quinta-feira, 24 de março de 2022

Grund-Tharg - Cap. 15 - "- Combate sem fim!"


No episódio anterior:

Jhon Raven de pronto fala à todos que em posição de combate, prestam atenção integral à tudo que o kellintorita tinha para dizer:

“- Eis a armadilha… Eis os que contribuem para a infelicidade dos presos bem como nos afasta de nossa missão… Hoje e agora, nós vamos derrubar estes inimigos… E para isso, precisamos seguir um plano que tracei, por isso, me escutem:”

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Os quatro meio dragões estavam à frente deles, separados por talvez cinquenta metros em meio ao breu mágico que envolvia o local misterioso… Grund ainda estava entre o grupo e os meios dragões, mais próximo do grupo era verdade mas pronto para partir em carga à qualquer instante, qualquer um notaria… Enquanto o jovem dragão branco, jovem em termos humanos afinal ele já deveria possuir pelo menos uns cem verões sem dúvida alguma, rugia por sobre a construção onde pousara, declarando seu domínio, provocando os guerreiros ao duelo que inevitavelmente aconteceria…

Grund-Tharg parecia fixar os olhos na fera como nenhum outro, suas mãos apertavam e soltavam o cabo de seu machado de guerra como se buscasse o ponto certo, a empunhadura mais vigorosa, a forma mais perfeita de causar mais estrago e enquanto o selvagem se preparava para a batalha, Jhon era quem tentava nortear o grupo ainda sob efeito da magia que permitia à todos comunicarem-se mentalmente:

“- Se usarmos nossa inteligência aliado à nossas capacidades, triunfaremos de forma poderosa! Kinseph, peço que use seus dons para tentar nos manter vivos, caso tenha possibilidade, use de algum recurso para melhorar o que temos condições de fazer, mas prefira em caso de necessidade, apenas nos manter vivos, deixe o combate conosco! Vejam todos, existem quatro deles, parecem assustadores e devastadores e, eles realmente serão assim se não formos inteligentes o suficiente… O meio-dragão negro, é muito próximo de um bárbaro além de ser o maior e mais alto de todos eles, consequentemente o mais lento com toda a certeza… Akron, ele nem te verá chegando, faça o que faz de melhor… Syndra, dragões verdes são venenosos e dependem de exalar e respirar mais que outros, suas capacidades gravitações e de distorção serão perfeitas… Nissa, dragões azuis são extremamente fracos contra as chamas que você domina, não dê chances para que use seus trunfos… Quanto ao meio-dragão vermelho, deixe ele comigo, ele empunha uma espada poderosa, mas a energiza apenas com arrogância, irei mostrar a ele a postura de um verdadeiro guerreiro… Quanto a você Tharg…”

Um urro furioso tomou o lugar da fala de Jhon e antes mesmo que pudesse olhar para a cena, Tharg corria em direção aos meio-dragões com velocidade descomunal, surpreendendo tanto aliados quanto inimigos que então, preparavam-se para atacá-lo… O alvo do bárbaro não eram os meio-dragões embora os oponentes cogitassem isso, ele sequer parecia notar que estavam ali ou se notava não dava a mínima, como se eles não fossem da conta dele e, encontrando-se naquele momento em frenesi por conta da fúria que o preenchia, seguia direto como um meteoro de encontro ao dragão branco que, ao perceber ser o alvo do humano selvagem, irritou-se com profundidade por tal ousadia, segundo a visão dele mesmo, preparando-se para revidar ao ataque inacreditável aos seus olhos… Jhon observa a cena, coloca a mão no rosto sacudindo a cabeça negativamente completando a frase que havia começado mas não teve a oportunidade de terminar: “- Você segura o dragão branco até chegarmos para te ajudar…”

Não havendo outro jeito agora, Jhon urra em determinação para a batalha e em instantes estava a imitar o selvagem, correndo em direção aos meio-dragões, torcendo para que uma das arcanas causasse a distração necessária para que Tharg cruzasse a barreira que os quatro faziam e que, pelo menos parte de seu plano fosse utilizado, uma vez que o bárbaro havia novamente cedido ao ímpeto e clamor do combate físico ao mais poderoso do grupo de oponentes!

Na ação no Fosso do Réptil, o grupo ainda não estava engrenado, ainda não tinha adquirido consciência do que poderiam fazer se unissem suas forças, mas desta vez, apesar de Tharg novamente ignorar as estratégias, talvez e só talvez pensavam eles, ele não tivesse ignorado por completo, talvez ele tivesse ouvido tudo, apenas deduzido qual seria seu alvo e confiado completamente em seus aliados para tomar a atitude que tomou… Essa suposição, essa ideia de que talvez pudesse ter sido assim, era o que impulsionava os outros quatro com a mesma empolgação que o bárbaro demonstrava chegando aos meio-dragões sem sequer olhar para eles, firme em seu intento de alcançar o dragão branco!

Tharg ousou, Jhon incentivou, o grupo respondeu: Uma esfera flamejante parte por cima de Jhon e, se partindo em quatro esferas menores, atinge em cheio os olhos de cada um dos meio-dragões que precisaram tentar bloquear o ataque, falhando miseravelmente na defesa, e por consequência permitindo que Grund-Tharg avançasse com furor em direção ao monstro branco que o aguardava! Jhon sequer olhou para trás, ele sabia que Nissa era a portadora de tal magia e em seu íntimo, agradecia à Kellintor pelos aliados com quem ele permitiu dividir sua existência!

Os grupos se olham e se sentenciam, quatro aventureiros contra quatro meio-dragões… Percebendo que o selvagem agora era fardo do dragão branco, os meio-dragões se voltam aos que se aproximavam em carga e preparam-se para o embate, mas a realidade fora bem diferente do que os répteis cogitaram… Kinseph avançava em direção ao campo de batalha, sem correr, sem pressa, passo firmes e determinados, escudo nas costas, a massa estrela na mão direita, mas sua mente focada naquilo que somente ele poderia fazer… Curar! Com calma como se sequer estivesse em uma batalha, seguia um passo por vez, apenas conversando com sua divindade e monitorava, magicamente, a condição vital de cada um dos integrantes, usando de deslocamentos mágicos para poder chegar rápido, quase instantaneamente em qualquer lugar que precisasse estar dentro daquele círculo de batalha! Isso era a missão de um clérigo, e era isso que ele iria fazer, para cumprir com o que pediu Jhon Raven e para honrar Luuthander, sua divindade adorada!

O grupo combatente então, ao atingir distância de ataque, inicia sua investida escolhendo seus oponentes e os atacando da forma mais poderosa e rápida possível! Akron foi o mais rápido a chegar, por consequência o primeiro a atacar, desaparecendo do campo de visão do meio-dragão negro o deixando completamente deslocado com onde e como atingir seu oponente! Syndra por sua vez criou esferas gravitacionais nas mãos, Nissa inflamou seus punhos e Jhon arremeteu-se para os céus buscando o ataque frontal vindo de cima, e então o choque dos dois grupos aconteceu em definitivo!

O meio-dragão negro golpeou o chão onde achava que Akron estava mas quando sentiu a pressão em sua lateral era tarde, seu rim direito havia sido perfurado com uma dor aguda e lancinante que há tempos o gigante não sentia… O meio-dragão verde tentou liberar um sopro de rajada venenosa mas percebeu a mesma não sair em direção ao inimigo e sim ficar presa ao seu redor, como se estivesse em uma redoma e, fora tarde quando conseguiu perceber que o era na verdade, apertando e diminuindo de tamanho cada vez mais, o colocando em verdadeira situação de risco! O meio-dragão azul, assustando-se com a batalha saindo do esperado por eles até então, demorou frações de segundos para atacar com sua baforada de água, elemento ao qual domina, tempo suficiente para as rajadas cáusticas do domínio das chamas de Nissa o atingirem como uma explosão poderosa, o arremetendo para longe dos demais, liberando um espaço amplo para a batalha entre os dois! Quanto ao meio-dragão vermelho, a situação dos demais o pegou de surpresa igualmente, fazendo com que mal tivesse tempo de erguer sua espada e aparar o golpe que Jhon Raven desferia vindo por cima dele! No entanto, a força implementada no golpe certeiro, talvez aliada à vontade sem fim do kellintorita, fez o vermelho mesmo contra todas as suas insistências, ajoelhar-se sob a pressão monstruosa, antes de finalmente conseguir um espaço para impulsionar o kellintorita para longe, evitando assim ser esmagado contra o chão, tamanho o impacto do golpe!

