… Ergam a moral, empunhem suas armas e explodam suas forças… Nenhuma vida vale à pena sem o desafio de tê-la conquistado… Só vejo aqui vencedores em busca de uma vida que aqueça seus íntimos e suas vontades… Que Tangdarth coloque seu martelo à proteger todos vós enquanto quiserem lutar por suas vidas...”

O bárbaro vira-se, dando de costas e indo pra debaixo de uma árvore deixando à todos atônitos com as palavras perfeitamente colocadas apesar da falta de tato com os sentimentos atuais que imperavam no local, mas Aramis, o maior responsável pela existência da viagem foi tocado por tais frases e cerrando seus punhos arregaça suas mangas novamente, virando-se para os demais e berrando com um sorriso no rosto: “- Muito bem pessoal, temos de preparar algo para comermos antes de sair, todos estão com fome assim como desolados com as perdas que sofremos hoje… Faremos nosso luto e tempo de reconstrução interna quando chegarmos em SilverRavine… E nós vamos chegar lá… Vamos nos fortalecer, engolir o choro, guardar nosso sofrimento para depois, e chegaremos ainda hoje em nosso destino… Todos de acordo?”

O resultado foi impressionante, todos entre choros e lágrimas incentivaram-se e seguiram em seus afazeres com motivação… O pranto, a dor, o terror, todos esses sentimentos ainda estava dentro de cada um deles, mas eles decidiram naquele momento que não iriam desistir, Aramis os incentivou a seguir o caminho que iniciaram e quem os incentivou à isso? Um selvagem de uma tribo bárbara que jamais soube que estava a fazer tal coisa, apenas falou o que sentia, causando uma reação inesperada em todos os presentes… Jhon, Syndra e Nissa, aproximam-se de Tharg, enquanto Akron surge ao lado dele descendo da árvore sorrindo: “- Nossa… Nem eu poderia ser mais perfeito no uso das palavras… Isso foi, por mais incrível que pareça, sábio…”

Grund por sua vez coloca uma grama no canto da boca mascando a planta a fim de sorver o néctar que saía de seu caule, olhando com expressão de reprovação a Akron mas sem demonstrar uma verdadeira irritação com tal fato: “- Para de falar merda seu filhote de diabo… Apenas falei a verdade… Ir atrás de sonhos não é ficar dormindo na grama fresca… É correr riscos, se vieram até aqui, que respeitem os mortos que se fizeram e sigam em frente…”

Syndra e Nissa sorriam como se aprovassem o comentário, enquanto Jhon se mantinha sério, mas sua expressão demonstrava concordância com as palavras do bárbaro… Olhando então para Akron, o kellintorita aproveita para saber se a missão que ainda tinham de cumprir estava avançando ao passo que Akron dá um salto caindo sentado ao lado de Grund, tão perfeita e confortavelmente como se o tivesse feito naturalmente, cruzando os braços e reportando, ao antever a pergunta que Jhon iria fazer: “- Sim, nossos amigos que vieram de Qweerhar conhecem bem essa área e vários deles indicaram “aparições” para o sudeste daqui, algo em torno de uns quinhentos metros naquela elevação… Segundo eles, muitas criaturas diferentes apareciam ali e depois sumiam… Um deles inclusive citou uma caravana de carroças que desapareceu diante de seus olhos… Creio que são indícios de uma possível entrada e acho que vale à pena investigar…”

Jhon acena positivamente, a equipe de aventureiros concorda e todos se preparam para partir assim que a caravana de Aramis seguir caminho, mas são convidados a comer junto de todos antes de se despedirem, como forma de confraternização e agradecimento pela ajuda mútua desenvolvida ali... Somente após isso, os dois grupos se colocam em posição de seguir suas viagens e Aramis agradece à todos, enquanto Nissa reforçava que muitos deles estavam realmente em estado complicado, precisavam chegar à um templo o quanto antes… Todos de posse de tudo que precisavam para suas missões, seguem cada um em sua direção e a última frase de Aramis era um convite à procurá-lo em SilverRavine caso um dia fossem lá: “- Serão muito bem recebidos, todos vocês, não esqueçam disso…” Gritava o homem acenando ao grupo enquanto desaparecia na distância…

Os aventureiros seguem rumo ao local indicado por Akron enquanto Nissa comenta: “- Será que chegarão em segurança até lá? Tantos feridos junto deles, e estão tão fragilizados com a morte dos seus entes queridos..."

