domingo, 7 de agosto de 2022

Grund-Tharg - Cap. 17 - "- Na Floresta Enluarada!"



PS.: Se durante os combates, ouvirem a música que vou listar abaixo, para mim pelo menos foi uma experiência bem mais interessante, acompanhar as batalhas com ela tocando ao fundo:
UNSTOPPABLE - ANTTI MARTIKAINEN

Já haviam algumas horas que o grupo havia deixado a tribo do Corcel Alado, todos estavam descansados, refeitos, magias e capacidades especiais renovadas assim como seus itens pessoais também haviam sido revistos… O grupo seguia trilha, novamente liderada pelo rastreador eleito Grund-Tharg, que agora, segundo explicações rasas de Goryn Travor, líder atual da tribo do Corcel Alado, havia despertado o “Guardião Selvagem” em si…

Jhon estava estranhamente falante, comentava sobre as acomodações na tribo e como sentiu-se em paz, mesmo diante de tanta atividade entre os bárbaros… Nissa disse que nunca havia dormido tão bem em sua vida enquanto Akron sorria satisfeito com a comida e com o que aprendeu sobre os costumes bárbaros! Kinseph por sua vez, alegava nunca ter encontrado alguém tão disposto à compartilhar seus dogmas e ouvir os dogmas de quem tinha outra visão, referindo-se ao xamã da tribo selvagem… Foi Syndra que comentou a última vez sobre satisfação na tribo, descrevendo que, apesar de serem apenas esteiras de palha, talvez justamente a rusticidade era o que a tinha feito se sentir tão disposta depois de dormir nelas… Tharg que até então apenas ouvia, grita de lá da frente, tentando elucidar o caso: “- PROTEÇÃO ESPIRITUAL DE TANGDARTH!”

Todos seguem deslocando-se em suas montarias, uma vez que o próprio Grund seguia em frente sem se deter após ter falado, mas todos agora estavam em silêncio, deixando claro que não haviam entendido a colocação que o selvagem havia feito… Ele então estranhando o silêncio, detém seu caminho, vira-se e observa a todos se aproximando, com a expressão mais que definida dizendo “- O que foi que você disse?” Tharg então coloca a mão sobre o rosto como se não compreendesse porque eles questionavam algo que para ele era tão natural, mas buscando de paciência muito bem escondida, tenta explicar: “- A proteção espiritual que o xamã convoca… Ela vem de TangDarth e protege a tribo… Acalma, revigora, descansa a mente e a alma… Por isso dormem e saem de lá tão bem…”

O grupo ainda sem entender corretamente o que aquilo queria dizer, tem na voz de Kinseph a explicação necessária, uma vez que ele havia trocado informações com o xamã da tribo: “- O xamã me explicou sobre isso… Selvagens não traçam estratégias longas como nosso estimado Jhon Raven, sequer estudam magia, pelo contrário, eles a repudiam… São guerreiros brutos que atendem unicamente o sentimento do momento… Se explodem em ira, sua força aumenta, suas capacidades duplicam ou triplicam conforme a experiência e maturidade para lidar com tal…” O clérigo faz um gesto com a mão indicando que deveriam seguir caminho, Tharg assente com a cabeça e segue em sua montaria, buscando a trilha, ao passo que todos se põe à segui-lo, enquanto Kinseph continuava sua explicação:

“- Na vida e dia a dia deles, tudo é baseado no que sentem… Raiva, fome, desejo, vingança, altruísmo… São todos sentimentos, eles não são frios e calculistas, então, seu espírito, sua alma, são sua principal arma… Ou perdição… O xamã então, auxiliado por seus seguidores, sempre ergue uma barreira de prece e pedidos à sua divindade, buscando proteção às almas de todos ali presentes, isso reconfigura suas energias, estabiliza suas emoções, remove o que está desnecessário ou nocivo e corrige e energiza aquilo que precisa de reparo… Em suma, a tribo é sempre protegida por uma barreira curativa da alma, por isso a fonte deles foi capaz de curar suas deficiências com a libido, na vez primeira que estiveram na tribo…”

Todos com exceção de Grund-Tharg, que havia descido do corcel e analisava o chão, cheirando um punhado de terra que pegou do solo, acenam positivamente como se a explicação fizesse realmente sentido, explicando a boa sensação que todos tinham por ter dormido na tribo… Para Akron especialmente, a explicação fora majestosa, afinal, era conhecimento adquirido, o que lembrou ao tiefling que ele tinha algo mais à perguntar e, esquecendo totalmente que o selvagem poderia não querer responder a pergunta, se aproxima de Tharg e sem qualquer ressalva, apresenta seu questionamento: “- Tharg… O que é o Guardião Selvagem e porque ele despertou em você?”

O tiefling então é violentamente interrompido pelo golpe bruto e potente do selvagem Tharg, que com um movimento de mão fechada, usando o braço direito virou-se com a velocidade do trovão, atingindo com as costas da mão o peito de Akron que foi arremetido da cela de sua montaria, quase uma dezena de metros para trás enquanto Grund-Tharg segurava com força o pescoço de uma víbora, que de bocarra aberta e presas exalando veneno, se debatia nas mãos do bárbaro, tendo descido das copas das árvores, visando Akron como a melhor refeição do dia…

Tharg olha para Akron, faz um sorriso sarcástico e então com força descomunal, arremessa a serpente céus acima, onde se podia notar a criatura sendo lançada centenas de metros para frente sobre a copa das árvores, local em que ela poderia ter uma nova chance de sobreviver… O gigante então ficou estático por alguns segundos, parando o grupo inteiro com sua atitude… Lentamente ele vira-se para trás e do alto de seus quase dois metros, encara Akron seriamente aos olhos para somente então se pronunciar… “- Meu pai às vezes falava sobre essas merdas… Guerreiro sagrado, protetor da tribo, da floresta… Ele dizia que o Guardião existia para destruir a tirania, a escravidão… Tipo, meter a mão na cara de gente que acha que pode fazer qualquer coisa e cuspir na cara deles depois… Coisas assim…”

Akron se erguendo do local onde havia caído, já com seus apetrechos ajustados após a queda, dá um suspiro de alívio por não ter sido abalroado pela fúria de Tharg e sim sido a consequência do salvamento impetrado pelo aliado, ganhando confiança com essa confirmação, questiona uma vez mais: “- E isso inclui, falar com os animais?” O bárbaro fica a observar o tiefling como se não acreditasse na pergunta feita e então, reunindo paciência longínqua, completa: “- Guardião… Selvagem… Acho que isso quer dizer alguma coisa, não é? E sim, o velho falava de entender os animais, alinhar com a natureza, parecido com um maldito druida ou alguma merda similar dessas…”

O gigante se vira e montando uma vez mais em seu cavalo, inicia à seguir a trilha de novo, encerrando a explanação pessoal: “- Ele também dizia que de tempos em tempos, quando o mundo passava por alguma provação, o guardião surgiria para lutar por aqueles que precisavam… Como disse, um monte de merda que ninguém nunca comprovou…” Grund-Tharg segue adiante, os demais imitam o gesto e a caravana continuava, ao passo que Kinseph que a tudo ouvia e detinha certo conhecimento sobre, se aproximando de todos, explica:

“- Considerando os detalhes expostos por Grund-Tharg, realmente Guardiões Selvagens são muito similares aos Guardiões Divinos, classe aos quais geralmente os paladinos são vocacionados… Você compreende sobre o que estou falando Jhon, tenho certeza, porém parece que é uma versão digamos, voltada ao universo deles, algo como um protetor do estilo de vida e cultura dos bárbaros… Agraciado por sua divindade, o ser nasce com tais aptidões e se mostrar merecimento, em determinado ponto ainda não possível de identificar, esses dons emergem… Acredita-se ser a divindade quem define esse, tempo de surgimento do Guardião, já que esses dons supostamente vem de seu deus escolhido, então creio, que seja exatamente como acontece conosco, que conforme nossa proximidade com nossos deuses, quando merecemos, evoluímos, ganhando novos dons… Mas mais diretamente sobre o Guardião Selvagem, embora inspirado no divino, eu creio que são diferenciados, sem voltam mais a coisas como vagar pelas terras em busca inimigos declarados para destruir, apoiar rebeliões contra um inimigo ou ameaça comum e cruel, ou ainda agir como guerrilheiros, conclamando os guerreiros locais a resistir à uma invasão ou direito que considerem ter, eis o que mais explicaria um Guardião Selvagem... Agraciado pelos deuses, apoiado por toda a força da natureza, protetor daqueles aos quais ele considera aliados ou merecedores...”