Os grupos se reorganizavam, haviam se separado, cada um agora tinha seu desafio pessoal e eles estudavam-se e preparavam-se novamente… Enquanto isso acontecia, Grund-Tharg chegava até o dragão, a fera prepotente ria sem parar do minúsculo ser correndo em sua direção e preparava sua baforada avassaladora de gelo, quando o impensável acontece… O dragão cospe as farpas de gelo afiadíssimas contra o caminho do bárbaro que pula no momento exato, visando aparentemente atingir e cabeça do dragão, esperando que o mesmo em reação automática erguesse sua pata dianteira como defesa para sua face e foi exatamente o que o ainda inexperiente (se comparado à grandes dragões adultos) fez, recebendo o impacto em sua garra menor, a decepando por completo com o golpe do machado e deixando a segunda garra daquela pata direita, pendurada por poucos freixos de nervos, devido ao tamanho poder de ataque que o bárbaro furioso desferiu!

O meio-dragão vermelho que duelava com Jhon ouviu o rugido de dor do dragão branco e, apesar de ser totalmente fora dos padrões entregar prováveis variantes plausíveis de uso pelo inimigo, o vermelho não consegue se conter e grita em pleno combate: “- PAI!” Os demais aventureiros percebem os meio-dragões restantes direcionarem suas visões para o acontecido após o grito, ambos ficaram estupefatos com o ataque e antes que o branco pudesse concatenar as ideias de novo, Grund-Tharg que havia rolado para baixo do mesmo, desferiu golpes no abdômen da criatura, trocando de lugar sem parar para evitar um contragolpe, até que o monstro, apesar de não estar ferido mortalmente, tenta esmagar Grund-Tharg apenas desabando seu peso sobre ele!

Com a agilidade incomum para seu tamanho e a energia da fúria à movê-lo, Tharg rola para fora do alcance do monstro, ergueu-se e correu em direção ao dragão novamente que, dessa vez, o observando como se fervesse sangue em suas veias, teve mais coerência e cuidado, desferindo um golpe avassalador com a cauda! O golpe encontra Grund-Tharg desprevenido no momento certo e, atingindo-o com potência enorme o arremete para longe da batalha dezenas de metros, rolando e se chocando contra tudo que havia no caminho como se fosse um meteoro, parando apenas quando encontrou uma das construções que assemelhava-se a uma torre, tendo a mesma desabado em pedaços com o choque…

 Enquanto o som do combate cessava, Kinseph surgia ao lado de Grund-Tharg em meio aos escombros e iniciava seu tratamento mágico, ao passo que o dragão voltava-se para seu ferimento, o observava com aspecto de fúria por ainda estar incrédulo que um mísero humano lhe tivesse causado tal vergonha… Com extrema ferocidade a fera arranca com a boca a segunda garra que estava pendurada em sua pata, definindo como faria o infeliz que lhe causou tal injúria, sofrer antes de morrer…

Durante a batalha de Tharg, assim que os meio-dragões viram o branco ser ferido, fizeram menção de tentar abandonar a batalha e correr para ajudar o mesmo, mas foi apenas um devaneio pois nenhum deles conseguiu sequer se mover para longe… O meio-dragão negro ao virar-se recebeu um golpe preciso no tendão de seu pé esquerdo, vindo a cambalear e virar-se em busca de Akron novamente, furioso por ter sido ferido também e sequer ter conseguido desferir um golpe no lugar correto… O vermelho duelava furiosamente com Jhon e sua raiva aumentava cada vez mais ao ver o branco sendo agredido por Tharg. O azul tentava segurar as rajadas de Nissa, mas sua desvantagem se tornava cada vez mais clara e ele começava a ficar de joelhos diante da investida persistente da maga ao passo que o verde, sequer conseguia impedir que o orbe gravitacional se fechasse mais e mais ao redor dele…

Irritado com o fiasco, o vermelho acha uma brecha, atinge o abdômen de Jhon com um chute potente, forçando o kellintorita à recuar novamente, abrindo assim uma distância entre eles, chance que el aproveitou para avançar contra Syndra e tentar interromper sua magia, aos berros: “- Malditos, reajam, nosso pai ficará furioso se não vencermos estes seres inferiores, são simples humanos, ataquem, ATAQUEM!”

Ao tentar se aproximar da arcana, o vermelho sente seu corpo pesar e aquecer e antes mesmo que pudesse perceber que Syndra e Nissa em conjunto, desferiam parte de seu poder para diminuir sua velocidade, como que em uma sequência, Jhon surgia novamente barrando seu caminho com um golpe transversal de espada, desestabilizando sua corrida, obrigando o mesmo à parar e apenas tentar comandar… “- Rocha, esmague esse tiefling maldito… Torrente, não seja ridículo, use seu sopro de água seu imbecil… Corrosão, você é imune ao gás, use seu sopro até vencer a resistência dela… Quanto a você maldito espadachim… MORRA!”

O meio-dragão vermelho parecia energizar-se e aumentar sua velocidade, desferindo muito mais golpes do que tinha feito até então, obrigando Jhon à ficar na defensiva o tempo todo, ou pelo menos assim ele pensava… Enquanto isso, os demais talvez incentivados pelo vermelho, começam a tentar reagir… Torrente, o meio-dragão azul usa seu sopro de água com força total tentando superar as chamas de Nissa e os dois permanecem naquele duelo que parecia não ter fim... Corrosão, o meio-dragão verde continuava a soprar até que a energia de Syndra se dissipa e uma névoa verde, venenosa e com todos os quesitos perigosos envolve o combatente verde que sorri maliciosamente… Parecia que uma reviravolta estaria acontecendo e que os répteis iriam revidar, mas eles não tinham noção de quanto o grupo aventureiro que enfrentavam, agora estava muito à frente deles em termos de união e combate… Syndra e Nissa então se olham, acenam positivo e se lançam para trás, com Nissa disparando uma super rajada de fogo contra Corrosão e Syndra por sua vez, usando o máximo de sua capacidade gravitacional contra Torrente, surpreendendo à todos os oponentes no campo de batalha…

Como resultado, sem qualquer preparo para o ataque, Torrente foi esmagado e espalhou vísceras e pedaços de seu corpo por todo o local, como se uma rocha de toneladas de quilos tivesse simplesmente surgido sobre ele… Já Corrosão, ao perceber o ataque flamejante, em frações de segundos lembrou-se ser o gás venenoso que usava também altamente inflamável como uma de suas características! A explosão foi tão forte que arremessou todos os lutadores para alguns metros distantes de onde estavam e chamou a atenção do branco e dos dois meio-dragões que ainda lutavam…

O vermelho ficou atônito, não sabia o que dizer enquanto Syndra e Nissa erguiam-se triunfantes (e ofegantes) ao longe... Rocha ira-se com a cena, o meio-dragão negro grita pela morte dos “irmãos” e busca se lançar contra as magas, porém, ele foi descuidado pela última vez, ele ignorou e talvez subestimou seu oponente e só conseguiu perceber isso quando a torpeza tomou conta de si e sua visão, ainda antes do final, captou as imagens de seu corpo caindo enquanto sua cabeça batia ao chão pesadamente… Fora decapitado sem sequer perceber, na verdade durante todo o combate ele sequer conseguiu observar Akron por mais que frações de segundos e assim, somente o meio-dragão vermelho restava, em choque com a destruição completa de seu grupo…

Sem mais opções ele ergue-se e avança contra Jhon Raven que ao observá-lo em desvairada corrida, apenas energiza sua lâmina e faz uma pequena prece junto de sua conjuração: “- Que sua alma e de seus irmãos encontrem a passagem correta, com melhores chances de uma vida mais decente na próxima… DESTRUIÇÃO DO MAL!”