Syndra era quem comentava agora, considerando tudo que viu: “- Creio que eles apenas resolveram encarar os riscos com mais coragem… Sabem que pode ser muito perigoso, mas decidiram seguir a aposta que fizeram ainda em sua cidade natal…”

Jhon acena positivamente enquanto completa: “- O trajeto alguns quilômetros à frente já é patrulhado pela guarda de SilverRavine, há poucas chances de saqueadores aparecerem novamente… Creio que eles conseguirão chegar em seu destino bem e lá, existem muitos templos para tratarem seus feridos…”

Akron caminhando ao lado deles com as duas mãos atrás da cabeça, pondera diante de tudo que foi exposto: “- Não é fácil colocar a vida em risco assim e acreditar em um final feliz… Admiro a coragem deles… Poucas pessoas comuns fazem isso e considero que acertaram, vieram até aqui, agora devem seguir em frente, seria burrice retornarem tudo que já andaram… Mas ainda me intriga orcs e ogros juntos… Geralmente eles não agem assim, como loucos…”

Grund-Tharg era quem agora falava enquanto movimentava seu machado, abrindo caminho entre a trilha fechada: “- Bando de bundões, ficaram sem líder e sem comida, se reuniram para poder ameaçar mais… Orcs e ogros só se unem em exércitos, provavelmente eram o grupo desgarrado ou fugitivo de alguém… Se não morressem por nossas armas, morreriam pela arma daqueles que eles abandonaram ou de algum guarda… Devoradores de carne imundos, ainda irei erradicar essa estirpe deste mundo…”

O grupo seguiu mais uma hora em caminhada e finalmente o local elevado citado por Akron estava diante deles… Eles param, observam tudo e parecia não haver qualquer opção de entrada ou acesso para qualquer lugar… Era fato que havia ali uma espécie de “descampado”, diferente de todo o resto da vegetação, o que sim, poderia ser um indício, mas uma entrada realmente não era visível… Grund então baixa seu machado ao chão, debruça sobre o mesmo questionando: “- Então agora a gente faz o que, esmurra a pedra até abrir uma passagem?”

Akron que analisava o local vira-se para eles solicitando, sem muita esperança de que depositassem confiança em seu pedido, arriscando mesmo assim: “- Eu posso localizar a entrada, preciso apenas de um pouco de tempo… Se fosse possível, montarem guarda para que eu possa me dedicar unicamente à essa busca, garanto que poderei encontrar a forma de acessar esse lugar…” Syndra, Nissa e Jhon acenam positivamente, enquanto Grund cospe para o lado, ergue o machado sobre seu ombro o repousando assim, completando para Akron: “- Faz teu serviço capeta, meu machado protegerá tuas costas!”

Akron sorri, de certa forma aliviado ao mesmo tempo que feliz, confiança não era algo comum em sua vida, raramente alguém confiava nele… Se sentia útil, se sentia parte de algo, ele daria sua vida para poder manter esse status e assim, dedicou-se por longos minutos analisando, comparando, testando e remexendo em vários locais até que finalmente ele grita aos demais: “- Encontrei! E sei como abrir, venham, venham!”

Todos posicionam-se à frente da parte mais ampla da formação rochosa, certeiramente ela possui acima de dez metros de altura com bem mais que cem metros de largura, um portão gigante o suficiente para criaturas e caravanas poderia ser oculto magicamente ou com mecanismos ali, era fato, e exatamente ao centro dela, havia algo como uma leve depressão… Akron passa a mão no local, testa sua textura entre outros aspectos que somente seus olhos treinados conseguiam notar e explica: “- Como forma de marcar o local, essa leve depressão é menor que as demais da montanha, justamente por isso prestei atenção à ela… Parece leve demais para toda a truculência do local… Tocando nela e ouvindo o som que retorna com diferentes batidas, se dá pra notar que não é compacta como os minerais normais, ela é artificial, não há pedra por dentro e sim mecanismos… Como nenhuma chave ou outro dispositivo está aliado à este ponto, só existem duas opções, ou ela só abre magicamente ou por pressão…”

Grund continuava debruçado ao machado com expressão bastante desconfortante, ele não entendera praticamente nada do que Akron havia falado, enquanto Jhon, Syndra e Nissa dialogavam sobre como proceder… As duas arcanas então preparam suas magias de detecção para tentar descobrir como funcionava o mecanismo e era Nissa quem explanava: “- Agora vocês cuidam nossa retaguarda pois levaremos algum tempo até encontrar a magia certa, se é que se abre com magia…”

Nesse momento Tharg meneia a cabeça, irritado com tantas falas e esperas: “- Vocês ficam só de conversa fiada, se precisam de força nessa merda, vamos abrir isso logo, cacete!” O gigante rapidamente passa por entre elas se aproximando do ponto artificial mostrado por Akron, que media aproximadamente uns quarenta centímetros de diâmetro imaginários... Retesando seu braço para trás em uma ação intempestiva, todos os demais tentaram impedi-lo mas era tarde demais, o selvagem desfere um potente soco contra o ponto na montanha e instantaneamente abaixo deles, uma área de aproximadamente cinco metros abre-se, engolindo a todos separadamente por espécie de túneis de pedras polidos e assim, em queda livre, cada um deles desceu em velocidade absurda por dutos separados, por algo em média de cinco segundos vindo a cair cada um deles em um ponto diferente, sem sequer saberem em que ponto da estrutura do Fosso agora estavam…