Syndra então coloca a mão ao queixo, pensativa sobre as explicações e uma pergunta lhe parece pertinente: “- Então quem não seguir uma divindade jamais poderá ter evoluções desse tipo?” Akron olha para Syndra com olhos espantados, afinal, ele não era um exemplo de seguidor fiel, mas Kinseph gesticula negativamente explicando: “- Existem muitos dons nesse mundo gigante, nem todos provém de deuses… Alguns provém de próprio esforço e também de outras criaturas ou seres… Cada um de nós, se não segue um dogma, segue um conjunto de regras que forma nosso próprio código, assim sendo, todos seguimos algo, seja uma divindade ou não… Fique tranquila Syndra, quando for merecedora ou esforçada o suficiente, seus dons irão emergir como de todos os demais…”

O grupo seguia caminhada, mas o assunto ainda ecoava na mente de todos, afinal, viver em um mundo como o deles, evoluir, se melhorar, adquirir novas capacidades, era indispensável até mesmo às suas sobrevivências… Demonstrando que todos ainda borbulhavam em dúvidas e receios quanto à merecimento, capacidades, sobre seus futuros como aventureiros, até mesmo Grund-Tharg parecia compenetrado em tal dúvida, eis que talvez influenciado por sua divindade, Kinseph novamente se pronuncia: “- Tharg… Diga o que está prestes a dizer… Eu creio que tens a chave que esclarecerá a todos o que está borbulhando em suas mentes…”

O gigante se detém e fica observando Kinseph como se desconfiasse que ele lia sua mente, e o clérigo então gesticula rápida e negativamente, interpretando a expressão do aliado selvagem e ficando entre todos eles, completa: “- Meu senhor Luuthander quando me enviou nesta missão, sabia que eu seria útil, que minhas capacidades iriam auxiliar à todos em suas missões… Embora pareça que seja fácil, ler mentes sem usar de alguma magia não é um de meus dons, mas Luuthander me diz, peça à Grund que fale o que está pensando e todos entenderão… Não invadi sua mente meu amigo, apenas, estou transmitindo o que me diz Luuthander…” Fazendo um gesto com a mão para que o bárbaro falasse, se acalmando e acreditando que não estava tendo sua mente invadida por Kinseph, o jovem Tharg adjetiva: “- A fonte mística dos Corcéis Alados… Eu creio que ela despertou o Guardião em mim… Que ela tem o poder de liberar nossos dons e… Todos nós fomos banhados nela…”

Kinseph então acena positivamente e completa: “- A fonte mística TangDarth é uma fonte cuja suas origens estão no mundo divino… Cada divindade tem sua maneira de lidar com as situações da vida e do mundo e TangDarth, uma divindade livre e selvagem, quis que a fonte fosse uma forma de libertação para qualquer ser que fosse merecedor de tais dons... Ela atende a mente e as necessidades de cada um que tiver bons intuitos… Uma vez banhado dentro de suas águas místicas, o que incomoda desaparece e o que é necessário e importante para a realização da vida daquele que ali entrou, desperta aos poucos, durante o decorrer de suas existências, até que se tornem verdadeiros gigantes em termos de poderes e capacidades…”

Todos então conseguem compreender finalmente o que estava a acontecer com eles, as águas místicas das quais usufruíram em dias passados, iriam realizar evoluções em seus corpos e espíritos - se assim fossem merecedores e estivessem prontos para tal - e isso os permitiria, assim como ocorrera com Grund-Tharg, atingirem níveis e poderes que nem mesmo o treino árduo poderia trazer em décadas… Eufóricos era como o grupo em sua maioria estava após a narrativa, mas era Jhon Raven quem contrariava a felicidade geral e interpelava cuidadoso: “- Mas porque essa facilidade para conosco se todos que desejam tais poderes precisam uma vida de abnegação e treino?”

Os olhos de todos voltaram-se para Kinseph que parecia deter todas as respostas, e com um sorriso de quem recebia todas as informações que precisava através de sua divindade, completa: “- Porque vocês não tem tempo para ficar cuidando apenas de vocês, estão cuidando do mundo e dos demais que não podem ou que pararam para treinar… Não estou a alegar que quem decidiu treinar ao invés de enfrentar monstros a cada dia para salvar o mundo esteja errado, longe de mim, mas vocês estão arriscando suas vidas… Acham que o preço por tal benefício não se paga com a atitude que estão tomando? São abençoados pelos deuses meus amigos, estão na estrada em uma missão em prol dos que não podem se defender, em suas mãos repousa o bem-estar deste mundo e daqueles que precisam de vós… Acham que isso não é mérito suficiente para serem amparados pelas boas divindades?”

Uma felicidade se instalou em quase todos, até mesmo Jhon fazia uma expressão que indicava que ele entendia o sentido por detrás dos poderes e capacidades recebidas... Estavam sendo reconhecidos, não estavam arriscando-se por nada, os deuses reconheciam seus esforços e suas dedicações… Mesmo aqueles que não ovacionaram um deus a cada dia de suas vidas, ainda assim eram bem vistos por eles e isso, era sem dúvida um grande incentivo… Foi então que Kinseph, novamente sorrindo, observou Akron cabisbaixo, questionando-o: “- Diga-me estimado tiefling, o que o aflige, não está feliz por ser abençoado pelos deuses?” Akron um tanto sem graça, dá um sorriso leve e logo depois completa: “- Para Kinseph, cê sabe que eu cheguei depois no grupo, eu… Eu não participei dessa cerimônia na fonte, eu… Eu não sou como vocês… Mas vou sobreviver mesmo sem o resguardo dos deuses, fica tranquilo…”

O grupo então percebeu que a fala de Akron era verdadeira, quando de fato o grupo adentrou a fonte dos TangDarth, o tiefling ainda não estava com eles, porém o clérigo de Luuthander, a luz entre eles sempre disposto a transformar maus sentimentos em motivação para a vitória, sempre vendo a luz no fim do túnel, coloca a mão sobre o ombro de Akron e sorrindo, explica: “- E onde acha que o encontramos, depois que bebeu oito canecas da cerveja de Goryn nobre amigo? Creio que a bebida lhe roubou esse detalhe, mas, com a aprovação do líder dos Corcéis Alados que lhe colocou a moeda sagrada na veste, você foi banhar-se na fonte acreditando ser uma tina para banho… Vendo que você já havia sido agraciado, Goryn me pediu que o fosse remover de lá, me dando outra moeda, na qual eu também me banhei… Estamos todos no mesmo patamar meu amigo, pois os deuses depositaram suas esperanças em nós!”

A alegria percorreu o espírito de todos eles, Akron sentia-se puxado de volta ao grupo e mal cabia em si de tanta felicidade… Pra cada um deles, aquele retorno, aquela situação era algo incrível pois todos tinham suas ressalvas quanto ao fato… Syndra sempre achou ser inferior no grupo por Nissa ser uma maga mais experiente, saber que foi integrada na confiança dos deuses a fez sentir que ela não seria algo descartável com tamanha expectativa sobre ela… Nissa por sua vez, considerava que não ser uma seguidora fiel de uma divindade fazia dela alguém não merecedora, mas o exposto agora dizia o contrário… Jhon, nunca aceitaria algo da qual não tivesse dado prova de ser merecedor, mas saber que aquilo era como um reforço para cumprir sua missão, era aceitável à seu espírito rígido e ordeiro… Tharg por vezes achava que não era agradecido à tudo que tinha, mas receber dádivas mesmo sem fazer o que muitos julgariam ser o mínimo, o fez entender que seu deus não esperava retorno, apenas o acompanhava e apoiaria quando achasse justo! Qaunto a Akron… Esse tinha lágrimas nos olhos, em anos de existência, era a primeira vez que alguém como divindades, reconhecia algo de bom em sua existência... Uma vida solitária e de preconceito por suas origens o havia deixado calejado e forte, mas benevolência de deuses, essa sim conseguiu derrubar emocionalmente o especialista do grupo! Já Kinseph, como não podia deixar de ser, era todo sorrisos e satisfação desde sempre, nada mudara para ele, se sentiria feliz com a dádiva extra ou sem ela, poder admirar o sol todas as manhãs e espalhar a palavra de Luuthander era mais que suficiente para ele, mas o grupo estava como que radiante, como que um sol em pleno chão durante o mais rigoroso dos invernos, motivados, determinados, esperançosos e cientes mais do que nunca, de que sua missão era importante!

