quarta-feira, 4 de maio de 2022

Grund-Tharg - Cap. 16 - "Guardião Selvagem!"


A noite havia tomado conta por completo da Floresta Enluarada… No dia, ou melhor, na noite mais imprópria para tal, a floresta estava mais enluarada que nunca, a lua cheia brilhante e gigante nos céus, clareava por completo cada local, cada passo, cada canto da mesma, deixando à mostra os vastos campos de clareiras, as copas gigantes das árvores centenárias, bem como impedia que o grupo se movesse mais livremente como o fariam na escuridão completa!

Sem poder armar uma fogueira, sem poder fazer ruídos, sem poder preparar alimentos ou mesmo dormir, o grupo observava por entre as vegetações diversas, algumas mais altas que Akron para se ter uma comparação, tentando buscar tanto por vestígios visuais do acampamento orc bem como por possíveis inimigos, pois uma vez que soubessem exatamente onde estavam e o que os espreitava, poderiam desviar dos mesmos de forma mais efetiva e sair daquele ponto o quanto antes, já que não poderiam repousar naquela noite de qualquer forma…

Um encontro com Orcs dada a situação atual seria algo no mínimo desastroso, todos no grupo tinham essa certeza, estavam cansados, seus ferimentos e sangramentos estavam tratados pelas bênçãos da divindade de Kinseph, mas o descanso do corpo e da mente era necessário e eles não poderiam fazer isso na situação atual, o risco de serem encontrados por um grupo de caça Orc era gigante e contra muitos, ainda mais se pegos de surpresa, nem mesmo o grupo poderoso teria chance…

O vento pelo menos estava a favor deles, vinha no sentido de onde cogitavam encontrar-se o acampamento em direção da trilha que estavam seguindo, e o som dos tambores continuava à sudoeste deles o que confirmava a localização do acampamento dos mesmos e colocava os aventureiros em posição favorável para continuarem a caminhada pela mata... No entanto, eles sabiam também que Orcs eram criaturas que, devido seu tamanho e falta de capacidade de serem furtivos, usavam a noite para caçar e se alimentar, e poderiam estar espalhados por qualquer área da floresta, uma vez que o acampamento estava próximo…

As visões binoculares dessas criaturas, não eram especiais para a noite mas, sem dúvida alguma enxergavam muito melhor que os humanos na falta de luminosidade… Essas questões, aliadas ao fato de que eles se alimentam de qualquer tipo de carne, com o agravante de que davam preferências por criaturas sencientes, carne fresca e sangue quente, tornava os aventureiros uma presa especialíssima para um ataque noturno de um grupo Orc faminto…

Grund-Tharg ia a frente deles, seu nariz indicava o tipo de criatura que tinham em sua retaguarda ou que por ventura se aproximasse deles, graças ao vento que denotava o que quer que viesse na trilha depois deles e, ao mesmo tempo, essa mesma ação do vento não levava o cheiro deles até o acampamento perigoso… Se chegassem à Tribo do Corcel Alado, teriam comida, descanso e também proteção pois os Orcs não arriscavam confrontos contra uma tribo de selvagens TangDarth… Porém, ainda restava pelo menos uma hora de caminhada até o local onde a tribo estava acampada, precisariam esquivar-se dos Orcs por um tempo deveras grande para conseguirem chegar ao seu intento sem encontros com os mesmos…

Ninguém no grupo falava, todos mantinham o silêncio absoluto e confiavam no aliado que estava à sua frente diretamente para não ser surpreendido, e por sua vez, todos apostavam suas vidas em Grund-Tharg, o único rastreador do grupo… Grund era o primeiro da fila indiana, seguido de Akron, Syndra, Nissa, Kinseph e por último, Jhon Raven fazendo a proteção da retaguarda do grupo…Eles precisavam seguir um caminho certeiro, em plena noite, sem chamar a atenção e sem serem pegos de surpresa pelos seres sanguinários e ainda havia muito terreno pela frente…

O grupo seguiu determinado, nenhum ruído era realizado por nenhum deles, o trajeto precisava ser feito com lentidão e tudo ia bem até então… Grund já reconhecia o terreno como muito próximo de onde sua tribo estava e sentia que em breve poderiam se recuperar, porém de uma forma bastante estranha, uma lufada de ar é sentida por todos e o vento muda de direção inesperadamente… O que antes trazia os odores terríveis que os Orcs exalavam até os aventureiros, agora havia sumido e ia, justamente na direção onde minutos atrás haviam localizado o acampamento das criaturas bestiais…

O grupo então aperta o passo visto que qualquer caçador na floresta naquela direção agora os poderia detectar com a mudança do vento, eles precisavam chegar na tribo o quanto antes para estarem à salvo e quase que correndo, eles avançavam determinadamente, esperançosos de evitarem o confronto pelo menos naquele momento de fadiga extrema... Após mais alguns minutos, finalmente Tharg deixa escapar um urro de felicidade, o local havia chegado, faltavam poucas centenas de metros para o acampamento da Tribo aliada, mas parecia que o destino não ia colaborar tão fácil com eles dessa vez…

O grupo chega até o ponto exato onde estiveram antes, mas... O local onde estava vazio… Não um acampamento vazio sem integrantes, mas sim, o local da floresta que estava ocupado antes pela tribo, agora estava deserta, não havia mais uma tribo do Corcel Alado naquele local, somente mato e vestígios denotando haverem já dias de partida dos selvagens… Grund e os demais sabiam que as tribos eram nômades mas, não havia motivo para terem mudado de local naquela época do ano… À menos que algo urgente houvesse acontecido e poucas coisas nesse mundo seriam uma emergência para um tribo selvagem como dos bárbaros TangDarth…

O grupo olha para Tharg esperando sua decisão, Tharg olha para o grupo e percebe isso buscando com a visão ao redor tentando entender o que aconteceu para ter uma noção de o que fazer em seguida e como encontrar rapidamente um abrigo… De repente, como uma brisa suave que soprava ao rosto em uma noite abafada, uma leve inspiração inusitada percorre sua mente sem que ele compreendesse, algo que ele ainda não havia sentido antes, algo que parecia sussurrar com ele, repetindo baixinho como se ao seu ouvido estivesse… “- Pedra Única… Pedra Única… Pedra Única…”

