sábado, 28 de dezembro de 2019

O avatar da natureza - Athena!

Era uma vez uma história muito linda, mas que não terminaria assim... Yrlissa, minha mãe, elfa... Walker, meu pai, humano... O local? A Floresta Alta e sua “filha” mais conhecida, a cidade de Águas Ruidosas... Ela uma curandeira dedicada ao aprendizado medicinal das plantas, moradora de Floresta Alta e ele um caçador, para sustento, nascido e criado em Águas Ruidosas... Emboscada por uma ursa furiosa, sem opções Yrlissa aceitou ajuda dele no dia em que se viram pela primeira vez e desde então, marcavam encontros na floresta para degustar a companhia um do outro... Primeiro o interesse de agradecimento e de curiosidade, em seguida a amizade, depois o amor... É dito que as elfas apaixonam-se uma única vez na vida e caso percam seu amor, muitas vezes tiram a própria vida pelo pranto da perda e por isso, o povo élfico desaprova tanto o amor entre eles e outras
raças, especialmente a humana que detém uma vida curta se comparado aos elfos... Mas ninguém controla um coração e em pouco tempo de convivência, Yrlissa e Walker eram muito mais que amigos... O tempo foi passando e resolveram que era hora de se tornarem um só... Walker recebeu Yrlissa de braços abertos em sua casa, para viver com ele na cidade, ao que ela aceitou de bom grado, não sem antes ter sido expulsa de sua comunidade élfica pelo que eles chamavam de afronta aos costumes. Cinco longos anos se passaram o amor deles deixou de caber entre os dois e então explodiu em forma de nova vida, que é quando eu passo a fazer parte dessa história... Para muitos moradores da cidade, que já não achavam “correto” uma elfa com um humano, o resultado dessa mistura era bem mais incompreensível ou aceitável... Fui obrigada a conviver com olhares nada agradáveis e piadas das quais até hoje me sinto agredida, devido a minha condição híbrida... 

Mas apesar dos dissabores, o tempo ia passando e eu atingi meus 12 verões dividindo aprendizados, muito mais humanos do que élficos, devido a convivência maior com estes últimos... De qualquer forma, isto não me impediu de adquirir o gosto pela caça, pela pesca, pelas plantas, pelas florestas... Minha mãe ensinava sobre as plantas, sobre os animais, sobre o mundo selvagem enquanto ele ensinava a sobreviver, boa parte na floresta, a fim de conseguir alimento e sustento para todas as demais necessidades mas muito mais em sociedade, onde me ensinou a lidar com pessoas de diferentes índoles e caráteres... Tudo ia bem demais, parecia que mesmo com os olhos torcidos da população teríamos uma vida descente juntos, porém o grande incêndio aconteceu, o mercado central foi de alguma forma atingido por chamas intensas... Incêndio criminoso diziam todos e quando percebemos, a milícia estava a bater em nossa casa aos berros de “entreguem a aberração ruiva”! Minha mãe e meu pai não sabiam o que acontecia mas por questão da truculência à porta, me fizeram sair pela janela dos fundos não sem antes deixar as palavras que eu jamais esqueceria e que iriam nortear minha vida... Lembro como hoje de minha mãe me segurando pelos ombros e dizendo com olhos em lágrimas: “- De maneira alguma apareça até que seu pai ou eu a chamemos, isso é uma ordem! E caso algo dê errado, encontre verdadeiros amigos e viva ao redor deles!” Em pânico com aquelas palavras nada agradáveis, eu corri em direção as paliçadas, consegui escalar os mesmos e saltar dali para uma copa de árvore, buscando avançar e me ocultar entre os demais galhos... A noite estava alta e a lua clara como nunca e de árvore em árvore eu fui acompanhando tudo... Meus pais amarrados e levados para o centro da praça onde foram presos pelos pulsos e chicoteados... A pergunta era sempre a mesma, onde eu estava... Eu queria ir de encontro a eles mas ao mesmo tempo queria obedecê-los e eis que uma gritaria em meio a multidão arremeteu meu pranto como nunca. Meu pai e minha mãe foram descidos da prisão em que estavam e levados para a forca logo próxima... Diante dos aplausos da vila inteira eles foram enforcados sem qualquer piedade e tudo que eu sabia é que procuravam por mim.... Eu fiquei em estado de choque... Não sabia como reagir... O que fazer, pra onde ir, como proceder... Eu fiquei ali, travada, observando tudo enquanto o povo vibrava com a morte deles... Os minutos foram se passando, a selvageria acalmou, as pessoas foram indo pra casa, a noite foi ficando mais densa e tudo se aquietou, menos o meu pranto e um outro sentimento que começava a crescer mas eu não percebia ainda... A noite terminou e eu continuava ali a olhar meus pais pendurados sem saber o que fazer... 