O grupo então observa o mapa uma vez mais, era necessário em algum ponto cruzar o poderoso Rio Ravini, porém fazer tal travessia diretamente entre as montanhas, era além de perigoso, uma rota completamente aberta para emboscadas impossíveis de serem evitadas… Com cadeias de montanhas de ambos os lados, seria impossível fugir caso fossem encurralados, e assim, por mais que fossem dispensar um tempo maior para o trajeto, o caminho pela Floresta beirando o rio até próximo da Cidadela FerrBahrr, onde aliás poderiam conseguir abrigo seguro, descanso tranquilo e mais suprimentos com os anões aliados, se mostrava uma das melhores opções!

Uma vez decidido o caminho que todos aprovaram, o grupo monta novamente e seguem adiante em grande velocidade, aquele trajeto era aberto e os permitia cavalgar com facilidade, onde então finalmente ganhariam boa vantagem de deslocamento pelo terreno!

O grupo cavalgou por quase quarenta e cinco minutos até que Grund que seguia como sempre à frente, deteve seus movimentos e pediu com um gesto de mão que o grupo igualmente parasse e silenciasse… Todos tão logo viram a cena, detiveram suas montarias e mantiveram-se o máximo possível sem ruídos e todos puderam ouvir, em direção ao centro da floresta, o rosnar tenebroso ao longe, as pisadas poderosas ao chão em lenta e ameaçadora continuidade, demonstrando que algo logo ali, espreitava ou pior, caçava pela mata… Grund então manejando sua montaria retorna até o grupo e explica: “- Carnozzards… Maus… Famintos… Bons de ouvido e peritos em farejar… Sigamos sem muito ruído pra evitar chamar a atenção…”

Grund vira sua montaria e segue mais à frente dessa vez, puxando o grupo mais para fora da floresta, mais em direção ao rio para que o ar úmido das corredeiras ajudasse à disfarçar seus cheiros corpóreos e, embora a cobertura das árvores ainda fosse sua principal meta, a ideia era tentar evitar que o monstro farejasse o grupo, tomando nova direção para buscar seu alimento… Enquanto cavalgavam, desta feita mais moderados para evitar alvoroço, era Akron quem elucidava mais sobre o que estava floresta à dentro, demonstrando ter bastante receio da criatura citada: “- Já vi um razoavelmente de perto… Mais ou menos treze metros de ponta a ponta, quase sete de altura, mais de sessenta dentes afiados na bocarra… Duas poderosas pernas que o mantém em movimento… Seus braços são de fato curtos e fracos, mas isso na verdade tanto faz, uma vez que um Carnozzard te alcança, ele não precisa dos braços para nada além de impedir que saiamos de seu abraço após ter nos alcançado com a boca… Enfim, quanto mais evitarmos essa criatura, melhor para todos nós…”

O grupo seguiu por pelo menos quinze minutos ainda com alguma tensão visto que os passos gigantes e estrondosos pareciam se manter no mesmo limiar, nem se afastando, nem se aproximando, o que os deixava ainda como potenciais possibilidades de se tornarem o alimento do monstro! Felizmente depois de algum tempo decorrido, parecia que finalmente o monstro cedia em seu interesse por aquelas paragens, e parecia seguir em direção ao centro da floresta, aliviando o temor do grupo de uma criatura daquele porte pudesse vir em seu encalço…

A cavalgada intensificou-se voltando mais ao centro da floresta para evitar perder a cobertura das árvores, o grupo voltou a conversar e em determinado momento, pouco após o sol ter cruzado o centro do céu, resolveram em uma clareira fazer a primeira parada do dia… Havia um pequeno lago, os animais poderiam beber e descansar e eles poderiam igualmente comer algo, repousar o corpo do cavalgar de meio dia inteiro e revisar sua rota, suas trajetórias e as expectativas da viagem… Recostados nas árvores, o grupo trocava ideias:

“- Creio que até o fim da noite estaremos diante do rio e neste ponto onde a floresta termina, poderemos fazer a travessia de forma segura…” Era Jhon Raven quem apontava locais no mapa, argumentando sobre o trajeto a seguir…

“- Até chegar lá, ainda temos que evitar muita merda pelo caminho… O feiticeiro diabo, os malditos Sangue Negros, ettins, bebilith, behir, fora trolls, orcs, os malditos elfos territoriais e os druidas invocados com suas áreas… Não tenha tanta certeza de tá até o fim da noite no local que espera…” Era Tharg quem agora colocava um balde de água fria nos planos de Jhon!

“- Você falou feiticeiro diabo? Por acaso está falando de do feiticeiro Thalrunn?” Tharg acena positivamente para Akron que fazia a pergunta demonstrando uma certa euforia com tal, mas Nissa interpelou em meio à conversa, um tanto receosa: “- E ninguém ainda cogitou que aquela coisa de agora há pouco ainda possa voltar? Não temos poder para lidar com ela se nos aproximarmos da zona do precipício…”

Syndra também compartilhando da preocupação de Nissa, completa: “- Acho que quanto mais cedo sairmos dessa floresta melhor… A gente ainda nem começou o combate de verdade e já tem dezenas de inimigos para evitar…” Todos riem com a colocação da arcana e então Kinseph tenta como sempre, incentivar o otimismo: “- Temos uma missão agraciada pelos deuses… Eles não confiariam tanto à nós se não tivéssemos condições de vencer… Temos em cada um de nós um poder único, que somados nos tornam um pequeno exército eu diria, não seremos derrubados tão fácil amigos… Fé e coragem, tudo que não conseguirmos completar hoje, como o sol que nasce todos os dias, amanhã tentaremos de novo…”

Kinseph fica a sorrir esperando o mesmo sorriso otimista de todos, mas nem todos compartilhavam de sua perspectiva resplandecente, embora soubessem que negativismo também não era a chave… Era plausível dizer que a equipe procurava um meio termo, entre o cuidado e a força de vontade… Todavia o grupo sabia também que Kinseph tinha certa razão embora os exageros, o grupo era poderoso, a eles foi confiado algo único e desespero ou desavença não seriam os sentimentos à leva-los a cumprir esta missão… Após mais alguns momentos de descanso e recuperação, o grupo monta novamente e segue rumo ao rio Ravini para tentar a atravessar o mesmo ainda antes do fim do dia embora as ressalvas!

Próximo do terceiro quarto de tempo do dia, o grupo seguia por uma região pedregosa, poucas árvores, nada de riachos ou mesmo muita vegetação, uma área de céu aberto e que de certa forma se aproximava do local sagrado dos TangDarth, a Pedra Lendária… O grupo, à comando de Grund-Tharg, havia diminuído a marcha dos cavalos por algum motivo e embora ele nada tivesse explicado, seguia à frente, parecendo bastante atento e de certa forma, tenso… A resposta para tal mudança de atitude, veio logo em seguida, pelo próprio bárbaro: “- Se preparem… Estamos sendo caçados…”

O grupo se preparando para a ação devido o aviso de Tharg, desmonta e coloca os cavalos reunidos, se posicionando de forma a criar um círculo ao redor das montarias com Kinseph ao centro de todos, cada um empunhando sua arma - ou capacidade - preferida, invocando suas crenças ou deuses para derrubar o que quer que fosse seu caçador, e foi Jhon quem interpelou: “- Com o que estamos lidando Tharg?” O selvagem, falando baixo tentando ouvir e sentir os movimentos do inimigo, respondendo: “- Bebilith… Não costumam circular por aqui, mas parece que um deles se aventurou… Seu fedor é único…”

Akron então manejando suas adagas, com um sorriso no rosto indicava que estava em condições - e até ansioso - para enfrentar a criatura, explicando mais detalhes: “- Aranhas enormes e deformadas, com um corpo do tamanho de um cavalo de arado e pernas que se estendem por cerca de quatro metros. Exoesqueleto resistente e quitinoso, manchado de coloração, camuflando duas toneladas de massa. Também possuem duas patas dianteiras que terminam em farpas afiadas, presas que pingam gotas de líquido odorífero, o fedor à que Tharg se refere. Geralmente caçavam outros demônios por diversão, o que me traz muita felicidade poder dar o troco a um deles, mas cuidado… Eles tem um sistema de mira inexplicável e, uma vez que eles decidissem um grupo como alvo, não irão parar até sua total obliteração, perseguindo seus alvos com foco cruel e inabalável.”