Akron cai em meio à diversos ossos e crânios de diversos tipos de criaturas humanóides, fazendo muito barulho com a queda e seus próprios gritos e quando finalmente deteve seu movimento, a primeira atitude foi xingar Tharg em voz baixa: “- Maldito bárbaro beberrão trabalhei tanto para nada… Agora estamos realmente em perigo…”

Syndra que possui certo receio de alturas, assustou-se muito com a queda vertiginosa e não conseguiu usar seus poderes para diminuir a velocidade, vindo a cair pesadamente ao solo mas em algo que parecia fofo no momento inicial até perceber que o algo "fofo" era também peludo e que começava a erguer sua cabeça para observá-la… “- Grund-Tharg, se eu sobreviver a isso, você vai pagar caro…”

Jhon Raven logo que começou a queda, usou sua espada para atravessá-la pelo duto e facilmente controlou a queda a ponto de pousar quase que levemente ao final do mesmo, observando à sua frente um corredor escuro e que exalava cheiro de morte… Olhos vermelhos começam a brilhar na escuridão enquanto ele reconhece o que o aguardava, guardando sua espada e preparando-se para o combate…

Já Nissa descia pelos dutos com extrema tranquilidade, sua magia flutuação a permitia controlar a queda e levemente ela pousa ao final do trajeto… Um corredor se estendia à sua frente apesar do ruído de algo mexendo-se pelo chão ser constante, nada era avistado pela arcana experiente… Erguendo o dedo indicador da mão direita e passando a mão esquerda espalmada por cima, a conjuradora convoca a magia luz para averiguar o local melhor e então, seu terror iniciou-se… O local estava repleto de baratas e insetos, uma das poucas coisas que metia medo na experiente maga e então, a correria em busca de sair do local iniciou-se, sem rumo, sem metas, apenas afastar-se do barulho horripilante e nojento que aquele inseto trazia à ela… Com seus gritos ecoando pelo corredor, a maga buscava segurança em sua fuga, correndo sem qualquer precaução, sem qualquer análise ou observação, o que poderia determinar seu fim em qualquer armadilha que por ventura estivesse preparada por ali…

Tharg por sua vez, passa pela fase final do duto em que caiu como um meteoro, seu corpo pesado e a queda livre desajeitada o fizeram ser lançado como uma bala de canhão contra o local, vindo a cair rolando pelo chão, de forma desorganizada e bastante desconfortável devido às várias voltas que deu pelo piso enquanto rolava ao chão… Finalmente parando, o gigante ergue-se, machado em mãos e busca com seus sentidos o que quer que pudesse o estar aguardando ali, mas nada ouve, nada vê enquanto que os cheiros, eram os piores que ele já havia sentido… Podridão, mofo, ar pesado, cheiros ruins de todos os tipos, seu olfato não o ajudaria naquele momento… Alguns segundos sem nada se mover foram o suficiente para que o jovem bárbaro se sentisse mais seguro e então desse de ombros, analisando tudo que aconteceu e antevendo que iriam cobrar sua atitude impensada, iniciava a dar explicações ao vento: “- A gente entrou, era o que todos queriam... Agora é só achar a tal da chave e cair fora…” Tharg vira-se e começa a caminhar em direção à saída do corredor quando um impacto o atinge em cheio e o joga de volta todo o caminho que já havia percorrido, indo parar de encontro ao duto do qual saiu… Ainda sem entender o que o atingira, dois olhos muito grandes e brancos, em um corpo humanoide grotesco e mal cheiroso, adornados com uma bocarra repleta de dentes afiados o espreitavam na saída…. “- Cheiro de carne… Carne fresca… Venha pequeno, venha se tornar a refeição de Gharlotthian…”

Akron por sua vez recuperava o fôlego e a calma, analisando o local ao seu redor, buscando como sempre, com a lógica, onde estaria e como sair dali para encontrar os outros… Gritar não seria a saída mais adequada uma vez que poderia atrair outros inimigos e uma vez que já havia sido cativo do Fosso, ele sabia que muitas criaturas penavam por ali independente de seguirem ordens ou não… O local era uma fortaleza de escravos e experiências em magia negra, quanto mais prisioneiros e espécies obtivessem para testar suas macabras magias, melhor seria à eles… Porém, eles tinham a completa noção de que uma rebelião poderia ser um problema, o que fez com que os seres necromânticos que ali controlavam, deixassem toda sorte de criaturas soltas pelos calabouços para impedir fugas e revoltas enquanto trabalhavam em segurança em suas salas repletas de travas mágicas e proteções… Passo à passo, Akron usando de muita furtividade ia avançando por entre os ossos atirados ao chão, notadamente ossos humanoides, mas todos separados e espalhados como se tivessem sido colocados ali como um despejo, uma desova… O pequeno tiefling chega ao que se parece com uma porta que levaria à um local maior, e realmente o era, mas ainda à frente dele surgia um longo corredor, porém mais largo… Desolado, naquele pequeno instante Akron descuida de sua atenção total e ativa ao passar pelo portal, uma trava mágica que vistoriava do teto quem passasse abaixo e imediatamente atrás dele, os ossos e crânios antes espalhados pelo chão, começavam a flutuar, se unir, formar seres humanoides totalmente de ossos para no instante seguinte, se colocarem em carga contra o pequeno diabo! Sem outra opção, sem capacidades para enfrentar mortos vivos, tendo como aliado naquele instante apenas sua agilidade, Akron se põe à correr, pelas paredes, por baixo de móveis, pendurando-se ao teto, ativando diversas armadilhas enquanto corria como doido: “- Maldição, maldição, de onde tirei essa alcunha para mim, Sorte… Olha a minha sorte, a única criatura para a qual não tenho armas é o que surge na minha frente, às dezenas… Maldito bárbaro, ele vai se ver comigo!” Akron tentava ganhar distância enquanto os esqueletos seguiam em perseguição pelo largo e parecendo, infinito corredor!