O bárbaro fecha seus olhos, concentra-se na mensagem que parece borbulhar em sua mente, busca por uma provável fonte à estar lhe dizendo tal coisa e, por mais impossível que fosse a resposta, ele olha diretamente para cima de onde estava, onde uma coruja repousava em um galho o observando, como se fitasse dentro de sua alma através de seus olhos… Novamente então como se a criatura quisesse demonstrar a ele tal situação ser verdadeira, ela o encara e firmemente e como uma espécie de impacto leve e agradável de energia invisível, Tharg ouve outra vez… “- Pedra Única…”

A coruja então, como se considerasse ter cumprido sua parte, vira sua cabeça, bate asas e parte rumo à noite sumindo rapidamente de vista, ao passo que Grund pondera sobre a situação inusitada vivida... Ele reflete rapidamente sobre tudo, e embora soubesse que aquilo parecia impossível de acontecer, ele presenciou tal fato... Tomando sua decisão, Grund vira-se para os demais e explica: “- Precisamos chegar até o ponto de adoração dos TangDarth, a Pedra Única, pelo menos mais uma hora de caminhada se corrermos, é lá que a tribo está…”

Akron então se aproxima do gigante, olha Grund nos olhos não demonstrando desconfiança, mas querendo ter a certeza de não estarem sendo atraídos para uma nova armadilha e expõe: “- Como você tem certeza disso Grund, achou alguma pista concreta sobre isso?” Grund olha para o pequeno, olha para os demais e exclama: “- Uma coruja me contou! VAMOS!!” O selvagem então vira e se coloca em corrida vigorosa na direção que lhe foi sugerida pelo animal, ou assim ele imaginava, enquanto os demais acenam uns para os outros positivamente, sem outra opção e também sem hesitar, o seguem na nova empreitada completamente arriscada, mas única naquele instante crucial…

Enquanto corria, Grund estava entre a atenção do trajeto e o que acontecera minutos atrás, como havia entendido o que a coruja falou à ele, se é que isso havia realmente acontecido, se não fora um efeito da exaustão que se anunciava ou mesmo, uma trama maléfica de Adramanter novamente... O que estaria acontecendo com ele se perguntava, como uma situação totalmente sem sentido poderia ecoar na cabeça dele como tendo alguma lógica… De encontro ao acontecimento estranho da ave falante, o bárbaro durante o combate contra os dragões, também lembrava de ter se sentido melhorar, se sentia mais apto, se sentia mais capaz de feitos não imaginados antes, embora ele não tivesse a menor ideia de como aquilo poderia de alguma forma ou maneira acontecer, ainda era difícil entender toda a situação anormal que estava a vivenciar… Então, o som alarmante de um zunido corta a noite e faz Tharg deter seu movimento de forma abrupta, enquanto uma flecha Orc se crava na árvore ao seu lado indicando que por mais esforços que tivessem feito para evitar tal situação, agora eles estavam sendo caçados!

Não havia mais o que fazer, eles apenas podiam correr, o ruído e os gritos de seus perseguidores denotavam pelo menos uma dezena de Orcs em seus encalços e isso era muito mais do que eles conseguiriam dar conta no estado em que estavam, eles precisavam fugir era o pensamento primodrial de todos, no entanto… Cansados, ainda com resquícios das últimas e dificílimas batalhas, desprotegidos em plena noite da floresta selvagem, Grund remói a situação e sabe que estão longe o suficiente da Pedra Única para apenas correrem e chegarem à tempo de conseguir ajuda em sua tribo, eles não conseguirão tal feito cansados como estavam... Eles não poderiam seguir o plano, eles teriam de enfrentá-los e arriscar suas sobrevivências naquele combate e então, em um ímpeto de revolta e de iniciativa, o selvagem gira seu corpo passando a mão pelo chão, agarrando uma pedra de pelo menos trinta centímetros de diâmetro, a arremessando ao que parecia o escuro vazio, passando como um meteoro por todos os aliados e logo em seguida, se ouvia o som de ossos quebrando e o urro proferido por quem foi acertado, deixando claro que o ferimento havia sido brutal e que uma nova batalha começara!

Grund então empunha seu machado e se prepara para o combate, se iria vencer ou perder não importava mais, tudo que lhe restava era combater até o final para que seus aliados pudessem seguir em frente, para que pudessem chegar até a tribo em segurança, porém, os demais chegam até ele, o cercam e se preparam para lutar junto do aliado embrutecido... Jhon Raven, o mais centrado de todos, diz com um leve sorriso: "- Não iremos conseguir aguentar por muito tempo amigos, mas, se temos que tombar, que seja juntos, e que seja lutando!"

Grund então aos berros contraria: "- É POR ISSO QUE VOU SEGURAR ESTES CHACAIS AQUI ATÉ QUE FUJAM, VAMOS, SAIAM DAQUI AGORA!" É nesse momento que Nissa e Syndra se olham, logo em seguida elas olham para Kinseph deixando clara suas intenções e o mesmo acena positivamente se colocando entre elas e o bárbaro, de frente para o local onde a “pedrada” desferida por Grund acertou algo… Syndra é quem completa: "- Nem vamos deixar um dos nossos para trás, nem vamos morrer aqui, deixem que o sexo frágil coordena daqui em diante!"

Grund não entende a atitude e tenta rosnar para que o clérigo saísse de sua frente, mas seu corpo exaurido não permitia mais que sua fúria natural se ativasse, ao contrário, ele fraqueja e ajoelha-se sem forças, sustentado por seu machado que o mantinha sem bater ao solo tamanho seu cansaço finalmente revelado… Kinseph então une suas mãos, fecha seus olhos e inicia suas preces, seu corpo começa à brilhar enquanto Nissa e Syndra ficam à frente dele o mantendo seguro, também voltadas na direção dos inimigos… Jhon Raven compreende a atitude, e virando-se para onde viriam os inimigos assim como os demais, assume posição de defesa para proteger as duas arcanas enquanto Akron, observando a atitude de todos, não espera que os inimigos ataquem pela retaguarda mas se o fizerem, Grund estaria vulnerável e então, à exemplo do que fez Jhon diante das arcanas, ele vai para trás de Grund e vira-se para o breu da mata, protegendo as costas do selvagem enquanto aguardava, e confiava, que seus aliados sabiam o que estavam fazendo…

As flechas zunem novamente pela noite, demonstrando os inimigos estarem perto mas não ainda o suficiente para o ataque corpo a corpo e é nesse instante que a estratégia das duas arcanas se inicia! Syndra gira as mãos movendo os dedos de forma única pelo ar e ressoa quase como um suspiro:

“- Esferas de luz!”