Syndra era então quem, após ouvir todo o relato se manifestava: “- Parece até que você tá elogiando esse bicho Akron…” O tiefling sorri movimentando suas adagas, Jhon e Grund firmam suas armas, Nissa e Syndra ativam suas magias e Kinseph cria uma redoma protetora, erguendo sua palma da mão direita ao sol e proferindo: “- Círculo de proteção contra o mal!”

Tão logo o clérigo bradou, a cúpula de energia solar se formou ao redor deles, protegendo o grupo e por consequência as montarias, mas também bastou apenas aqueles pouco segundos, para o monstro saltar de trás de uma das pedras gigantes do local, se arremetendo diretamente na direção do grupo reunido, com suas garras em riste, decidido a se alimentar fartamente com os grandes animais que a equipe protegia! O monstro estronda sobre a proteção e Tharg foi o primeiro a revidar, nos exatos segundos em que a criatura, embora provida de um cérebro, vergonhosamente se estatelou contra a barreira e recuou centímetros para trás com o choque, para se lançar como um búfalo, desferindo um potente golpe com seu machado ao centro da criatura, a ferindo profundamente e a arremetendo para trás com brutalidade!

“- ESSE FILHO DA PUTA VAI TENTAR COMER OS CAVALOS PRIMEIRO! PROTEJA ELES KINSEPH!” O bárbaro berrava enquanto via Jhon Raven passar sobre ele com um salto acrobático perfeito, girar no ar e descer por sobre a criatura, atingindo a mesma na área da cabeça e não fazendo um corte fatal unicamente porque o exoesqueleto do monstro era realmente forte como Akron havia dito!

Aproveitando a oportunidade, o monstro reage, suas garras dianteiras rasgam o ar em busca de triturar os seus atacantes, mas seu golpe foi interrompido com gritos de agonia do monstro mesmo, afinal, tendo se deslocado de forma furtiva e rápida, Akron golpeava com velocidade os flancos do monstro, buscando em sua anatomia os órgãos vitais e assim tombar a criatura! Desesperado e sangrando, o monstro dispara teias por todo o local tentando atingir alguma vítima e assim usar seu método preferido, deixar suas caças sem condições de reagir, mas elas pareciam não seguir suas trajetórias corretas, como se afetadas por algo externo, e de fato estavam sendo completamente rechaçadas…

Os olhos de Syndra brilhavam em intenso dourado, suas magias gravitacionais impediam o modo de combate do monstro enquanto forçava igualmente as garras dianteira em sentido oposto uma da outra, evitando que ela usasse as mesmas contra o grupo, e todo esse ataque conjunto, hão havia excedido trinta segundos de ação devido a coordenação incrível que o grupo apresentava! Observando o monstro com a guarda aberta e percebendo as leves chamas que crepitavam por algumas partes de seu corpo, Nissa estava concentrado suas magias de gelo com força intensa, criando verdadeiros estalactites em posição horizontal, lançando pelo menos oito deles contra o peito do monstro que, por serem magias, perfuraram e invadiram o corpo da criatura, começando a congela-la de dentro para fora!

Syndra mantinha a força gravitacional controlando os movimentos da besta bebilith e, em um ímpeto de esforço maior aumenta a potência de sua concentração quebrando os dois braços dianteiros do monstro, removendo uma de suas maiores ameaças naquele instante; Nissa aumentava o poder congelante de sua magia e sentia a criatura agonizar com o frio intenso dentro de si aumentando; Akron estava transformando o monstro em um verdadeiro mar de perfurações atacando sem parar o abdômen da criatura, ao passo que Kinseph mantinha os animais montaria em proteção completa com sua barreira contra o mal! Restava agora a Jhon e Tharg finalizar o combate que se aproximava dos quarenta e cinco segundos de ação… Jhon se lança por baixo do monstro desprotegido, decepa com golpes velozes suas patas traseiras o fazendo cair por terra sem mais poder se mover e foi então que Grund correu em direção ao centro da criatura, seu machado fez um movimento ascendente de semicírculo abrindo o monstro no sentido contrário do golpe anterior, ou seja, na vertical, de baixo para cima e dessa vez, os órgãos internos do atacante demoníaco acharam o caminho e espalharam-se pelo solo em uma cena dantesca, derrubando de vez a ameaça implacável conhecido como bebilith… Grund-Tharg erguia seu machado e urrava com a vitória, do modo que somente os selvagens sabiam comemorar!

O grupo arfa por alguns instantes, todos estavam cansados da ação frenética e poderosa, mas um sorriso animador estampava o rosto de todos eles, afinal, sua união uma vez mais havia feito a diferença e isso, era importante ao extremo se queriam realmente cumprir sua missão… O monstro finalmente dá seu último espasmo e Akron aproxima-se dele dizendo: “- Leve esse desaforo para o outro mundo assassino… Um demônio ajudou a te matar… A história se inverte…” Todos se observam, Nissa então olha para Jhon pedindo sua aprovação, ciente de que o Kellintorita iria ainda assim seguir sua conduta, e ao passo que o mesmo ajoelhou-se diante dos restos da fera, Nissa ateou fogo na carcaça morta enquanto o rígido servo de Kellintor realizava seu ritual… Após alguns minutos de conversa sobre a situação e demais detalhes, a equipe montava novamente em seus cavalos, devidamente salvos durante a batalha por Kinseph e seguiram viajam, ainda desejavam atingir o ponto estabelecido de travessia antes do final do dia!

Era quase noite, o grupo se aproximava do local onde cogitaram a travessia, um local acidentado e próximo de um precipício que levava à partes subterrâneas do local… O risco de resvalar nas pedras e seguir rio abaixo ou cair pelo desfiladeiro era gigante, e além dos fatos físicos, o local era próximo da misteriosa Torre Solitária que muitos diziam ser habitada por algum feiticeiro tão antigo quanto o tempo… Magias, simplesmente não funcionavam naquele local o que significava que, se precisassem de Nissa, Syndra ou até mesmo das magias de cura de Kinseph ou das expulsões de mortos vivos de Jhon, não as teriam… No entanto, usar um local tão inóspito quanto aquele para a travessia, os dava pelo menos uma vantagem, livrarem-se de perigos como saqueadores, assaltantes e assassinos cujas guildas infestavam quase todo o leito do rio, principalmente onde as travessias seriam facilitadas…

Buscando um local livre de ataques surpresa usando a dificuldade de acesso como uma vantagem, o grupo seguia rumo ao destino escolhido quando novamente os passos gigantes que ouviram anteriormente começaram a surgir pela mata ao longe… Estavam bem distantes era fato, mas ainda assim impunham respeito e medo… O grupo detém os cavalos uma vez mais e fica em silêncio completo, tentando evitar serem detectados pelos ruídos que fariam, ao passo que os estrondos em meio à floresta silenciam igualmente… Momentos tensos de silêncio são vividos, parecia que toda a floresta e sua vida prendiam a respiração para não serem detectados e então um rugido furioso, um passo poderoso é dado e o som, parecia estar mais perto… Um segundo passo e todos percebem que ele foi mais próximo ainda e então, um novo passo atrás do outro, cada vez mais rápido começaram a se mover em direção ao grupo de aventureiros e ciente do risco que corriam, Tharg deixa a furtividade de lado e berra a plenos pulmões: "- CARNOZZARD !! CORRAM PARA O PRECIPÍCIO!”

