Um guerreiro solitário, vivenciando uma situação da qual ele se culpa, buscando redenção e correção enquanto m mal considerado extinto, luta para surgir novamente diante deste mundo!
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Link para o primeiro episódio da saga clicando AQUI!
No primeiro episódio de "Crônicas da Força Terrena":
"- Os jornais por mais de meses começaram à noticiar mortes brutais, acontecendo por diversas partes do mundo... Em um total de doze até agora foram os relatos que chegaram até as grandes mídias e causaram espanto em quem estava longe, mas traziam terror e morte para quem as vivenciava... Em meio a tudo isso, um jovem busca pela verdade com a sensação de que tudo que estava a acontecer, poderia ter sido evitado, se ele tivesse agido antes..."
“- Pai… Infelizmente eu estava certo… O policial Gonzalez tinha extensa ficha de corrupção, tortura e até estupros… A maldade puxa a maldade… As sombras de Kemono exaladas naquela nuvem foram atraídas à pessoas com um interior tão maligno e frio como o das sombras… Nossa batalha ainda não terminou… Eu vou encontrar esses monstros e destruir todos eles, vou completar aquilo que iniciamos, eu prometo!”
Agora - Dois meses após os acontecimentos do primeiro capítulo:
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A chuva caía, espessa, negra, assustadora e continuava a formar vultos e sombras agressivas que atacavam sem parar até chegarem a milímetros de alcance do jovem Ryuichi Tsurugi… Protelavam suas garras com tudo que podiam mas ainda assim não alcançavam o corpo do guerreiro e então detinham-se, reclamavam, zombavam até para somente então retornarem atrás e iniciarem nova tentativa, em um ciclo interminável de angústia e desespero… O filho único de Hiryu Tsurugi, envolto por aquelas imagens fantasmagóricas e agressivas, tentava em meio à sua mente cansada tragada por aquele mundo ilusório, compreender o que aquilo queria dizer, o que as sombras significavam e entre tentativas de defesas e ataques das mesmas, as sombras se uniam, se tornavam algo maior até surgir a face aterrorizante de Kemono urrando, atacando e matando, finalmente tirando o jovem do mundo dos sonhos em um susto sobressaltado no banco do jatinho comercial em que voava naquele instante… O céu do lado de fora, contrariando o terrível e insistente pesadelo, era estrelado, límpido e sereno, corado com uma lua cheia gigante que brilhava como um pseudo sol, deixando tudo aconchegante e reconfortante…
As condições climáticas eram perfeitas, o voo era tranquilo, mas a mente do jovem em alguns momentos era o completo oposto disso, borbulhava em preocupações e ressalvas, medos e incertezas… Não sentia temor do inimigo que quase destruiu o mundo, ele o encararia sozinho se preciso fosse, mas seu receio era mais profundo, ele temia que o perigoso destruidor de mundos, à exemplo do que fez em sua batalha derradeira, estivesse à ocultar-se e agir sem que eles percebessem, sem que eles o notassem, isso era o que corria o ser espiritual do jovem arqueólogo… Ryuichi acomoda-se no banco depois de alguns segundas, ajeita o cabelo e retoma a postura para logo em seguida abrir seu notebook buscando mensagens de e-mail interessantes ou relevantes e eis que uma delas era a aguardada… Ele a lê com atenção e então, aproveitando que dos vinte assentos apenas três, incluindo o dele, estavam ocupados, abre uma chamada de vídeo com a Armored Island onde seu pai aguardava pela comunicação…
Os dois cumprimentam-se, Sayaka surge por detrás de Tsurugi e abana rapidamente e eis que o comandante supremo dos Forças de Defesas Mundiais é quem inicia a conversa: “- Bom receber notícias sua filho… Onde encontra-se agora, já chegou ao destino?”
O jovem, após retornar o aceno de Sayaka, busca responder o questionamento do pai observando o sistema de navegação particular, relatando: “- Neste exato momento estamos cruzando a fronteira entre Rússia e Finlândia, mais precisamente, coordenadas 60.822103, 28.666845, leste de Leningrado, Vyborgsky District! A viagem até aqui está sendo tranquila e as informações compiladas da última missão que Sayaka enviou via e-mail vão ajudar bastante, agradeça a ela por mim… Eu tenho lido muitos sobre diversos relatos deste tipo de ataque, a grande maioria são invenções grosseiras mas de tempos em tempos, alguns parecem chamar mais a atenção… Por exemplo, veja a capa dessa revista…”
Comandante Tsurugi analisa a foto enviada por seu filho por longos segundos e então responde certeiramente: “- Um Hiisi… Eu confesso que nunca havia ouvido falar em tal criatura… Porque ela te chama a atenção filho?”
O jovem recita as frases que encontra na revista e delibera sobre elas: “- Segundo a revista, foram oito desaparecimentos no mesmo local além de muitos alegarem ter visto uma criatura alada unido a uma sombra humanoide… O último ser que enfrentamos era igualmente uma criatura alada também… Nessas notícias de ataques de criaturas que correm pelo mundo, geralmente são criaturas terrestres, mas nessa, apesar do Hiisi ser segundo as lendas, uma entidade terrestre também, o fato de muitos mencionarem a criatura alada, de alguma forma está me deixando curioso… É por isso que vou até lá investigar!”
Tsurugi acena positivamente e demonstrando estar à par da situação e apoiando a missão que o jovem líder dos NeoChangeman desejava fazer, explana: “- Segundo a mitologia o Hiisi pode ser um espírito demoníaco, um espírito protetor ou até mesmo pode se referir à um lugar sagrado ou profano em algum ponto… Isso seria tudo?”