No corredor onde a arcana Syndra caiu, por sua vez, ao ver os olhos malignos a observá-la, se lança com velocidade para trás caindo ao chão, acionando suas magias de detecção, se preparando para o combate que certamente viria e logo ela conseguiu perceber o que estava à enfrentar… Quatro patas, peludo, bastante gordo para o normal que ela conhecia sobre essas criaturas, mas com dois dentes proeminentes e um barulho que mais parecia um chiado que simplesmente à tirava de sintonia por completo… O temível e tão comentado rato atroz estava diante dela, a sentenciando com dois olhos vermelhos e sedentos de sangue enquanto ela quase que pensava o que sabia sobre aquelas feras: “- Grandes… Fortes… Rápidos… Agressivos… E com uma fome interminável… Eu tinha de cair justamente em cima de um desses?” A Arcana então tentando ganhar mais distância salta para trás uma vez mais ativando suas magias disparando rajadas de fogo contra o mesmo tentando incinerá-lo, mas estranhamente a criatura sequer sentiu o efeito, apenas apresentou uma mudança na tonalidade da cor de seus pelos retornando ao normal novamente… Syndra então se concentra, muda sua magia para uma nevasca congelante e o rato atroz, apesar de ficar coberto de gelo, apenas se movimenta e faz toda a espessa cobertura gelada cair de seu corpo, dando dois passos à frente… Nesse instante, observando sua segunda magia falhar, Syndra começa a compreender que havia mais no que enfrentava descarregando uma rajada de eletricidade brutal também totalmente ignorada, quando finalmente resolve se pôr a correr com o máximo de velocidade que podia, enquanto o rato atroz a perseguia: “- Não bastava ser um rato, não bastava ser um atroz, ainda tinha de ser elemental, ignorando toda e qualquer das minhas mais poderosas magias… Parece que hoje não é realmente um bom dia para explorar masmorras!” Syndra corre ao máximo que pode e tenta se manter longe do rato perseguidor, enquanto seguia pelo corredor que parecia não ter fim!

Já Jhon Raven, com a seriedade e serenidade que sempre fazia parte de seus atos, começa a caminhar na direção dos vultos que amontoavam-se em direção à ele… Não havia dúvidas em sua mente, mortos vivos de diversos tipos, de diversas raças, andando trôpegos e famintos em sua direção, às dezenas, em uma visão assustadora e sem fim… Jhon concentra-se e leva vigorosamente sua mão esquerda à frente, espalmada, quando então imensa luz cáustica aos seres gosmentos e cambaleantes dispara da mesma enquanto o kellintorita bradava: “- Desapareçam arremedo de seres, sua existência não é mais permitida neste mundo! EXPULSÃO DE MORTOS VIVOS!” A poderosa luz ia destruindo e dizimando boa parte da tropa de criaturas sem vida, mas a quantidade delas era maior, e parecia não parar de surgir novamente! Jhon então saca sua espada e passa a mão por sua lâmina enquanto faz uma prece à sua divindade... A espada então parece emitir um fraco brilho de luz e com uma técnica brutal quase invisíveis a olhos destreinados, o poderoso espadachim avançava sem parar, destruindo com furor as criaturas mais odiadas por ele e qualquer seguidor de Kellintor! Uma vez que suas magias tinham uma limitação para o que poderia usar por dia, Jhon tenta fazer mais uso de sua espada que de suas expulsões, porém intercalando entre eles como achava mais prudente, com os dentes cerrados de tanta fúria, avançando cada vez mais, deixando apenas um rastro de pedaços de corpos que se moviam sem parar embora completamente esquartejados pelos ataques sagrados de sua arma divina! Conforme os corpos iam se amontoando, Jhon buscava seguir à frente cada vez mais rápido para tentar atingir outro ponto da masmorra!