Tal qual o nome da magia proferida, esferas de luz explodem por todo o campo de batalha, elas não causam mal algum, mas a claridade que geram, faz todo e qualquer inimigo deter seus movimentos e cobrir os olhos, tamanha a luminosidade que a magia exercia, ofuscando e bagunçando completamente as visões dos atacantes orcs que enfim surgiam há metros dos aventureiros, em carga ensandecida!

Com isso, quase que sequencialmente em segundos, Kinseph libera um sussurro que igualmente anunciava sua ação:

“- Círculo contra o mal!”

Sua energia dourada explode e gira ao redor de seu corpo enquanto a luz gerada por Syndra começava a sumir, criando um círculo que impedia qualquer ser ou intenção maligna de passar pela mesma fazendo com que as flechas desferidas, batessem e/ou ricocheteassem nesta energia defensiva, mantendo o grupo completamente seguro, pelo menos durante os segundos que ainda precisavam para completar sua estratégia! Dando tranquilidade aos demais, Kinseph completa: “- Por alguns minutos eu consigo manter a barreira erguida, boa sorte garotas!”

Nissa sem sequer olhar para qualquer um dos aliados, apenas deixa escorrer um sorriso determinado e então era sua vez de agir, movimentando as mãos e os braços com gestos incapazes de serem repetidos, mesmo pelos mais atenciosos que a observassem e então, um ruído começou a surgir ao longe, aumentar e aumentar cada vez mais, enquanto a arcana fecha os olhos e sussurra:

“- Invocar criaturas!”

Algo como uma nuvem negra começava a se destacar em meio a escuridão poderosa da floresta revestida pelo brilho radiante da lua cheia, e uma vez que somada ao ruído que faziam, não havia como não perceber o ataque poderoso que se aproximava... No instante seguinte, uma verdadeira colônia voadora de morcegos, invadia o campo de batalha de forma caótica, indo pra cima dos Orcs que estavam agora à passos deles, tirando completamente qualquer capacidade dos inimigos se movimentarem ou agirem além da tentativa de defesa própria, devido ao ataque de milhares de morcegos de pura energia arcana, criados através do poder de Nissa!

É nesse ponto que Syndra então assume o papel novamente, gesticulando de forma exótica, de olhos fechados e concentração em grande quantidade, pronunciando novamente quase como um sussurro:

“- Esfera de invisibilidade!”

A energia dourada de Kinseph então é revestida por uma energia prateada que logo se tornava transparente, mas diferente do que se pensaria de uma barreira translúcida, ela não mostra o que estava dentro, ou seja, os aventureiros recobertos por tal cúpula de magia não mais eram vistos por quem estava de fora, e dentro do campo de magia invocado, apenas o local sobre o qual estavam diretamente acima ficava visível, transformando o que antes era o alvo dos Orcs, em mais um lugar de mata sem qualquer atrativo de caça para os seres bestiais!

Cheiro, sons, reflexos ou vultos, nada do que os recobertos por essa magia fizessem, saía para fora da redoma e se tentassem desavisadamente invadir o local, o círculo de proteção instaurado por Kinseph os direcionaria para o outro lado, impedindo que chegassem à eles! Porém Nissa não ia permitir essa chance branda aos Orcs, seria pouco para eles, ela os odiava por natureza, detestava com toda sua força os integrantes dessa raça e assim, com um segundo gesticular exótico, uma nova colônia de morcegos surge, dessa vez maiores, mais assustadores e completamente energizados com eletricidade, como se um relâmpago vivo fossem, colocando o grupo de caçadores sanguinários para correr na direção oposta em pânico e confusão, abandonando sua caçada por completo, pelo menos por aquele momento...

O grupo se mantém em silêncio dentro da cúpula de invisibilidade observando a cena bizarra, todos procuram não fazer nenhum ruído e então, alguns segundos após os orcs terem debandado, silencioso e diferente de todos os outros, um gigante até mesmo para os padrões dos Orcs surge diante deles e fica, há poucos metros do grupo, observando o nada... Armado com machado de guerra, espada e diversas facas, a criatura observa a noite, fareja, escuta e fica em silêncio, imóvel, por vários segundos... Provavelmente o líder do grupo ou algum desgarrado mais violento que caçava sozinho... No entanto, mesmo com sua observação persistente, o orc gigante nada detecta, cheiro, som, presença… Na visão da criatura bestial, as presas fugiram noite à dentro correndo, o que foi suficiente para que ele fizesse o mesmo, seguindo em direção diferente da qual estavam os aventureiros ocultos, ganhando com isso o grupo fadigado, minutos preciosos para recuperarem seus fôlegos exauridos pelo menos, e assim terem a chance de continuarem sua jornada até a tribo do Corcel Alado…

Syndra de forma dedicada manteve a barreira invisível por pelo menos quinze minutos, assim como Kinseph mantinha seu círculo contra o mal até que Akron questiona, ainda temeroso: “- Será que ele já foi mesmo?”

Grund-Tharg que até então nada havia feito, pelo menos em sua concepção, sai da posição recostada em que estava e colocando sua mão direita ao chão, concentra-se e explica: “- Deixa que eu descubro nanico!” A mão do selvagem brilha espalmada ao chão, e como se enviasse raízes de energia ao chão, se conecta com o solo enquanto seus olhos brilham como em sintonia com a terra que tocava… Por alguns segundos ele mantém a conexão, diante dos olhos espantados de todos e então a energia cessa finalmente e ele retira a mão da terra, recostando-se na árvore novamente, quando então explica: “- Os fujões já estão há quase de volta no acampamento tamanho a velocidade com que correram, já o mal encarado final, está naquela direção (apontando para a direita), correndo atrás de um bando de cervos que ele jura, somos nós!” Todos se olham então e finalmente começam à respirar mais calmamente, convencidos de que o perigo havia passado, pelo menos por enquanto…

Syndra e Kinseph desfazem então suas magias, ao passo que Jhon Raven olha para as arcanas e para o clérigo acenando com a cabeça, deixando claro seu agradecimento a todos: “- Obrigado à todos… Sobrevivemos graças ao esforço conjunto de vocês, mas não podemos perder essa chance… Podemos seguir Grund?”

