sábado, 22 de fevereiro de 2020

Grund-Tharg "Força Infinita" - A cidade de WinterLess!


Em um mundo onde magia e fantasia se misturam, várias raças e seres de todas as índoles, observados por deuses benignos e malignos, vivem em constante frenesi de lutas, de guerras, de sobrevivência. Nesta era, um filho da tribo bárbara Tangdarth emerge em meio aos conflitos do mundo em busca de ajuda para seu povo, e acaba por encontrar novas razões para viver que ultrapassam e muito as fronteiras de sua vila natal! Entre desafios e inimigos, Grund-Tharg, vulgo "Força Infinita", irá trilhar um caminho jamais sonhado por membros de sua tribo, que o farão compreender e admirar novas perspectivas de vida, o impelindo como um dos grandes guerreiros dos reinos perdidos! São estas aventuras, que nossas páginas irão contar a partir de agora!

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Grund-Tharg "Força Infinita" - Saga:
Capítulo 1 - A cidade de WinterLess!

A sensação de náusea era insistente, afinal de contas, eu nunca havia viajado de outra maneira que não fosse a pé ou a cavalo... Era a primeira vez, dado a urgência da missão que eu experimentava a sensação de me mover por portais... Na verdade era sequer para mim impossível descrever o que acontece, basicamente eu adentrei um buraco de dois metros de altura em uma árvore à frente da tribo e saí nesta árvore gigante à frente de meu destino: a cidade academia de WinterLess... 

Dizem que nós bárbaros somos burros, devido nosso estilo de vida simplista e até selvagem, mas se nos interessamos por algum assunto, podemos passar por cima de muito almofadinha da cidade em nossos conhecimentos... Eu sou Grund-Tharg "Força Infinita", guerreiro da tribo Tangdarth do Corcel Alado e me interesso por muita coisa... Doravante coisas que geralmente um bárbaro não detém atenção me causam curiosidade e o heroísmo da cidade de WinterLess foi o ponto que me despertou para estudar sobre ela... Enquanto saio pelo portal criado pela magia que gerou uma espécie de túnel através das árvores, eu surjo diante da área frontal em frente aos portões da cidade e percebo que os guardas da muralha inicialmente se surpreendem para logo em seguida começar a me olhar torto... Eu sigo deliberando sobre tudo que aprendi sobre a conhecida cidade enquanto caminho... 

É um local amigável de artesãos, que comercializam extensivamente através dos grandes comerciantes de WaterGround, outra grande cidade de nosso mundo.... Seus relógios de água e candeeiros multicoloridos podem ser encontrados em praticamente todos os Reinos... A propósito, a cidade ganhou o nome de “WinterLess” pela habilidade de seus jardineiros, que conseguiram manter as flores desabrochando durante os meses de neve - uma prática que eles continuam com orgulho. O que esse aglomerado de letras quer dizer eu não tenho certeza, mas tem a ver com a situação de nunca a cidade ficar branca de neve, nem mesmo nos mais rigorosos invernos, ou seja, as flores mantém a mesma colorida, sempre!

Diferente da comentada beleza da cidade, parece ser a simpatia de seus guardas... Eu me aproximo dos portões, era final do dia e o sol se aproximava do crepúsculo... Minha espada nas costas, cara de poucos amigos como é meu natural e ainda em marcha firme sou interpelado... Detenho meu avanço e um dos guardas me grita, “- Quem é o que deseja na cidade estranho?” Meneio a cabeça para o lado, pois embora eu fique a falar comigo mesmo o tempo todo em pensamento, tenho quase paciência nenhuma para falar com outros ou ficar dando explicações... No entanto, naquele momento eu precisava colaborar ou não atingiria meu objetivo imposto pelo velho Goryn Travor... Observo os dois guardas, eles colocam a mão nos cabos de suas espadas, prevejo confusão... Não que eu não gostasse de uma oportunidade de esmurrar alguém, mas aquela não era a hora... Tentei: “- EU SOU GRUND-THARG! GORYN TRAVOR ME DISSE PARA FALAR COM GRANDTURIN...”

Os guardas se observam e então, notava-se que ficaram bastante desconfiados... Me observaram por alguns segundos e então o primeiro guarda, que olhava de baixo acima riu: “- O que mestre GrandTurin iria ter para falar com um bárbaro fedido como você, suma daqui se não quiser ir para a prisão! Vá pedir esmolas em outra cidade!” O guarda acena com a mão me mandado retornar, enquanto o outro fica um tanto receoso com a atitude... Meu sangue ferve com a desfeita, ninguém me trataria daquela forma ainda mais apenas por julgar minha aparência. Como um chacal em disparada eu avanço, não quero mata-lo, isto me traria problemas, mas, ele vai ficar com alguns ossos à menos, isso vai! Cruzo a distância entre nós rapidamente, o segundo guarda se surpreendeu ao me ver já acima deles e ficou sem ação, mas o primeiro, o que havia tripudiado de minha condição, mal teve tempo de virar o rosto para me ver, meu punho direito cerrado foi muito mais rápido e praticamente fiz seu estômago grudar na medula espinhal com o impacto de meu soco, o arremessando com a força de um touro contra o muro da cidade na sequência. Me viro lentamente para o segundo guarda e tento novamente: “- GORYN TRAVOR ME DISSE PARA FALAR COM GRANDTURIN...” 

O guarda se atirou ao chão, começou a recuar apavorado, os demais guardas começam a chegar ao local enquanto o primeiro ainda se despencava da parede onde eu o havia enterrado com meu golpe... Eu observo os guardas que chegaram, fora suas flechas eu acho que me viraria bem com eles, penso em me preparar para o embate mas algo inesperado acontece então... Um impacto fulminante ao centro do campo de batalha, como se algo gigante tivesse golpeado o terreno e intenso deslocamento de ar tomou conta do local! Eu sem sequer cerrar os olhos fiquei observando o que viria a seguir enquanto com o mesmo braço que golpeei o guarda desaforado, agarrei o que estava se borrando ao chão para que ele não fosse levado para longe. A poeira começa a ceder e então era possível ver um homem, cabelos curtos e castanhos, armadura imponente e diversas armas pelo corpo, segurando uma espada longa e me olhando com um tom de deboche... Fiquei o encarando, ele ergueu-se, guardou a espada e foi até o soldado estropiado. Tocou nele, faz alguma coisa com as mãos e o curou pelo que pude ver, vindo logo em seguida para minha direção, parando há dois metros de mim me observando com o mesmo riso que parecia debochar de algo... Nos olhamos por alguns segundos e então é ele quem fala: 
“- Achei que os tinha ensinado melhor as maneiras de agir com recém chegados... Falaram o que não deviam, pagaram o preço... Respeito é algo apreciado por todos, certo comandado de Goryn?” 

O homem me dá um tapa no braço, continuo a observar ele e só vejo um único motivo para que ele estivesse agindo daquela forma... 

“- TU ÉS GRANDTURIN?” 

O homem então se vira e vai caminhando em direção à cidade enquanto gesticula com a mão me convidando: 

“- Vamos conversar na taverna, afinal melhor cerveja na boca do que terra...” O observo por alguns instantes, olho para os guardas, solto o que estava desmaiado em minhas mãos e sigo atrás daquele que se denominava Grandturin... Não olho para nenhum dos que ficaram ao portão, não por arrogância, mas por respeito, afinal ninguém gosta de ser visto derrotado... Sigo o homem e vou fazendo conjecturas e planos caso algo desse errado, mas ele foi mesmo em direção à uma taverna e logo que sentou mandou trazer cerveja em abundância, o que agradou bastante... Após quase empinar a caneca inteira, ele arrota, limpa o bigode de espuma e indaga: 

“- Que confusão o maldito Goryn se enfiou agora? Engravidou outra centaura? Precisa de um jeito de não deixar mais nenhuma engravidar? Ahahahahahahah! Fala-me valente guerreiro da Tribo do Corcel Alado, como posso vos ajudar?” 