Todos começam a cavalgar ao máximo que podiam, os passos da criatura em clara perseguição se tornavam cada vez mais próximos e o rugido da fera também, estava mais audível e mais aterrorizante a cada instante decorrido! O grupo corria como nunca, os cavalos pareciam voar e eles tinham poucos minutos para que o monstro os alcançasse… Atravessar o rio não era uma opção agora, uma vez que o monstro com quase sete metros de altura passaria facilmente por qualquer profundidade que eles também pudessem passar, mas se conseguissem atravessar o precipício, pensava Grund-Tharg, isso sim impediria o monstro de os perseguir após a travessia…

No entanto, um problema ainda havia para que tal feito tivesse êxito e enquanto corriam desesperadamente em direção à única chance que tinham, todo o grupo sem exceção pensava em como solucionar aquela divergência gigante que se aproximava… Magia não funcionava ali, então não poderiam simplesmente flutuar ou teleportar para o outro lado, precisariam fisicamente atravessar o largo completo do precipício, mas o mesmo tinha uma largura absurda de pelo menos vinte metros de distância de uma borda a outra… Nenhum deles conseguiria, sem ajuda de magia, vencer tal distância, muito menos os cavalos com tamanho peso e correr para a floresta, da forma como o Carnozzard podia passar pelas árvores, era um suicídio certeiro… Era sem dúvida uma situação complicada e o tempo não estava à favor do grupo permitindo que pensassem muito antes de literalmente, se jogarem ao mesmo!

Tharg que era o primeiro da caravana desde a saída da tribo, enquanto acelerava o galopar de seu cavalo, como nunca fez antes em sua vida, usou de um recurso jamais pensado e buscou em seu íntimo uma conexão com sua divindade… Dentro de sua maneira de pensar e agir, com as palavras que ele tinha conhecimento e condições de argumentar, reunindo toda sua força espiritual, como se gritasse exclusivamente dentro de sua mente, buscou desesperadamente pela tal unidade com um Deus: “- TANGDARTH… DEIXA EU SALVAR MEUS AMIGOS… MOSTRE PRA MIM QUE NÃO ÉS SÓ MAIS UM CHACAL IMAGINÁRIO QUE O MALDITO GORYN ACREDITA QUANDO ESTÁ MAIS CHEIO DE CERVEJA QUE UM ANÃO FEDIDO!”

Tharg então observou a fenda chegando, o rosnar do monstro Carnozzard estava próximo e eles tinham poucos segundos para tudo ser resolvido sendo que sequer tinham ideia de como fazer qualquer coisa… Eis que então um flash que mais pareceu um clarão rompendo a mente furiosa de Grund-Tharg explode em seu raciocínio de uma forma inusitada, para logo em seguida ouvir um bater de asas que aproximava-se deles mais rápido que a fera perseguidora! Sem olhar para onde vinha o som, sem buscar pelo que ele acreditava estar ali, sem a necessidade de confirmação visual, ele simplesmente quis acreditar, já que ao que tudo indicava, era isso que tornava as ligações entre fiéis e divindades tão fortes…

A montaria de Tharg se aproximava do penhasco, o tempo para pensar não existia mais e assim, o bárbaro se põe com um único pulo de pé sobre a cela de seu cavalo, em pleno galopar frenético, empunhando nas mãos uma corda grossa de vários metros que transportava consigo… Ele puxa o ar para dentro de seus pulmões e então explode em um berro gigante: “- SE PREPAREM!! VOU ARREMESSAR A PONTA DA CORDA… AGARREM COMO NUNCA E NÃO SOLTEM POR NADA… VOU PUXAR VOCÊS… DEIXE QUE PATAS DE FERRO GUIE OS DEMAIS CAVALOS!! É VIDA OU MORTE!! POR TANGDAAAAARTH!!”

Ninguém conseguia entender o que Grund-Tharg pretendia fazer, talvez nem ele mesmo tivesse tudo ainda montado em sua ideia, mas ele ainda assim, demonstrando que estratégia antes de agir não era sua veia latente, se preparou e tocou na cabeça de sua montaria, "Patas de Ferro", e como que se concentrando, sussurrou ao ouvido do animal alguma coisa… O cavalo balançou a cabeça de forma vigorosa, relinchou alto e acelerou a marcha, sempre balançando a cabeça como se tivesse ganhado novo ânimo… Os demais cavalos pareciam haver sido contaminados por Patas de Ferro e era como se o imitassem, relinchando alto, balançando suas cabeças e acelerando tudo que podiam em direção ao precipício… A beirada do penhasco se aproximava, o bater de asas que todos agora ouviam ficou mais alto e o grupo inteiro - exceto Grund-Tharg que nunca olhou para os céus - pode finalmente ver quem havia voltado à os acompanhar naquele momento tenso e desesperador, e finalmente, tudo então parecia ter ficado em câmera lenta…

Tharg se lança aos céus com força jamais vista assim que atingiu a borda da queda sem fim, seu corpo ágil como poucos conseguiam ser, segurou com firmeza uma ponta da corda arremessando o restante da mesma para Kinseph que vinha logo atrás dele… Seu cavalo, virou para a esquerda de uma forma quase explosiva, galopando pela borda da queda mata adentro e eis que a criatura Carnozzard surge derrubando as árvores atrás deles, sua bocarra aberta em direção aos aventureiros e o plano se tornava cada vez mais intenso e urgente….

Se fosse combinada previamente, talvez aquela ação jamais tivesse sido sequer cogitada, pensava Grund enquanto agia, exceto pelo Carnozzard e pelos cavalos em explosiva corrida, tudo parecia andar à passos de tartaruga e, apesar de todas as disposições em contrário, por algum motivo maluco ou impensado, todos pareciam acreditar que haviam chances de sucesso… Tharg que havia arremessado a corda, virava-se para frente novamente seguindo a espiral que ele mesmo criou para arremessar a guia para seus aliados, buscando o apoio que acreditava estava chegando no mover de asas que ouvia para não desaparecer buraco abaixo; Kinseph por sua vez, apanhou a corda, saltou da montaria arremessando a mesma para trás que caiu nas mãos de Syndra… Confiantes em Grund-Tharg, todos seguiram o exemplo de acreditar e assim Syndra se arremessa de sua montaria, passando a corda com força para Nissa, que também fez o mesmo, arremessando para Akron na sequência e enfim chegando a corda e o salto suicida de todos, até Jhon Raven, o guardião final da ação!

Os cavalos, tão logos todos os aventureiros estavam em pleno voo pelo salto que realizaram dos mesmos, seguiram Patas de Ferro com ênfase, sem pestanejar, enquanto o Carnozzard corria com olhos somente nos aventureiros, sem sequer olhar para os animais que fugiram mata adentro… E nossos aventureiros? Como ainda se mantivéssemos a imagem em cenas quase quadro a quadro, pareciam flutuar ainda - com seu impulso como única força à permitir isso - por sobre o desfiladeiro, sequer dois metros dos vinte eles teriam chance de cobrir com aquele esforço hercúleo, mas estavam lá, confiando e esperando não terem jogado suas vidas em vão… Na linha de frente dessa corrente aparentemente suicida, Grund-Tharg ergue o braço e estende a outra mão para frente, bradando com toda força:

“- RELÂMPAGO VELOZ, É AGORA OU NUNCA!”

O poderoso corcel alado, Relâmpago Veloz que já havia ajudado Grund-Tharg quando da invasão do Fosso do Réptil, surgia nos ares, suas patas alcançam no exato momento os punhos de Tharg que agarrado ao incrível animal, conseguem com seu esforço conjunto e a capacidade de voo do ser lendário, fazer o bárbaro cair sobre o outro lado da fenda, rolando ao chão como uma pedra arremessada de uma catapulta, reagindo à queda com agilidade, se acavalando em uma árvore logo à beira e preparando para o impacto que viria, pois os amigos agarrados à corda iriam agora desafiar o maior teste daquele plano maluco! Tudo que Grund-Tharg berrava naquele momento com o máximo de sua força era: “- NÃO LARGUEM ESSA MALDITA CORDA! EU VOU PUXAR TODOS, SE AGARREM A ISSO COMO CARRAPATOS EM CÃES SARNENTOS OU JURO QUE VOU ESFOLAR CADA UM DE VOCÊS!”