O vermelho alcança Jhon, ataca furiosamente, desfere dezenas de golpes que foram facilmente evitados pelo kellintorita e eis que em uma fração de segundos de descuido do vermelho, Jhon se move para a esquerda, desvia do golpe e ataca de forma brutal a região do abdômen, destruindo com o poder imbuído na lâmina tudo que encontrasse como resistência... Armadura, pele escamosa, órgãos, ossos, foram expostos para o outro lado deixando o inimigo, dividido em dois ao chão, ainda com espasmos musculares devido a brutalidade do golpe… Jhon movimenta a espada tirando o sangue em excesso e baixando a cabeça completa: “- Enquanto lutou com serenidade, você tinha chances…”

Os quatro aventureiros então se agrupam novamente, o dragão branco os observa e rosna olhando para o corpo do meio-dragão vermelho: “- Flamejante… Você também foi lixo… Perdeu como todos os outros… Não são dignos de serem meus filhos… ” Tão logo quanto terminou a fala, um estrondo foi ouvido, pedaços de madeira voavam por todos os lados e Grund-Tharg saía debaixo dos escombros para onde tinha sido enviado… Suas palavras eram quase rugidos, saliva saltava de sua boca enquanto berrava, seus músculos pareciam maiores e seus olhos, brilhavam intensamente, enquanto o machado firmemente preso em suas mãos, preparava-se para o ataque fulminante: “- É TU DEMÔNIO DOS INFERNOS QUE DEVERIA TER NASCIDO SEM COLHÕES PARA NUNCA ESPALHAR CRIAS TUAS POR ESTE MUNDO! HHUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAA!”

O selvagem corre como nunca, Nissa corre em direção ao campo de batalha disparando rajadas de fogo aos olhos do monstro, evitando que ele foque em Grund. Jhon e Akron se põe a correr também, com o tiefling já partindo para debaixo do mesmo desferindo golpes em suas patas e buscando seu abdômen para feri-lo de forma poderosa enquanto Jhon, tentava com sua espada energizada, cortar ou deter a cauda do mesmo que serpenteava com furor pelo local, tentando atingir os guerreiros que agora tentavam de todas as formas derrubar a fera branca! O monstro ruge, sopra gelo por todos os lados em um movimento circular e todos são obrigados a se arremessar para trás para evitar se tornarem blocos de gelo, menos um deles, Grund-Tharg…

Em carga furiosa, pulando por sobre os gelos desenfreadamente, de alguma forma ele sentia que pulava mais alto, estava aparentemente mais leve e conseguia saltar mais longe, e depois muito mais tarde ele entenderia que aquilo tratava-se de Syndra diminuindo a gravidade ao seu redor para dar-lhe mais impulso enquanto Kinseph, rezava à Luuthander pedindo por sua graça, até que seus olhos brilham, seu corpo energiza e o clérigo profere: “- Benção Divina…”

O corpo de Grund-Tharg parecia brilhar energizado pelos raios de sol que rasgavam a noite profana, a magia de Kinseph atingia o corpo do bárbaro canalizando o poder de Luuthander sobre o selvagem, que sentia suas forças aumentarem, sua resistência se tornar maior, sua velocidade ampliar-se e assim, confiante e impulsionado e guiado por seus colegas, de novo, ele leva o impensável ao dragão branco…

Grund surge por sobre a cabeça do dragão, como um meteoro em queda-livre, machado em mãos e o golpe mais poderoso que o bárbaro já havia preparado é então desferido… O dragão pensa em esquivar mas é tarde, ele tenta bloquear mas também não conseguiria e o resultado só podia ser um, ao final da cena poderosa… Enterrando-se na cabeça do monstro, o machado de guerra finalmente atinge de forma violenta o gigante branco, partindo suas resistentes escamas, abrindo a pele e quase chegando finalmente ao crânio... Um feito gigantesco para um simples humano realizar, feito este que fez o orgulhoso branco recuar a cabeça de forma abrupta e furiosa, liberando um rugido de agonia e desespero enquanto batia asas, garras e cauda, iniciando a elevar-se nos céus, buscando evitar novos ataques enquanto tentava se recuperar do que quer que o tivesse atingido…

Grund tendo sido atingido novamente pela cauda descontrolada do monstro, é lançando outra vez para longe, desta vez em direção a parte central do mercado, atravessando o mesmo, passando por sobre a fonte de água, rodopiando pelo chão de forma violenta, chocando-se contra os restos de construções do outro lado junto ao muro de pedra, fraturando diversas costelas, um dos joelhos e o cotovelo esquerdo, ficando ao solo em meio aos destroços sem conseguir se mexer tamanho o impacto recebido! Jhon observa a cena, olha para Kinseph e o clérigo já partia teleportando-se para onde Grund estava enquanto isso, o grupo preparava-se para sobreviver a investida vingativa do dragão que com certeza viria… A fera com expressão aterradora, removia o machado de sua cabeça… Ele sente suas escamas partidas, sente que por pouco seu crânio teria sido atingido e aquilo, era inadmissível para a fera orgulhosa…

O dragão ruge, libera nova baforada de gelo dos céus onde estava e, todos fazem o que podem para evitar o ataque paralisante, saltando, esquivando, teleportando, correndo, atacando… O dragão observa, os vê tentando resistir e ira-se ainda mais... Descendo dos céus com violência, sua baforada congelante era contínua e vasta, seus olhos buscavam pelos inimigos e fosse com garras, mandíbulas ou cauda, o monstro queria a morte de todos eles e só iria parar quando atingisse esse objetivo!

Nissa dispara rajadas de fogo como esferas flamejantes, o dragão simplesmente às rebate como se fossem moscas voando ao seu redor, contra-atacando com seu sopro congelante atingindo, apesar da tentativa de teleporte, a perna esquerda da maga, à deixando incapaz de se mover pelo cenário! Syndra ataca o monstro com todas as magias que conseguiu conjurar usando como golpe final a destruição através de um portal de vácuo, mas o dragão com sua força mental quebra a fonte de poder, arremete Syndra para trás com o impacto, fazendo a jovem cruzar o campo de batalha tão veloz quanto a baforada gelada que a seguia, congelando a arcana da cintura para baixo sem chances de defesa!

Akron corre como nunca, se esquiva dos ataques, busca o dorso ou as patas do dragão para atingir-lhe, sua agilidade e capacidade de misturar-se ao cenário o tornava quase invisível, mesmo para o dragão branco… O monstro por sua vez tinha a seu favor a mobilidade no ar assim como o voo em si que o deixava muito longe dos ataques que o tiefling poderia fazer, porém, o dragão sorria de forma leve como se tivesse encontrado a chave para o revide, pois apesar de não conseguir ver o tiefling se movimentando nas sombras da noite, o dragão sentia seu cheiro… Como que esperando o momento certo para o golpe fatal, a fera desce de forma vertiginosa dos céus, acertando em cheio uma das poucas árvores no local, arremetendo a mesma e Akron que se escondia em sua copa esperando desferir um ataque em pleno voo, para metros longe do campo de batalha, praticamente tirando o ágil guerreiro do combate... Uma expiração pesada foi emitida pelo branco em sinal de satisfação, ter atingido o tiefling já havia lhe feito bem, ele lidaria com ele assim que terminasse com os demais, pensava o monstro…

A poeira do campo de guerra começava a sentar conforme o dragão pousava e então caminhava lentamente em sua forma quadrúpede, como se avançasse contra algo, e esse algo era Jhon Raven que há poucos metros de distância, o desafiava com o olhar e com sua postura… Parado exatamente em linha reta com o monstro, o kellintorita mantinha sua espada segura com as duas mãos, em posição de ataque à frente do corpo, energias indescritíveis subiam e desciam pela mesma enquanto de olhos fechados o guerreiro evocava preces à sua divindade, partindo com um raio para cima do dragão em um tudo ou nada… O monstro sorri maliciosamente ironizando o esforço do guerreiro, Jhon se lança com confiança e determinação… Ele ataca a perna direita, o monstro a ergue… Ele rola para a esquerda, busca seu flanco, o dragão decola e evita… Jhon se lança contra o monstruoso ser novamente mas em pleno ar é atingido em seu flanco esquerdo pela garra direita do mesmo e então, caindo ao chão ferido e já sem sua espada... Calmamente a criatura bate asas e sorri, tudo que Jhon podia fazer além de tentar se mover desesperadamente, era observar o dragão surgir sobre ele o prensando contra o chão, abrindo sua bocarra preparando-se para devorá-lo…