Ryuichi então envia mais alguns dados à seu pai e completa: “- Tudo começa com o tal “Elk de Hiisi”, supostamente um monstro com características de alce da narrativa épica finlandesa que se chama Kalevala… Diz-se que é uma criatura grande, forte e muito rápida. Às vezes é descrito como sendo feito de materiais naturais, como madeira, pedras e musgo, segundo petróglifos encontrados na Carélia do Sul, Finlândia. Assim como o urso é o principal símbolo animal da Finlândia nos dias atuais, a imagem do Elk também era usada como totem pelos povos antigos que foram os primeiros habitantes do país, tendo importância em sua cultura. No caso do Kalevala a vilã Louhi, rainha de Pohjola, mais ao norte, exigia que quem quisesse se casar com sua filha, teria que capturar um Elk vivo, o que com certeza seria o fim de quem tentasse caçá-lo, e essa tentativa eliminaria todos os pretendes como era seu desejo… Assim sendo, o Hiisi na verdade pode ser várias coisas, desde o Kalevala ou até mesmo como citou, nome de um lugar sagrado em meio a natureza, pertencente a uma criatura espiritual de mesmo nome que habita o lugar e claro, Hiisi também é usada para caracterizar alguma entidade ou criatura maléfica. Por isso, não me surpreenderia alguém estar realmente matando e a fama estar sendo atribuída à uma criatura folclórica…”
“- Acredita então que as criaturas de energia estão se materializando como lendas dos locais em que surgem, seria isso?” Questionava o veterano Changeman ao passo que seu filho, tece sua teoria mais acertada desde o ocorrido no continente sul-americano: “- Não, meu palpite é diferente pai… Eu creio que essa energia negra, de alguma forma como uma espécie de simbionte, em algumas pessoas encontrou maldade suficiente para proliferar… Assim sendo, todos aqueles que receberam a chuva negra e não morreram, se tiverem em seu íntimo o mal como fonte abundante poderão se tornar uma dessas criaturas… Uma vez que a energia negra se manifesta, o humano nunca mais volta a ser o mesmo e seus intentos bestiais e malignos são libertos e potencializados, tendo espaço para agir como vimos no caso passado… Como na lenda do lobisomem e do vampiro que saem em busca de sangue, essas criaturas se satisfazem matando e os moradores da região, que não conseguem entender ou cogitar a questão da chuva negra em corpos humanos, os associam às suas lendas mais sangrentas e assustadoras!”
Há uma pequena pausa entre os dois, Sayaka ouvia a tudo atenta embora não aparecesse na imagem, enquanto Ryuichi tenta concluir sua ideia: “- Eu creio que assim como o El Silbón, o povo que está sendo aterrorizado pelos ataques, não tendo como explicar o que acontece, buscou por suas lendas, assim como quem quer que esteja atacando se aproveita disso para se ocultar deixando alegarem ser a tal criatura folclórica à agir como as lendas contam que agiria… Sendo mais resumido, creio que alguém em Valkeala pode ser um contaminado sobrevivente da chuva negra, tal qual em Capurganá e como alguém alegou que seria um Hiisi, ele assim deixou as notícias correrem, esperando não chamar mais atenção para si e acabar revelando sua identidade… Porém de alguma forma a notícia alçou voo e então temos essa matéria da capa que acho, vale pelo menos a visita para verificar a veracidade dos desaparecimentos e os tais avistamentos de uma criatura alada…"
O veterano do outro lado da chamada então faz um gesto de concordância e completa: “- Ok Ryuichi, acho que você tem razão, é um bom motivo para se investigar os fatos… Se precisar de algo estaremos à disposição, tenha cuidado e se precisar de ajuda, nos informe! Que a Força Terrena o acompanhe meu filho!”
O jovem acena positivamente agradecendo ao pai, encerrando a comunicação e fechando seu brace comunicador… Pensamentos voam por sua mente então e ele se põe a olhar pela janela da aeronave à vislumbrar a paisagem noturna… Apesar da noite linda e clara, ele acabava tendo flashes de sua batalha junto de seus companheiros e dos veteranos, da destruição que a chuva negra causou e de quantos morreram nas ações impensadas do demônio milenar… Ele precisava investigar, ele precisava decifrar o mistério e elucidar de vez, várias questões que o atormentavam e muito!