Os poderosos músculos do selvagem e desesperado Grund-Tharg se retesam, ele se trava com as pernas à árvore e então o impacto vem, a corda totalmente completada pelos aventureiros restantes se choca contra a lateral do abismo e o monstro Carnozzard freia com tudo do lado oposto, ficando a rugir e andar de um lado para outro na beirada, decepcionado com a perda iminente do jantar que acreditava ter obtido, enquanto a corda parecia querer explodir as mãos do bárbaro resistente e determinado! Esperando o balanço da resistente corda para de balançar, era o momento da verdade, ele tinha de salvar seus aliados que confiaram nele e passo a passo, uma puxada por vez, Tharg começou a trazer para cima o grupo e como nunca fez antes, pedia de todo seu espírito a TangDarth, em cada fibra de seu ser, para que todos ainda estivessem seguros à corda! Sua força parecia aumentar à medida que queria puxar a todos em segurança, seus músculos pareciam engrenagens de carne à trabalhar intensamente e eis que eles finalmente começaram a surgir sobre a borda…

Como ele previa, Kinseph foi o primeiro colocando o braço por sobre a terra e, subindo a parede mortal, tão logo saiu para fora da mesma, se posicionou rapidamente de modo a ajudar Syndra que conseguiu assim subir também, na sequência! Agora, eram o clérigo e a arcana unidos por sua vez ajudando rapidamente a puxar Nissa, a próxima da fila e três dos aventureiros antes pendurados agora estavam salvos! Chegava a vez de Akron surgir pela borda, mas explodindo em uma cena que o bárbaro não esperava ver, o tiefling não surgiu e sim, Jhon Raven... Grund-Tharg não estava decepcionado ao ver o Kellintorita surgir ao invés de Akron, mas isso dava a entender que o tiefling não estava mais preso a corda e essa possibilidade fez Grund-Tharg simplesmente engolir em seco, com uma agonia gigante preenchendo seu íntimo diante do acontecimento...

O bárbaro ainda querendo acreditar como fez ao iniciar a manobra, começa à puxar a corda com mais vigor e determinação, ele queria resolver tal situação de uma vez por todas e então, Jhon Raven consegue se firmar sobre a beirada e sendo apoiado pelos demais já ali em cima, com um esforço supremo, puxou com toda a força seu braço direito, arremessando Akron à tona e à frente, que caiu rolando pelo chão da beirada, bastante assustado é verdade, mas assim como os demais, foi logo se posicionando rapidamente para completar o resgate sem precedentes!

Jhon então é finalmente puxado para fora pelos cinco aliados e tão logo a corda estava vazia, Tharg com um golpe traz o restante da mesma para cima e corre em direção aos aliados conferindo se todos estavam bem... A ação havia sido completada em segurança e apesar do susto que a imprevisibilidade causou a todos, eles podiam e deviam sem dúvidas, comemorar que haviam sobrevivido para contar a história de tal feito!

O grupo se senta na borda recém conquistada do penhasco, o Carnozzard rugia em fúria do outro lado, mas não era mais possível oferecer perigo ao grupo, seu corpo pesado jamais pularia a distância, seus braços pequenos comparados ao corpo não poderiam arremessar coisa qualquer à distância alguma, muito menos pela extensão do penhasco, assim como, a distância que teria de correr para fazer a volta no precipício a tempo de encontrá-los de novo, de maneira alguma levaria menos de um dia… Estavam seguros por enquanto… Restava aos aventureiros comemorar o sucesso da manobra nada adequada e ao Carnozzard, retornar ao interior da floresta em busca de outra refeição, pois aquela estava perdida definitivamente!

Jhon Raven ofegante fica olhando para Grund-Tharg que finalmente largava a corda ao chão, erguia-se e berrava aos ventos, chamando a atenção de todos: “- EU ENTENDI… TU ESTÁS AÍ O TEMPO TODO… SEU MALDITO DEUS FANFARRÃO… GRATIDÃO POR ENVIAR RELÂMPAGO SELVAGEM AO NOSSO ENCALÇO…” Todos olham para os céus e veem o magnifico corcel desaparecer na imensidão celeste enquanto a expressão de cada um dos integrantes era, de onde o bárbaro havia tirado tal estratégia e até mesmo Tharg entendia a pergunta que ficava suspensa, emaranhada com a gratidão pelo salvamento inesperado… Chegando próximo da borda e observando a escuridão completa do precipício, Grund retorna até os demais e explica:

“- Eu simplesmente acreditei… Pedi a TangDarth que os salvasse e… A ideia surgiu e eu acreditei… A voz me dizia, fale com Patas de Ferro, comande que guie os demais cavalos pelo contorno, use a corda e a segure do outro lado, Relâmpago Selvagem o levará até a outra margem… Seja forte e confie, você e seus amigos serão salvos… Isso foi o que senti, o que ouvi e assim eu fiz… TangDarth provou que está comigo embora eu não tenha estado com ele todo esse tempo… Por TangDarth e Relâmpago Selvagem, sobrevivemos…”

O grupo então finalmente compreende tudo que havia acontecido nos últimos minutos, o jovem selvagem que até poucos dias atrás mal conseguia esperar por uma estratégia ser desenvolvida, agora invertia a situação, usando sua impaciência para salvar os aliados no momento mais problemático dos acontecimentos…

“- Neste campo de magia nula pela Torre Solitária, Syndra e eu não poderíamos conjurar nada para nos ajudar com essa criatura…” Era Nissa quem se expressava, concordando que sem uma atitude tal qual foi executada por Tharg, eles não teriam escapatória! Syndra acenava positivamente enquanto bebia água do cantil recuperando o fôlego… Kinseph por sua vez sorria e agradecia à Luuthander por estarem vivos enquanto usava seus kits de primeiro socorros para curar as mãos de Akron, uma vez que nem mesmo suas bençãos de Luuthander poderiam ser usadas ali... E o especialista tiefling, embora que ainda bastante assustado era quem se pronunciava agora:

“- Eu achei que era o fim… Com a pancada, minhas mãos foram prensadas contra uma pedra e a dor me fez soltar a corda… Se não fosse Jhon ao final da mesma, teria sido minha última aventura… Não tenho palavras para te agradecer amigo, devo minha vida a você!” Jhon Raven então, ponderado como sempre, já se erguia e arrumava suas vestes, fazendo um leve aceno de cabeça como se apontasse para Tharg completando: “- Está errado Akron, eu apenas fiz meu papel de último da fila, fiquei ao final da corda justamente para o caso de tal fato vir a acontecer… Seus agradecimentos devem ser direcionados unicamente à Grund-Tharg, pois eu jamais teria feito o que ele fez… A capacidade de agir impulsivamente dele é que salvou a todos nós, reconheço sem dúvida alguma…”

Jhon se aproxima de Grund e estende a mão a ele, completando: “- Em nome de todos nós, eu o agradeço, Grund-Tharg “Força Infinita”!” Grund por sua vez observa Jhon, depois sua mão, estende a dele e a aperta completando com um leve soco ao ombro do Kellintorita que moveu-se levemente para trás com o impacto… Como a noite havia caído e aquela área era difícil de ser visitada por motivos óbvios, o grupo resolveu acampar ali e se recuperar para o dia seguinte… Enquanto preparavam tudo, Akron exclamou, um tanto decepcionado: “- A parte ruim dessa operação, que no final de tudo acabou dando muito certo, é que perdemos os cavalos, teremos de seguir a pé sem falar que eles podem ter se perdido pela mata e virado comida de outros monstros…”

Grund-Tharg então, recostado em uma árvore com sua espada por entre seus braços, sorria de forma sarcástica explicando: “- Fica tranquilo pequeno diabo… Patas de Ferro é inteligente… Ele vai conseguir contornar o precipício pelo rio e virá nos encontrar com os demais… Ele entendeu certinho quando falei com ele…” O grupo então todo virava seus olhares para o jovem selvagem orgulhoso, uma vez mais a equipe era surpreendida por uma atitude intempestuosa que parecia à primeira vista leviana,  mas se mostrou na verdade uma estratégia inusitada que havia dado conta de toda a situação desesperada, e tudo realizado em segundos, sem consulta ou ajuda de qualquer estrategista do grupo! Sem dúvida alguma o aliado que antes era visto como alguém sem compostura, se tornava a cada dia mais e mais vital à equipe e assim, um grupo muito poderoso - e porque não dizer futuramente temido - se crescia mais e mais nas terras esquecidas…