O bárbaro finalmente se ergue e confirma: “- Sim, em poucos minutos chegamos à Pedra Única, a tribo está lá, poderemos descansar, comer e dormir… Os mágicos estão em frangalhos, não poderão salvar nossos rabos de novo se ficarmos aqui… Em marcha, é isso o que faremos!”

Grund se põe à caminhar e o grupo o segue, nenhum deles era capaz de contrariá-lo, sabiam de suas limitações e que eles precisavam de abrigo o quanto antes… O grupo seguia um ritmo firme, mas não mais corriam, não tinham tais condições, seu corpo cobrava as ações feitas, principalmente Nissa e Syndra vinham sendo amparadas por Jhon e Kinseph, e foi Akron quem novamente se aproximou de Grund, curioso com a situação, questionando: “- Como você faz aquilo? Como tem a certeza sobre os Orcs?” Grund segue a trilha conduzindo a todos e novamente frisa ao aliado: “- Os animais me contaram oras, não ouviu os bichos falando? Como faz eu não tenho a mínima ideia, só que sei que veio a ideia, eu fiz... ” O tiefling fica a observar a expressão de Grund, não havia dúvidas em sua crença naquilo, mas, falar com animais era uma habilidade druídica e não de um bárbaro… Afinal, o que estaria acontecendo pensava Akron, enquanto o grupo seguia firme em sua trilha!

Quarenta e cinco minutos mais fora o necessário para o restante do percurso e finalmente a fumaça e o cheiro de cavalos e couro tomava conta do lugar, o sinal de quem uma tribo TangDarth estava por perto... Eles haviam finalmente vencido a floresta e despistado seus perseguidores, finalmente encontravam um abrigo e poderiam descansar sem correr o risco de serem pegos desprevenidos, tudo graças ao trabalho em equipe que desenvolveram, alguns com pequenas contribuições, outros com grande e memoráveis atitudes, mas eles se mantiveram unidos e unidos triunfaram até seu destino... A tribo do Corcel Alado estava diante deles finalmente!

Adentrando o acampamento bárbaro, alguns erguiam seus braços e berravam a cumprimentar Grund-Tharg, outros sequer importavam-se com a chegada do bárbaro e seus aliados, se Goryn não fazia objeção da presença deles em outras feitas, não era problema deles verificar esse fato agora, eles pensavam... Porém, diante de um público esmagadoramente masculino, sem dúvida alguma, boa parte dos olhos dos integrantes da tribo, notavam completamente Nissa e Syndra em cada mínimo passo ou movimento que davam pelo local onde estavam…

O grupo chega ao centro do acampamento e Grund rapidamente agarra um pedaço de carne que havia à beira do fogo e começa à comer com muita vontade, enquanto intercalava à gigantescos goles de cerveja das canecas servidos à beira do fogo… Observando a cena, os aventureiros aproximam-se também da grande fogueira, um tanto tímidos apesar da fome mas não suportam e começam a comer junto do bárbaro... É então que Goryn Travor, líder dos Corcéis Alados surge e os recepciona: “- Parece que andaram fazendo exercícios noturnos  pela mata hein? O estado de vocês é deplorável… Amanhã conversaremos sobre os ocorridos, por enquanto comam e bebam à vontade, os despertos mostrarão cabanas onde podem dormir depois, não sairemos daqui pelos próximos dias então, descansem o quanto quiserem, são nossos convidados… E você chacal… Faz parte da tribo ainda, convide os outros para comer quando o for fazer!”

Grund-Tharg sequer olha para Goryn ou os demais e segue comendo como estivesse há dias sem ingerir nada… O grupo acomoda-se e começa a comer com vontade igualmente, ninguém estranhava a atitude de Tharg, afinal, boas maneiras não era a marca daquele guerreiro bruto, mas ambos estranhavam a movimentação do acampamento em plena madruga, horário que todos, pela lógica, deveriam estar dormindo… Jhon percebendo a estranheza de todos, explica entre uma mordida e outra da deliciosa carne: “- Bárbaros são um povo que nunca dormem completamente, eles precisam de tudo o dia e a noite inteira, seja o que for que necessitarem, é necessário que esteja à disposição de todos... Assim sendo, estão sempre em atividade, nunca encontram um momento em que todos estão descansando como nas cidades, para que a tribo assim funcione dia e noite… Digamos que seus integrantes apenas desenvolvem hábitos diferentes, uns dormem o dia todo e se despertam à noite, enquanto outros seguem uma rotina parecida com os demais que conhecemos, e são mais ativos durante o dia, dormindo à noite… Dessa forma eles mantém tudo que é necessário sempre funcionando, como comida, bebida, vigilância entre outros… Para eles é normal que em qualquer horário ou momento, tudo que a tribo precise está sendo providenciado por alguém… Por isso Orcs não se aproximam, bárbaros caçam à noite também, e se forem pegos nas redondezas, com certeza serão tratados como invasores e repelidos da mesma forma…”

Todos, exceto Grund-Tharg, prestavam atenção na narrativa, para o grupo era importante aprender cada vez mais sobre tudo que pudessem e embora o cansaço, embora a fome e a sede, conhecer os selvagens de cultura tão pouco difundida, e que pela segunda vez os acolhiam, era sem dúvida uma agradável oportunidade! Akron se sentia ainda mais empolgado com a narrativa, era importante para ele conhecer mais sobre outros povos e costumes, tudo servia para ampliar seus repertórios e atitudes e a narrativa de Jhon o bombardeava com diversas informações preciosas sobre o fato, alimentando sua mente voraz com as palavras enquanto o próprio Akron alimentava seu corpo com a refeição farta da tribo!

