sexta-feira, 12 de outubro de 2012

E mais uma perda... Ô semana difícil... =(


Há 11 anos, uma pequena coisinha linda nasceu, aqui mesmo em nossa casa... Lindinha, patas grandes, parecia estar usando pantufas... Assim nasceu seu nome, Pantufa! Dentre uma “ninhada” de 03 filhotes, ela se destacou desde cedo por suas atitudes meigas, carinhosa, sempre pronta para dar um carinho... Isso fez com que não conseguíssemos doá-la como doamos os seus dois irmãos e ela passou a fazer parte de nossa família... 



Com a partida dos irmãos e de sua mãezinha que faleceu vítima de atropelamento, ela e Simba, passaram a somar como membros moradores dessa casa e eram considerados, os nossos filhos... Bons anos transcorreram, a amizade entre nós aumentou e muito e ela passou a ser aquela que sempre nos recebia, aquela que sempre estava ao nosso lado, aquela que sempre era presença marcante... Não gostava de andar muito no pátio, no máximo saía até o fundo do pátio e logo retornava para perto de nós e se sumíamos do nada, saindo do local onde ela havia adormecido, tão logo despertasse ela saía correndo e gritando atrás da gente, correndo e pulando para nosso colo assim que conseguisse nossa atenção! Como membro da família, tinha muitas de suas vontades respeitadas e era de certa forma consultada para muitas decisões, do tipo, prefere dormir aqui ou em tal lugar e ela decidia onde queria ficar... 



Aos 4 anos de idade, ela teve uma infecção urinária, a tratamos e achamos naquela época, " - Nossa, coitada da Pantufa, estava tão doente, ainda bem que melhorou..."  A gente não sabia o que nos aguardava...

Aos 10 anos de idade, descobrimos um caroço, na parte da barriguinha dela e a levamos a veterinária; segundo ela, se chamava mastite, um acumulo de líquido no local, facilmente retirado e aproveitando, a castramos para que os hormônios não fizessem criar novamente o acúmulo. Alguns meses depois, menos de um ano, um novo caroço, dessa vez diferente, duro e também, na parte da barriga... Novamente fomos à veterinária e dessa vez, a tristeza da notícia, era câncer,um nódulo canceroso. Nosso martírio começou...
Foi feita a cirurgia necessária, o nódulo foi retirado e ela voltou pra casa, com a perspectiva de que ali tivesse terminado o problema do câncer, pois havíamos tirado o nódulo, porém, alguns poucos meses depois, um novo nódulo próximo daquela mesma área e um outro abaixo da pata direita dela... Novamente fomos à veterinária, novo exame, era possível remover os nódulos, mesmo o maior deles que tinha quase 3 cm. Cirurgia feita, ela voltou pra casa, mas depois de alguns dias, os pontos se soltaram, ela precisou ir de novo, mais pontos, mais injeções, mas torturas ao corpinho dela e uma tristeza sem fim pra mim e pra minha esposa... Muitas semanas se passaram e a cirurgia dela cicatrizava com dificuldade e quando finalmente foi possível a segurar de novo sem a machucar e examinar, meu mundo veio abaixo... Pantufa estava com um nódulo gigante, logo abaixo do anterior que tanto demorou a cicatrizar, dessa vez com quase 7 cm, ia do seu peito à sua barriga... Junto com ele, outros menores começaram a proliferar por todo seu corpo, saíram por entre as vértebras, por entre as costelas e segundo a veterinária, estavam por dentro de sua caixa torácica se direcionando aos órgãos... Ela ainda se alimentava, mas caminhava com dificuldade e tudo era lento para ela, pois se notava que o nódulo a estava incomodando...



Com o passar dos dias, as coisas pioraram e muito... Sua fome deixou de existir, sede nem parecia que ela tinha... Ela não mais comia, não bebia, quase não se mantinha em pé e só queria estar deitada... A veterinária veio novamente nos visitar e então meu mundo perdeu o chão, eu estava ouvindo da médica veterinária o que mais temia ouvir: “ – Nada mais podia ser feito pela Pantufa... Por mais que tivéssemos tentado curá-la do insistente câncer, ela só iria piorar dali para frente... Vômitos, dor intensa, convulsões e até mesmo cegueira era o destino traçado pelas previsões da médica... Em dois dias mais, nossa querida gata praticamente só conseguia mexer os olhos e espichar suas patinhas dianteiras, adivinhem para quê? Apenas para ronronar para nós e nos tocar com suas lindas e redondinhas patinhas... Aquilo nos destruía por dentro, pois estávamos vendo um bichinho tão amado, condenado a morte lenta e dolorosa por uma doença irrefreável e sem nenhuma piedade e tudo que ela, com sua fraqueza e agonia profunda, em seus momentos de alívio da dor fazia, era nos observar com ternura e tentar nos alcançar com suas patinhas como querendo nos dizer “fiquem mais perto, quero ficar perto de vocês”...