Mais alguns minutos de voo e o pequeno jato comercial começava a manobrar para aterrissar no pequeno Selänpää Airport, localizado aproximadamente há treze quilômetros da cidade de Valkeala - Finlândia! Localizado na província do sul da Finlândia, é um bairro da cidade de Kouvola e fazia parte da região de Kymenlaakso, quando então o município tinha uma população de 11.238 e cobria uma área de 1.004,40 km² dos quais 143,47 km² eram de água. Nesta região, existe o lago Vekaranjärvi e a cidade é famosa pelo Parque Nacional Repovesi, tendo uma mescla de pelo menos 60% de sua área coberta por florestas de mänty, uma das árvores mais abundantes no local…
Eram duas e trinta da manhã quando o jovem saiu do avião pela pista do aeroporto e logo pegou um táxi em direção à cidade, onde ficaria em um hotel pequeno como de costume sempre buscava, aliás, a cidade era bem pequena e pitoresca, não haveria luxo mesmo que ele buscasse por isso… Eram pouco mais de vinte minutos até a cidade e o hotel e a noite enluarada davam um espetáculo à parte quando de repente o motorista solta um grito, o carro rodopia pela pista, tomba uma, duas, três vezes até descer pela encosta chocando-se contra uma árvore, partindo-se em dois literalmente…
Em poucos segundos tudo estava em chamas, o ar repleto de restos de poeira oriundos da violenta entrada do táxi mato à dentro e um pouco além das chamas, cerca de dez metros mais à frente, Ryuichi erguia-se do chão com suas roupas queimadas, sua pele levemente chamuscada, mas com o motorista ao chão atrás dele com apenas escoriações e nenhum ferimento grave… Em sua mente, ele busca pelo que havia acontecido e como eles chegaram até aquele acidente, lembra-se unicamente do susto do motorista e de no reflexo involuntário, arremeter-se contra o mesmo, saltando pela janela do veículo com o pobre homem no mesmo impulso, levando consigo partes do cinto de segurança arrebentado por sua força, a única maneira de impedir que o motorista morresse no acidente…
Com agilidade, enquanto o carro rodopiava declive abaixo, Ryuichi saltava de um ponto à outro na mata, pedaços do veículo e de terra caíam sobre eles, a corrida era quase que insana e como que um perseguidor implacável, o veículo vinha atrás deles insistente, girando, queimando, até que a árvore deteve o mesmo enquanto eles puderam finalmente ceder em sua fuga desesperada, não que isso já não tivesse tirado a consciência do motorista logo nos primeiros movimentos, porém apesar do choque e da perda de consciência, ele estava vivo e ninguém morreria naquele momento…
Atento, em silêncio, completamente conectado a tudo ao seu redor, Ryuichi conseguia ampliar seus sentidos e buscar pelo menor movimento fora do perímetro seguro que ele traçou em sua mente… Seus olhos estavam fendidos, sua mente completamente focada e então, quase que invisível, como que se mexendo milímetro a milímetro, evitando o contato com o jovem Tsurugi, uma sombra humanoide começava a voltar por entre às árvores, recuando, passos lentos e cautelosos, evaporando em meio ao mato cerrado como se nunca estivesse estado ali…
A conexão com Dragon lhe dizia que buscar pelo que quer que fosse aquilo neste momento seria em vão, já havia desaparecido do local, mas da mesma forma que o incitava a não seguir a sombra, o incitava a olhar para o alto e para sua retaguarda, onde algo com corpo central forte e vigoroso, adornado por longa envergadura de asas pairava acima dele, com olhos intensamente brancos, para logo em seguida desaparecer floresta à dentro em velocidade descomunal…
Ryuichi e o motorista estavam definitivamente sozinhos, não havia mais perigo por enquanto, no entanto na mente do jovem Tsurugi, era fato confirmado com o recente sinistro, que os relatos eram verdadeiros, pessoas estavam sendo atacadas por uma sombra humanoide acompanhada de algum tipo de criatura alada e ele precisava entender o que era, porque agia e como detê-la!
Carros começam a parar diante do acontecido, alguém mais precavido ligou para a polícia local, Ryuichi e o motorista de táxi foram acolhidos pelas equipes de socorro que chegaram em questão de minutos ao local e conduzidos até o hospital da região para averiguações… Tudo não levou mais de sessenta minutos e em pouco tempo, Ryuichi e sua bagagem estavam já na porta da frente do pronto socorro, preparando-se para chamar outro táxi e assim chegar ao seu destino onde passaria a noite… Foi então que ele percebeu a viatura do Xerife local estacionando do outro lado da rua, o que de alguma forma chamou a atenção do jovem NeoChangeman, sem mesmo ele entender o porquê…
Ryuichi observa o veículo parado, em silêncio, ninguém desceu dele, fazendo com que o jovem ao mesmo que achasse o fato estranho, também cogitasse que poderia apenas estar dando importância demais para um fato inusitado e, iniciando a seguir seu trajeto para pegar o táxi mais próximo, caminhou tranquilamente… Tão logo passou pela viatura policial, ele ouviu a porta do veículo se abrir para logo em seguida se fechar, indicando que alguém havia saído dela e então bastaram segundos até que uma voz falando em japonês, o surpreendesse por completo: “- Ryuichi Tsurugi?”
Em frações de segundos muita coisa passou pela cabeça do filho do dragão, desde um possível ataque pelas costas até mesmo alguém que o estava monitorando. bem como ser a possível identidade humana do Hiisi em seu encalço, afinal, em Capurganá o chefe de polícia é que não verdade manifestava a criatura assassina… Ryuichi vira-se, confirmou que não conhecia a pessoa que o interpelava e por isso manteve-se atento, ainda mais que o homem à frente dele trajava o uniforme de xerife local, o que lhe trazia lembranças nada agradáveis… O homem apesar de alto e robusto não parecia ameaçador de forma alguma, pelo contrário, se mostrava simpático inclusive estendendo sua mão direita para um cumprimento: “- Me chamo Fredriik, Fredriik Virtanen e eu creio que não se lembra de mim, mas lembro claramente do senhor…”