E finalmente no ponto onde Grund-Tharg havia caído, a criatura que falava de uma forma débil, usando sons arrastados, exibia em seus olhos tapados a maldade e a satisfação em atacar... O bárbaro sacode a cabeça buscando retomar o controle de seu raciocínio perdido com o impacto e com velocidade incrível para quem fora atingido tão fortemente, se põe de pé novamente observando aquele que se aproximava escorrendo nojentamente espessa saliva por entre seus dentes… Tharg com a aproximação do monstro, consegue finalmente definir seu inimigo, que embora nunca tivesse visto pessoalmente, já havia ouvido falar… “- UM GRIMLOCK… POR TANGDARTH NÃO ACHEI QUE FEDESSEM TANTO!” O monstro continua avançando, sem dúvida alguma ele beirava ou passava dos dois metros e meio de altura, seu corpo era uma mescla de músculos, com barriga saliente e muita pele em excesso em algumas partes do corpo… Grund-Tharg então bate uma mão na outra, seus olhos brilham e a energia que todo bárbaro carrega oriunda de sua fúria avassaladora preenche seu corpo… O selvagem abre os braços e avança preparando seu melhor ataque de punhos enquanto bradava: “- CRIATURA VIL, QUE SE ALIMENTA DE QUALQUER COISA QUE SE MOVA, SE PENSA QUE SEREI TEU JANTAR ENGANA-TE! ENFRENTA O PODER DE UM FILHO DA TRIBO DO CORCEL ALADO!” O monstro percebe a trajetória do ataque, puxa sua clava e rebate com força para deter o punho de Grund, assim como Grund percebe a tática do inimigo, colocando mais vontade ainda em seu golpe e quando os dois ataques se chocam, a clava se esfacela e o peito de Gharlotthian é atingido em cheio o arremetendo para trás com violência, caindo vários metros corredor a dentro… Grund-Tharg então se posiciona novamente, prepara-se para atacar de novo bradando uma vez mais: “- NÃO SEI PORQUE MALDIÇÕES TU VAGAS POR ESTE LOCAL SER MALIGNO, MAS ESCOLHESTES UMA PÉSSIMA HORA PRA ME TESTAR!” Como um meteoro o bárbaro avança, assim como o monstro se ergue e revida e então o choque poderoso retumba por metros e metros dentro do Fosso do Réptil, concentrando-se em um ponto específico do mesmo, onde parecia gerar uma onda sonora chamando a atenção de todos para o mesmo, embora separados todos estivessem…

Akron ouve o retumbar, sente de onde ele vem, corre como jamais correu acreditando ser um de seus aliados a tentar mostrar a saída... Em seu avanço ele derruba tudo que encontra pela frente para atrasar seus desengonçados perseguidores e dá de frente com um fim de corredor sem saída… Determinado e disposto a não morrer ali, ele rapidamente analisa a parede, observa com cuidado, esquece dos inimigos o perseguindo e aposta tudo em sua capacidade de encontrar ativadores escondidos, em uma batalha sem fim por sua vida…

Syndra houve o som, já desgastada e sem mais magias ela corre como nunca, suas pernas nunca se moveram tão rápido e com maestria e talvez com uma vontade nunca empenhada antes ela corre, com o rato elemental em seu encalço quase chegando nela… Atingindo o chão com rajadas de gelo quando passava, ela fazia o monstro cair por vezes o que a mantinha livre de suas garras por enquanto, e finalmente, uma luz fraca ao final do corredor se mostrava… Mais motivada que nunca Syndra corre, e espera escapar de seu captor no local de onde vem o som, fosse ele onde fosse…

Jhon com certeza não ignora o som e se põe em disparada em direção ao mesmo, os mortos vivos restantes o perseguem, mas são lentos e desengonçados, começam a perder espaço embora continuassem a vir! Curioso e ciente de que se havia som, poderia haver a chance de ser um de seus aliados Jhon Raven se apressa, corre como pode, uma luz fraca começava a surgir à sua frente e ele acreditava ter chegado ao lugar certo…

Em meio à toda aquela insana batalha, o local onde o som chegou e começou a reverberar se mostrava uma ampla área escura, com uma abóbada gigante revestida de símbolos e escritos incompreensíveis… Ao centro da mesma, cercada de imensas tochas macabras, algo como uma construção em formato quadrado e que parecia muito com uma tumba porém muito maior do que as maiores conhecidas surgia, escura… Fria… Assustadora…

Jhon Raven avança com passos rápidos e observa o local buscando por algo, por alguma coisa…. Ele também observa diversos corredores que desembocavam no mesmo local onde ele saiu, alguns abertos como o que ele percorreu, outros fechados como se portas não tivessem… Os estrondos poderosos continuavam, mas pareciam vir de cima da abóbada e enquanto dava passos cuidadosos para tentar entender o que acontecia ali, uma das portas de acesso que parecia lacrada se abre, e Akron sai dela correndo como nunca, ao passo que uma verdadeira legião de esqueletos vem em seu encalço…

Jhon percebe a ameaça ao aliado devido o pequeno tiefling não ter qualquer chance contra criaturas sem pontos vitais e se lança em furiosa corrida para salvar o amigo! Akron o avista, corre para ele, Jhon o alcança e sua mão direita vinha já espalmada passa pelo tiefling para só então a energia poderosa e sagrada da qual o kellintorita era imbuído explode de forma devastadora diante dos esqueletos: “- EXPULSÃO… DE MORTOS VIVOS! DESAPAREÇAM MALDITOS!”