O dia passou e eu me mantive no mesmo lugar... Fome, sede, necessidade, nada parecia me tocar quanto a imagem que ainda mantinha na mente dos dois pendurados em plena praça... A noite chegou uma vez mais e então parecia que algo me impelia a me mover... Sem saber ainda em que momento tomei esta decisão, eu decidi que ia descobrir o que havia acontecido, porque me procuravam, porque... Mataram meus pais... Movendo-me com passos leves e preparados como meu pai me ensinou para a caçada, entrar na vila sem ser vista, a noite, foi algo muito fácil para mim... Comecei a andar de casa em casa, tentei chegar a minha mas a milícia mantinha guarda, ou seja, eles ainda me queriam e eu nada sabia do motivo... Pelo meio dos matos que cresciam por entre as construções cheguei ao quartel da milícia e fiquei a ouvir o que conversavam... A noite ainda estava começando, eles não iriam falar sobre algo enquanto houvessem superiores na volta, então rastejei para debaixo da sede e esperei até que as horas passassem e alguma coisa fosse finalmente dita... A madrugada então chegou, o sono começava a bater nos guardas da hora e eis que talvez para se manterem acordados, os sentinelas da hora que assumiram o quarto de hora começaram a falar:
Miliciano 1: “- Será que vão encontrar a incendiária?”
Miliciano 2: “- Eu creio que não, é provável que tenha fugido pra floresta!”
Miliciano 1: “- Os burros dos pais podiam ter entregado ela e ficado vivos...”
Miliciano 2: “- Burros mesmo, se ela não cometeu crime, não teria nada a temer...”
Miliciano 1: “- E o filho prefeito contou que viu ela ateando fogo no mercado, isso é o tipo de crime punido com a morte, não há regalias quanto a isso...” Meu mundo desabou após ouvir essa conversa... Travik, o filho gordo e encrenqueiro do prefeito que vivia a causar problemas e a ser acobertado por seu pai igualmente repugnante, deveria ser o responsável pelo incêndio e pôs a culpa em mim devido nossa indiscutível intolerância que nutrimos um pelo outro... Meus pais morreram para me defender... Isso não era algo perdoável, meus pais morreram porque um ser arrogante mentiu... Aquele sentimento que eu ainda não conhecia estava mais forte do que nunca, mas eu me controlei e defini que eu precisava antes de mais nada, saber se havia sido Travik o incendiário mesmo... Quase sendo cegada pela raiva e pela dor eu fui até a casa dele, janelas abertas como sempre, enfiei com violência dois sabugos de milho naquela boca rasgada para que não pudesse gritar e enquanto ele tentava fazer barulho eu o arrastei para fora com forças que tirei não sei de onde... Nas sombras, próximo a paliçada eu subi pra cima dele e o encarei nos olhos com a maior raiva que já senti dizendo a ele:
Athena: “- Perguntarei uma vez só, não desperdice a chance de ficar bem... Você incendiou o mercado?” Ele se mijou todo e temendo por sua vida, acenou positivamente para mim... Era tudo que eu precisava saber!