Ao longe dali, muito longe mesmo, em uma sala escura e repleta de velas arcanas entre outros tipos de iluminações de pouca claridade e bastante macabras, observava uma bola de cristal com atenção e bastante descontentamento… Analisando tudo que ocorreu e percebendo que tudo saiu diferente do planejado, a criatura envolta em uma luz enegrecida e trajando uma veste que mais parecia um farrapo vivo, brilhava seus olhos em intenso vermelho conclamando: “- Muito bem senhores aventureiros… Se livraram de tudo que preparei para vós no dia de hoje… E já que está se destacando tanto bárbaro maldito… Acho que trarei de volta, alguém que talvez goste de uma revanche contigo…”

Assim que a criatura faz alguns gestos, uma energia estranha rumava de suas mãos para a esfera cristalina e dentro da Floresta Enluarada - próximo de onde o ocorreu o torneio das tribos bárbaras, tentativa de OgreBould dias atrás de roubar os direitos das tribos TangDarth à floresta - uma árvore visivelmente encravada ao chão por ação externa, é envolvida na tal energia e arrancada com furor, vindo a voar pelos ares e se desintegrar completamente, deixando exposto um buraco profundo no solo da floresta… Ao final deste buraco, com olhos vermelhos e demonstrando expressão de fúria, uma cabeça feita completamente de pedra, rosnava e sentenciava: “- Enfim teremos um novo embate… Grund-Tharg!”

Galeria de imagens:

Uma base para tentar ilustrar o trajeto realizado pelos aventureiros:

Floresta Enluarada - Vista de uma parte do local:

Bebilith - Criatura aracnídea devoradora de demônios:

Carnozzards - Répteis gigantes carnívoros:

Relâmpago Selvagem - Corcel Alado que já havia ajudado Grund-Tharg anteriormente:

8 comentários:

  1. Grande Lanthys!

    Que episódio!

    Adrenalina pura é bobagem!

    Liderados por Targ, nossos guerreiros,uma vez mais enfrentaram perigos dantescos na Floresta Enluarada.

    Somado ao espírito coletivo,temos um novo ingrediente: a fé!

    Sim!

    A fé!

    O acreditar em algo !

    Independente da crença, acreditar opera os maiores milagres.

    Targ teve a prova real.

    No momento supremo,fugindo da bocarra de Carnozzard,ao recorrer ao seu deus guerreiro, ele pode sentir o seu agir....

    A fé opera milagres!

    A centelha divina existe cada um de nós!

    Por diferentes meios, nós chegaremos ao divino.

    Parabéns, arrebentou!

    Episódio épico!

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    1. Grande amigo Jirayrider, gratidão imensa pelo comentário maravilhoso! Sim, uma das coisas que demorei a conseguir concatenar no RPG quando jogava, era a questão de incorporar o personagem, como mencionei várias vezes, eu misturava as coisas e fazia o personagem agir como o Aldo agiria, porém, depois de muito penar, eu aprendei que personagem é uma coisa, e o jogador é outra! A tradução do nome do jogo já explica tudo, "Jogo de Interpretação de Personagens", não é a gente jogando, e nesse caso, não era o Aldo tentando ser bárbaro, era o Tharg, e ele era um bárbaro! Mas voltando à vaca fria como dizemos aqui, meu personagem tinha muito de mim e por conta de meus pensamentos ele nunca foi devoto de nenhuma divindade porque para mim não existi o politeísmo e isso me atrapalhou e muito! E não foi só no Tharg, como Laguna, surgiu um anjo certa feita e anunciou "seus poderes estão selados porque as divindades fizeram um pacto e vão abandonar a humanidade em troca de salvarem o mundo e recomeçarem tudo de novo sem uma guerra", e o Laguna de cara aceitou aquilo como verdade, atirando o medalhão de seu deus, Bahamut ao chão, era o Aldo de novo, considerando que o politeísmo era isso, deuses falsos que se vendiam ou mudavam de opinião! Quando eu finalmente pude compreender que não era o Aldo que tinha de estar e pensar na aventura, finalmente eu pude libertar os personagens de dentro de mim e Tharg foi o primeiro, depois de uma tragédia, que conseguiu fazer isso... Se for um paladino, tem de ser fanático por seu deus, pois é assim que um paladino é, se for um bárbaro, ele pode ser mais livre, mas ainda assim, tem de ter sua fé, de alguma forma, ele tem de ser fiel ao seu deus, porque é isso que rege a postura da tribo que ele vive! É como já te disse outras vezes, jogar RPG abre tua mente, te faz ver as coisas com outra perspectiva! Fico muito feliz que tenha curtido cara, que bom que toquei em uma particularidade que tu curte mais, grande abraço e obrigado pelo comentário uma vez mais!! \0/

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  2. Relendo algumas partes do episódio ,não posso cometer a injustiça de destacar a atuação de Kinseph.

    Sua conexão com o divino ,seu otimismo, sua empatia , consolou os guerreiros,que se sentiram valorizados e porque não ,estimados a buscarem dentro de si, o divino,seja ele de que modo for.

    Até o Akron,foi confortado.

    Guardada as devidas diferenças, Kinseph,com suas atitudes fez na prática, o que prega a lindíssima oração de Francisco de Assis que diz:

    Onde houver o ódio,que eu traga a paz....

    Onde houver o medo,que eu traga a esperança...

    O mensageiro de Luuthander, se torna o equilíbrio da equipe e isso não passou despercebido por mim!

    Maravilhoso!

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    1. Dois comentários no mesmo post, isso sim é que é retorno, gratidão meu amigo! Para entender Kinseph, precisamos entender a divindade e o dogma que ele segue, como sempre digo, ele é baseado na divindade "Lathander" e eis alguns pontos dessa divindade interessantes pra se entender seu clérigo: Lanthander é uma divindade otimista e perseverante que abençoa os empreendimentos e destrói mortos-vivos com sua maça "Voz do Amanhecer". Lathander é um poder vibrante que aprecia os benefícios realizados com o esforço físico. As igrejas de Lathander encorajam seus féis a construírem algo novo, restaurar áreas áridas, fomentar o crescimento e cultivar a terra, evitar o mal e trabalhar para restaurar ou levar as civilizações para novos patamares de harmonia, arte e progresso. O Dogma: Lute sempre para ajudar, fomentar novas esperanças, novas ideias e prosperidade para a humanidade e seus aliados. É seu dever sagrado fomentar o crescimento e trabalhar para o renascimento e renovação. Se aperfeiçoe, seja fértil na mente e no corpo. Onde quer que você vá, plante novas sementes de esperança, novas ideias e planeje um futuro melhor nas mentes de todos. Assista cada nascer do sol, considere as consequências de suas ações para que elas tragam as maiores e melhores recompensas. Afaste-se da negatividade. Existirá sempre outra manhã para voltarmo-nos para o sucesso. Coloque mais importância nas atividades que ajudam outros, do que na obediências às regras, rituais e ditames dos mais antigos. Isso é um seguidor de Lathander, então, como espelho de meu personagem, Kinseph tem de seguir tudo isso e nada mais correto que ele ser o sol diante da escuridão, o ponto otimista quando mesmo todos os outros desistem, aquele que eleva a moral do grupo quando nem mesmo mais o grupo acredita em si! Às vezes ele vai parecer otimista demais e até mesmo sonhador, mas, graças à ter compreendido que o personagem é uma coisa e o Aldo é outra, eu consigo hoje fazer o Kinseph ser o cara positivo além da conta mesmo que eu mesmo acredite que ele está exagerando, mas é assim que ele é, acredita que tudo na vida pode ser tentado de novo, então todos temos de ser como o sol, que não importa o que aconteça, no dia seguinte ele surge de novo, assim, todos nós, não importa o que aconteça, no dia seguinte, temos de tentar de novo aquilo que sonhamos alcançar! Não deixa de ser uma boa lição de vida não é mesmo? Obrigado pela leitura e comentário meu amigo, gratidão enorme pela parceria e amizade de sempre! \0/

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  3. Que capítulo de tirar o fôlego!
    Eu adorei o começo mais calmo, com as explicações perfeitas sobre o reforço divino que todos os membros do grupo receberam e, claro, um escritor menos capacitado apenas diria que todos receberam as bençãos e boa, mas não você meu amigo.
    Ajudando a desenvolver ainda mais os "novatos". Achei linda a revelação feita pelo Kinseph e ainda mais cheia de emoção a reação do Akron e do grupo em geral.
    Isso se chama desenvolvimento de personagem sem ser expositivo, fazendo tal desenvolvimento uma parte importante da trama...
    O texto só até aqui já renderia palmas de pé, mas daí vamos ao outro destaque total.
    A ação.
    Muitos seriam os autores a se conter apenas com a cena espetacular da luta contra a Bebilith, mas o que foi essa fuga espetacular do Carnozzards , com essa surpresa magnificamente bem conduzida e com a cena da corda, fazendo eco às explicações dadas no início do capítulo, completando mais esse círculo desse capítulo!
    Isso, se fosse um filme, caberia na frase "isso é cinema".
    Um controle total da narrativa, uma cena puxando a outra, uma construção de cenas e personagens soberba.
    E um gancho que deixa o leitor animadíssimo para os próximos capítulos!
    Meus mais sinceros parabéns! Aplaudindo de pé aqui!