Alguns minutos depois, com suas fomes e sedes saciadas, os aventureiros são conduzidos à tendas separadas para que eles pudessem descansar, exceto por Grund-Tharg que ainda continuava à comer e algumas horas depois, iria entrar em sono profundo, ali mesmo, do lado da fogueira, dormindo ao chão, roncando como um trovão... O grupo adquiria seu merecido descanso enfim, enquanto a tribo do Corcel Alado seguia sua rotina…

As horas transcorreram, a tribo seguia seus hábitos normais enquanto os aventureiros, cada qual com suas maneiras, regras, dogmas e condutas seguia seus momentos igualmente... O sol estava fraco naquele momento, um tom alaranjado entre nuvens como dos mais belos crepúsculos quando Nissa começa a abrir lentamente os olhos… Ela então cobre o rosto, afinal, se era o despertar do dia pensava ela, havia dormido pouco, era normal aquela irritação ao olhar para o astro rei diretamente… Ela vira-se para o lado, busca por Syndra e a arcana aliada estava ali, ainda a dormir igualmente… Nissa senta-se e seus movimentos geram ruídos que fazem a colega despertar, repetindo seus mesmos gestos ao cobrir o rosto e sentir a irritação do luz do sol radiante… É então que Jhon surge diante da tenda e com uma expressão preocupada, comenta: “- Finalmente acordaram… Eu confesso que estava preocupado já…”

As arcanas observam-se e então Nissa fora a primeira a questionar: “- Como assim finalmente acordamos? Chegamos de madrugada, o sol está apenas raiando, porque preocupar-se conosco Jhon?” Então Jhon faz uma expressão divertida e até mesmo um sorriso nada habitual para ele que sempre era tão rígido em tudo é esboçado, ao passo que ele explica: “- Isso que estão vendo não é o nascer do sol, e sim o ocaso do dia… Dormiram o dia todo senhoritas!”

Jhon se afasta da tenda sorrindo, indo em direção a fogueira central, onde Akron e Kinseph já estavam, mordiscando carnes e pães, bebendo boa cerveja e ouvindo as histórias de vários dos integrantes da tribo... Como um seguidor da divindade guardiã da morte, Jhon Raven era altamente disciplinado, e entre suas regras estavam acordar-se ao nascer do sol, sempre! Kinseph, o clérigo de Luuthander não era rígido em seu comportamento, mas ver o sol nascer, era o ponto alto da vida de um Luuthanderiano... Assim, os dois tinham sido os primeiros à acordar, e algo próximo do meio do dia, Akron acordou também, não estava acostumado a dormir tanto e sentiu-se incomodado deitado até tão tarde... Já as duas arcanas não tiveram a mesma atitude e dormiram o dia todo, como se estivessem em coma, tamanha sua exaustão dos últimos combates...

Kinseph havia passado o dia aplicando medidas e magias curativas em todos os aliados, bem como em Nissa e Syndra embora estivessem em sono profundo... Em dado momento o xamã da tribo do Corcel Alado quis ajudar o clérigo em suas tarefas o que de pronto foi aceito pelo luuthanderiano e ambos passaram à tratar os aliados! Logo depois, em uma excursão pela aldeia, Kinseph agora ajudava o xamã a tratar os guerreiros e demais moradores da tribo com qualquer problema de doença ou ferimento. O dia foi se desenrolando e tudo foi acompanhado por vezes de Jhon e Akron, que também comeram e dormiram por pouco tempo durante o dia, esperando o mesmo passar e os demais integrantes do grupo acordarem... Agora, a primeira fogueira da noite estava acesa, era a refeição e encontro principal daquele povo, uma espécie de momento de reunião, onde todos aqueles que pudessem compareciam para celebrar mais um dia vivido naquele mundo agressivo mas que amavam com suas vidas…

A conversa e as risadas estavam no auge quando Nissa e Syndra surgem depois de algum tempo se organizando na tenda onde dormiram e então sentam-se entre Akron e Kinseph, com Jhon ao lado do clérigo... Somente alguns segundos depois é que, observando aos que estavam ao redor, Syndra questiona: “- E Tharg onde está?” Goryn tem o prazer sarcástico de apontar a direção e todos podem ver o selvagem, atirado debaixo da árvore logo após o centro do acampamento, ainda roncando como um trovão, agarrado a uma caneca de cerveja vazia, completamente recoberto de saliva própria, em uma posição que era impossível de ser confortável, mas ele não dava qualquer sinal de que o barulho ou mesmo qualquer outra coisa o incomodava…

Muitas risadas foram dados ao observar Grund-Tharg naquela situação e então todos voltavam a se fartar e se divertir com o clima amistoso, repleto de berros, risos e muitas histórias de feitos e superações inimagináveis, pois assim eram os bárbaros, viviam para comer, beber, procriar e guerrear… Goryn então aproxima-se dos aventureiros e comenta: “- Acho que agora seria uma boa hora para me relatarem tudo que aconteceu até chegarem aqui…”

Jhon então baixando o pedaço de carne que tinha em mãos, se põe à narrar sobre tudo, com contribuições muito explicativas de Akron e os retoques e detalhes de Syndra, Nissa e Kinseph… Goryn ouvia tudo atentamente e até teceu preocupações com o necromante, seres que os bárbaros abominavam, mas interessou-se particularmente pela parte em que Akron narrava sobre Grund alegar ter ouvido informações de uma coruja e de animais ao tocar na terra… O líder dos Corcéis Alados então se recosta em seu assento e explica:

“- Hummm... Então pode estar começando... Grund-Tharg descende de uma linhagem específica dentre nossa tribo, que embora eu não seja dado à cerimônias, creio ser algo bem particular dele que se um dia ele quiser, ele mesmo conta… Mas acostumem-se com mudanças nele, assim como seu pai, ele irá despertar muitos dons e talvez até algumas maldições… Neste momento ele está despertando para o que nossa tribo chama de Guardião Selvagem... “