Um deslocamento de ar então é sentido e um som como se algo deslizasse pelo céu em velocidade absurda é ouvido ao longe… Algo varria as distâncias até o dragão de forma feroz e o dragão podia sentir, porém, antes que conseguisse entender do que se tratava,  o som desaparece tão rápido quanto surgiu e um novo deslocamento de ar chama a atenção do monstro, novamente tarde demais para sua reação... Em meio à nuvem de poeira uma pedra de pelo menos metro e meio de diâmetro em sua forma nada arredondada, surge sem aviso, atingindo em cheio a cabeça do dragão branco, o fazendo recuar novamente em passos desconcertados para trás e logo em seguida, sem equilíbrio, tropeçar em si mesmo e quase cair… O urro enfurecido novamente se fez ouvir indicando quem havia arremesado a pedra e confirmando as suspeitas, Grund avançava outra vez, erguido uma vez mais pelos dons curativos de Kinseph, com força e velocidade de quem sequer havia sido ferido… Em suas mãos, não uma espada, não um machado, mas a árvore que o monstro havia arrancado junto com Akron… Seus olhos brilhavam, seus músculos retesavam-se e, realizando um movimento horizontal que desenhou um semicírculo no ar, atingiu de forma magnífica as duas patas dianteiras da fera o fazendo tombar com o peito ao chão de forma brutal e, quando finalmente a fera conseguiu buscar quem o atacava com o olhar, outra vez era tarde demais para evitar, Grund descia dos céus novamente, a árvore abraçada entre seus braços poderosos, desferindo um ataque indefensável ao centro do crânio do inimigo, destruindo a grossa árvore em milhares de pedaços com o impacto ao crânio do dragão persistente!!

O dragão sequer conseguia entender tudo que estava acontecendo e o pior, ainda não havia acabado, apesar de Tharg estar agora, desarmado, pois assim que a árvore destruiu-se por completo! Akron então surgia das costas do gigante selvagem sem sequer tocar nele para evitar um ataque desavisado do bárbaro em frenesi, pousando sobre a asa esquerda do dragão com suas adagas! Restaurado pelas bençãos de Kinseph, o tiefling voltava ao combate buscando deixar sua marca no maldito monstro, e o fez, em foram de uma ferida profunda e com sangramento farto ao branco, rasgando de fora a fora a parte mais branda e mais sensível das mesmas, causando mais uma furiosa reação do dragão…

Nissa enviava suas esferas de fogo novamente mesmo estando impossibilitada de se mover enquanto Syndra, seguindo a atitude corajosa da companheira, pressionava a cabeça ferida do dragão buscando que a força gravitacional empregada ajudasse à esmagar a mesma ou feri-la à ponto de conseguir fazê-lo cessar o ataque… Jhon surge correndo por entre todos, já de posse de sua espada completamente energizada, atacando com furor em um golpe transversal de cima para baixo, da esquerda para a direita, tentando ferir mortalmente o monstro em seu pescoço e o atinge, mas as escamas resistem e então o monstro reage novamente! A fera bate suas asas, arremete todos de sua área de ataque em uma explosão de energia e urrando em fúria grita: "- JÁ CHEGA!!"

O dragão bate as asas novamente criando um vendaval agressivo, soprando gelo em todas as direções buscando congelar à todos e então depois derrotá-los em definitivo, porém, ele jamais poderia imaginar que seu fim se daria ali naquele embate… O som e clarão sentido antes por Jhon novamente se propagou e o que antes parecia ser a morte certa para o grupo, através de um estrondo e um raio poderoso, se pronunciou como esperança em meio ao pó e gelo da batalha furiosa… Um novo rugido, quase divino se fez ouvido e um risco quase como se fosse um raio energético de magnitude sem igual risca a noite mágica, atinge o dragão em cheio, sem qualquer aviso ou explicação e então, tudo, absolutamente tudo ficava em silêncio completo… Era possível ouvir os batimentos cardíacos do monstro, seus olhos estavam parados e como se com um estalo, em uma cena incrivelmente inacreditável, seu corpo se dividia em dois, uma parte com as patas e asa esquerda, além de um pedaço de seu abdômen e peito enquanto a outra, com a asa e patas direitas, pescoço, cauda e cabeça… O dragão branco havia sido partido ao meio sem qualquer outra forma de explicar tal acontecimento brutal e ninguém conseguia saber quem havia dado o golpe destrutivo e fatal…

Ao longe então, sobre uma pedra, diante do clarão das chamas dos incêndios resultantes da batalha, uma figura em aspecto humano, mas ostentando um porte físico tão grande ou maior que Grund-Tharg estava parado, com asas abertas observando os guerreiros enquanto guardava sua espada e esperava a reação do grupo… Jhon deu o passo inicial, Akron o acompanhava enquanto as arcanas começavam a reerguer-se, mas o vulto avançou caminhando, guardando suas asas como se fosse um anjo e erguendo os dois braços, mantendo as mãos espalmadas em demonstração clara de estar vindo em paz, dirigiu-se até o grupo…

Kinseph aproxima-se rapidamente de Nissa e Syndra usando sua capacidade de cura e estabilização uma vez que o gelo das baforadas começara a evaporar assim que o dragão parou de atacar… O clérigo ajudava as duas a se manter em pé, Grund vinha logo atrás mantendo uma certa distância pois apesar da ajuda de Kinseph, sua fúria ainda não havia se esvaído… Jhon e Akron seguiam mais à frente, de encontro ao ser e finalmente ao atingirem distância capaz de se analisarem corretamente, era possível perceber no recém-chegado um guerreiro trajando uma armadura vigorosa e reluzente com detalhes em vermelho e dourado, mas predominantemente branca… Sua expressão era séria e imponente, em suas costas vigorosas asas em cor de bronze e ao seu lado, repousada ao chão, uma espada como nenhum deles ainda havia visto… Em detalhes de prata, dourado, vermelho e energias que eles sequer saberiam descrever, mesmo as arcanas, a arma parecia emitir vontade própria e exercia sobre todos uma imposição natural que os fazia sentir respeitosa admiração pela mesma… O guerreiro alado então olhou para Jhon, para os demais logo em seguida e, voltando a olhar para Jhon, explica-se: “- Eu me chamo Hagen… Hagen de Mé-Rak e vós sois o grupo de aventureiros que libertou meu pai na agora destruída e desolada fortaleza maligna do Fosso do Réptil, estou certo em minha dedução?”