Os esqueletos explodem de forma avassaladora, todos sem exceção viram poeira em uma cena dantesca, enquanto Jhon cai de joelhos ao chão, completamente exaurido devido aos combates e consumo de sua capacidade mágica... E enquanto o kellintorita caía de joelhos, era Akron que ao som de passos em velocidade máxima se aproximando, olha para trás e observa Syndra surgindo como um raio, seguida de perto pela criatura elemental! O especialista observa a cena, reconhece o tipo de inimigo, saca suas adagas e se põe ao encontro da arcana aliada que avistando os aliados, corre em busca de socorro…

Com extrema agilidade, apesar do cansaço, o pequeno ladino empunha suas adagas e avança com coragem, exibindo um sorriso no rosto… Em sua mente ele finalmente encontra um desafio que ele podia encarar e atingindo alcance de ataque, se joga deslizando pelo chão ficando tudo em câmera lenta para o habilidoso especialista… Seus olhos se fecham, Syndra passa por ele e o rato elemental avança… Akron sente o pulsar do coração do inimigo, ouve o sangue correndo pela jugular do ser gigante… Ele abre seus olhos e desfere dois golpes enquanto falava, e tudo então volta à velocidade normal: “- Eu sei seus pontos vulneráveis amigo… Me perdoe, mas se quer matar uma aliada minha, morrerá você então!” As adagas pareciam dançar, a primeira atinge o pescoço do rato abrindo um corte profundo deixando jorrar sangue ao chão, enquanto a segunda adaga atinge certeiramente o coração do monstro que tomba de forma violenta enquanto corria, virando-se com as patas para cima onde Akron estava ainda agarrado à sua arma, ficando de pé sobre a criatura…. Ele olha para Syndra com satisfação da virada incrível na situação comemorando: “- Olá colega… Boa hora pra gente se achar não é?”

Os estrondos continuavam por cima da abóbada, Jhon observando tudo presta atenção ao corredor por onde saiu e finalmente os mortos vivos que o perseguiam alcançam o local… Centenas deles chegam e completamente obstinados embora desengonçados, seguem em direção ao grupo que, iniciando por Akron, começa a recuar em direção de Jhon Raven… Exausto e sem suas expulsões não havia como o seguidor de Kellintor derrubar os mortos vivos agora, Akron não tinha órgãos vitais à atingir nos inimigos que avançavam e Syndra, ainda estava descontrolada e não conseguia usar seus poderes que também estavam bastante consumidos devido a tantas tentativas de derrubar o rato elemental…

Então, os estrondos que todos ouviam insistentes pelo local ficam mais fortes e quando os mortos vivos se aproximavam perigosamente do grupo, o teto quebra e entre os dois grupos, cai ao chão bastante ferido e completamente zonzo a criatura Grimlock, para logo em seguida Grund-Tharg descer pelo mesmo buraco como um meteoro, com os dois pés sobre o monstro parando para finalmente observar tudo que acontecia no lugar… Arfando e ainda consumido pela fúria Grund olha para trás de si e observa Jhon, Akron e Syndra… Ele vira-se para frente e observa os mortos vivos avançando… Tharg abre os braços, urra e chuta Grimlock no estômago o fazendo voar contra os mortos vivos, arremessando-os por vários metros para trás, ganhando um tempo precioso para preparar sua próxima e explosiva ação…

Se colocando em corrida vigorosa, o bárbaro chega até o monstro Grimlock o apanhando pelos pés, gira com ele duas vezes e então avança contra os seres gosmentos berrando, os atacando com o próprio monstro como arma improvisada: “- SE TEM FILHO DA PUTA SOBRANDO, ENTÃO EU VOU ESMAGAR ESSES FILHOS DA PUTA, COM ESSE OUTRO FILHO DA PUTA AQUI!” Em uma cena inexplicável, o que se podia ver era Grimlock sendo usado por Tharg contra os mortos vivos como um tacape vivo para manter distância de suas mordidas venenosas, destruindo os corpos dos mesmos com os impactos violentos, até que restaram apenas dezenas de seres gosmentos somente pelo local persistindo no ataque insano, momento em que Grimlock foi arremessado contra uma das paredes do local esmagando mais alguns andarilhos sem vida, permitindo que o selvagem Grund-Tharg finalmente sacasse a maça presenteada a ele por Lady Betrayal, destruindo por completo os inimigos que ainda haviam ficado de pé em um ataque furioso e incapaz de ser realizado por qualquer pessoa que se considerasse um civilizado…

Arfando ao meio da imensidão de pedaços de criaturas desmantelados, esquartejados e sem chances de atacarem novamente, Grund-Tharg segue caminhando em direção ao Grimlock que ainda ofegava ao chão da parede onde fora arremetido… Com seus olhos brancos ele observa Tharg, passa a língua pelos dentes pontiagudos e completa sua última e infeliz frase: “- Carne difícil, mas ainda quero comer…” Grund guarda sua maça e empunha seu machado, arremetendo o mesmo para trás e desferindo o golpe final: “- COME ISSO ENTÃO CHACAL!”