O oficial de polícia aparentava ter seus trinta anos de idade, ele falava como alguém conhecido, mas Ryuichi por mais que se esforçasse não se lembrava dele, e sendo sincero, respondeu em japonês igualmente, uma vez que foi interpelado neste idioma: “- Eu peço desculpas, mas realmente não lembro do senhor Xerife… De onde nos conhecemos?” Fredriik dá um sorriso amistoso e novamente estende a mão buscando o aperto de mão de Ryuichi completando: “- É normal que não se lembre, afinal nunca fomos formalmente apresentados, mas estive dois anos atrás sob o comando de Hayate Shô, fui um dos integrantes dos Comandos Terrestres e sobrevivi para contar aos meus sobre a grande luta que travaram contra o mal supremo… Não há um de nós que viveu aquele combate que não se lembre de vocês senhor Ryuichi…”
Ryuichi então finalmente compreende a situação, ele larga sua mochila ao chão e responde ao cumprimento do xerife com satisfação! Ele e os demais tiveram poucas oportunidades de conhecer ou conversar com os demais integrantes dos Defensores, mas sempre teve a vontade de conhecer cada um deles para agradecer pessoalmente pelo trabalho inestimável que fizeram… Com sua já costumeira seriedade e pouca fala, ele agradece tudo que fizeram naquela batalha e pede que o policial não o trate por senhor, somente o nome era suficiente, ao passo que Fredriik, agradecendo e dizendo ser desnecessário tais palavras honrosas, completa: “- Se não se importar de andar em uma viatura policial, posso levá-lo até seu hotel rapidamente…”
Ryuichi acena positivamente e ambos caminham em direção ao veículo policial e ao passo que a mesma colocou-se em movimento, era Fredriik quem novamente continuava o assunto: “- Quando atendi os primeiros casos, eu vi que aquilo não era obra de algo desse mundo, que algo diferente estava acontecendo e eu sabia que vocês iriam aparecer em algum momento… E eu tive certeza disso quando vi a sombra, gigante, forte, aterradora… Eu senti a presença maligna como naqueles dias no Japão Ryuichi…”
Surpreso com a postura de Fredriik, o jovem Tsurugi ouvia atentamente o relato do xerife, eram suas primeiras pistas concretas sobre o caso e parecia que o policial tinha muito ainda a falar… Tentando ver inicialmente se haviam visto a mesma sombra, o jovem arqueólogo questiona: “- Sombra humanoide, olhos cinzentos profundos, sem uma forma polida, mais parecendo um gigante peludo sofrendo e capaz de tudo?” Fredriik com olhos vidrados na descrição de Ryuichi, acena positivamente com a cabeça, de forma bem lenta, demonstrando que não só concordava com a descrição, mas que também impressionava o detalhamento e a forma como o NeoChangeman via a sombra…
Disposto a relatar tudo que sabia, Fredriik enquanto dirigia, continuou: “- O primeiro desaparecimento foi o de Pellervo Koskela… Agricultor, trinta e dois anos de idade, algumas passagens por bebedeira e brigas em bar, nada muito grave… Saiu para cortar lenha mata a dentro e nunca mais voltou… A cidade fez busca por semanas, nunca foi encontrado nenhum rastro, nenhuma mancha de sangue, qualquer sinal do que quer que pudesse ter acontecido com ele… Alguns dizem que caiu no rio e foi levado pelas águas, outros falam em alienígenas e eu realmente, de início não tinha ideia no que acreditar também…”
O Xerife fazia uma pausa como se um sentimento de respeito pela morte do cidadão fizesse e logo em seguida, continuou sua narrativa… “- Até então tudo parecia um caso isolado, mas uma semana após as buscas por Pellervo serem oficialmente encerradas, foi a vez de Ruupeni… Agricultor, vinte e oito anos, ocupava seus dias com a caça, teve algumas prisões e multas por pesca e caça ilegal, algumas bebedeiras, nada muito grave igualmente… Da mesma forma, entrou na mata e não mais voltou… Tudo na cidade começou de novo, os comentários, o pânico, as teorias e ainda em meio às buscas de Ruuperi, foi a vez de Larssi, que inclusive ajudava nas buscas e simplesmente não voltou quando do reagrupamento padrão para conferir o retorno de todos… Também trabalhava na roça, era mais velho, tinha quarenta e três anos, experiente caçador e lenhador… Seguimos as buscas no dia seguinte, pelos dois desta vez e então um grito ecoou pela mata logo que começamos a caminhada e tão logo surgiu, o grito desapareceu e ao meio-dia, quando nos reunimos novamente, vimos que desta vez era Erkki quem não havia retornado…”
Ryuichi ouvia com atenção, sua expressão demonstrava preocupação crescente com a narrativa, afinal, as pessoas estavam desaparecendo dentro das próprias equipes de resgate e ainda não se tinha sequer ideia do que estava acontecendo… Percebendo que Fredriik ainda tinha o que relatar e, o jovem Tsurugi esperava que ele continuasse a relatar, manteve-se o NeoChangeman em silêncio enquanto o Xerife continuou: “- Neste momento foi que cogitamos então que estávamos na verdade sendo caçados, por algo ou alguém, pois o grupo de resgate que se aventurava na floresta estava sendo abatido lentamente, um a um, mesmo que fosse no lado dos civis… As buscas então foram por completo suspensas, as pessoas pararam de entrar nas matas e somente equipes preparadas começariam a fazer tais buscas, tentando evitar que mais civis desaparecessem mas quando tudo isso já estava definido e pronto para entrar em ação, embora não tenha passado à mais ninguém essa informação para evitar mais teorias e rumores, eu entendi finalmente que não estávamos como caças no terreno, mas sim que alguma espécie de vingança ainda incompreensível estava em andamento, pois assim como Pellervo que foi o primeiro à desaparecer, Ruuperi, Larssi e Erkki, todos tinham o sobrenome Koskela, ou seja, eram todos da mesma família e todos viviam na mesma fazenda…”
Ryuichi revira em frações de segundos todas as informações recebidas e pondera que, ao se encontrarem ainda em frente ao hospital, o Xerife havia dito que também teve o contato visual com a sombra e agora parecia narrar os mesmos desaparecimentos porém… Não havia ali uma situação que pudesse unir os vários fatos até então… Em busca de uma ligação plausível e aproveitando a fonte de informações riquíssima que Fredriik se apresentava, o jovem Tsurugi questiona: “- Você me disse ter visto a sombra e agora narra os desaparecimentos atribuídos à ela como uma espécie de morte em sequência de uma única família… Como o vulto se encaixa nisso e porque isso foi considerado como sendo a lenda de Hiisi, teria alguma teoria?”