No dia seguinte eu já havia me deslocado várias horas de Águas Ruidosas, andava uma parte pelas copas das árvores, outras pelo chão para descansar o corpo e então resolvi tomar um banho ao rio... A água a minha volta, que estava límpida ficou vermelha tão logo o sangue seco foi escorrendo de meu corpo... Um dia eu voltaria a Águas Ruidosas para descobrir quais teorias formularam para o filho gordo do prefeito todo perfurado, mas meus pais estavam vingados... No entanto era fato também que esse retorno iria demorar, eu jamais iria morar em meio aquele povo doente, racista e preconceituoso novamente... Bastou acusarem a diferente aqui de algo e ninguém questionou a veracidade da acusação, principalmente porque o filho da autoridade é quem tinha denunciado! A civilização não era boa quanto eu achei que pudesse ser, mas eu ainda precisava seguir o conselho de minha mãe... Encontrar amigos e viver entre eles... Removi minha roupa, me lavei e depois lavei minhas vestes... Subi para sobre as árvores e ali fiquei por horas esperando que minhas roupas secassem... A noite chegou, me vesti e apanhei algumas frutas... Amarrei-me com cipós para não cair e dormi por longas horas... O dia raiou novamente e enquanto despertava com as dúvidas de que caminho seguir agora, percebi assustada que alguém estava do meu lado. Me preparei para me defender mas ela simplesmente sorriu e me alcançou uma maçã... Obviamente não apanhei a fruta e enquanto eu não fazia qualquer gesto além de me posicionar defensivamente, ela começou a falar mesmo que eu me mantivesse arredia... 
Ashemi: “- Eu sou Ashemi... Yrlissa foi uma grande amiga... Quase trilhou o caminho do druida como eu, mas preferiu não afastar-se da convivência dos elfos... Somente algo forte como o sentimento por seu pai poderia fazê-la mudar de ideia... Mas veja, embora a tristeza de perder seus pais, saiba que seria bem mais triste para eles partir em períodos diferentes e ficarem separados... Eles estão juntos na morte e agora confiam sua nova vida a mim...”
Athena: “- Nova vida?”
Ashemi: “- Sim... A vida que sua mãe amava e que seu pai dominava... As florestas... A caça... Os animais... As plantas... A natureza... Aliás, morte e vida, são partes da natureza e seus pais apenas seguiram esse ciclo... Chegou sua vez de seguir o seu, jovem Athena...” Fiquei por alguns segundos a pensar no que dizer e então vi pássaros pelos galhos, um lobo filhote sentado ao pé da árvore olhando para mim, assim como outros animais a passar pelo local sem nos ameaçar ou estranhar de forma alguma... A frase de minha mãe “encontre amigos e viva ao redor deles” explodiu em minha cabeça enquanto olhei de novo para Ashemi que completava:
Ashemi: “- A fúria de uma tempestade, a força suave do sol matinal, a astúcia da raposa, o poder do urso – tudo isso está sob controle do druida minha menina. Entretanto, um verdadeiro druída não se considera um mestre da natureza, isso é uma afirmação que não passa de simples bobagem dos habitantes das cidades. O druida não adquire seu poder controlando a natureza, mas se tornando uno com ela, uma pena que para os profanadores dos bosques sagrados dos druidas, e para os que sentem sua fúria, a distinção não é muito clara. Posso te ensinar tudo isso e muito mais pequena Athena... Conjurar magias divinas, magias e habilidades essas que surgem do poder da natureza, da comunhão com os animais além de uma grande variedade de poderes mágicos conforme adquirir experiência e sentir-se á vontade na presença de Mielikki... Então, o que me diz jovem Athena, filha de Yrlissa e Walker?” Eu a observei no fundo de seus olhos por alguns instantes e então apanhei a maçã e a devorei com vontade demonstrando meu sim, em meio a um primeiro arremedo de sorriso depois de tantos dias trevosos...