Ouço suas perguntas enquanto sorvo minha cerveja e com satisfação bebo de um só gole, a sede era grande, o mal estar da viagem através de portais ainda incomodava... Então, tão logo esvaziei a caneca, bato com a mesma na mesa, eu tento explicar a que vim... 

“- PRECISAMOS DE... ARCANOS... OS MAIS PODEROSOS QUE PUDER DISPOR... ORINDON ESTÁ INCAPACITADO DE COMBATER E PRECISAMOS DELE...” 

Vejo que Grandturin coça o queixo e fica ainda bastante curioso com o fato... Ele sabe que nós os descendentes de Tangdarth não fazemos uso de magia em nossa grande maioria, mas, apesar disso possuímos grandes xamãs e curandeiros, era no mínimo intrigante para ele eu creio, que estivéssemos recorrendo a ajuda externa, ainda mais de arcanos, criaturas possuidoras de grandes magias as quais nós olhamos com péssimas considerações. Grandturin então me indaga: “- Sim, sim, você tem razão, estou muito interessado em entender isso, e como não tenho contato com o seu líder Goryn Travor, eu preciso perguntar... O que está acontecendo na Floresta Enluarada que seja suficiente para fazer um bárbaro solicitar ajuda desse tipo jovem Grund-Tharg... Pode me dizer mais sobre este enigma?” 

Somos guerreiros que evitam a civilização por motivos simples, mas o mais forte de todos é que os civilizados são repletos de regras... Entre nosso povo não temos frivolidades, se não gostamos de algo resolvemos em luta, nem somos dados a falar demais ou dar explicações. Se queremos algo pegamos, se não gostamos revidamos e paciência, definitivamente não é nosso forte... Assim como também não temos o costume de entender ou aceitar brincadeiras, nossa honra é nosso maior bem... Tendo consciência de todas essas falhas diante de alguém civilizado, ainda assim me é difícil suportar uma ofensa e eu considero que o comentário dirigido à mim foi deveras ofensivo... Apesar de ainda estar surpreso em como ele respondeu a algo que eu apenas pensei, a sensação de que ele estava zombando de nossa incapacidade em resolver nosso próprio problema me era ainda maior... Me ergo da mesa mais rápido do que conjecturei todos esses pensamentos e fico olhando Grandturin nos olhos, não me importava que ele fosse alguém muito poderoso visto que até mesmo Goryn recorreu à sua ajuda, tirar sarro de minha condição, eu não aceitaria... O observo bem nos olhos, percebo sua tranquilidade de quem parecia saber que eu não poderia causar-lhe qualquer mal, mas ainda assim eu pergunto a ele: 

“- ACASO ESTÁS DIZENDO QUE VIM COM O RABO ENTRE AS PERNAS PEDIR QUE NOS SALVE A VIDA? SE FOR ISSO PODE ENFIAR SUA AJUDA NO RABO!” 

Grandturin respeitosamente se levantou, mesmo nós dois sabendo que ele não precisava disso... Eu sentia que ele poderia me vencer em combate muito facilmente, era visível que ele possuía técnicas fantásticas, ele não seria o mestre de armas e lutas da academia de WinterLess à toa. Ainda assim, com cordialidade que ele não precisaria ter comigo visto seu posto e capacidades, ele se desculpou e me fez entender meu erro: 

“- Acalme-se jovem Tharg, com certeza me expressei mal! Conheço seu líder e vários outros Tangdarth há muito e sei que seus temperamentos e considerações são bem intensos... Eu quis dizer que com certeza algo muito grave está a acontecer para que não resolvam sozinhos como sempre, e eu gostaria de saber este motivo, até mesmo para poder direcionar a melhor ajuda possível...” 

Mesmo sendo diferente dos civilizados eu reconhecia a cordialidade de Grandturin, ele poderia simplesmente me fazer ter mais respeito com ele mas usou de diplomacia e educação e eu respeitaria aquele gesto para sempre. Me sento e então tento explicar, da melhor maneira que me era possível: 

“- OGREBOULD "MIL FLECHAS"... ELE REQUISITOU O DESAFIO DAS TRIBOS... ENFEITIÇOU O ÚNICO CAMPEÃO CAPAZ DE VENCER O DELE... ORINDON... OGREBOULD QUER REINAR USURPANDO NOSSA LEI...” 

Embora as poucas e rústicas palavras, Grandturin compreendeu o que quis narrar... Converso em minha mente o tempo inteiro comigo mesmo, mas tenho grandes ressalvas e indisposição quanto a ficar explicando o que penso aos demais... Na verdade, eu me expresso melhor com uma arma em mãos, se gosto de algo gargalho alto, se não gosto, eu revido à altura! Esse é o estilo de meu povo e por saber que tal estilo não é muito bem-vindo entre os civilizados, prefiro me manter quieto e conversar apenas comigo mesmo... Mas consegui perceber que apesar de quase não usar palavras e extensas dissertações, o mestre de armas à minha frente tinha entendido o que acontecia e satisfeito, acenando positivamente com a cabeça, recostou na cadeira e empinou outra caneca de cerveja. 

“- Precisam remover seu campeão do feitiço e garantir seu direito ao torneio para que possam reaver o direito sobre seu lar, a Floresta Enluarada! É justo e correto o que me pede jovem Tharg!” Diante da certeza de ter cumprido inicialmente meu objetivo, me preparo para empinar minha caneca novamente, quando ouvimos a porta da taverna se abrir com violência... Grandturin e eu sequer olhamos para o local mas ouvimos o estalajadeiro pedindo quase em um sussurro que não iniciassem outra briga pois ele havia reformado tudo havia pouco... A resposta foi um berro que mais parecia uma bufada de um touro bravo: 

“- MALDITO BÁRBARO FEDIDO, AÍ ESTÁ VOCÊ! VAI ME PAGAR POR ME HUMILHAR DIANTE DO SENHOR GRANDTURIN!” 

Tanto eu quanto o mestre de armas ficamos em silêncio, nenhum de nós fitou quem falava, não era necessário, sabíamos exatamente definir o irritado pelas palavras proferidas... Empinei minha caneca de cerveja e em silêncio fiquei, até que senti e ouvi a corrida e a investida do guarda bundão! Me ergui da cadeira movendo-me para a esquerda no exato momento do golpe e vi ele enterrar o machado de guerra na mesa de madeira da taverna, ficando com o mesmo preso, dirigindo então a mim um olhar não mais de fúria, mas sim de pavor... De frente para ele o observei nos olhos agora com toda a vantagem do mundo e desferi um potente murro na cara do infeliz que voou por sobre as outras mesas se estabacando na parede adiante. Coloquei o pé sobre a cadeira e observei os demais guardas enquanto Grandturin continuava com os pés sobre a mesa bebendo cerveja e analisando tudo... Era a hora de ser o que sou, desafiei então: 

“- MAIS ALGUM BORRA-BOTAS MARIQUINHAS SE SENTE OFENDIDO E TEM CULHÕES SUFICIENTE PRA TENTAR SE VINGAR?” 

Eram pelo menos 10 guardas armados de machados e espadas e diante de minha frase parecia que suas faces haviam sido pintadas de rubro. Em carga e com uma gritaria desnecessária se jogaram em direção a mim e então pude finalmente me exercitar como estava querendo há algum tempo. 

O primeiro a chegar tentou me acertar com a espada em um corte horizontal, esquivei, agarrei o pulso dele e torci para que soltasse a mesma. Feito isso com sua própria mão que estava fechada fiz ele esmurrar a própria cara o arremessando com um giro no braço para distante de mim. O segundo tropeçou na cadeira que empurrei com o pé de leve à frente pra causar esse efeito, o abestado bateu com a cabeça em cima do acento, oportunidade perfeita para chutar a cadeira junto com o cão sarnento contra os próprios imbecis. Eles se amontoaram com o impacto e tentaram se desvencilhar pra seguir em frente, quando acabaram por olhar, eu já vinha no sentido contrário de braços abertos. Apanhei a todos de surpresa e os impactei contra a parede a frente ganhando o tempo necessário e os desarmando com a pancada violenta como eu pretendia. 