A cabeça do monstro caiu ao longe, enquanto o corpo do mesmo vertia sangue em espasmos assustadores e já sem vida… Grund vira-se e caminha em direção aos demais que finalmente conseguiam tempo para respirar depois de tantas situações tensas e frenéticas… A fúria de Grund começa a se esvair e então todos conseguem organizar os pensamentos a ponto de perceberam finalmente que nem todos eles haviam chegado naquele local… Como se em resposta aos seus pensamentos, um grito feminino e ininterrupto começa a surgir por um dos corredores, ficando cada vez mais alto e mais próximo… Todos empunham suas armas e se preparam para o esforço final e eis que Nissa surge, em pânico, correndo e passando como um relâmpago por todos, vindo a esconder-se atrás de Grund-Tharg, completamente desesperada deixando todos prontos para enfrentar o que quer que saísse em perseguição à poderosa maga…

Então, os “monstros” começam à surgir e retornar para dentro do corredor, incomodadas com a luz que as tochas impeliam, milhares, talvez mais que isso, saindo e retornando para a escuridão do corredor sem parar… Baratas, simples e puras baratas acompanhadas de alguns insetos variados, que perseguiram Nissa com afinco mas desistiam ao dar de frente com a luminosidade pouco tolerada por estes seres tão acostumados ao escuro… Todos desfazem suas poses de combate e viram-se para a aliada Nissa, esperando claramente uma explicação para tudo, ao passo que finalmente percebendo estar diante de seus aliados em uma situação que sem dúvida alguma havia exposto algo muito pessoal sobre ela e que ela preferia não ter revelado… Todos ficam a observando com olhares que diziam claramente o que Grund foi o primeiro a dizer como sempre: “- Tá de sacanagem que tu tava fugindo… Disso?”

Nissa percebe a situação, se recompõe, arruma seus trajes e tenta se demonstrar no controle de si mesma, observa à todos feridos e cansados e então tentando contornar toda a situação embaraçosa, completa sem muitas opções: “- Eu… Tenho… Fobia de baratas… Nem tudo que põe medo… Tem quer ser gigante… Baratas… Assustam…” Bastante sem graça e com os demais a observando com olhares que variavam de reprovação ao deboche, no final todos começaram a rir, até mesmo Tharg, obrigando a própria Nissa à rir no final da cena terrível que ficaria gravada com certeza em sua reputação!

Jhon então recostou se em uma das paredes e ponderou: “- Se não quisermos voltar aos túneis nossa única opção agora é essa espécie de tumba, mas… No estado em que estamos, creio que não seremos páreos para o que quer que esteja aí dentro… Precisamos nos recompor, por pelo menos uma hora… Vamos montar guarda e tentar recuperar nossos dons antes de seguir em frente, todos de acordo?”

O grupo então concorda com Jhon e Tharg sequer faz menção de tentar qualquer outra opção, evitando que lembrassem de que sua atitude os colocou naquele local onde agora estavam exaustos e feridos… Com determinação e ainda bastante capaz de combater, Tharg se põe em guarda enquanto os aliados se recuperavam para iniciar a invasão ao centro do local aterrorizante...

Galeria de imagens:

Mortos-vivos:
Tratam-se de seres que estão mortos e permanecem mortos (sem funções biológicas que mantenham ou sustentem a vida), mas agem como se ainda estivessem vivos, podendo se mover, ter percepção ou mesmo consciência.Vampiros, fantasmas, liches… A morte não é o fim da existência para essas criaturas, mas o início de uma nova história. Monstros que são retratados como seres que se alimentam de carne humana, essência espiritual dos vivos, emoções e outras fontes de energia, levando suas vítimas para a morte final ou a decadência mental completa. Por isso, a figura dos mortos-vivos como oponentes ou sendo interpretados por jogadores em campanhas de RPG podem ter uma história simples ou complexa, dependendo do tipo de narrativa a ser jogado. Tais criaturas se dividem em seres corpóreos, que possuem matéria e um corpo físico, como os vampiros, zumbis, múmias, esqueletos e liches. Já os incorpóreos são aqueles que são feitos de ectoplasma, como os espíritos, fantasmas e espectros, dentre outros.  Esses personagens são bem famosos no público rpgista, especialmente em RPG’s do Mundo das Trevas ou como inimigos de grupos de aventureiros em fantasia medieval, sobretudo para personagens de classes como Clérigos e Paladinos de deuses bondosos.