Todos recordam-se da cena do encontro com o dragão de bronze Shadrak e do acontecimento de sua libertação por Nissa, mas nenhum deles com certeza lembrava do dragão ter falado algo sobre um filho ou mesmo de que ele poderia vir ao encalço do grupo por qualquer que fosse o motivo… De qualquer forma, na mente de todos embora não falassem um ao outro, mais importante e curioso naquele instante era entender porque o filho de Shadrak estava ali e porque os havia ajudado, se é que esta era intenção do recém chegado… Jhon acena positivamente respondendo ao questionamento feito e esperando não precisar entrar em combate novamente, mesmo sem demonstrar hostilidade, estava pronto para ele caso acontecesse…

Hagen então baixa as mãos até então erguidas e a estende ao kellintorita esperando seu retorno… O guerreiro então uma vez mais confia nas intenções de Hagen e estende-lhe a mão, recebendo um caloroso aperto de mão em retorno quando o guerreiro, com certeza também um meio dragão por apresentar escamas, garras, olhos fendidos e asas, completa: “- Nosso senhor Bahamut, o grande deus de platina, está nos liderando em uma investida final contra os cromáticos e vossos planos de aliarem-se àqueles que tentam nos dias de hoje usar o poder nefasto e ancestral dos Methariuses… Meu pai Shadrak é um dos Paladinos de Bahamut e eu, consegui envergar essa posição também diante de nosso deus… Sabendo das artimanhas do necromante Adramanter para deter vosso caminho até seu território, missão esta que nos ajudará e muito pois o bruxo tem enviado ataques para forças aliadas por diversos pontos, era imperativo que eu viesse estender minha espada em vossa causa! Adramanter está tentando impedi-los de chegar até ele, ele os subestimou hoje por isso enviou estes inexperientes para confrontá-los… O motivo dessa emboscada creio que está claro a todos vós, e como chegaram até aqui também…”

Todos ficam a ouvir Hagen que sentindo os aventureiros terem confiado um pouco mais em sua presença, começa a andar entre eles, para logo deter-se por alguns segundos diante de Syndra... Ele a observa, com um sorriso amistoso no rosto, Syndra não sabe como reagir então baixa sua cabeça… Logo em seguida Hagen segue adiante, chegando até próximo à Grund-Tharg que ainda arfava um pouco mesmo com a dispersão de fúria, tanto naturalmente quanto pelos incentivos mágicos de Kinseph que o ajudava curando seus múltiplos ferimentos… O meio-dragão observa Grund e completa: “- Não vos perdestes na trilha filho dos Corcéis Alados, tua guia fora perfeita, a magia interferiu entre tu e teus dons, nada tens a te recriminar, tenhas isto em tua mente poderoso guerreiro…”

Hagen vira-se novamente e volta caminhando por entre eles e alega: “- É de vital importância que atinjam seu objetivo nesta missão, e existem muitas forças à ajudá-los, porém… Toda vez que um de nós, de um lado da guerra, tomar partido em qualquer ação, é fatídico que outro elemento do lado oposto o fará também… Assim, uma vez que vim aqui ajudar em nome de meu pai, em algum momento em alguma outra situação, alguém ou alguma coisa tomará lado e se colocará contra vós por este ato… Peço perdão por isso, mas não poderia deixar de estender a mão a vós que tão gentilmente salvaram meu pai quando eu mesmo não conseguia fazê-lo, pois era incapaz de localizar seu cativeiro…”

Jhon Raven toma a frente, meneia a cabeça negativamente e explica: “- Não há do que desculpar-se, demos tudo de nós nessa batalha, mas estávamos pelo jeito fadados à derrota, fico feliz que tenha surgido e nos ajudado… Ainda precisamos cumprir esta missão e o tempo urge… Agradeço-lhe a ajuda!”

Hagen então é quem meneia a cabeça demonstrando não ser necessário tal agradecimento e bate asas, erguendo-se do chão, onde completou suas últimas palavras: “- Dado o que foi dito há pouco, tomar posição no conflito permeia permissão ao lado oposto o mesmo fazer, desta feita, tentaremos ao máximo não envolvermo-nos em vossos combates causando o menor número de adesões malignas ao outro lado, porém, em qualquer momento que vós precisardes, Hagen de Mé-Rak, Shadrak e até mesmo Bahamut estarão a teu dispor, se assim se fizer necessário…”

Hagen bate suas asas e sobe um pouco mais, pairando ao ar novamente e olhando uma vez mais para Syndra, deixa uma última e inusitada mensagem: “- Que da próxima chance de vê-los, eu possa ter tempo e a condição, para conhecer todos vós melhor…” O meio-dragão decola rumo aos céus, um risco de luz apenas é deixado e então a noite forçada é desmanchada com o último suspiro do dragão branco agora partido em dois… Muitas das cabanas desapareceram, efeitos provavelmente da perda de controle sobre os fantasmas ou ainda, de que alguns à exemplo de Gaer, finalmente partiram…

Algumas construções ainda se mantinham, alguns seres fugiram em disparada vendo que suas mentes haviam sido controladas, outros se ajoelharam temendo por suas vidas uma vez que agora os aventureiros haviam virado a jogada e dominavam o local… De todos, o único que não tremia e não demonstrava intenção de fugir, fora o tiefling albino... Este, percebendo sua derrota e provável extermínio, estava sentado diante de uma rocha, de costas para o grupo, esperando sua execução, ou pelo menos era o que queria demonstrar…

Todos observam a cena, inclusive os que ainda se mantinham no local e ficam em silêncio, esperando o desfecho do fato… Os aventureiros detém seu movimento, o albino espera e então, antes mesmo que ele pudesse se mover, o saco de moedas que Akron havia roubado dele estatelou-se ao chão do seu lado esquerdo e era o próprio Akron quem dizia ao longe: “- Pode guardar os punhais, ninguém aqui vai te atacar… Te devo dez peças de ouro que usei para libertar alguém de sua prisão, quando nos encontrarmos de novo, eu te pago…”

O grupo vira-se e começa a arrastar os corpos e pedaços de corpos que ficaram pelo lugar em direção às duas metades do dragão branco morto… Ambos sabiam que Jhon Raven devido sua crença e divindade, jamais sairia do local sem fazer os devidos sepultamentos e encaminhamentos de almas, como um seguidor do senhor da morte, essa era uma de suas principais funções e ele o faria sozinho se fosse o caso… Evitando o trabalho excessivo para apenas um deles e, ganhando tempo para partirem o quanto antes do local, todos auxiliam, colocam os corpos perfilados ao lado do branco, de forma a ficarem novamente quase com o formato que tinham antes ou seja, braços, pernas e cabeças nos lugares corretos…

Uma vez que todos os mortos estavam ali, Nissa fez as honras disparando uma rajada flamejante que incendiou os corpos de forma vigorosa e enquanto eles queimavam e tornavam-se cinzas, Jhon Raven fazia suas preces, pedindo à Kellintor que guiasse as almas à seus destinos corretos e ao julgamento de seus deuses…

Uma vez terminada a cerimônia, que levou em torno de trinta minutos com vários dos que ali ficaram observando a tudo, o grupo vira-se e começa a seguir na direção oposta de onde vieram, único caminho que tinham à vista para tentar regressar à sua rota prevista anteriormente e partem caminhando lentamente, no entanto, mal andaram alguns passos e a voz do albino era ouvida novamente… O grupo se detém, olha para o mesmo parado no topo de uma colina de areia…

A criatura então os observa e logo em seguida atira metros à frente de seus pés, os dois punhais e uma espada que portava, para na sequência arremessar também o saco de ouro, já fechado novamente… Uma vez que todos observaram a cena e prestaram atenção ao tiefling, sem nenhuma palavra ser dita por nenhum deles, era o próprio albino quem tomava a iniciativa: “- O caminho que estão tomando os levará no sentido contrário de sua rota… Eu mostrarei o caminho correto, me entreguem meu ouro e minhas armas uma vez que eu os tiver colocado na rota certa… É minha forma de dizer que podem confiar que não os estou levando para outra emboscada… Se concordarem, sigam-me…”

O grupo todo, exceto Tharg, observa Jhon esperando sua resposta, enquanto o kellintorita olha para Akron, questionando-o com os olhos e com as palavras: “- Sem dúvida você é o mais intuitivo de nós meu amigo, sem falar que ele é de sua raça… O que me diz meu amigo Akron?” O pequeno observa os aliados, um sorriso escorre em seu rosto com a gentileza de todos para com ele, que com satisfação, olha para o albino e completa: “- Acho que no final, tudo que realmente faz diferença para não nos tornarmos a “criança do diabo”, são nossas atitudes… Eu confio nele Jhon, podemos ser as únicas pessoas que confiaram nele nessa vida…

Jhon e os demais acenam positivo, Grund apenas acompanha o grupo e, passo à passo eles seguem por uma trilha por entre as rochas, bastante íngreme e difícil era fato, em alguns momentos a tensão de que poderiam estar em uma nova emboscada tomava conta de todos, mas por Akron, eles confiaram e seguiram à frente e então, com pouco mais que uma hora caminhando em silêncio, finalmente começaram a enxergar a saída do local e mais ao longe a Floresta Enluarada, tranquilizando o grupo e confirmando de vez que o albino havia cumprido sua promessa… Ele vai indo a frente e chega ao ponto limite, onde as últimas rochas apontavam e faz um gesto mostrando a trilha e completando, com expressão séria e até serena se poderia dizer, como se estivesse se sentindo bem em realizar tal ato: “- Espero que conheçam dali para frente, eu nunca me aventurei ainda por estas terras selvagens… É até onde posso trazê-los mas sei que isso os levará de volta a… Ghhaaaaaakkkkkk…”