Agarro um dos guardas ainda em estado de falta de ar pelo impacto e desfiro um soco em seu nariz que tenho certeza, resultou em osso fraturado; peguei o desgraçado pelo pescoço, o ergui e bati violentamente sua cabeça revestida com um elmo contra o que estava ao lado direito, fazendo com que ambos apagasse com o choque, os atirando ao chão e chutando a dupla logo em seguida para longe. Nesse instante percebi que o resto do povo que ali estava quando o embate começou, escolheram um lado na farra e iniciaram a brigar e quebrar tudo, se batiam aleatoriamente como já é de costume em tavernas, apenas escolhiam em quem bater e se atracavam de golpes, usando cadeiras, as mãos limpas, ou jarros, pratos e canecas, parecia que a regra era apenas derrubar oponentes até que só um ficasse em pé, as próprias garotas da taverna faziam o mesmo em uma verdadeira briga generalizada, eu diria que, uma cena maravilhosamente linda de se ver!
Enquanto isso os bardos que tocavam no palco, mudam sua melodia e parecia que o novo ritmo imposto incitava a todos a parecerem muito mais selvagens do que civilizados, transformando o antes calmo e pacato local em uma verdadeira zona de guerra, o que era como música aos meus ouvidos! Voltando ao meu combate e aproveitando o esforço da perna direita para chutar os caídos, girei o corpo completamente, me voltando ao que estava à minhas costas ainda borrado de medo e emendei um soco de direita em seu queixo, o erguendo para cima com o impacto fazendo com que voasse por uma das mesas vindo a cair sobre a outra passos mais distante de nós... Aos meus pés, um dos que ainda não tinha desferido sequer um golpe tentava se levantar, a chance perfeita para ser malvado ao extremo... Ergui meu pé esquerdo e pisei com toda a vontade em seus escrotos sentindo que eles achataram-se ao chão completamente... Acredito que nunca vi uma cara de reação tão feia em minha vida. 

Restavam três deles, agarrei o que estava mais próximo pelo braço, o girei duas vezes no salão o arremessando contra a bancada da taverna o fazendo voar pelas prateleiras, ao que os outros dois agora sujavam o chão de urina enquanto eu caminhava contra eles fazendo os chacais começarem a recuar solto um urro de fúria para intimidá-los e encerrar a batalha em grande estilo, mas neste momento Grandturin se pronunciou salvando o rabo dos que restaram: 

“- Não cansam de passar vergonha soldados? Se ele fosse alguém maligno teria matado a todos com facilidade, não perceberam ainda?” Os guardas gemiam por toda a taverna enquanto tentavam se levantar... Os dois que mijavam no chão apavorados tentam justificar: 

“- Mas senhor Grandturin, ele nos humilhou, temos de reaver nossa honra...” Ganturin ficou de pé finalmente e com ar agora severo proferiu: 

“- Querem suas honras de volta? Recolham os que não podem caminhar, se recuperem e voltem às aulas básicas da academia para aprender a tratar a todos que aqui chegam de acordo com suas índoles e não com as aparências que seus olhos preconceituosos enxergam. Tiveram atitudes erradas ao receber Grund-Tharg e agora outra atitude mais errada ainda ao tentarem adquirir honra sem a merecer... Ao término de seus turnos irão revezar entre instruções primárias na academia e a reforma da taverna, agora retirem-se!” 

Sob as ordens do mestre de armas e instrutor da academia de WinterLess, os guardas recolhem os feridos que não podiam andar sozinhos e ajudam os que podem se mover, se retirando logo em seguida, enquanto eu fiquei parado em meio ao estabelecimento esperando o que viria para mim pelo quebra-quebra que promovi. Grandturin terminou de beber sua cerveja, trouxe o outro caneco que ainda estava cheio e me entregou... 

“- Nunca se desperdiça cerveja meu amigo!” Eu seguro o caneco e ele vai até o balcão, fala com o estalajadeiro que parece ficar contente e o vejo colocar moedas de platina sobre o móvel... Empino a caneca de cerveja que me foi entregue, limpo a barba colocando a caneca vazia sobre a mesa ao meu lado e fico de frente à Grandturin esperando que alguma punição me recaísse também, pois eram a guarda da cidade a quem eu tinha agredido, de certo seria repreendido, além de que o estranho na cidade era eu... O mestre de armas parou à minha frente, me observou seriamente, como se me analisasse para tomar uma decisão e então estendeu a mão para um aperto das mesmas explicando: 

“- Peço perdão pela pouca maturidade dos guardas, ser espancado diante de todos não é algo que se tem orgulho, então, peço que entenda. Durma aqui esta noite, já paguei os estragos e sua hospedagem, amanhã de manhã virei até você aqui mesmo com a equipe que precisas! Não irei decepcionar nem a você nem a Goryn meu grande amigo, fique tranquilo!” 

Eu aperto a mão do mestre de armas ainda confuso, mesmo sentindo enorme gratidão eu não entendia a atitude dele... Realizo um aceno de cabeça agradecendo tentando conter minha dúvida, mas não consigo ficar com aquilo a incomodar... Eu havia atacado seus guardas, os ferido bastante, porque ele puniu os guardas e a mim um estranho nada foi feito? Me viro e fico o observando e antes que eu pergunte o porquê, como que novamente lendo meus pensamentos, antes da pergunta ele me responde: 

“- WinterLess trata a todos de acordo com suas ações, não com sua aparência... Temos seres de todas as raças aqui e todos, até que cometam algo que os coloque em outra situação, são nossos irmãos... Assim como em qualquer lugar existem pessoas propensas a agir de acordo com o que vêem apenas e de acordo com seus pré-conceitos... O guarda errou e você defendeu a si e sua honra, suas coisas mais importantes... Os demais guardas que se deixaram levar pela vingança do primeiro erraram ainda mais e você novamente apenas se defendeu e mesmo tendo poder para tal não matou ninguém... Você é digno das honras a que Tangdarth é referenciado por isso, só merece elogios por sua conduta de acordo com seu povo e suas crenças... Eu o reverencio em suas atitudes jovem Grund-Tharg!” As palavras do mestre de armas entraram forte em meu cerne, talvez mais que qualquer outras palavras tenham conseguido até hoje no auge dos meus 20 verões... Fico a observá-lo enquanto ele segue seu trajeto em direção à porta e então, antes de sair ele completou de forma cordial: 

“- Seria bem vindo à nossa academia senhor Grund-Tharg... Se tornaria ainda mais forte e quem sabe num futuro próximo poderia ser o campeão de sua tribo, protegê-la bem como aos seus, assim  como hoje Orindon faz... Pense na proposta, sem pressa, me pergunte sobre os detalhes quando achar conveniente e conversaremos sobre as “regras demais” e as exceções que poderemos fazer, se achar meu convite interessante, é claro! Até amanhã Grund-Tharg “Força Infinita”! 

Grandturin se retira, eu fico a observar a porta onde ele saiu por alguns segundos... Cerro meu punho direito e o observo pensando na ideia de me tornar mais forte e proteger minha tribo... Porque eu pensaria em aceitar tal proposta me tornando um cachorrinho do exército de WinterLess? Nunca faria isso... Ou... Haveria mais em ser um integrante da academia daquela lendária cidade? De qualquer forma desço meu punho e estranho o silêncio... Olho ao redor, muita coisa quebrada e os que ainda estavam a taverna escondidos atrás dos móveis que restaram... Olho para o balcão do estalajadeiro e vejo o mesmo correndo para a mesa onde eu estava antes da briga, correndo com bandejas e jarros abarrotando a mesma de comida e bebida com um sorriso amarelo no rosto... De todos que estavam no local, apenas um não havia se movido ou feito qualquer menção desde que entrei até agora... Eu me dirijo para minha mesa e depois de fita-lo de relance, em sua armadura negra, apenas me sento, como e bebo à vontade... Ignoro completamente sua presença então, sequer percebi quando foi que ele saiu de lá... Minha missão estava parcialmente cumprida, era aguardar o dia raiar para seguirmos até a Floresta Enluarada e despertarmos Orindon finalmente... 