Mudando de faixa na auto estrada com cuidado e seguindo em direção ao local onde Ryuichi havia indicado como seu hotel, o xerife continua, solícito: “- Bom, o povo precisava de um culpado e, cidade pequena, se a gente apontar para algum suspeito mesmo sem ter provas cabais, ele pode estar morto no dia seguinte caso o povo resolva fazer justiça com as próprias mãos… Então o velho Aukusti que está sempre na cafeteria conversando sugeriu que seria o Hiisi atacando e eu achei adequado não levar para outro lado, uma vez que evitaria que alguém fosse morto no processo de “vingarem” os Koskela… Mas mais que isso, como disse antes, eu presenciei a sombra agindo na última vez, quando ele levou a matriarca da família, Marjuuka… Eu chegava na fazenda e a vi correndo em direção a floresta e a terrível sombra a perseguindo… Fui no encalço mas apenas ouvi o grito dela ao longe e nada mais encontrei no local… Haviam outras pessoas na fazendo, organizando-se para saírem em buscas não permitidas, eu fui até lá para tentar convencê-los à não fazer e então presenciamos a cena… E lá estava também a criatura alada cruzando os céus novamente como saiu nos relatos que devem ter lhe trazido até aqui… Sem dúvida existe algo de sobrenatural nesses ataques, não tenho dúvida! Dessa forma, deixarmos o Hiisi como provável responsável mantém os suspeitos seguros até que averiguemos tudo…”
Ryuichi acena positivamente, considera que a atitude do policial foi a mais acertada, evitar que a cidade entre em uma guerra interna é sem dúvida um ótimo ponto à ser observado, mas uma vez que ele falou sobre evitar apontar os suspeitos, o jovem pondera e antes que pudesse perguntar, Fredriik entende o olhar questionador de Ryuichi, acena positivamente com a cabeça e responde: “- Sim, eu suspeito de alguém, mas… Existe um problema nessa minha teoria, afinal, supostamente, o suspeito já morreu…”
O jovem Tsurugi reage com espanto mas não houve tempo para expressar melhor essa sensação pois antes que pudesse argumentar qualquer coisa, os dois são surpreendidos novamente por algo com aproximadamente três metros de altura, completamente negro, parecendo uma espécie de gorila disforme feito de névoas, que ataca com força a viatura policial arremetendo a mesma com violência mata a dentro sem chances de qualquer revide por parte dos ocupantes!
O declive era forte ao lado da auto estrada Vanhatie, a viatura descia rolando e girando sem controle e antes que se chocasse contra a barreira natural de pedras próximas do lago Jokelanjoki, o teto do veículo é destruído de dentro para fora por potente onda de energia que varreu o local… A viatura explode contra as rochas, Ryuichi com Fredriik em seus braços se lança poderosamente para cima e para frente, ficando do outro lado do lago que naquela faixa era mais estreito e finalmente puderam observar de lá, a criatura negra, aterradora, batendo com os braços vigorosos por sobre o veículo destruído como se reclamasse da situação de ter sido impedido de matar seus dois ocupantes…
O Xerife, mostrando que não estava à passeio em sua função, tão logo colocou os pés no chão sacou sua pistola Glock 17, disparando contra a criatura até esvaziar completamente o carregador da arma, seus tiros foram precisos e cruzaram as distâncias rumo ao monstro enegrecido que numa demonstração clara de zombaria, parecia emitir uma espécie de risada enquanto se desfazia em fumaça negra permitindo que todos os disparos realizados por Fredriik se tornassem inúteis, não fazendo absolutamente nada ao monstro…
Ryuichi e a criatura então se encaram por segundos, o jovem Tsurugi observa Fredriik que entendendo novamente o motivo de tal olhar acena positivamente, dizendo que está bem, ao passo que o jovem guerreiro então cerra seu punho e volta a olhar para o monstro do lado oposto, sentenciando: “- Chega de ser a caça… Ora de virar o jogo! VAMOS CHANGE!! NEO… DRAGON!!”
A poderosa energia da Força Terrena eclode novamente atingindo em cheio a criatura na margem oposta do lago, a arremetendo para trás com força poderosa e tão logo o monstro pode se virar para observar o que aconteceria em seguida, eis que NeoDragon estava acima dele em pleno deslocamento de impulso, com seu punho direito retesado para trás, arremetendo o mesmo à frente no exato momento em que chegou ao alcance de ataque, atingindo em cheio o que seria o peito da criatura, praticamente abrindo uma cratera ao chão com o impacto pesado do corpo monstruoso socado contra o solo!
Com o mesmo movimento do impacto desferido, NeoDragon aproveitou o impulso para se arremeter para trás, não demais, nem de menos, o exato suficiente para deixar a criatura erguer-se do chão com a força do choque na terra, buscando a brecha perfeita para novamente com seu punho direito desferir novo e mais poderoso golpe, dessa vez visando e atingindo o que seria o queixo do monstro! O golpe reverberou pela mata, atingiu com potência a criatura que foi arremetida às alturas com violência, vindo então cair há dezenas de metros para trás de onde estavam, em meio às árvores!