Fui então apresentada a ordem druídica, o filhote de lobo que me olhava ao pé da árvore quando encontrei Ashemi, era integrante de uma matilha e sua mãe, a qual descobri chamar-se Nemeya, aceitou-me como parte da mesma... Ashemi não tinha casa ou cabana, vivia pela floresta, eu já me considerava uma privilegiada pois tinha mãe e irmãos agora. A druida então me treinou em tudo que eu poderia aprender naquele momento, o restante se daria por meu esforço e evolução nos anos que viriam e rápido como uma flecha cruzando os ares, ao alto de meus 21 verões, fui designada para começar essa evolução. O Conselho Druídico de Floresta Alta me pediu que fosse até a região de Duvik para investigar anomalias no bosque dos Picos da Tempestade e comecei minha jornada em companhia de meu irmão! Sim, aquele lobo que me esperava ao pé da árvore daquela vez, se tornou meu companheiro e seu nome é Fenris. Aliás, se hoje tenho uma família seriam essa família de lobos... Enfim, comecei minha aventura e algumas horas de caminhada foram suficientes para encontrar a caminhar pela estrada um Aasimar, um tocado pelos planos divinos como chamamos... Um híbrido como eu na verdade, o que talvez tenha feito eu aceitar sua companhia tão facilmente... Sorridente e carismático, parecia confiável... Me mantive cautelosa mas com o passar das horas e a noite em que acampamos juntos, me senti mais confiante ao seu lado e seguimos para Duvik. Seu nome é Kinseph e segue alguma divindade relacionada ao sol e a vida... Tão logo chegamos ao vilarejo, fomos ter com o curandeiro de lá e captamos informações da missão, que aliás eram similares... Eu deveria investigar o comportamento estranho de uma floresta e Kinseph deveria tentar curar a população de uma febre mortal que estava dizimando os cidadãos e que misteriosamente era transmitida pela água cuja nascente vinha da floresta a qual fui encarregada de investigar! Na manhã seguinte nos preparamos para sair e conhecemos mais um companheiro de jornada, o cavaleiro Malthael, cheio de normas e de cara amarrada, mas parecia ter uma índole impecável assim como metia medo com sua armadura completa e espada poderosa. Segundo ele, encontrou guardas assassinados pela estrada, que tinham um recado ao prefeito de Duvik. Em busca de talvez punir os assassinos, ele veio entregar a mensagem e sabendo da situação do vilarejo e de uma possível presença maligna no local, se uniu a nós para investigarmos a região! Quando retornarmos a cidade de Lua Alta, após cumpridas nossas metas em Duvik, Malthael foi solicitado a uma missão de sua ordem sagrada e então, Kinseph e eu resolvemos seguir com ele, em retribuição a ter nos ajudado em nossa missão! Seguimos à passos firmes para algo em torno de um dia e meio de viagem, onde uma batalha terrível aconteceu entre os soldados de Lua Alta e o Drows... Nenhum dos soldados sobreviveu era o que pensavamos ao chegar, pois haviam corpos espalhados e apodrecendo por todos os lados, porém ao observar uma pilha de corpos atentamente, Malthael percebeu uma respiração, Kinseph confirmou e removemos de lá, milagrosamente um novo aliado... Um humano de estatura muito baixa, quase parecia um Halfling... Hemming era seu nome, tinha umas atitudes estranhas mas os dois outros confiaram nele, então, resolvi confiar em Kinseph e Malthael até que ele cometa um deslize... Por enquanto, ele é meu aliado... A pilha de corpos se mexeu novamente, mais um sobrevivente seria? Kinseph nos mandou recuar e preparou sua expulsão pois havia percebido que o que se erguia diante de nós era um morto vivo! Ele invoca os poderes de seu deus mas por algum motivo, ele não é atendido... Olho para ele com uma cara de espantado e meneio a cabeça sussurrando:
Athena: "- Não espere demais dos deuses..." Eu saco minha cimitarra e me lanço em carga contra o monstro maldito, mortos vivos não são naturais, são aberrações, eles não merecem piedade e eu iria demonstrar isso a eles! Meu primeiro ataque trespassa suas tripas e abro um rombo em seu ventre... Ele urra, tenta me atingir, mas erra... Kinspeh continua tentando acreditar em seu deus e continua a falhar, quando Malthael surge em carga também e com um golpe apenas arranca um dos braços da criatura... Ela novamente revida, em dou um passo para trás, conjuro uma magia e aumento minha força física, Malthael ataca de novo, erra e é atingido. Kinseph tenta destruir o morto vivo uma vez mais falha e é atingido também. Observo o arremedo nos olhos, minha saliva espuma na boca, convoco uma nova magia e aumento o poder de destruição de minha cimitarra enquanto me lanço de novo contra o monstro o atingido no braço que restava!. Ele sente meu golpe, tenta me acertar mas era tarde demais para ele, um novo golpe de minha cimitarra o rasgou ao meio enquanto eu invoquei um aliado para me auxiliar a finalizar o combate. Uma imensa besta mágica de quase dois metros de altura surge, transfigurado em poderoso e furioso urso e destroça por completo o ser antinatural, encerrando o combate de vez... Observo a todos, vejo que estão bem, me dirijo ao lago e removo a sujeira que o morto vivo deixou em mim, enquanto minha invocação se desfaz... 