A ceia terminou porque a mesa ficou vazia... A grande quantidade de comida balanceou com a quantidade de cerveja que bebi e isso impediu que eu ficasse bêbado... Levantei, olhei para a mesa onde o homem de armadura negra estava, nem rastro mais dele... Tornei a não dar atenção a situação e busquei com meu olhar a missão final do dia, mulheres... Várias circulavam por ali a noite inteira, mas existia um grupo seleto que ficava mais próxima do balcão e do estalajadeiro, provavelmente as melhores da casa... Me direciono ao balcão e entro em meio a elas, me debruçando sobre o mesmo observando o dono do estabelecimento que talvez, devido ao quebra-quebra tivesse algum receio de mim... Usufruindo essa vantagem e não dando margem às messalinas para que entendessem que eu as queria muito, disparei ao estalajadeiro:

"- MULHERES... CAPAZES DE AGUENTAR ATÉ O RAIAR DO SOL... QUERO TRÊS..." 

O cordial homem olhou exatamente para as três que eu queria... As mesmas se agarraram a mim e sob indicação do estalajadeiro, me conduziram para o quarto a mim destinado... Havia um tacho gigante para banho, jarros de água ao lado e aquelas coisas que eles usam para se limpar com gosto bem estranho, se não me falha a memória o termo é "sabão"... Tiro minhas vestes, recosto a espada próximo à tina de banho e adentro a mesma chamando as três para o aconchego de meu corpo... Após aproximadamente duas horas de intensa atividade, elas querem abandonar o quarto alegando que não era normal tanto tempo de ato sexual com o mesmo freguês... Meneei a cabeça e disse que uma das três precisava pelo menos finalizar o serviço que contratei e então, poucos minutos depois, a escolhida deixou meu quarto reclamando de dores me permitindo recostar dentro da banheira para aproveitar a vista de minha janela... Era realmente uma bela vista, quase parecia a noite ao relento, de onde se podiam ver o céu, as estrelas... Saciado e em paz, me permiti momentos de recordações interessantes de minha infância... 

É fato que minha mente reservou pouco daquela época, de meu passado enquanto criança em plena tribo do Corcel Alado, mas do momento em que comecei a perceber as coisas até hoje, as lembranças são boas... Confortável e desafiador era o balanço de vai e vem, enquanto minha mãe corria e caçava comigo em suas costas, quietinho, ainda muito pequeno para acompanhá-la em seus largos passos...A observava espreitando as caças e eu tentava nem respirar para não atrapalhar sua investida... Era como seu fosse o caçador em segundo plano tendo uma arma mortal a meu comando, era assim que eu considerava Stefne "Olhos de Águia"... Quando meu pai voltava de algum combate ou alguma missão, era com ele que eu passava os dias, aprendendo a segurar e manusear armas cada vez mais pesadas e ainda assim usá-las com perfeição... O poderoso e condecorado Tenskell "Machado Veloz" era respeitado em toda nossa tribo devido sua grande habilidade em sua arma favorita e contam seus pares que suas capacidades eram ainda melhores demonstradas quando em meio à vários inimigos, eliminando vários com um golpe apenas, o que lhe conferiu a alcunha citada. 

Foram bons tempos... Realmente bons tempos... Me ergo da tina, recolho-me a cama e pego no sono de forma pesada... Estava cansado, minha mente desejava alcançar o descanso para se recuperar de tantas decisões tomadas no dia que passou e se preparar para as que viriam no dia seguinte... A noite me abraça, o sono chega e eu finalmente durmo...

Continua...

15 comentários:

  1. Uau! Simplesmente UAU!
    Meu amigo Lanthys, que narrativa incrível. Quando você disse que iria escrever sobre um Bárbaro, num estilo fora do que você costuma usar, eu já esperava algo bom, mas puxa, achei demais!
    O estilo em primeira pessoa ficou perfeito, foi possível, literalmente, entrar na mente de Grund, entendê-lo e ver como ele tomaria as decisões que tomou nesse conto.
    Outro ponto positivo: As falas sem o nome de quem as diz... Isso deixou a leitura muito mais fluída, muito mais agradável. Um ponto acertadíssimo.
    E vamos ao personagem.
    Como eu lhe disse, quando se fala a palavra "Bárbaro" imediatamente imagino o clássico estilo Conan, muito mais violento, burro até, sujo e tals... Já Grund se aproxima desse esteriótipo, mas dá a volta e se mostra mais honrado e muito mais inteligente do que se espera de um Bárbaro.
    Curti muito o Ganturin e sua postura diante dos soldados idiotas que tentaram enfrentar o Grund, espero mais histórias com ele.
    E esse fim... "MULHERES... CAPAZES DE AGUENTAR ATÉ O RAIAR DO SOL... QUERO TRÊS..." Cara! Mandou bem demais! Aí Sim senhor Bárbaro!
    E é assim, senhoras e senhores, que se constrói um personagem foda.
    Sem mais, só me resta dar os parabéns acompanhados de palmas de pé!

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    1. Grande Norberto, um dos mais presentes incentivadores que tenho atualmente, só posso te agradecer por ter me incentivado a continuar investindo da escrita a ponto de escrever coisas interessantes e olha só, meu primeiro personagem autoral (é assim que se denomina né?) Tudo isso tem teu incentivo e apoio desde que começamos a trabalhar juntos em prol da escrita, te agradeço imensamente por isso! Vamos ao conto, pois fiquei muito contente com o retorno que teve de tua parte:

      Eu como te disse em conversa anterior, teria um grande desafio em explicar e mostrar o que queria com um personagem que fala pouco. Assim tive a ideia de ser o pensamento do Grund, afinal é natural da gente, principalmente dos calados, pensar muito e falar pouco, então acreditei que se eu tomasse o lugar do pensamento dele, eu poderia mostrar o que ele sentia e cogitava, de forma a dar vazão a quem ele era visto que os diálogos seriam poucos e expressariam muito pouco. Também seria meio esquisito um narrador que conhecesse uma mente tão "falante" sendo que o personagem nada falava, aí surgiu a ideia da primeira pessoa dando voz a narrativa do Tharg! Expondo os pensamentos dele, podemos confrontar o que ele pensa com como ele age e isso achei, daria um charme extra para a narrativa, parece que acertei, o que é muito bem vindo!

      Quanto as falas sem nome na frente, isso dá uma dor de cabeça, visualmente falando, kkkkk! Parece que o texto fica bagunçado, sem uma lógica de apresentação e sem uma regra clara de como é o corpo do texto, mas, parece que ficou legal e dá pra entender quem fala o que, agora é praticar até ficar em um nível que fique não só explicado quem está falando, mas também que fique bonito aos olhos a distribuição de falas, narrativas e parágrafos!