O guerreiro NeoChangeman corre em direção ao local, o som de árvores sendo arrancadas e algo terrivelmente pesado se movendo ou fazendo movimentos era ouvido, mas quando o mesmo conseguiu chegar ao local exato da origem dos tenebrosos sons, a sombra estava ali, mas estava diferente, era mais humana, mais delicadamente retocada e lembrava muito um ser humano normal… NeoDragon se deteve por alguns segundos e então o som acima dele chama a atenção novamente assim como seu Densetsu guardião o instigava a olhar na mesma direção… A criatura alada da ação anterior ali estava novamente e a sombra humana que ele via agora em meio à clareira, vinha desta criatura, estava diretamente ligada a ela…
Antes que pudesse fazer qualquer movimento, Fredriik completamente molhado por ter atravessado a parte mais estreita do lago à nado chegava junto de NeoDragon e ambos observam a sombra humanoide assumir corpo e rosto, ostentando a aparência perfeita de um jovem de aproximadamente vinte anos de idade… No instante seguinte, o jovem se torna sombra uma vez mais, a sombra então desaparece por completo e a criatura alada dispara pelos céus como um raio luminoso… Uma vez mais o silêncio imperava no local, uma vez mais a ação havia cessado e tudo que restava aos dois homens ali em pé, eram as dúvidas e os questionamentos…
Ambos ficam atônitos diante da cena, Ryuichi desfaz sua transformação enquanto Fredriik observa sua pistola escorrendo água, incapaz de ser usada novamente sem a devida manutenção… Percebendo que o Xerife estava bem fisicamente, o jovem Tsurugi anda pelo local buscando pistas, pegadas, coisas que pudessem dar alguma ideia para tentar entender os acontecimentos recentes, mas tudo era muito normal e as pegadas que deveriam estar no lugar onde a criatura caminhou, não eram mais que somente rasgos no chão sem qualquer explicação mais ampla…
E enquanto o arqueólogo achava que tudo já estava estranho o suficiente, foi Fredriik quem completou a cena com algo mais estranho ainda: “- Então Ryuichi… Se lembra que eu falei que tinha um suspeito?” O jovem oriental olha para o xerife, acena positivamente e sugestiona: “- Era o jovem que vimos diante de nós na sombra humanoide?”
Fredriik coça a cabeça um tanto sem saber como explicar, mas tenta ainda assim: “- Bom, eu acreditava se tratar de uma pessoa, que supostamente está morta, mas na verdade, quem vimos agora ali parece ser na verdade seu irmão mais novo e… Ele também está morto… Pelo menos oficialmente…”
Os dois ficam a se observar e em meio à mata fechada junto ao cenário do confronto e a claridade única do fogo da viatura destruída, somente o ruído das sirenes das equipes de resgate ao longe, conseguiam quebrar a sensação de surpresa total que guerreiro e policial se encontravam naquele momento…
Continua…
Grande Lanthys!
ResponderExcluirSaudações Jirayrideranas!
Colocaste uma carga de suspense elevada, nos fazendo sentir todas as percepções do Ryuichi.
Era como se sentíssemos cada sensação,cada acontecimento...
Do final de NeoChangeman até os acontecimentos atuais, percebe-se um Ryuichi muito mais maduro e focado em sua missão.
E o que é melhor...
Sua relação com Tsurugi está muito boa.
Muito mais que pai e filho, são amigos e complementares....
É muito bom constatar isso!
Emociona quando sentimos o crescimento do personagem,que já era algo intenso na narrativa de seu Best-Seller.
Voltando à trama, sinto que esse policial é suspeito e está atraindo Tsurugi para uma armadilha.
Posso estar totalmente equivocado, pois , o cenário inteligentemente está sendo mostrado de maneira bem nebulosa ,fazendo com que nós, leitores, façamos conjecturas diversas.
Isso só mostra o quanto você acertou,deixando-os intrigados.
Crônicas promete ser um trabalho primoroso e épico!
Muito satisfeito e empolgado com o que estou lendo!
Parabéns!
Grande Jirayrider, muito obrigado uma vez mais pela leitura, incentivo e apoio de sempre, e principalmente, por notar e comentar sobre detalhes tão importantes e perfeitos do episódio em si! Como tinha dito antes, os erros que as vezes se tornam coisas boas, eu queria fazer uma historia de terror e no final, colocar um herói para resolvê-la... Escolhi o Ryuichi até porque Paula tinha me dito certa vez lendo o livro, ele precisa ser mais humano, ele meio que parece um robô às vezes, talvez por ter vivido tanto tempo somente olhando para seus traumas e decepções... Então achei que a ideia era boa, mas, ele se mostrou um terrível conto de terror, porém acabou se tornando uma excelente opção para fazer Ryuichi se humanizar, amadurecer como bem dissestes e agora, temos esse resultado legal ae que é um Ryuichi que tá aprendendo a lidar com as mais variadas pessoas e se tornar, mais humano, menos frio e menos intrínseco! Isso claro, reflete mais diretamente no trato com o pai principalmente, uma vez que, digamos assim, ele foi até certo ponto, segundo a visão de Ryuichi, a causa de todos os seus traumas e ele tá aprendendo a entender que esteve errado e digerindo essa situação com as experiências que está adquirindo, vendo o drama e traumas de outras pessoas, como dizia Chico, quando tu tem muitos problemas, olha o problema dos outros e vais ver como os teus problemas são pequenos! Ryuichi tá aprendendo essa lição! Quanto ao Fredriik, no episódio 2 já terás mais informações sobre ele, vamos ver se tua cogitação está correta, dessa vez vou dar pista nenhuma porque uma das coisas mais legais nos textos é justamente conseguir deixar o leitor curioso, se estou conseguindo isso já me sinto maravilhosamente recompensado! Eu quero tentar a cada novo episódio causar isso, deixá-los sem saber exatamente o que vem pela frente, sem conseguir entender o que tá acontecendo, quero poder conduzir vocês pela jornada no agora, com cinco, dez possibilidades de argumentação sem ter certeza qual delas pode ser a verdadeira e como tudo chegará ao final... Um final feliz? Um final trágico? Um final não solucionado? Conseguir levar vocês até o final do arco sem conseguir definir isso é o que me realiza cada vez que posto um texto! Meu amigo, muito obrigado, que a saga continue a te manter empolgado pois isso só me dá motivação pra continuar e fazer a melhor história que eu puder, sempre! Muito obrigado uma vez mais e grande abraço!! \0/
ExcluirBem, vamos lá...