De dentro do lago, eu detenho meus movimentos e repenso tudo que vivi até hoje... Viro meu olhar ee observo esse grupo recém formado e percebo que somos todos diferentes mas de alguma forma, em algum ponto, com algum objetivo bom em comum... 
Athena: “- Porque me uni a pessoas estranhas sendo que tudo que busquei desde o assassinato de meus pais foi o exílio? Animais são muito melhores que os humanoides, são verdadeiros, se não gostam demonstram, se te querem mal demonstram, mas se te querem bem nunca te traem... Já os ditos civilizados, são cheios de preconceitos e racismos, separando seres por aparência e essa hostilidade tirou meus pais de mim...” Porém sempre que me pergunto isso, é como se ouvisse uma voz que me guia a mudar meu foco, a considerar que nem somente os animais podem ser meus amigos e que, se eu me unir a pessoas diferentes na raça e ainda achar algo em comum, eu terei a capacidade de criar um novo futuro para mais híbridos como eu... Creio que essa pode ser uma boa meta, criar atitudes que façam as pessoas ser mais como a natureza, não se importando com a aparência mas sim com suas atitudes e junto deste inusitados companheiros, tentarei trazer isto a meu futuro... Quero dar voz aos incompreendidos... Fazer justiça aos injustiçados, se preciso com as próprias mãos... Manter a vida da mãe natureza intacta e sagrada, que é de onde tudo provém...

Além disso, deixo claro a eles que não sou o tipo de pessoa que tem interesse em se dar bem com os demais, pelo contrário, prefiro a solidão ou companhia de animais, mas, se seguir nesse ritmo, eu me tornarei o que odeio nos assassinos de meus pais, discriminar os demais por fama de outros ou por suas origens... 
Athena: “- Não me igualarei aos ditos civilizados... Jamais...” Dessa forma, pretendo manter meu silêncio, falar somente o necessário, agir sempre que algo for contra meus princípios e tentar mostrar a todos, através de minha convivência com seres tão diferentes fisicamente e em suas personalidades, que a coexistência é possível, e que a maldade não deve ser admitida de qualquer forma... Meus dons com plantas e o auxílio dos animais, as graças de mãe natureza, seguirão comigo e mudarão o mundo, senão de todos, pelo menos daqueles aos quais eu puder de alguma forma mudar-lhes... Subi em uma das árvores enquanto Kinseph e Malthael faziam seus rituais aos mortos e lembrei das palavras de minha mãe... Olhando para os céus eu finalmente percebi ter encontrado meu caminho e resolvi fazer uma promessa a ela também:

Athena: “- Eu irei ser como você e meu pai foram... Sem discriminações, sem separar seres por aparência... Eu serei suas lembranças neste mundo e para aqueles que insistirem em ameaçar a existência pacífica entre todos a que busco... Eu juro que eles conhecerão a fúria da natureza personificada pela prova viva de vocês dois... Eu sou Athena, a natureza é meu guia e Mielikki é minha aliada... Os diferentes agora terão um defensor... E quem for contra isso, que tenha muita sorte para se defender de mim!”

4 comentários:

  1. Esse universo de RPG que você construiu é extremamente rico meu caro amigo Lanthys! A cada personagem vejo mais e mais possibilidades e você, como ninguém, sabe escrever uma aventura épica incrível!
    Adorei a Athena, garota que apesar do sofrimento, segue firme com suas crenças e ainda assim encontra forças para realmente se aliar a pessoas tão distintas e ser honrosa com eles tbm.
    A origem foi muito bem descrita, adorei o destino do filho da puta, digo, do prefeito, muito mais que merecido, em poucas linhas tu me fez ficar realmente preocupado e me importando muito com a Athena... Meus parabéns!
    A batalha final foi incrível também, eis um grupo que promete!
    E o destaque foi todo o tema de preconceito que você lidou de forma soberba, sem virar algo planfetário ou pedante.
    Meus parabéns por mais essa obra incrível cara!