      Sobre ser um bárbaro, eu tinha essa ideia também até começar a jogar RPG e mesmo em mesa se tem muito a ideia de que bárbaros são burros, mas, certa vez meu mestre, quando falei pra ele sobre isso me indagou: "- Como tu acha que bárbaros são guerreiros que as vezes em número menor vencem exércitos inteiros? Só na força bruta, mesmo tendo magos, feiticeiros, rangers e especialistas dentro do exército inimigo? Não, eles vencem com estratégia ! E pra tu sobreviver era após era, sem magias, sem especialistas, sem outras classes que os demais exércitos tem, somente com estratégias, de qual atributo se tiraria isso? Inteligência meu amigo, inteligência! Bárbaros são selvagens, sem modos, grosseiros, não se preocupam com higiene ou luta honrada, mas, são inteligentes pra caramba, ou estariam extintos! E alguns deles, ainda se dedicam a unir todo esse poder à honra, o que resulta num personagem diferenciado e excepcional! Foi isso que quis colocar em Grund-Tharg, esse personagem raríssimo dentro de uma tribo bárbara, por isso essa diferença que notas! Espero que ao longo das aventuras, Grund-Tharg não deixe de ser interessante à leitura devido a esse posicionamento! :)

      Ganturin é mestre de armas na academira de Neverwinter e irá aparecer várias vezes ainda, aliás, existe uma cena muito legal dele junto ao Grund no ataque de trevas que a cidade irá sofrer, aguarde e verá!

      Ahahhahahaha, bárbaros sendo bárbaros, eu vi uma cena em Korgoth de Barbária e adaptei para o Grund, achei que seria uma bela demonstração do estilo selvagem e sem compromisso deles com as regras do mundo civilizado, além de dar um tom mais adulto pra coisa sem baixar o nível, o espelho de "sendo sexy sem ser vulgar" hahahahaha!

      No demais é isso, em breve Grund partirá com a equipe para ajudar sua tribo e a história se aprofunda bastante logo em seguida com diversas missões pelas terras de Forgotten Realms, espero conseguir transmitir a vocês a mesma intensidade que essa trama teve quando jogamos ela na mesa! Agradeço uma vez mais a leitura e tua incansável atitude de me incentivar, me dedicarei cada vez mais para ser sempre merecedor dessa leitura e desses comentários! Grande abraço meu amigo!

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  2. Grande amigo, Aldo.

    Confesso que não gosto muito de RPG. Aí, não me animo muito em ler. Mas, claro que li, pois amo sua impecável escrita.

    E, como Norberto disse... Escrever um conto visando um bárbaro.... nos moldes do RPG... Não é nada fácil. Grund ficou muito bem caracterizado...

    É nítido que você usa um texto bem argumentativo e embasado no cenário do RPG de Mesa. Não, é isso? Pergunto de boa mesmo... Falo isso, pois até pra entender melhor sua escrita no caso do RPG, eu li uma dissertação de mestrado na UFOP, na área de humanas, em que o Mestrando aborda justamente a descrição linguística
    do registro “texto argumentativo” inserido no RPG de mesa.

    Para comprovar mesmo o que ele defende no trabalho, eu teria que gravar as mesas em que você participa dessa temática. Falo isso, pois na dissertação, o autor diz que para entender esse comportamento linguístico presente nos textos baseados em RPG de mesa, é necessário: coletar um corpus inicial composto por gravação e transcrição de uma seção de RPG de mesa. A esta coleta, tem que ser aplicados critérios de campo, sintonia e modo (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2014, MARTIN & ROSE,2007) para a identificação do objeto da pesquisa, um texto explorar: argumentar & expor:explicar, texto argumentativo, gerando assim um corpus efetivo de análise. Este corpus de texto, então, tem que ser perfilado sistemicamente com a ajuda da ferramenta de análise semiautomática UAM Corpus Tools © (O’Donnell, 2008) e posteriormente, ainda, analisar as frequências de ocorrências das combinações de TRANSITIVIDADE, MODO e TEMA (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2014; FIGUEREDO, 2011). Com base nisso, o autor fala como a gramatica organiza o texto argumentativo no RPG. Bom, se fosse Geologia, era mais fácil pra mim... Mas, Ciências Humanas é algo bem complexo. Risos. Mas o seu texto e gramática é tão organizado e concatenado que dá vida ao cenário histórico de Grund. Então, sinceramente, eu acho que, um conto como esse, poderia até servir de experimento prum teste de modelagem de aferição para uma técnica como esta supracitada.

    Campeão, ler o seu texto é uma delícia. Mesmo de um tema que eu não curto. Os resultados da minha análise, como um mero geólogo (risos), da área de exatas e da Terra, apontam que um texto lindo que é composto por uma ou mais ocorrências da unidade chamada fase argumentativa, que o autor tanto defende.

    Em suma, meu amigo. Você é um estilo literário, que além do caráter técnico que tem, une isso ao poder da sua alma. Isso só pode resultar numa coisa:

    FENÊMENO!

    Parabéns, meu amigo.

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    1. Grande amigo Artur, mais uma vez venho agradecer pelo apoio e incentivo de sempre, pois mesmo sendo uma temática que não te cative, cá está tu à me apoiar e incentivar e por isso, o meu mais sincero obrigado! Cara, eu confesso que não conseguir compreender muito bem o que seria toda a explanação que tu colocou, principalmente os termos e procedimentos, mas me pareceu que tu entendeu que mesmo sem eu ter todos esses procedimentos e ferramentas eu consegui fazer algo que em uma análise de faculdade por exemplo, ela seria levada em conta em sua estrutura e conclusão. Resumindo eu compreendi que tu quis dizer que ficou muito bom mesmo sem ter usado os procedimentos citados, o que me deixa imensamente feliz. Eu confesso que na hora de jogar, não existe nada disso, é algo bem expontâneo mesmo, muito mais uma interpretação do que qualquer outra coisa ou seja, eu vejo como montei meu bárbaro, sua personalidade e definições de alinhamento moral e depois eu preciso interpretar esse cara nos moldes que eu criei. No caso de Grund-Tharg ele é um tanto diferenciado de Conan por exemplo, pois ele tem uma tendência a apesar de selvagem e brutal, ser mais inclinado a ter atitudes sociáveis e benevolentes, isso tudo porque eu não conseguiria interpretar um Conan da vida kkkkkk! Mas enfim, fico contente que tenha gostado e espero que continue a acompanhar, irei narrar toda a vida de Grund em seus principais feitos, até o fim de sua jornada e confesso, tem momentos bem legais para serem apresentados! No momento, agradeço imensamente a dedicação em comentar e fico muito feliz que tenha curtido tanto assim, grande abraço meu irmão!

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  3. Grande Lanthys! Me instigasse para conferir a saga de Grund Tharg e aqui venho dar minhas opiniões sinceras a respeito de minhas impressões iniciais.
    Em primeiro lugar, tenho que dizer que te acho muito bom em criar cenas ricas em detalhes e descrições que ajudam ao leitor visualizar o que se é descrito, o que aqui não deixa a desejar em nenhum momento. Começando por uma breve explanação da cidade escolhida e situando-a no cenário, fazendo relação com outras localidades de interesse e que, muito provavelmente, serão exploradas posteriormente. As narrações das cenas de ação também são muito bem feitas, dá pra notar o cuidado de não deixá-las entendiantes com um excesso de movimentos e nem à livre interpretação, contribuindo para que o leitor tenha uma noção clara das capacidades combativas dos personagens.

    Agora continuando, essa minha análise, em alguns momentos talvez possa soar como se eu tenha odiado o "conto" (pra mim está mais para conto do que fanfic), mas não é bem assim, então já vou começar explicando alguns pontos que acho complicados.

    - Pra começar, acho extremamente arriscado se escrever algo situado em um cenário tão conhecido e popular como o dos Reinos Esquecidos, os quais tenho algum contato desde que comecei a jogar RPG, mais de 20 anos atrás, apesar de ter jogado pouca coisa em mesa neste cenário, tive mais contato com o mesmo através de jogos eletrônicos (Neverwinter Nights, Baldur's Gate, Icewind Dale, Sword Coast Legends, Demon Stone, Dark Alliance, entre outros, que aliás, recomendo). Ao meu ver, este cenário talvez seja mais bem conhecido por rpgistas do que o de senhor dos anéis e qualquer deslize em alguma ambientação pode ser condenada por um fã mais fervoroso. Sendo assim, é algo que eu nunca faria (escrever algo neste cenário).