ResponderExcluirCara, é muito bom ler os seus textos. A cada dia você mostra uma evolução enorme. Meu Deus! Seu texto é extremamente minucioso e rico em detalhes. Você nos deixa a par até de aspectos culturais e geográficos da Finlândia, por exemplo. Mas, o mais incrível é que seus textos sempre foram muito longos. Calma... Eu não estou criticando. Risos. Apenas, por ser rico e detalhado, eles ficavam longos.
Só que agora você incrivelmente mantém o detalhe e toda a emoção que suas linhas carregam, mas em textos mais curtos e diretos. É até complexo como gerar essa intercessão de características. E. você conseguiu! Aplausos de pé! Tais características aliadas com o clima de suspense e terror, nos fazem ficar atemorizados e na expectativa do próximo ato. Isso é divino!
Outra coisa que não posse deixar de realçar é seu modo de escrita poético. Isso é algo nato seu. Não vejo facilmente isso nas fics em geral.
Quanto ao episódio em si... Amei ver o Ryuchi ir no avião para Finlândia interagindo e debatendo com Sayaka e seu pai. Eu gosto muito de seriados como CSI, CRIMINAL MINDS, NCIS... Séries policiais com suspense e investigação. E é muito comum as equipes usarem jatinhos executivos para se deslocarem para as missões. Você fez isso magistralmente aqui! Claro que, em Tokusatsu, Kuuga e Agito fizeram isso com maestria. E, creio que isso tenha te inspirado.
Outro ponto forte foi a relação de amizade de pai e filho. Muito bom isso e sei o quanto você valoriza isso para deixar Ryuchi ainda mais focado e poderoso. Muito bom!
Achei excelente você trazer a chance de um Neochangeman estar mais próximo de um Defensor. Afinal, os Defensores sempre atuavam nos bastidores. Era essenciais mas nem sempre notados pelos Detentores da Força Terrena. E, até esse encontro você recheou com suspense. Não creio que o policial faça parte da armadilha, mas posso estar enganado. Acho mesmo que foi um encontro real e importante. A batalha contra a criatura foi assustadora... Mas, mais aterrorizante foi a manifestação de um desaparecido que é dado como morto. Cara, isso pareceu muito as cenas de terror japonês! Bom demais, cara!
Já estou ávido pelo próximo episódio. Cada vez que uma obra sua é postada, a Mindstorm explode em emoção!
Só posso aplaudir de pé.
Grande Artur meu amigo, muito obrigado pela leitura, apoio e incentivo de sempre, e cara, não imaginas como ler o que li agora me deixa feliz... Inspirado em nosso estimado Norb, eu sempre quis reduzir a quantidade de texto sem perder o detalhamento de cenas e ver tu dizer isso, que os textos estão menores e ainda assim bem detalhados, isso me deixa maravilhosamente feliz, pois estou em busca desse feito tem muitas obras kkkkk! Uma coisa que tem me ajudado muito é, além de ler muito tanto obras quanto livros, é reler meus trabalhos e observar coisas que eu não faria mais, isso te dá uma visão de escrita muito grande! Eu sempre fui muito redundante, certa vez Jirayrider me disse "teus textos são contínuos e fluídos" e eu fui atrás de saber o que era esse elogio e percebi que apesar dele achar isso, eu repetia a mesma ênfase várias vezes, então o que tenho procurado fazer é, ao se falei sobre tal detalhe uma vez, não repito mais ele e se faltou algo a ser enfatizado sobre aquilo, volto no ponto onde escrevi e muda a escrita de forma a abranger tudo que quero, mas falando sobre aquilo, somente ali mesmo, isso deu um ganho de narrativa muito bom, e fico feliz que estejas vendo esse crescimento também, gratidão meu amigo, isso me deixou muito feliz! Sobre o lado poético, acho que ele é importante para frisar as emoções de quem está vivenciando as histórias, se tu não se importar com o personagem, ou não tiver algum tipo de sentimento por ele, creio que ele se torna alguém vazio e que não "fede nem cheira" na trama, acho que as formas de mostrar o que se passa no íntimo de cada um que está sendo apresentado, além de deixar a leitura mais bonita, ela te aproxima muito do personagem e te faz ter algum tipo de ligação com ele, seja de reconhecimento ou de repulsa... À partir desse ponto, qualquer coisa que acontecer com ele, será motivo de emoção e de degustação na leitura, por isso essa tentativa de "modo poético" como tu diz, mas curti muito que veja assim, gratidão uma vez mais!! Quanto ao bate papo no avião, eu não tive a intenção de o fazer, mas realmente parece muito as cenas de CSI antes e depois da missão no jatinho, tu tens toda razão! Eu me inspirei pra fazer essa saga de Crônicas em algo bem fora do tokusatsu, em pensei realmente em criaturas sobrenaturais atacando e um herói que pudesse combatê-las tentando salvar as pessoas... Como não quis que Ryuichi se tornasse um Dean Winchestter eu preferi partir para o estilo monstros surgindo pelo mundo e alguém os combatendo mesmo e nada melhor que usar os resquícios da batalha contra Kemono para isso, agora, é justo dizer que, quem na verdade me deu essa fagulha de Crônicas, foi Rodrigo Pereira, quando no comentário nos episódios finais de NeoChangeman ele disse algo similar a "cara, como seria legal ver os efeitos dessa chuva negra na população que sobreviveu, o que aconteceu com elas depois com o passar do tempo"... Para essa pergunta do Rodrigo, eis Crônicas da Força Terrena surgindo! \0/
ExcluirContinua...