Os aventureiros ficam muito interessados no assunto, afinal, Grund falava pouco sobre ele e, as cenas com as supostas conversas com animais deixaram a todos em dúvida quanto a veracidade do fato, mas sem dúvida alguma, o que fora dito ali parecia fazer algum sentido… Vendo ainda a incredulidade em todos, Goryn continuou: “- Devido sua curiosidade, ele sempre viveu mais isolado da tribo, ser curioso em nosso mundo selvagem é motivo de chacota para muitos, querer aprender algo além das fronteiras da tribo é algo que a maioria dos bárbaros despreza… Então como alguém que nasceu e passou a maior parte da sua vida vivendo em territórios inóspitos, acompanhado mais por animais silvestres e bestas perigosas do que por iguais a si, é natural que se aprenda coisas das quais nem se lembra ou perceba, como se comunicar com os seres das florestas ou usar a intuição e instinto mais que o raciocínio. Parece que em meio ao perigo que viveram, Grund começou a despertar essas capacidades adormecidas e se eu estiver certo, muitas outras ainda virão…”

Akron mastigando um pedaço de carne, muda o foco de sua visão para o fogo crepitando à sua frente e deixa escapar a interjeição diante de todos: “- Então era verdade… Ele alegou que ouviu a coruja falar sobre a Pedra Única, e depois soube exatamente para onde os Orcs haviam ido e a que distância estavam… Ele consegue se comunicar com os animais agora, isso é… No mínimo fantástico!”

Nissa, limpando o canto da boca que escorria um pouco de suco da carne que havia mordido, acena positivamente concordando: “- Alguns arcanos levam muito tempo desenvolvendo feitiços para tal e Grund despertou para isso naturalmente, sem dúvida alguma é uma habilidade invejável eu diria!”

Jhon que bebia mais um pouco do suco que havia servido para si, pondera sobre tudo e então pergunta: “- Eu senti uma certa preocupação quando falou sobre que, outras capacidades adormecidas virão Goryn... E no início dessa narrativa, você disse também que o pai de Grund despertou para dons e maldições… Devemos nos preocupar com esses despertares que estão por vir?”

Goryn então apanha um grande pedaço de carne, o morde com vontade enchendo logo em seguida a boca e a garganta de cerveja, limpando a mesa no instante seguinte com o antebraço antes de responder e então, apontando com a carne para Jhon responde: “- Se são amigos e demonstram isso a ele a ponto de que ele os considere verdadeiros amigos, eu diria que quem tem que se preocupar com os dons que ele pode despertar, são os inimigos de vocês! Acho que isso responde sua pergunta meu jovem!”

Todos, inclusive o mais rígido deles, Jhon Raven, expressam naquele momento um sorriso de satisfação, ouvir aquelas palavras de Goryn, denotava a todos eles que Grund-Tharg, apesar de diferente dos demais, apesar dos costumes e modos bastante distanciados de todos ali, era sem dúvida uma poderosa força aliada, alguém com o qual poderiam confiar em qualquer situação, desde que o fossem para ele também um incansável aliado… Aquelas palavras renovaram o espírito da equipe, assim como a comida e a noite de sono que viria, renovaria suas capacidades mágicas e de combate e uma vez que a noite subiu alta, o grupo novamente recolheu-se na proteção que a tribo bárbara fornecia à todos eles, se preparando para o dia vindouro, onde seguiriam marcha de encontro ao necromante assassino!

O sol raiava poderoso no dia seguinte, eram seus primeiros raios daquele despertar… Jhon abre seus olhos exatamente no momento em que o primeiro fio de luz toca o chão do acampamento e indo em direção ao lado de fora da tenda em que dormiu, ajoelha-se para começar suas preces, considerando ser o primeiro à se levantar, como de praxe, porém, as coisas haviam mudado com a chegada de Kinseph que já estava a venerar o sol e seu nascimento não importando a situação que ocorresse… Jhon para por um segundo e observa o clérigo, que percebe sua chegada mas continua sua prece em direção ao sol… Jhon faz suas preces também, seguindo o exemplo do clérigo e assim que terminam, Jhon vai até ele e sorrindo, brinca com o aliado: “- Parece que você é o novo campeão de quem se levanta primeiro Kinseph!” O clérigo sorri e acena negativamente, apontado para a fogueira ao centro do acampamento: “- Pelo menos no dia de hoje, ele chegou primeiro!”

Jhon olha para a direção indicada e Grund-Tharg lá estava, fazendo sua refeição matinal, parecendo estar muito bem disposto! Jhon e Kinseph então vão até ele e logo em seguida, Akron, Nissa e Syndra juntam-se ao grupo e a conversa circunda desde a fuga dos Orcs até a posição ridícula e desconfortável na qual Tharg dormiu durante mais de um dia! Logo alguns bárbaros largam próximo deles suprimentos para a viagem, conforme era a intenção inicial do grupo ao procurar a tribo e Goryn surge diante do grupo para despedir-se de todos, mas antes que pudesse falar algo, Grund interpela: “- Porque se mudaram se não é a época para tal?”

Goryn observa a todos e explica a situação: “- Algo grande está para acontecer… Todos nós sentimos o chamado de TangDarth para a Pedra Única… Aqui estamos aguardando alguma definição dos anciãos ou o surgimento de nosso deus dizendo o que precisamos fazer… Este é o lugar mais sagrado para os filhos de Tangdarth, é o local mais apropriado para termos a resposta para esse chamado, por isso, todos as tribos rumaram para cá mesmo sendo fora de nosso hábito de ciclos... Se TangDarth quer falar com seus filhos, nós respondemos!”