    - Agora sobre o estilo de narrativa, foi uma baita surpresa, um tanto estranho de início o fato de você ter escolhido escrever na primeira pessoa. É uma escolha que favorece alguns deslizes na ambientação, por se tratar da própria visão e interpretação do protagonista a respeito dos mesmos, entretanto, limita a visão do leitor sobre os acontecimentos da história. Então, pode ser algo bom ou ruim dependendo de como usado. No geral achei que você conduziu a narrativa muito bem dessa forma, sempre se atentando em não dizer algo a mais que o protagonista não viu ou não sente.
    ***Continua...***

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    1. - Sobre o personagem principal, Grund Tharg, tenho que começar dizendo que não gosto de bárbaros, nunca gostei, em nenhuma mídia. Nunca joguei de bárbaro em nenhum rpg e nunca jogaria, por mais que alguns mestres já tenham tentado me seduzir dizendo que era o melhor tank, melhor damage dealer de curto alcance, etc. É um estilo de personagem que não me seduz e que, pra ser bem sincero nem imagino você jogando com ele. xD
      Dito isso, não me identifico de início com o Grund Tharg o bastante para ter grande interesse em sua visão de mundo (seus pensamentos gerados por conta da narração em primeira pessoa), apesar disso, a linha de pensamento dele é mais lógica e menos explosiva se comparada às suas palavras exteriorizadas e ações, o que alivia a barra e torna a narrativa mais interessante, mesmo que eu ainda torça o nariz um pouco. Apesar disso, Grund Tharg parece ter tido contato anterior com o mundo exterior à sua aldeia anteriormente, ao mesmo tempo em que demonstra uma certa simplicidade em seu modo de pensar, o que me deixou um pouco confuso na construção do personagem. Teria ele estudado os reinos à sua volta? Que tipo de estudo foi este? Outros bárbaros aventureiros retornaram com artigos de fora? Contaram-lhe histórias a respeito de suas aventuras? Não sei as respostas, mas me deixou um tanto intrigado.

      Outro ponto foi que não vi nenhum heroísmo no personagem neste capítulo inicial e minha vontade foi a de que Ganturin lhe desse uma bela bicuda na cara ao final da confusão na taverna kkkk. Aliás, já lhe daria uns tapas só de vir falar gritando de início, ou partir pra ignorância com os guardas, mesmo que estes tenham merecido. Achei Ganturin bem condizente com um garoto "mau educado" recém-chegado na cidade que o mesmo tem obrigação de proteger e de dar exemplo.
      Além disso, o achei exageradamente forte e resiliente para um garoto de 17 anos que acabou de deixar sua tribo, independente do que tenha feito até então (obviamente pode haver alguma explicação para isto que eu ainda não saiba). Os guardas de Neverwinter deveriam tê-lo escalpelado vivo se fosse algo mais realista dentro do cenário, assumindo-se que Grund seja um aventureiro iniciante (lembrando que a cidade de Neverwinter já lidou com muita coisa barra pesada e seus guardas são treinados para lidar com tais coisas). Sendo assim, Grund deveria ser um aventureiro bem experiente para fazer tudo que fez com tamanha presteza, o que não faria sentido, a meu ver, visto o convite de Ganturin para o mesmo se juntar a academia, que treina jovens para que estes se tornem aventureiros, atuem na defesa da cidade, etc.
      ***Continua***

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    2. Apesar destes pontos controversos que citei, achei que você fez um bom trabalho em construir uma narrativa de fantasia medieval de forma geral, bem diferente do que já li da sua parte e com um grau de dificuldade bastante elevado em termos de ambientação. Enfim, no teu lugar eu correria menos riscos, não utilizando um cenário tão bem estabelecido, dando uma envelhecida no protagonista, etc. Mas como dizem, quem tá na chuva é pra se molhar. xD

      Ao meu ver, não acho que você tenha tentado ser extremamente fiel ao cenário ou às mecânicas de um RPG e talvez por isso tenha me incomodado em alguns pontos que citei, pois iniciei a leitura imaginando que seria uma tentativa de se reproduzir uma mecânica vista numa partida de RPG, mas você foi pro lado mais cinematográfico, o que é obviamente mais interessante para leitores que não tenham noção de como funciona um rpg e talvez até mesmo para os que tenham, pois provavelmente ficaria difícil se construir uma narrativa excitante com um personagem realizando um número limitado de ações por vez ou tomando um pau pros guardinhas da cidade. xD

      Resumindo, não gosto de bárbaros em geral, a impressão inicial é a de um protagonista bem anti-herói e difícil de se admirar, mas você construiu uma narrativa detalhada e interessante, de um modo bem peculiar, com influências claras de experiências rpgistícas e fantasia medieval em geral. Quem sabe os próximos capítulos me tragam uma interpretação mais ampla do personagem que a princípio não me agrada, por questões puramente pessoais.

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    3. E finalmente eu consigo trazer meu grande amigo e apoiador Darkwes a vir dar sua contribuição e deixar seu registros em meus escritos de novo, tenho grande apreço por tuas palavras devido ao conhecimento que deténs, principalmente no quesito RPG que é o qual esta saga aborda, então, de antemão, tanto pela quantidade pela qualidade do registro aqui feito, fica o meu muito obrigado pelas palavras, pelo incentivo, pelas dicas, pelos pontos de vista, para que num futuro próximo eu espero, eu possa ter corrigido ou melhorado cada uma das partes citadas! Mas bem, vamos aos comentários:

      - Inicialmente é preciso dizer que, sim, quem tá na chuva é pra se molhar e quem convida o Shenlong pra opinar sobre construção de DragonBall caseira tem que estar pronto pra tudo kkkk! Pois bem, em épocas anteriores, onde a maturidade me faltava, essas palavras soariam como um gigante "pare de escrever isso", mas hoje, espero não estar enganado, eles me soam como "eis alguns pontos, mas prossiga e se supere!" Assim sendo, eu queria dizer que tudo que foi dito aqui está registrado para ser estudado e analisado, mesmo considerando que alguns pontos no meu conceito devem ser assim mesmo, mas eu quero detalhar cada um deles para mostrar minha visão sobre tudo e claro, estar pronto pra se molhar por defender elas kkkk!

      - Sobre o universo dos Reinos Esquecidos, esse mesmo conselho já me foi dado por outro mestre de RPG, e ele foi mais enfático ainda, me disse que não leria nada que não seguisse o cenário corretamente! Pois bem, minha decisão foi de que, eu vivi uma aventura maravilhosa nesta terra e que este personagem foi um dos que mais me divertiu assim sendo, embora utilize termos e referências de Reinos Esquecidos, nunca mencionei realmente estar nesta mesma que todos os Rpgistas jogam e aqui eu creio que tomo o primeiro molho, porque foi onde meu antigo mestre me disse "se tu menciona NeverWinter é Reinos Esquecidos"... Eu então rebati com "já vi muitas sagas e histórias e tramas onde apesar dos nomes, a cidade não é a mesma, apesar das coincidências, o local é outro e funciona diferente, exemplo prático os games de Final Fantasy onde muita coisa tem nomes daqui e embora o planeta pudesse se chamar Terra, não era o mesmo nosso... Se pegarmos a saga da DC, Crise nas Infinitas Terras temos pelo menos 7 Terras diferentes eu creio e todas elas tem nomes similares mas, não são o mesmo lugar nem seguem as mesmas regras, e assim, eu arrisquei contar meu conto (sim, eu também considero um conto, visto que é algo ainda não escrito ou criado)! Assim sendo, apesar do risco por conter termos e nomes de Reinos Esquecidos, e embora eu não tenha explicado ainda que estamos em uma espécie de realidade alternativa onde como citei acima, apesar das semelhanças, não estou no cenário em si, apesar do risco de tomar pedradas, eu achei que Grund-Tharg só podia surgir neste cenário!