Todos então presenciam a cena dantesca, de uma espada completamente enferrujada e cheia de falhas em sua lâmina saindo pelo abdômen do albino o atravessando por completo, tendo entrado pelas costas e saído pela frente, para logo em seguida uma mão maior que a cabeça do tiefling surgir e segurá-lo pela mesma, apertando até que o crânio cedesse desfalecendo o albino por completo diante dos olhos atônitos de todos… Um troll das cavernas ergue-se por detrás da pedra revelando ser o agressor oculto e tão logo ele surgiu, mais três deles irrompem por entre as pedras, partindo pra cima do grupo com clavas e porretes cheios de preços nas extremidades…

A cena fora tensa, tudo agora parecia em câmera lenta e em silêncio absurdo... Os olhos de todos menos de Grund-Tharg vertiam lágrimas diante da cena terrível, o albino traiu seu mestre para mostrar o caminho aos aventureiros, e agora, quando justamente tentou fazer a diferença, teve sua vida roubada de forma brutal, colhendo o plantio maldito de uma aliança profana… A raiva tomava conta do grupo e praticamente no mesmo instante em que os trolls iniciaram sua carga o grupo respondeu de forma brutal, se arremetendo contra eles também e uma nova batalha surgia, porém essa, devido à situação terrível que presenciaram, seria de bem menor duração…

De qualquer forma, a raiva aumentou a força, a força aumentou a capacidade e a potência de combate… Grund atingiu o primeiro troll com o machado de baixo para cima, abriu seu corpo de forma que todos seus órgãos caíram ao chão em uma cena terrível e grotesca, pairando logo em seguida com o pé acima das costas do monstro caído, urrando com os braços erguidos sua vitória plena! Ao mesmo tempo, ao lado do selvagem, enquanto ele fazia esse movimento, Jhon e Syndra derrubaram o segundo troll, Syndra o paralisou e Jhon o partiu em dois, enquanto Nissa e Akron repetiam a cena, com Nissa desferindo uma esfera flamejante e Akron, aproveitando a cobertura, pulou aos ombros do monstros e com duas adagas, desferiu um golpe de cada lado do pescoço, puxando as mesmas já enterradas para trás, abrindo a pele e destruindo artérias dos dois lados, levando o monstro ao chão em um verdadeiro banho de sangue…

O quarto troll observando a cena que desenrolou-se em menos de cinco segundos, tentou largar o corpo do albino e fugir, mas antes que terminasse de virar e correr, o machado de Tharg cruzou a distância entre eles e atingiu a base de sua nuca o pressionando contra a rocha, separando sua cabeça do corpo com um golpe brutal e devastador, ficando apenas o silêncio no local onde antes, todos se sentiam motivados com a atitude do tiefling albino…

Akron aproxima-se do corpo do abissal assassinado, o mesmo ainda mantinha um fio de vida estimulado com todas as vontades por Kinseph que correu tão logo pode para ajudar, mas, os ferimentos eram extensos e sua voz sumia aos poucos devido aos danos no crânio… Ainda que muito baixas e mal faladas, as últimas palavras ficariam para sempre gravadas em Akron… “- Fui… Patético… Por… Tentar tão… Tarde…”

Sua mão cai e o albino morre… Sem nada dizer, sem nada expressar, Akron reprime sua dor e os demais o seguem nessa atitude… Nos minutos que se seguiram, usaram seu tempo e suas forças para recolherem os corpos e restos dos trolls, empilham os mesmos e Nissa ateou fogo em todos enquanto Jhon de forma respeitosa pedia: “- Senhor da morte Kellintor… Que essas almas sejam julgadas de acordo com seus feitos e que em nova vida possam ter melhor atitude e melhor destino…”

Os corpos aceleradamente carbonizaram enquanto Akron e Grund terminavam de colocar a última pedra no túmulo do albino… Guardando as adagas e espada do tiefling falecido consigo, o especialista do grupo e membro da mesma raça do recém assassinado deixa sua despedida: “- Mesmo que no instante final, você foi diferente dos demais… Isso é o mais importante, optar sozinho por qual atitude tomar não importa a qual final ela nos leve… Descanse em paz amigo sem nome…”

Alguns minutos de preces por todos, principalmente pelo albino e então os aventureiros seguem a trilha indicada ao custo da vida do albino, a fúria contra Adramanter começava a se tornar palpável, estava deixando de ser apenas uma missão, tornava-se já algo pessoal… Cada um deles já colecionava motivos para destruir o necromante, mas pelo menos agora, pareciam ter alguns instantes de tranquilidade, visto que seguir a trilha para a tribo dos Corcéis Alados era algo que dificilmente traria riscos, pelo menos assim eles pensavam…

Andando pelo menos por quinzes minutos, Tharg que como batedor e conhecedor da região ia à frente de todos, calmamente foi detendo seu movimento até que parou por completo… Ele agacha-se, toca ao solo e analisa as árvores, estando várias delas cortadas de forma grotesca e não com o corte padrão que um machado de lenhador deixaria… O selvagem ergue-se, fareja o ar e então, vira-se para os demais e alerta: “- Orcs… Passaram por aqui… Há pouco tempo… E com as árvores atacadas deste jeito eu creio que estão com acampamento muito perto…”

A noite começava a cair na Floresta Enluarada, um acampamento orc nas redondezas de onde tentavam passar não era um bom presságio... O grupo se observa e tenta decidir como proceder enquanto ao longe, os tambores de guerra eram ouvidos...

Galeria de imagens:

Hagen de Mé-Rak - Meio-dragão de bronze, Paladino de Bahamut, filho de Shadrak e Métriah

A história de Hagen de Mé-Rak está disponível no Blog MindStorm!

Shadrak - o dragão de bronze:

Os dragões de bronze são curiosos e se divertem transformando-se em animais pequenos e amigáveis para observar os aventureiros. Eles são fascinados pela arte da guerra e se unem com entusiasmo aos exércitos que lutam por uma causa justa – e uma ótima recompensa. As escamas de seus filhotes são amarelas, com anéis verdes, e apresentam apenas um leve reflexo de bronze. Conforme se aproximam da idade adulta, sua coloração escurece lentamente, até atingir uma tonalidade de bronze mais escura. Os dragões muito velhos desenvolvem uma matriz negro-azulados nas pontas das escamas. Eles são nadadores talentosos, possuem membranas entre os dedos e escamas chatas e lisas. As pupilas de seus olhos desbotam conforme o dragão envelhece, até que se tornam orbes verdes luminosas nas idades finais.   Os dragões de bronze gostam de viver em colinas litorâneas, próximo de água fresca ou salgada. Eles mergulham com frequência para se refrescar e caçar pérolas e outros tesouros submersos. Eles preferem cavernas com acessos exclusivamente subaquáticos, mas seus covis são sempre secos – eles nunca botam ovos, dormem ou guardam tesouros debaixo de água. O cheiro da brisa marinha envolve estas criaturas. Os dragões de bronze se alimentam de plantas aquáticas e algumas variedades de frutos do mar. Seu prato favorito é carne de tubarão, mas ocasionalmente eles devoram algumas pérolas.

Bahamut - Deus dragão de platina:

Bahamut (bar-rá-mut) é reverenciado em muitos lugares. Embora todos os dragões bons lhe prestem homenagens, os dragões de ouro, prata e latão o têm em altíssima consideração. Outros dragões, mesmos os malignos (exceção de sua arquirrival, Tiamat) o respeitam e alguns inclusive o teme... Chamado de Dragão de Platina, Rei dos Dragões Bons, Senhor do Vento Norte, Bahamut é uma divindade menor, que tem como símbolo o deus leal e bondoso da justiça, da proteção, da nobreza e da honra. Os paladinos leais e bondosos costumam adorá-lo e os dragões metálicos o cultuam como o primeiro de sua estirpe. Os monarcas são coroados em seu nome aos quais ele convida a sustentar os mais elevados ideais de honra e justiça, estar em vigilância constante contra o mal e combatê-lo sob todos os aspectos, assim como proteger os fracos, libertar os oprimidos e defender a ordem.