Sub-tipo esqueletos:
Esses são bem clássicos, os esqueletos são criaturas animadas através de magia de algum conjurador, que os manipula para servir ao seu mestre. São basicamente ossadas vivas, autômatos com pontos de luzes avermelhadas que circundam suas cavidades oculares vazias, e quase sempre são colocados como escravos ou somente para lutar sob as ordens desse chefe. Em algumas vezes eles possuem os restos apodrecidos da armadura ou das roupas que vestiam quando morreram, em outras estão completamente sem nada, apenas seus ossos como base completa e nada além! Estes seres uma vez convocados atacam até serem destruídos pois é para isso que foram criados... A maior parte das vezes não possuem consciência e a maioria dos RPG’s que tratam de esqueletos convocados são na sua forma de guerreiros usando espadas e escudos, sendo comandados pelos mestres necromantes à lutar ou somente servir como escravos “sem consciência”. 

Sub-tipo com restos de carne ou ainda completos:
Segundo a religião vodu – originária do Haiti – as criaturas que conhecemos como zumbis podem ser criadas através de rituais de magia. Os feiticeiros têm a capacidade de criar e controlar corpos de pessoas mortas a bel prazer como suas marionetes. A palavra “zumbi” é igualmente cercada de mistério, mas sua origem pode estar nos termos nzambi ou nzumbi, que, em alguns idiomas do oeste africano, significam “divindade” ou “espírito ancestral”. Tal morto-vivo causa fascínio aos espectadores de filmes e séries do gênero terror como The Walking Dead, Resident Evil e A noite dos mortos-vivos, por exemplo. No RPG ele tem participação em grande parte dos sistemas de fantasia medieval, sobretudo em aventuras que levam o grupo de jogo a visitar tumbas e cemitérios, enfrentar bruxos e necromantes malignos que usam da necromancia para profanar o descanso dos mortos, quase sempre com objetivos vis. Da mesma maneira que o descrito com os vampiros, personagens jogadores também podem se tornar zumbis e é interessante constatar que esse é um tipo de morto-vivo bem desprezado pelos sistemas, colocando-os como fracos e lentos. 

Rato Atroz:
Rato enorme, maior e mais feroz que qualquer cão domesticado ou selvagem! Com uma pelagem grossa e emaranhada, possui olhos malévolos completando com garras poderosas e uma cada comprida, forte e desprovida de pelos! Ratos atrozes são carniceiros onívoros, atacam para defender seus ninhos e territórios, podem atingir até 2 metros de comprimento e pesam mais de 250Kg. Seu olfato e audição aguçada compensam sua baixa visibilidade e seus ataques combinados entre garras, mordida e golpe de caudas são mortais! No caso do perseguidor de Syndra, os necromantes modificaram um rato atroz normal para o tornarem imunes à magias com clara intenção de ser capaz de derrotar possuidores de dons arcanos de níveis ainda em evolução!

Grimlocks:
Grimlocks são humanoides selvagens que viveram nas profundezas do mundo por milhares de anos. Como tal, eles perderam a visão nas cavernas sem luz e substituíram sua habilidade de sentir o mundo ao seu redor por um agudo senso de olfato e localização. O submundo é um lugar selvagem e grimlocks são tão primitivos quanto. Eles fazem roupas rudes com a pele de animais e armas de pedra. Com uma pele cinza levemente escamada que geralmente apresenta cicatrizes de caçadas em passagens estreitas, talvez a característica mais marcante de um grimlock seja a completa ausência de olhos ou órbitas. A pele em branco se estende pela parte superior do rosto, dando aos grimlocks uma aparência sombreada e mascarada, sua altura média é de 2 metros a 2,50 metros enquanto o peso médio é de cerca de 180 quilos.

Grimlocks preferem viver isolados em suas tribos, mas seu isolamento é frequentemente interrompido quando devoradores de mentes invadem suas matilhas em busca de forragem de escravos ou, como é mais comum, seus campos de cogumelos são arrasados ​​e suas cisternas de água são drenadas por Drows. Isso deixa os grimlocks famintos e desesperados, e eles são forçados a invadir as comunidades da superfície para sobreviver. Por esta razão, os grimlocks são odiados pelos habitantes da superfície.

Reza uma lenda entre o povo bárbaro que os Grimlocks são descendentes de humanos com ancestrais Tangdarth das tribos Águia Reluzente e Cavalgantes Vermelhos. Há muito tempo, essas tribos bárbaras desapareceram no subterrâneo por meio de uma passagem que desce abaixo da Pedra Unificada, o monte ancestral Tangdarth localizado no extremo leste da Floresta Enluarada e depois de anos vagando nas passagens sem luz do subterrâneo, esses bárbaros acabaram por se modificar para os atuais grimlocks. Eles ainda mantêm vestígios distorcidos de suas tradições antigas, incluindo uma forma depravada de adoração aos ancestrais que envolve o consumo dos idosos e fracos enquanto ainda vivem... Seria lenda apenas ou essa é a verdadeira origem de um Grimlock?


Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

O dia amanhecia, como há muitos dias não acontecia, com o grupo despertando em camas, dentro de moradias, o cheiro de comida nova emanava pe...