      - Sobre a questão primeira pessoa, é uma forma de narrar e mostrar a maneira de pensar do personagem, sem com isso ficar "babando" no dito cujo. Exemplo, enquanto estou narrando na visão do Tharg ele pode mostrar, enaltecer e elogiar coisas que eu como narrador se o fizesse, seria seletivo, já ele tem motivos para o ser. Da mesma forma, nos episódios seguintes, eu retomo essa postura, de um ângulo diferente que me permite mostrar as qualidades do Tharg sem ele se tornar um egocêntrico que se admira mais que tudo... Enfim, pode não dar certo, mas cogito que seja a melhor maneira de mostrar o melhor de cada personagem sem tornar o narrador ou o personagem alguém que elogia a si mesmo, por isso essa ideia, vamos ver no que vai dar com o andar dos episódios!

      Continua...

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    4. - Sobre Grund-Tharg... Nossa, tu não gostou mesmo dele, kkkkkk! Paciência, fazer o que, gosto é gosto! Bom, Grund é de uma tribo de bárbaros que são digamos os mais civilizados dentre os bárbaros. A tribo, principalmente por influência de seu líder e ancestrais, tem apreço por aprender e ouvir os relatos que vem "de fora" e a todos que tiverem interesse é dada a chance de partir para uma vida fora da vida de bárbaros, ou seja, não é proibido ou visto com maus olhos aprender e estudar, tanto que Tharg sabe ler e escrever algo que nas fichas de D&D bárbaros são analfabetos. Como disse no início, usei os termos e terrenos do cenário onde joguei, mas de maneira alguma segui as regras e determinações/imposições do sistema, o que me faz me molhar na chuva, mas me permite fazer algo além do que os dados permitiam, então por este motivo (que previamente Tharg mesmo explica com o "ponto que me despertou estudar sobre a mesma") o jovem se interessou pelo assunto e estudou sobre tal com quem tinha tal conhecimento, como se tivesse comprado o conhecimento Geografia, História entre outros na ficha. Ah, ele não tem pontos pra isso no nível 1, concordo, e exatamente por isso fugi das regras para poder contar uma história de seres incríveis e além do normal, desde o início, fato que seria impossível se me apegasse às regras do cenário e do jogo! Sobre o heroísmo dele, isso ainda não existe, não dessa forma, afinal, é um jovem de 17 anos de idade, sem sabedoria, o que sim só pode despertar com a idade, diferente da força que se treinada desde criança, as 17 pode ser manifestada em grande explendor, principalmente com as capacidades especiais de Grund-Tharg (e dos demais personagens) que ainda serão contadas! Isso explica a força descomunal que tu estranhou, sua capacidade contra vários guardas de NeverWinter (que sim já enfrentou muita coisa terrível mas não mantém os heróis no portão, ali estão os guardas que servem somente para aquilo, os que tem mais capacidades e mais opções não ficam o dia na vigília, são chamados para lá quando algo do nível deles acontece) assim como sua maneira e atitude contra os guardas e aqui se explica muita coisa: Ganturin, um grande e renomado morador de NeverWinter, com grande senso de justiça e de igualdade! Ele conhece os guardas, ele conhece os heróis e ele conhece os bárbaros, para Ganturin ter a flexibilidade de entender a diferença entre reações cultura de comportamento e falta de honra ou justiça é simples e natural, já para Grund-Tharg que tem só 17 anos e ainda não tem sabedoria, se comportar como um guerreiro honrado e bondoso é quase impossível (ainda); por outro lado os guardas são doutrinados desde sempre dentro da cidade e instruídos a tratar todos iguais, mas desfizeram de Tharg por estar sujo... Ora, Tharg sempre foi sujo, é selvagem, pra ele é normal, assim como revidar quando ameaçado, e era apenas um rapaz de 17 anos contra diversos guardas. Já os guardas, mais velhos que Tharg e desde sempre treinados para tal, agiram por vingança, por ter apanhado em uma briga que provocaram e que vieram buscar de novo, pois tudo havia sido resolvido!

      Continua...

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    5. Ganturin deixou os guardas tentarem a sorte já que queriam resolver na porrada e, deixou Grund ser selvagem como era e reagir ao ser atacado como reagia, apenas ficou de "juiz" da coisa, sendo justo e igual com todos! Friso de novo, eram vários guardas treinados contra um jovem de 17 anos musculoso, quem poderia esperar que os guardas apanhassem tanto? E porque Tharg pode com todos eles tão fácil? Existem motivos e serão contados mais pra frente, mas mesmo que usasse as regras, quando jogavamos sempre foi dito que, mesmo no nível 1, dependendo da habilidade que tu gastar mais pontos, tu já é um super humano diante de soldados normais, que era o tipo de guardas que estavam de vigilância e foram totalmente desrespeitosos com um recém chegado que nada fez de errado além de ter a voz alterada e a roupa e o corpo sujo. Bom, estendi demais essa parte, mas, eis meu ponto de vista de porque tudo correu como correu, sem falar que era a maneira de contar a história, se seguisse as regras do RPG, não ia rolar kkkkk!

      - Sobre a forma cinematográfica, aqui foi aquele ponto de novo da escolha... Veja, meu mestre de RPG leu e me disse "eu não leria algo que foge das regras"... Por padrão eu adotei que todo aquele que considerasse as regras de RPG não iria gostar do meu texto e eu não poderia repetí-lo com fidelidade ao sistema, então, era praticamente zero a chance de eu conseguir agradar um conhecedor do cenário e das regras, fato que teus comentários comprovaram kkkkkk! Mas eu queria muito contar a história de Grund-Tharg e julguei que justamente o pessoal que não domina essa área e que não se apega a esse ponto, poderia curtir muito a aventura de um bárbaro não tão selvagem, com capacidade de aprendizado, agraciado pelos deuses (como Hércules ou Xena por exemplo) com poderes muito diferenciados e que saísse fora do normal que se conhece dessa classe... Foi com um personagem desse tipo que eu me diverti muito, mas muito mesmo por mais de um ano e que foi o único até hoje que teve um final feliz, eu não poderia deixar de contar isso, e se não seria bem vindo pelo público conhecedor das regras, eu de novo resolvi me arriscar me molhar, tentando ganhar o público que não domina as regras, como um conto aleatório e de cunho totalmente narrativo e não interpretativo de mesa... Assim sendo, mesmo sob protestos de quem entende, eu resolvi arriscar na narrativa cinematográfica de tentar ganhar os outros leitores e assim, conseguir contar a história do meu personagem mais divertido e que mais me deu liberdade de ação, ou seja, forte, combativo, uma máquina de destruição, mas com um coração bondoso e justo, banhado com poderes sagrados e capacidades únicas que em nenhum paladino da vida eu consegui encontrar... Tharg foi o melhor herói que já pude jogar no D&D e por isso ele tem esse lado solto e selvagem, mesclado ao conceito de fazer o bem, mesmo que isso contradiga sua origem, eis a "cinematrografia" que to criando kkkkkk!