Os meio-dragões enviados para acabar com o grupo de aventureiros:



Os filhos da junção de um dragão e um humano, elfo ou meio-elfo, nascem como meio-dragões. Grande parte dos meio dragões é fraca possuindo apenas resistência a elementos e a imensa maioria nunca descobre quem foi seu pai. Porém alguns meio-dragões são mais dracônicos e fortes que outros, são os que levam os traços dracônico mais abundantes em sua genética, ou ainda, os que nascem de casamentos entre meio-dragões e dragões verdadeiros ou entre meio-dragões. Em se tratando de cromáticos, em geral são arrogantes, fanfarrões e independentes, são na maioria das vezes avarentos e cobiçam dinheiro e poder. Eles exigem que seu poder seja reconhecido, buscam se desenvolver para serem cada vez mais poderosos. Meio-dragões possuem a ambição e a incapacidade de aceitar limites de sua natureza meio-humana o que os leva a abraçar muitas causas, e podem ter os extremos das tendências.

O dragão branco jovem:

Os menores, menos inteligentes e mais animalescos dos dragões cromáticos, os dragões brancos habitam em climas gelados, preferindo áreas árticas ou montanhas congeladas, são repteis perversos e cruéis, guiados pelo apetite e ganância. Os dragões brancos não possuem a astúcia e senso tático da maioria dos outros dragões, no entanto, sua natureza bestial faz deles os melhores caçadores dentre todos da espécie dracônica, singularmente focados em sobreviver e massacrar seus inimigos. Um dragão branco consume apenas comida congelada, devorando as criaturas mortas por seu ataque de sopro enquanto ainda estão rígidas e geladas. Ele enclausura outros mortos em gelo ou enterra-os na neve próxima de seu covil, e encontrar esses cadáveres é um bom indicativo que um dragão branco vive próximo. Um dragão branco também mantem os corpos de seus maiores inimigos como troféus, congelando os corpos onde ele possa observa-los e regozijar. Apesar de serem apenas moderadamente inteligentes, dragões brancos tem uma memória extraordinária, eles lembram-se de cada desrespeito e derrota, e são conhecidos por conduzir vinganças maliciosas contra as criaturas que os ofenderam. Isso geralmente inclui dragões de prata, que habitam os mesmos territórios dos brancos. Os dragões brancos podem falar, como todos os dragões, mas eles raramente falam, a não ser que sejam movidos a fazê-lo.

O tiefling albino:

Tieflings não são uma raça de fato, pois não estão conectados por uma linhagem comum. Em vez disso, eles são seres nascidos de humanos comuns que foram tocados pela mais obscura das magias. Com suas longas caudas e chifres, dentes afiados e estranhos olhos sem pupila, os tieflings são amaldiçoados para se parecerem com demônios. Alguns se orgulham de sua aparência, decorando seus chifres ou caudas com joias ou metais preciosos, enquanto outros tentam disfarçar suas características. Os traços diabólicos incluem um talento natural para a magia. Os Tieflings enfrentam preconceitos consideráveis, eles são frequentemente rejeitados por suas comunidades, ou mesmo suas famílias, então eles se dirigem ao mundo por conta própria, enfrentando a desconfiança de todos que encontram. Por sua vez, eles tendem a desconfiar dos outros também. Ser recebido com olhares e cochichos, sofrer violência e insultos nas ruas, ver a desconfiança e medo em cada olhar: esse é o fardo do tiefling. Sua aparência e natureza não é culpa deles, mas é o resultado de um pecado ancestral, pelo qual eles, seus filhos e os filhos de seus filhos serão eternamente responsabilizados. Apesar do que estranhos supersticiosos possam pensar deles, os tieflings não se inclinam para o mal. Sua linhagem amaldiçoada determina sua aparência, não seu caráter. No entanto, por causa de como eles parecem, muitas vezes lhes é negado trabalho, alojamento ou uma chance justa de provar a si mesmos. A vida de um aventureiro oferece um caminho para os tieflings determinados a provar sua virtude.

Trolls

Nascidos com aparências horrendas, os trolls comem tudo que eles puderem pegar e devorar. Eles não possuem uma sociedade para se falar, mas eles servem como mercenários a orcs, ogros, ettins, bruxas e gigantes. Como pagamento, os trolls exigem comida e tesouros. Os trolls são difíceis de se controlar, porém, fazem o que querem, mesmo quando estão lidando com criaturas mais poderosas. 

6 comentários:

  1. CARALHOU! Que história incrível foi essa meu amigo!
    De longe o nome do capítulo fez jus ao que aqui foi apresentado.
    O combate contra o grupo de meio dragões, a princípio, parecia realmente uma ação suicida, pois me dava impressão dos inimigos serem infinitamente mais poderosos que o grupo, mas foi incrível o modo como você fez cada um dos membros superar as deficiências, colocando-os contra os dragões e imaginando modos de cada um conseguir fazer frente ao oponente escolhido.
    E haja criatividade!
    Além de tudo foi realmente brilhante a sacada da introdução anterior do Kinseph e mostrando como ele se torna essencial numa batalha como essa.
    Cada detalhe, cada golpe, cada virada, cada mini plot twist, tô vibrando ainda agora, após ter terminado de ler... Foi realmente uma luta sem fim e eu me peguei ficando na ponta da cadeira, imaginando como seria exatamente o final...
    E o que você me faz?
    Simplesmente deixatudo AINDA MAIS INCRÍVEL!
    Como se não bastasse o final de cada meio dragão ter sido impressionantes, quando o grupo se prepara para encarar o Dragão Branco, que você teve o cuidado impressionante de citar sobre a inexperiência dele, o que acontece?
    O FUCKING HAGEN DE MÉ-RAK CHEGA CORTANDO O FUCKING DRAGÃO BRANDO AO MEIO!!!
    CARALHOU!!!!!!!!
    Aqui eu finalmente voltei a respirar, o diálogo de Hagen e do grupo foi muito boa, deixando claro a possibilidade do seu retorno, o que deixa os leitores sonhando.
    Aí você nos deixa achando que agora será mostrado apenas um final calmo e tranquilo, onde o Akron ganharia mais profundidade e então....
    TROLLS!!
    Um final espetacular para aquele que, na minha opinião, que é a que interessa, hehehehe, foi o melhor que você já escreveu...
    Sério, me empolguei demais e esse gancho final com a aproximação do próximo desafio, que deve ser, no mínimo, um exército de Orcs, meu irmão...
    Quero logo o próximo capítulo para ontem!
    Meus mais sincerso parabéns, estou aqui de pé, batendo palmas slienciosas (minha filha já foi dormir) para esse inacreditável e fodástico capítulo.