Sem mais opções e a vendo sofrer dessa forma, procurei a veterinária uma vez mais e ela foi, de certa forma severa, mas ao mesmo tempo, responsável e correta comigo, me dizendo o seguinte: “ – Infelizmente, não existe mais nada a ser feito por ela. Tudo que vai acontecer com ela agora, é piorar e piorar muito... Dor, sofrimento, cegueira, vômitos, convulsões e mais dores... Se quiserem, possa dar morfina, mas isso não vai retardar o processo nem devolver os movimentos a ela, apenas vai evitar que ela sinta a dor enquanto o câncer a consome... É hora de começarem a pensar em não ser egoístas querendo que ela fique com vocês, sofrendo como ela está sofrendo...” A decisão mais difícil de toda minha vida em meus 37 anos de idade, foi tomado nessa dia... Dia 10 Out 12... Foi quando eu e minha esposa, entre choros convulsivos e vendo o sofrimento crescente dela, decidimos que não queríamos vela sofrer mais... Ela foi levada a veterinária, examinada novamente e constatado que nada mais podia ser feito, aos gritos da pobrezinha de tanta dor, um anestésico foi administrado e alguns minutos depois, enquanto eu a minha esposa seguravá-mos suas patinhas, as mesmas que ela espichava para nos tocar dias antes, a veterinária executou a eutanásia com a administração do produto para fazê-la dormir pra sempre...



Não podem imaginar minha tristeza ao digitar essas linhas, muito menos poucos podem imaginar a tristeza de olhar naqueles olhinhos, segurar suas patinhas e saber que ela não voltaria dali... Saber que eu estava levando um animal amado como ela para ser sacrificada... A dor ao ver ela ter os últimos espasmos, ao ver seus olhinhos perderem a vida ainda me corta a alma e não consigo parar de me culpar por todas as atitudes que tiver de tomar... Cirurgias, injeções, comprimidos, e por fim, eu mesmo a levei para morrer... Minha esposa e eu ficamos inconsoláveis e ainda, precisava-mos realizar o sepultamento dela... Com certeza, 10 Out 12 marca um dos dias mais tristes de minha vida...



Quero te dizer Pantufa, estejas onde estiveres, que mesmo com tudo que me culpo por ter feito, sei que o fiz para te livrar dos sofrimentos... Posso ter errado, talvez hoje tu me ache o ser humano mais cruel do mundo e talvez eu realmente seja, mas apesar de tudo que me culpo e do tanto que choro por ter feito o que fiz, meu amor, meu carinho e principalmente minha saudade, vão estar contigo seja onde for... Não imaginas como é entrar dentro de casa e não te ver vir me receber, não poder te colocar no meu braço e ouvir tu ronronar ou mesmo saber que nunca mais poderei brincar contigo e te fazer carinho como durante os felizes 11 anos que estivesse conosco eu pude fazer...

Nenhum animal pode ser substituído, cada um tem sua personalidade e estilo próprio e nunca um será igual ao outro, por isso, jamais terei de novo uma “Pantufa” aqui em casa, pois tu és única minha filha linda... Assim, outros gatos virão viver nessa casa um dia, mas o teu lugar e a tua lembrança, estão eternizadas nessas fotos e muito mais em nossos corações, pois tu estava conosco desde que casamos minha esposa e eu, e te tornastes algo que faz falta a cada instante de nossos dias, pois cada canto dessa casa, cada canto de nosso coração está lotado de lembranças tuas, das tuas brincadeiras, das tuas correrias, das tuas farras com papel e demais coisas que encontravas pela frente e jamais, nosso coração conseguirá esquecer-se de tudo que tu realizou ou representou para nós durante tua permanência aqui!



Viestes ao mundo de forma tão bela, conquistastes nosso coração tão facilmente e te tornasse parte de nosso dia a dia, principalmente dos bons momentos e agora tu te vais dessa forma tão dolorosa, e ainda eu sou o responsável por tirar tua vida... Que tu possa enxergar em minhas atitudes as intenções que tive e possas um dia me perdoar, mas mesmo que isso não seja possível, meu coração ainda se contorce de culpa, mas principalmente de amor e saudade por ti, pois tudo que consegui reter comigo de ti, foram as fotos e as lembranças que jamais irão sumir de minha mente e meu coração!

Que estejas bem Pantufa, que estejas realmente liberta de todas as dores e sofrimentos que te atormentaram nas últimas semanas e que possas novamente voltar a correr e brincar como tanto gostavas, ao lado de tua mãe, teu pai e teus irmãos já falecidos; daqui, estaremos sempre pedindo pela tua felicidade e tua alegria, mesmo que longe de nós... Nosso coração se contorce de dor com tua ausência, mas se reconforta em crer que realmente estás liberta de tudo que sofrestes aqui. Amamos-te muito minha filha, sempre te amamos e sempre vamos te amar, hoje e sempre...

Aldo e Paula Mesquita... Com saudades que nunca irão sumir de nossos corações... 

2 comentários:

  1. Oh, amigo... sei como é isso... são como se fossem membros de nossa família! A saudade fica, as lembranças boas também.

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  2. Grande amigo, esse comentário segue pela PANTUFA e SIMBÁ. É muito triste mesmo. Você deve lembrar de como a JURUBEBA morreu, a minha gata. ALiás, ela é MUITO parecida com a sua gatinha pantufa. Bem, agora lá na casa de minha mãe temos a TILICA. Esses animais são maravilhosos e é duro de mais a perda deles. Desejo toda a FORÇA do mundo. Tenho tido muito pouco tempo na net...Aliás, me perdoe o sumiço. Fique na paz.

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