Tharg não esboça o mesmo reconhecimento pela divindade como os demais faziam, mas evita o olhar de Goryn assim como de proferir seus comentários uma vez que a tribo não receberia amistosamente seu ponto de vista... Para Grund-Tharg um deus deveria fazer muito mais por seus seguidores e não apenas ser adorado e fazê-los correr atrás dele onde ele os chamasse! Goryn por sua vez sabia dos pensamentos do jovem, mas sabia também que ele estava destinado a feitos muito além das fronteiras da tribo e assim, foca seus esforços apenas ao ponto de liderar os demais bárbaros e deixa Grund livre para fazer suas escolhas e ter seus próprios pensamentos…

O grupo então se equipa após a refeição, carregam os suprimentos dividindo entre eles, com uma leve diferença na carga de Tharg que carrega quatro vezes o que os demais carregavam, sem parecer fazer esforço diferenciado… O grupo agradece individualmente ao líder Goryn assim como aos integrantes da tribo ali presentes, começando então à se retirar a passos lentos em direção à saída do acampamento, enquanto Tharg fica para trás ao lado do líder o observando por alguns segundos… Goryn, percebendo que o jovem parecia remoer o que tinha a dizer, facilita: “- Não tem porque agradecer nada seu chacal desvairado… Somos todos da mesma família… Você é um de nós, mas não nasceu para viver trancado dentro deste grupo nômade… Vá, faça o que tem vontade, pense o que sua mente manda, corra atrás das respostas que quer e faça a diferença neste mundo… E acredite meu jovem... Mesmo que não compreenda os deuses, eles sabem o que fazem, nós não… Quando estiver em apuros, peça a TangDarth, ele não hesitará em te ajudar…”

Grund-Tharg então olha descrente para Goryn, mas abaixa a cabeça em sinal de respeito, não pelo posto que o líder ostentava, mas pelo que ele sempre ajudou enquanto o jovem bárbaro era desacreditado pela tribo por seus pensamentos diferenciados… Tharg vira-se e parte, seguindo seu grupo, preparando-se para a jornada até o Rio Ravine, onde poderiam atravessar e seguir caminho para a cidadela RettBahr! Lá, os anões aliados ao Salão de Mithral, os recepcionariam para mais um descanso prolongado antes de seguirem ao covil de Adramanter…

Ao que Grund-Tharg chega à saída principal do acampamento, o campeão Orindon, ao qual Nissa e os demais tiveram acesso a Tribo dos Corcéis Alados pela primeira vez, estava a frente deles, impedindo suas passagens… Grund toma a frente de todos e se posiciona diante de Orindon, que beirava os absurdos quase dois metros e meio de altura... O encarando de baixo para cima, interrogando com o olhar porque o campeão estava ali e o que desejava com tal atitude, recebeu de Orindon o mesmo olhar intimidador, que vinha do alto de sua estatura até ele, para logo em seguida o campeão olhar para Nissa e para Syndra por alguns instantes... Orindon então caminha para o lado esquerdo da passagem, estendendo o braço para fora da mesma, mostrando à todos, seis cavalos poderosos, equipados e prontos para viagem, aguardando por eles… 

Orindon abaixa-se e diz à eles: “- THARG É ESQUISITO, MAS É IRMÃO CORCEL ALADO… BOA SORTE EM SUA GUERRA E QUE ESTES CAVALOS SEJAM BONS COMO FORAM À ORINDON!”

O gigante vira-se afastando-se e então o grupo se olha sorridente, seria uma vantagem e tanto cavalgar ao invés de caminhar… Todos montam, alguns tem certa dificuldade como Akron, de parar sobre as costas da montaria, a baixa habilidade para cavalgar lhe impunha isso, mas em poucos instantes ele acomoda-se e estava pronto para iniciar sua jornada… O grupo então uma vez mais olha para a tribo, Goryn estava ao centro os observando, ele ergue sua espada e berra à plenos pulmões, o que foi respondido por toda a tribo em um gigantesco e uníssono brado: “- POR TANGDARTH!!

Tharg sorri, o grupo se inspira e então a comitiva que visa destruir o necromante Adramanter, parte com determinação, rumo à seu destino incerto por aqueles reinos desolados e perigosos!

Galeria de imagens:

Goryn Travor "Arma de Guerra" - Líder dos Corcéis Alados:


Orindon - Campeão da Tribo do Corcel Alado:


Vista da Floresta Enluarada - Lar das tribos TangDarth:


Orcs - Sanguinários e ferozes!


Orc gigante caçador:

6 comentários:

  1. Grande Lanthys das sagas épicas e únicas!


    Ore, sanjou!

    Após um encontro com os Orcs, onde os heróis venceram mais pela união e astúcia do que por suas capacidades físicas, completamente extenuados depois da dura luta contra os dragões.

    O entrosamento,a confiança mútua atingiram o ápice.

    Depois tivemos o freio de arrumação com o merecido descanso Corcéis Alados e as descobertas de Grund de seus dons místicos,algo que o diferencia dos demais bárbaros seguidores de TangDarth (mudança de nome aqui).

    Um outro destaque é Goryn Travor.

    O líder dos Corcéis é mais sábio do que se pensa...

    As aparências enganam e isso ficou muito bem retratado aqui.

    Vejamos como Grund, o Guardião Selvagem, lidará com a manifestação desses dons místicos e que isso interferirá na sua relação com os seus aliados.

    Parabéns , Lanthys, o condutor dessa saga medieval tão bem narrada e empolgante!

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    1. Grande Jirayrider, perdão pela demora em responder, mas com o pouco tempo atual, estou dando prioridade à escrita dos novos episódios para depois dar retorno aos comentários! Espero que não se chateie comigo por tal atitude, mas é a forma como consegui conciliar tudo... Bom, eu quis mostrar nesse episódio, um pouco mais de ação de nossas arcanas, uma vez que geralmente a pancadaria (inclusive nas sessões de RPG) é que mais chamam a atenção! Feiticeiro ou mago, em uma campanha de RPG, são um dos personagens mais poderosos do cenário, embora tenham força e resistência física quase ridículas se comparados com os demais, mas sabendo usar corretamente seus poderes, o inimigo mais destruidor de todos, sequer se aproxima do conjurador com a gama de poderes que possui... Dessa forma, quis mostrar um pouco mais de Nissa e Syndra e claro, preciso mostrar nosso bom e empolgado Kinseph em ação igualmente, pois duas arcanas já são poderosas, com a proteção e barreiras de um clérigo à ajudá-las, elas podem se tornar invencíveis! Sobre os dons de Grund, ainda temos muito a mostrar sobre ele, mas precisamos dar explicações à tudo, uma vez que no RPG apenas eles evoluem sem qualquer explicação, sem qualquer justificativa, é uma regra do jogo, mas aqui não posso, não devo, nem quero seguir esse método, então, pode esperar muitas surpresas e narrativas assim como acontecimentos para justificar as evoluções do personagem diante do cenário! Fico muito feliz que tenha curtido mais esse episódio e que nosso amigo selvagem possa estar cativando, mesmo com suas truculências, à um leitor seleto como tu! Gratidão e perdão pelo atraso uma vez mais! \0/