      Agora é esperar que os próximos capítulos sejam lidos e que Grund-Tharg possa se mostrar mais digno diante da tua leitura, no momento atual, tudo que posso fazer é dar explicações às perguntas, e agradecer imensamente por teres dado a atenção a esse trabalho que tanto me agrada! Gratidão meu amigo e que a força de Grund-Tharg possa te ganhar nos próximos atos! xD

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  4. Grande Lanthis cá estou eu em uma historia sua completamente fora dos padrões a que estou acostumado para, em primeiro lugar lhe dar os parabéns pela excepcional escrita. Eu já pontuei isso e pontuo novamente. Sua capacidade de nos fazer mergulhar no mundo que cria vai além de qualquer limite. Quando comecei a ler, percebi que a historia era narrada em primeira pessoa e pensei, não vou conseguir, não é meu estilo, e quando percebo, estou dentro da taverna desviando de soldados que caiam aos montes por cima das mesas, batiam em paredes e tal. Essa sensação de estar completamente imerso a uma leitura, uma historia é algo que poucas vezes consigo alcançar, e que julgo primordial para me fazer levar uma historia e/ou fic ou conto até o final, e quando se trata de sua escrita, isso é sempre garantido. Também pude perceber aqui as suas influencias a RPG, que é algo que eu sei que você curte, e confesso, tive que ler alguns comentários aqui pra embasar o meu, por não ser o RPG, uma mídia de meu conhecimento. A historia, pelo menos pra mim, que por não entender de RPG, apresenta um cenário bem convincente, em todos os momentos da historia o personagem não fica perdido, a historia sempre me deixa localizado de onde e como os personagens estão e eu acho isso primoroso, não que isso fosse um problema pra você mas é algo a se elogiar sempre.

    Eu também não vi o nosso personagem principal como um herói, muito pelo contrário. Achei ele completamente descontrolado, ao ponto de partir pra cima do guarda só de ouvir algo que o incomodou. Acredito que o fato de ele ficar na cidade e treinar ali(caso aconteça), acrescente ao personagem que até então é força bruta pura, um pouco de inteligência e sagacidade também. Estou pontuando isso, mas ainda não sei se a jornada dele inclue esse tipo de aprendizado.

    Também não sei se toda a historia será pautada em RPG, ou se o RPG é apenas um dos elementos que a compõe. Das duas formas, será uma surpresa e uma grande experiência acompanhar.

    Foi uma ótima experiência sair da zona de conforto para ler teu texto fora dos moldes "Heróis japoneses". Grande abraço Mestre e assim que possível lerei o segundo capítulo.

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    1. Grande Rodrigo, prazer sem tamanho te receber aqui em Grund-Tharg, como bem dissestes, um texto fora do contexto padrão que estamos acostumados e que nos pega de surpresa! Eu passo por isso seguidamente porque eu só sabia escrever tokusatsu raiz, seguindo a regra de monstro do dia, império do mal e tudo mais, risco por risco, mas aprendi com vocês e a variedade de textos que criam, que a gente podia ir além, então, peguei uma aventura de RPG que vivi com esse personagem Grund-Tharg e quis narrar ela! Espero que com o passar do tempo possas te adaptar e se tornar assíduo, pois ter tu como leitor em mais uma saga será uma grande satisfação pra mim!

      Antes de mais nada, obrigado pelas palavras, eu sempre me preocupei muito, principalmente depois do Blog MindStorm, de fazer um texto como se faziam nas mesmas de RPG, ou seja, pra tu poder deixar o jogador apto a tomar uma boa decisão, é necessário descrever ao máximo, sem ser redundante no caso do texto, onde exatamente os personagens estão e o que os cerca em cada situação pra que tu possa montar a cena na tua cabeça e assim entender o que acontece, isso se tornou uma necessidade pra mim e pelo visto tá sendo bem aplicada então, te agradeço por reconhecer e apoiar essa característica de minha escrita!

      A narrativa em primeira pessoa achei necessário porque, como bem dissestes ae, Grund-Tharg não remete a um herói por conta de várias situações, sendo, uma delas o fato de ser de uma tribo bárbara! No conceito de RPG os bárbaros são tribos selvagens que caçam e protegem seus territórios! Tipo hipopótamos, tu entrou na terra deles, sem um bom motivo, já era, ainda existem bárbaros mais violentos, que fazem saques e pilhagens, mas no caso da tribo do Tharg eles não são tanto assim! Ok, dito isso, ainda é preciso pontuar que no RPG existem as tendências que tu precisa escolher pro teu personagem e elas regem como ele deve se comportar! Um paladino por exemplo, é leal e bom, ou seja, ele segue regras ao extremo e nunca comete um ato de maldade! O oposto disso é caótico e mau, que seria e mente do Coringa, tu nunca sabe o que vai fazer e é capaz das maiores atrocidades, então tu pode combinar os eixos, da ordem (leal, neutro e caótico) e os do sentimento (bom, neutro e mau), totalizando 9 tendências, e o Tharg é caótico e bom, ou seja, nunca seria capaz de uma maldade, mas, tu nunca sabe que atitude ele vai tomar e muito menos podes esperar que siga regras à risca! A coisa mais comum numa aventura que tem um bárbaro, é o paladino tá passando a estratégia de ataque para o grupo e o bárbaro simplesmente sai de machado em mãos gritando em direção ao inimigo para retalhar o máximo deles com a maior brutalidade e menor tempo, saca? Então, ele será um herói, um dia, mas ele tem um longo caminho pela frente e irá enfrentar muitas coisas que o farão amadurecer com o passar do tempo e só então, compreender as coisas, mas, ele não mudará seu estilo pois senão, deixaria de ser bárbaro, seria um guerreiro, um ranger, ou qualquer outra coisa, mas não um bárbaro, então a essência precisa ser mantida pra ele poder continuar como Grund-Tharg, não sei se consegui explicar bem!

      Continua...

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    2. Sobre ser um RPG, sim, a história toda será pautada nisso e no amadurecimento do Tharg que o levará a grandes feitos dentro dessa trajetória. Tu pode ter certeza que haverá momentos em que tu vai vibrar com as coisas que ele fará e em outras tu vai ficar "WTF", porque ele é um cara que não segue regras, principalmente se ele não concordar com elas, então teremos muitas situações que consideraremos "fora da casinha" mas dentro do "universo" dele, são completamente corretas! No episódio 2 já temos um pouco dessa visão diferenciada, onde outro narrador analisa o Tharg e se notam os acertos dele em comparação com os demais levando ao tópico de "cada um faz o seu melhor à seu modo".

      Bom meu velho, eu queria dizer que me sinto imensamente feliz por teres dado essa chance ao bom e velho Tharg e te prometo uma dedicação gigante pra te manter cativo à esta leitura pois ela irá nos apresentar coisas que realmente fogem bem de nosso conceito atual nas fics e eu aposto nisso pra aprimorar um pouco mais minha escrita! Agradeço imensamente por esse apoio e incentivo ao meu trabalho e espero que os demais episódios te agradem também! Grande abraço meu amigo! \0/

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  5. Tudo que tu tocas, vira ouro !

    Narrativa esplêndida!

    Ghund- Targ, o bárbaro e seu encontro com Granturim e a civilização.

    Sua meticulosidade em fazer narrativas tão densas, me assombram sobremaneira, no bom sentido da palavra .

    Cenas de luta escrita e o fôlego, abordagem de temas polêmicos como preconceito.

    Maneirismos incrívelmente descritos.
    Apetite sexual bem narrado.
    Tudo muito bem dosado.

    Parabéns


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    1. Grande Antonio meu amigo, mais uma vez venho aqui agradecer sua leitura e parceria de sempre! Sim, Grund-Tharg foi meu personagem mais querido no RPG, o que mais me diverti, a campanha que mais me senti vivo dentro dela e com o qual eu mais consegui tomar atitudes e ações... Foi um personagem desafiante pois eu precisava interpretar um bárbaro, sem etiquetas, sem preocupação com o pensamento dos demais, selvagem na educação, brutal na forma de lutar, sem papas na língua e se importando muito pouco com o que os demais estavam interessados, ou seja, um personagem que em nada se assemelha com meu estilo, então sem dúvidas, foi um grande desafio dar vida a ele... Uma vez que a aventura terminou, eu resolvi que contá-la, de forma mais poética, seria bem divertido e interessante e assim, surge Grund-Tharg e suas poucas boas maneiras kkkk!! Mas espero que com o passar do tempo eu consiga te cativar mais ainda, que ele possa conquistar teus elogios e leitura pois tem muita coisa ainda pra Grund-Tharg nos mostrar, fique atento que creio que irá se divertir e muito! \0/

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Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

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