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    1. Super Norberto, o escritor que ainda vai revestir tudo que é prateleira de livraria com grandes obras literárias, receber teus comentários são sempre muito bem vindos! Eu confesso que esse universo RPG tá me rendendo boas ideias para aquele projeto futuro que conversei contigo meses atrás, veja bem, minhas sagas abordam já os heróis e seus poderes fantásticos, mas no RPG e estou conseguindo dominar mais a questão atitudes, reações, diversidade de crenças e de pensamentos... Nos meus escritos atuais, não se veria ninguém fazer o que a Athena fez, mas a índole neutra dela como a natureza, faz dela diferente nas reações, ela não reage como eu que evitaria uma morte até o final, ela é mais instinto, proteção e reação, então eu confesso que fiquei bem contente com o resultado final. Ver tu tecer essas linhas me reforça que estou no caminho certo e que pelo andar da carruagem eu estou conseguindo trilhar uma meta de aprendizado bem produtiva. Para que ela se tornasse algo mais neutra (o exemplo seria a natureza, ela manda o vendaval, as enchentes, as tempestades, o frio o calor, e azar de quem estiver na frente, porque é o que ela tem de fazer, e um druida, deve corresponder a isso, senão tu falha na interpretação dele. No caso da Athena, foi criada com amor e carinho, mas, sempre sob olhares preconceituosos de sua concepção híbrida... Isso foi alimentando um fogo que os pais apagavam, mas quando os pais partiram e da forma que foi, ainda sob delação injuriosa, o que tinha de raiva lá dentro explodiu e ela virou alguém de retribuições, pouca fala e bastante isolamento. Assim consegui transformar uma pudiquinha num bicho selvagem e achei o caminho da Druida. Mas, embora seja neutra em um eixo, ela é boa no outro, e não pode admitir fazer o mesmo que ela considera errado nos outros, então não poderia tratar os diferentes com desdém porque seria hipocrisia e eis que saiu algo legal de lidar! Agora tenho o fanatismo e militarismo do paladino, a bondade e indecisão do guerreiro errante, a benevolência e anti-violência do clérigo e a neutralidade e revide da druida pra trabalhar suas emoções e reações e em breve, meu personagem caótico e bom, que será o tipo que tu nunca sabe o que ele vai fazer, mas, sempre observando a bondade e nunca partindo pra maldade, e então a confusão de mentalidades na minha cabeça vai me fazer desenvolver bons textos, tenho certeza! Muito obrigado pelas palavras, a batalha final foi uma homenagem ao poder de combate dela, acho que ficou bem legal! Valeu Norberto, grande abraço meu amigo, valeu por mais essa leitura!

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  2. Grande Lanthys!

    Saudações Jirayrideranas....

    Henshin!


    Eu , que há pouco, li o conto de Kinseph, leio a mesma história macro sob a perspectiva de Athena , a jovem guerreira druída, filha de uma elfa com um humano que foram brutalmente assassinados de maneira vil pelo ordinário e mentiroso filho do prefeito, que teve o fim mais que merecido ...


    Sua triste história é a senha para um conto emblemático; uma metáfora sobre a condição humana que sempre existiu e que, infelizmente perdura...

    Preconceito, violência, destruição...

    Nas perdas e dificuldades é que se conhece a capacidade de resiliência de cada pessoa...

    A dor lapidou o coração e a alma da jovem e obstinada guerreira.

    A natureza passou a ser a sua fonte de inspiração e energia...

    A sua força...

    Ao se aliar a Kinseph, Malthael e Hemming , seres distintos dela, do seu jeito, ela tenta levar o legado de seus pais avante.

    Magistral?

    Esplêndido?

    Não...

    Muito mais...

    LANTHYSÁSTICO!!!!

    ( LANTHYS + FANTÁSTICO)

    Parabéns!

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    1. Grande amigo Jirayrider, mais uma vez muito obrigado pela leitura e incentivo de sempre e que belas palavras analisando o perfil da Athena... Em verdade vos digo, que a personagem era de uma menina que começou à jogar conosco e teve de parar, e como a druída já fazia parte da trama, não dava pra tirar ela sem estragar o grupo, assim, eu assumi a personagem e precisar criar sua background, o que resultou nessa narrativa que acabastes de ler! Assim, era necessário criar toda uma motivação de porque ela chegou onde chegou e cogitei que o corte brutal com a civilização seria um grande meio de a colocar como uma serva da mãe natureza, nem de um lado, nem de outro dos eixos do bem e do mal, mas de uma posição neutra, onde proteger a natureza e os animais era seu foco principal (o que um druída mais preza no universo RPG) e assim, esse trauma de Athena surge... Buscando deixá-la bastante fria, eu precisava que ela passasse por tudo que tu citou acima e que fosse suficiente pra que ela tomasse atitudes que nós, que supostamente somos civilizados, não tomaríamos... Enfim, é um personagem bem complexo de se lidar, eu sou péssimo como druída por me faltar frieza e um conceito de vida selvagem, mas a história da Athena, até que ficou boa, te agradeço e muito pela leitura e incentivo de sempre meu amigo, grande abraço! \0/

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