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  2. Mais um excelente capítulo desse título , cuja leitura só traz mais e mais prazer.
    No início você conseguiu criar perfeitamente o clima de apreensão com o provável encontro com os orcs, mostrando bem como eles eram uma grande ameaça, deixando ainda maos empolgante a ação do grupo ,conseguindo evitar um combate que seria ainda mais desgastante, numa ação que mostra o quanto eles estão entrosados... muito bom mesmo.
    A chegada e o periodo na tribo ficou também extremamente detalhado, era como se eu conseguisse me ver no meio da tribo, comendo, descansando..
    E temos também a cereja do bolo, mostrando as habilidades do Grund, deixando-o ainda maos intetessante. Eu simplesmente adorei seus novos poderes e dons.
    Meus mais sinceros parabéns por mais esse incrível capítulo!!

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    1. Grande amigo Norb, perdão pela demora nas respostas aos teus comentários, como conversamos por chat, estou dedicando tempo à escrita antes de responder aos posts, uma vez que preciso dividir conforme posso, espero que possa entender! Quanto ao episódio em si, eu lembro muito bem sobre seu comentário uma vez comigo, sobre o filme da Viúva Negra e sobra algumas leituras que quando fazemos, já temos toda a certeza de que nada vai acontecer aos personagens envolvidos porque de alguma forma já sabemos que eles estão em tempo futuro, como no caso de Viúva Negra onde sabemos que ela não morrerá em nenhum filme passado antes da saga dos Vingadores e quis colocar isso em tudo que escrevo, ou seja, são vários personagens, tu não tem como saber quem será o próximo a morrer... Nessa investida dos Orcs, como estavam cansados da batalha anterior, se enfrentassem muitos, eles poderiam morrer sim, e, como são vários, creio que fica a apreensão de que "talvez algum deles possa morrer"... Criar essa sensação de perigo constante, de nunca te deixar tranquilo com "ah, pode vir o que vier, os personagens não vão morrer", a intenção é nunca te deixar com essa certeza, pra deixar tudo mais interessante, e fico feliz que pareço estar indo no caminho certo com isso! Outro ponto importante é respeitar o cansaço e esgotamento físico, mental e mágico deles, uma vez que eles enfrentaram bem, é fato, mas foram 4 meio dragões e um dragão, além de trolls... É imperativo que descansem antes de continuar, por isso quis colocar eles fugindo dos Orcs dessa vez para mostrar que até mesmo eles tem e precisam ter limites, ou então caímos em um conto de personagens overpowers que te tira a emoção dos desafios da saga... Fico feliz por isso também! Sobre a tribo, Rodrigo sempre dizia que conseguia se ver entre os combates de NeoChangeman com as descrições, ver tu dizer que te sentiu dentro da tribo dos Corcéis Alados cai para mim como um elogio gigantesco, então te agradeço e muito por isso, valeu mesmo! Muitas vezes creio que descrevo coisas demais, mas prefiro errar pra mais que pra menos kkkk! Quanto aos novos poderes de Grund, se prepare, nosso Guardião Selvagem tem muito à mostrar ainda, teremos grandes reviravoltas em nosso selvagem dos reinos perdidos! Gratidão pela leitura, apoio e incentivo de sempre meu amigo, valeu mesmo e mais uma vez, desculpe a demora em responder! \0/

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  3. E a sua aventura medieval segue de vento em popa, meu irmão.

    Depois da sangrenta luta contra os dragões, os heróis tiveram de ser astutos e usar a tática para vencer desta vez. Afinal, eles estavam sim desgastados. Gostei disso. Confesso que não imaginava que Tharg e sua trupe teriam essa capacidade de jogo de cintura para diversificar suas ações. Bela sacada!

    Estou de fato intrigado com Travor dos Corcéis. Ele é inteligente e me parece sujo. Sei lá... Para mim, Tharg terá de agir contra ele num dado momento. Vamos ver...

    Outro excelente episódio, meu amigão. Mande bala mesmo!

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    1. Grande amigo Artur, gratidão uma vez mais pela grande contribuição e amizade por estar aqui comentando e lendo Grund-Tharg! Sim, eu cogitei que eles cruzarem a floresta com um grupo de Orcs caçando e, depois de tudo que se desgastaram horas antes, seria extrapolar muito a capacidade deles, mesmo sendo mágicas, de que pudessem lutar por tanto tempo sem o devido repouso... E quando a força bruta falha ou não é suficiente, como seria nesse embate, só sobrou usarem a inteligência e sabedoria, além de claro, um pouco de atitude pra evitar que Tharg tentasse fazer das suas de novo... Assim, os chamado "sexo frágil" toma a frente, conduz a situação junto a alguém que não tem esse preceito de ser sempre o que resolve tudo, nosso bom e estimado Kinseph, e com isso, com um plano bem feito e usando o que restava de suas capacidades arcanas, Syndra e Nissa conseguiram resolver a treta de forma magistral, mostrando à montanha de músculos Grund-Tharg, que nem tudo se resolve na porrada, união e trabalho em equipe é muito mais poderosa! Aliás, isso é outra coisa que me encanta no RPG, não há um personagem vencedor em uma campanha e somente se consegue sobrepujar os desafios que a história oferece, se o grupo for diversificado e trabalhar junto, eis um dos ensinamentos que essa trama quer passar! Sobre o Goryn não posso dizer muita coisa, mas, acho que estás julgando o livro pelas atitudes mais refinadas dele kkkkkk, mas vamos esperar pra ver o que acontece no que ainda temos pela frente né? Mas não se deixe levar por esse episódio, ainda teremos momentos em que a alcunha "Força Infinita" irá se fazer valer de verdade, então, com toda satisfação do mundo, espero que possa continuar a acompanhar as "desfeitorias" de nosso bárbaro sem bons modos kkkkk! Grande abraço meu amigo, obrigado por tudo cara!! \0/

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