Ah o policial Fredriik, eu pensei muito em tudo antes de bolar a história em si e, como as vezes parece que o Ryuichi é o Rambo cruzando a cidadezinha do interior e sendo notado por todos, ou ainda, que ele parece o David Banner do Hulk com Lou Ferrigno, andando pelas cidades e resolvendo situações, nesses dois casos a polícia sempre é um grande problema então, achei que seria justo um policial que o entendesse (ou será que é farsa) e nada melhor que mostrar, já que estamos mostrando o que aconteceu com as pessoas após a batalha com Kemono, o que aconteceu com os que se aliaram aos Neo para lutar e salvar a Terra, afinal, eles deserdaram seus países, foram heróis chamados de traidores, os corajosos diante de um mar de covardes que arriscaram suas vidas para que outros sobrevivessem e como Ryuichi bem demonstrou e tu citou, eles mal eram notados diante de tanta coisa que acontecia, por isso achei que um "ex-Comando Terrestre" seria uma boa adição ao nosso episódio, mostrando que nem todos foram rechaçados em seus países... Quanto ao Hiisi, ele é uma criatura que impõe medo no folclore da Finlândia, no original ele parece mais um morto vivo comedor de gente que um monstro forte, mas considerei que... Bom, isso vai ser explicado depois, porque esse Hiisi tá diferente da lenda, mas acho que se tu analisar o primeiro episódio vai conseguir juntar 2 + 2 e ver um padrão nessas "aparições" de criaturas de trevas... De qualquer forma não vou revelar os spoilers, espero que curta o porque disso estar diferente, mas com certeza, o monstro Hiisi é bem assustador tanto no folclore quanto aqui, a única diferença é que a força fisica desse Hiisi aqui é bem ampliada! Enfim, gratidão sem limites pelo comentário, por ler com tanta atenção, por me incentivar e me apoiar em cada novo capítulo, fica incrivelmente feliz com esse retorno, muito obrigado meu amigo, de coração e espero que a saga continue te cativando! Grande abraço!! \0/
ExcluirMuito bom ver o Neo Dragon voltando à ação, e uma ação muito bem descrita, ecoando as excelentes cenas de ação que você já conseguia fazer no título original.
ResponderExcluirEu curto muito nesse seu texto como você consegue ir detalhando a trama, conforme vai avançando nos acontecimentos, com calma, sem atropelar nada, no seu tempo e num ritmo que em nenhum momento se torna cansativo, pelo contrário, vai nos guiando pouco a pouco, de modo que é impossível até perceber a passagem do tempo, tamanha a imersão.
Devo ressaltar que você parece mesmo ter abandonado o "estilo roteiro" dos textos, colocando o nome do personagem antes da fala... Nossa, como isso deixa o texto mais fluído e extremamente agradável de ser lido... Um ponto positivo do tamanho de um dragão!
Acho ótima a sacada de que o mal de Kemono encontrou uma maneira de continuar assolando o mundo, agora na forma de um tipo de possesão dos humanos que já possuem a semente do mal em si, isso pode render centenas de histórias.
E, como não podia deixar de ser, esse gancho final está incrível, dá vontade de ler logo o próximo capítulo que, espero, não demore!
Parabéns cara, mandou bem demais!
Grande Norb, gratidão sem fim pelo apoio, incentivo e parceria de sempre, fico muito feliz em ver que a saga de alguma forma está te cativando! Trazer personagens nossos que nos marcaram sempre nos faz sentir bem e quando eles são bem recepcionados pelos leitores, melhor ainda, fico muito feliz com isso! Referente a condução de como apresentar os detalhes, como sempre digo, ler, comentar, receber comentários, ler outros comentários, isso sempre nos faz melhorar, e eu sempre vi comentários teus, tanto em textos meus como em outros, outro tu sempre diz que esse tipo de situação deixa o texto melhor, e realmente faz sentido... Assim como a questão dos travessões e estilo de texto em roteiro, que sempre utilizei e agora considero que não usá-los, acaba me dando muito mais espaço para descrever as expressões, as ações, os trejeitos os acontecimentos e o cenário à volta que precedem, completam ou se passam depois da fala, foi um aprendizado e um retorno muito gratificante aos meus textos, tudo sugestões tuas e, esse sistema de descrever as coisas com calma e conforme tudo vai acontecendo, também o foi, pois eu tinha o costume muito de "tokusatsu" que apresenta tudo e depois coloca as ações... Escrever e causar dúvida e curiosidade é muito melhor que expor tudo e deixar sem surpresa ou mistério algum para as próximas linhas! Por essa ajuda inestimável e por reconhecer isso dentre as linhas que escrevo, o meu muito obrigado Norb, valeu mesmo! Sobre o "mal de Kemono", eu confesso que é uma maneira bem interessante de citar o que está acontecendo, realmente se poderia chamar assim pois é uma descarga de energia maligna em pessoas com a pré-disposição a isso... Uma comparação interessante também seria, o simbionte se unindo à Cletus Kasady, um serial killer terrivelmente maligno e sanguinário, mas sem poderes para ir além do que um humano franzino poderia fazer, porém, unido a algo que liberte suas vontades mais desejadas, a gente tem um perigo gigante diante de si, e eis o que as criaturas negras basicamente são... Abordaremos mais sobre isso nos episódios seguintes, mas fico feliz em ver tu curtindo essa "continuidade" da maldade de Kemono se levantando novamente, mostra também o quanto ele realmente era um "câncer" em meio a existência, que mesmo destruído, ainda deixou seus rastros à causarem mais destruição... Quanto ao gancho final, também foi outra coisa aprendida aqui no MindStorm, se tu fechar algo e não deixar mistérios e acontecimento pro próximo, quem vai querer ler o que vem pela frente né mesmo? Muito obrigado cara, pela leitura, pelo tempo despendido, pelo incentivo e apoio de sempre e que a saga continua a cativar tua leitura, grande abraço meu amigo!! \0/
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