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    1. Grande amigo Norberto, o que dizer desse comentário? Tudo que posso dizer nesse momento é que felizmente o trabalho todo para tentar produzir uma pancadaria épica deu certo, e não imaginas quanto feliz estou com isso! Creio que foi meu melhor episódio sem dúvidas e mesmo que ele não tivesse sido bem aceito, eu ainda assim consideraria o melhor porque realmente, foi uma batalha sem fim, fico extremamente feliz que tenha gostado, muito obrigado! Quanto ao episódio em si, eu li muito sobre os meios dragões, as criaturas que apresentei em alguns livros são inclusive chamados de draconatos, que seriam os que mais se parecem com dragões, e o Hagen por exemplo, seria um meio-dragão porque se parece mais com o humano, mas, em grande parte meio-dragões podem ter esse aspecto também, eu preferi usar estes! Bom, dito isto, a aparência assusta, eu queria que assustasse e desse a impressão realmente de que eles não tinham a mínima chance, para que pudesse mostrar o outro lado do RPG, ou seja, mesmo aventureiros de nível baixo, se souberem usar o cenário à seu favor e forem estrategistas, eles podem superar desafios, com um pouco de sorte, quase impossíveis para eles e em minhas campanhas, eu mesmo passei por isso em algumas vezes, e foi essa ideia que quis passar, todos podem realizar feitos parecendo impossíveis e tudo que fizeram foi usar seu dom contra alguém que não conseguia defendê-lo! Da mesma forma que a impetuosidade de Grund é importante em alguns momentos, a inteligências e estratégia de Jhon se faz em outros! Esse balanço que quero mostrar que se possa ver que nem só de um lado ou de outro é que se faz um grupo de aventureiros poderosos e que somente unindo seu potencial, eles são realmente uma ameaça aos inimigos! Grund sem o Kinseph, sem a gravidade diminuída, sem os outros segurarem os meio dragões, sem todo o suporte que deram, não poderia ter atingido o dragão daquela forma, da mesma maneira que os demais, sem aquele vigor e loucura que Grund tem, mesmo com todas suas capacidades, dificilmente teriam atingido o dragão como Grund fez! E no final, todos eles iriam perder pois embora fosse um dragão jovem, ele ainda era muito mais poderoso que eles juntos, a deixa perfeita pro Hagen surgir e mostrar seu diferencial para eles... Numa comparação, eles estariam por exemplo em nível seis ou sete e Hagen no nível vinte para mais, são poderes absurdos para eles, mas para Hagen, um dragão de nível dez é nada praticamente... Outra coisa legal é que todos os personagens são importantes mas também todos são descartáveis, não do tipo sem importância, mas qualquer um deles, assim como acontece no RPG, podem morrer à qualquer momento, tu nunca sabe se uma batalha vai terminar bem ou não, acho que isso cria um clima mais denso sobre tudo, pois qualquer um deles poderia ter morrido ali nessa batalha... Acho que o fato de ter em mãos personagens que tu não tem a certeza de que estarão vivos lá na frente é um ganho à mais pra criar um bom suspense sobre como será o fim da batalha, e vi que consegui causar isso pra ti enquanto tu lia, cara, me sinto realizado, muito obrigado mesmo! Então temos a cena do albino, que eu nem ia utilizar mas achei que podia para deixar a situação de Akron mais aprofundada e a questão de serem rechaçados na sociedade... Os trolls como forma de mostrar que o grupo estava realmente muito mais poderoso agora... E com isso mais motivos para quererem a cabeça do necromante... Outra coisa legal é que, uma vez mostrada uma pancadaria dessas, a gente já não sabe o que mais vem pela frente então, acho que agora se pode esperar qualquer coisa de Grund-Tharg! Cara, sem palavras, agradeço imensamente o apoio e incentivo, valeu mesmo, pela empolgação, pelo comentário épico, por essa amizade que só me incentiva cada vez mais! Grande abraço e valeu por tudo! \0/

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  2. Eu estou estupefato !

    Episódio brutal....
    Selvagem!

    Insanamente bárbaro!

    Que luta foi essa contra os dragões ?

    Quantas reviravoltas !

    Cara !

    Eu fiquei tenso demais !

    Senti medo...
    Pânico ....


    Que final foi esse com a morte do Tieflieng branco ,justo quando ele fez o certo ?


    Aconteceu muita coisa nesse episódio..

    O trabalho em equipe !
    Todos dando tudo de si !

    A superação !

    A vinda de Hagen de Mé-Rak, como eu havia suposto...

    Estou chocado !

    Jamais conseguiria descrever uma batalha tão sangrenta com tamanha perfeição e detalhamento !


    Tu te superou aqui !


    Faltam palavras....

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    1. Grande amigo Jirayrider, mais uma vez gratidão imensa pela leitura, apoio, incentivo e amizade de sempre, fico muito feliz que tenha gostado e se divertido com esse episódio, o mais longo da saga de Grund com toda certeza! A ideia de fazer um combate monstruoso vinha tumultuando minha mente tem tempo já, mas agora, eu vi a oportunidade perfeita e consegui colocar nas linhas tudo que eu tinha imaginado... Aliado a isso eu precisava inserir o Hagen dentro da aventura, assim como precisava colocar um drama ao final de tudo, que vi na figura do albino como uma forma de aprofundar a situação de Akron... Também era importante mostrar o trabalho em equipe evoluindo, o grupo se entendendo já sem a necessidade das palavras propriamente e cada um fazendo sua parte sem ficar esperando ou resolvendo coisas desnecessárias... Kinseph não deu um golpe sequer, mas sem ele, o grupo teria tombado... Os demais quase não acertaram o dragão, mas sem eles, Tharg não tinha chegado ao monstro... RPG é algo que não tem um vencedor, tem um grupo que se une e se ajuda e quando esse entrosamento vinga bem, cara, quase nada é páreo para esse grupo, é o que quero mostrar com o Grund e sua saga! Fico muito contente que tenha gostado e se divertido com esse episódio cara, prometo me dedicar cada vez mais na construção e detalhamento desta saga, gratidão por me acompanhar e sempre incentivar! Grande abraço! \0/

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  3. Esse é um daqueles episódios bem bestiais do bárbaro mais querido do Mindstorm (Há controvérsias, né?). Eu, de fato, entendo quando você me disse que mesmo a sua esposa não gosta de ler. Nem todos conseguem. Eu mesmo tive dificuldade de acompanhar no começo. Não é por ser só violento. É uma violência meio asquerosa por vezes. Mas, você consegue fazer isso palatável. Mais que isso: você faz isso com esplendor. Nem dá para entender.
    A batalha com os dragões foi algo fantástico.
    Mas, o que quero destacar é a morte de  Tieflieng. Na hora dele ter a chance dele. Ele acertou nesse momento... aí... POW! Ele vai pro saco! Você foi cruel com ele... Risos.

    Espero que não fique chateado pelo fato de eu gostar mais de  Indomável. De qualquer modo, eu valorizo e elogio cada linha sangrenta de Grund-Tharg. Você faz isso com maestria e sempre procura nos dar lições e ensinar que a vida é dura!
    Parabéns, meu amigo.

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    1. Grande amigo Artur, mais uma vez obrigado pela parceria e amizade e por estar aqui dedicando teu tempo corrido para comentar e incentivar esse amigo de longa data! Cara, tem nada de ficar chateado, fico feliz que tenha alguma trama minha que tu curte, isso pra mim já é suficiente! Eu mesmo quando idealizei esse personagem, de início era pra ser um ranger humano, pois eu abominava também a visão de um bárbaro selvagem e sem os escrúpulos de uma sociedade supostamente civilizada, porém, jogando RPG eu aprendi algo valioso para as partidas que era "quando tu escolhe um personagem, tu precisa ser ele, tem de esquecer tua personalidade e interagir e agir como se ele fosse" e isso me levou a uma experiência na campanha que nunca senti com os personagens ditos civilizados! Então, conversando com Norb e outros, se implantou a ideia de "exercícios de escrita" para nos permitir fugir de um foco apenas e conseguir escrever com outras vertentes, e foi então que juntei a fome com a vontade de comer e surgiu a narrativa de Grund-Tharg, justamente porque eu abomino as atitudes selvagens e escrever, dar vida e me esmerar à um personagem com o qual não tenho afinidade, iria sem dúvida abrir caminho para escrever e criar histórias e personalidades diferentes, me permitindo dar vida a novos e variados personagens... De qualquer forma, o Grund apenas não é politicamente correto e age como a maioria de nós gostaria de agir se ninguém estivesse olhando kkkkk, mas ainda assim eu acho ele um personagem interessante justamente por nos permitir ver um outro tipo de "justiceiro" em ação além do padrão que vemos nas nossas séries tokusatsu! Não há problema nenhum em ter certa aversão ao Tharg amigão, importa é que alguma obra minha te cative e isso já é mais que suficiente pra mim, muito obrigado cara!! \0/

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Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

O dia amanhecia, como há muitos dias não acontecia, com o grupo despertando em camas, dentro de moradias, o cheiro de comida nova emanava pe...