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    1. Grande amigo Norberto, mais uma vez gratidão pela leitura e comentário magnífico de sempre, fico muito feliz em receber essas palavras que sempre me fazem prestar atenção em como meu texto está evoluindo, se o devido controle das coisas está sendo exercido, sem exagerar para nenhum lado das situações, muito obrigado mesmo! Vamos ao comentário! Foi uma parte da escrita, bastante difícil de lidar, porque, no RPG é algo natural, tu adquire uma quantidade de pontos de experiência e sobe de nível! Uma vez que subiu de nível, se ganham novos poderes, novas habilidades, novas magias, novas capacidades, umas por conta da aquisição de novas classes ou modelos, outras porque os níveis proporcionam simplesmente, mas no contexto da história, eu não podia encaixar regras de jogo como justificativa ou deixar sem uma explicação, então a fonte TangDarth foi a forma que encontrei para dar tal explicação e o apoio dos deuses à essa missão, dava suporte para tal acontecimento! Então pensei, o que se poderia questionar disso, dessa atitude de serem agraciados com os dons que despertarão e eis que usei Jhon, como mais centrado, pra questionar, porque eles ganhariam isso sendo que outros muito mais merecedores não o tiveram e a explicação vem no trabalho em equipe do mundo todo onde vivem, cada um tem uma função, e todos tem limites, missões que o grupo não pode cumprir, outros mais poderosos estão cumprindo e da mesma forma, se os mais poderosos estão ocupados em outro combate, eles que podem lidar com a missão atual, tem de fazer sua parte para que os poderosos possam estar onde estão e por isso, o apoio dos deuses! Foi uma forma que achei, ficarei legal pra se usar, e claro, tinha de explicar o Akron e o Kinseph que não haviam se banhado na fonte e felizmente, achei uma forma e tudo ficou bem, fico muito feliz que tenha curtida essa ideia e principalmente, que a trama dos deuses não ficou arrastada nem levada demais ao lado religioso, que com certeza não é o foco do texto, embora faça parte de forma bem importante durante toda a saga! Quanto a cena do Carnozzard, véi do céu, no original deu tudo errado kkkkk! A gente fugiu de um, na verdade eram dois, como os T-Rex, eles caçavam em dupla, eram dois na verdade e a gente não teve ajuda dos deuses kkkkkk! Os dados deram ruins, Tharg começou a descer a encosta do precipício e, se agarrou longe de onde eles poderiam nos alcançar, segurando uma corda para que todos se pendurassem nele e ficassem ali até os bichos irem embora! Não tinha zona de magia morta também, mas nem Nissa nem Syndra tinham magias que podiam nos ajudar e o resultado, embora o Tharg tivesse força pra segurar todos, é que os dados deram ruim e o Tharg, depois de todos pendurados nele, falhou no teste de fortitude e caímos todos para o fundo kkkkkkk! Sorte que o fundo era rio e conseguimos sobreviver, depois apareceu um NPC que o mestre criou e nos tirou de lá, cobrando um favor e tivemos que ajudar ele com umas coisas nada a ver com a trama, uma espécie de paga por o mestre ter nos tirado, literalmente do buraco! Para tentar mostrar que a ideia das explicações de divindades não eram uma forma de partir para religiosidade demasiada, tipo, expressar minha fé em uma trama, acho que isso é pessoal e não deve ser posto de forma a se tornar a narrativa da história, ah não ser que o texto tenha esse foco e não o é, mas é porque na questão RPG, os poderes do personagem provém de sua divindade na maioria das vezes, principalmente os que chamamos divinos, como clérigos e paladinos, então além de necessário ser abordado, ainda se tornou uma boa opção para as evoluções padrões que o game te dá! Fico realmente feliz em ter agradado e de alguma forma, acertado nessa parte tão complexa que foi essa questão de explicar as evoluções de forma coerente e ainda não exagerar na parte religiosa! Um grande abraço e muito obrigado pela leitura e incentivo de sempre! \0/

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  4. Oi, Lanthys. 

    Dessa vez, ao menos para mim, você superou todas as expectativas. Afinal, esse trabalho medieval é focado no aspecto mais tosco, violento e troglodita. Mas, em específico, no episódio de hoje, você trouxe um início mais singelo e de paz e com uma conexão com o divino. E,você desenvolve isso de modo paulatino para cada personagem. Você mostrou como cada um se conectou com o plano superior a seu modo. Gostei demais disso.


    Targ liderou a turba de guerreiros com coragem para atravessarem a Floresta Enluarada. Usaram da força, mas a parte da fé foi algo singelo e essencial. Você me emocionou. Eu não esperava de fato isso em Targ.

    A forma como você descreveu a batalha foi algo fenomenal e cheio de vida. Concordo com o que disse nosso amigo Jirayrider... Targ sentiu o amor, paz e força de seu deus para confrontar e escapar do grande perigo que representava Carnozzard. Você nos deu uma aula de humanidade. Nós somos falhos e sozinhos NADA nós poderemos fazer para encarar os perigos diários dentro das florestas que visitamos. Você tocou a minha alma. Estou mesmo chorando... Eu tenho me sentido devastado de alma e num beco sem saída e já pensei muitas vezes dar cabo de tudo. Sério mesmo... Saiba que ler e entender a mensagem que você passou aqui em Targ foi algo que me ajudou a superar mais um dia.

    Obrigado mesmo. Está até complexo de escrever...

    Para finalizar, é preciso de fato enfatizar a atuação fantástica de Kinseph. Ele parecia até um profeta... sabe... o cara que trazia a voz de deus para os bárbaros, bem como as revelações que dão a força final para que eles sigam em frente. 

    A força de Targ jamais teria dado conta dos perigos hoje. Eles venceram graças a oração e resiliência de Kinseph que abriu o canal para que todos acessassem o poder oculto.

    A emoção que você imprime nas cenas de ação... É algo único. Hoje eu tive a total certeza que jamais conseguirei fazer uma cena de ação que prenda a leitura de alguém. Não adianta. É algo que explode de sua alma.

    Para finalizar... a música   UNSTOPPABLE - ANTTI MARTIKAINEN é qualquer coisa de espetacular. Nem tem o quanto ela enriqueceu toda a cena desse verdadeiro longa metragem que você nos apresentou.

    Sem palavras!

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    1. Grande Artur, amigo de longa data e irmão de coração, fico realmente feliz em te ver tão empolgado com Tharg, algo que cogitei, não seria possível atingir, justamente pelos fatos citados acima, fico realmente feliz que tenha visto e curtido! Sim, o sistema de RPG é algo fantasioso mas muito baseado no mundo medieval, onde os guerreiros e aventureiros em geral depositavam suas crenças e sorte em divindades que eles cogitavam existir, Thor entre tantos outros foram criados assim, das coisas que não se sabiam explicar e se criavam lendas e contos de deuses morando em algo inalcançável! Dessa forma, no RPG os deuses tem esse poder tão grande e tão importante e em personagens anteriores eu cometi o erro de não ter a fé nas divindades e meus personagens pagaram o preço por isso kkkk! Como quero acertar em Tharg e não tenho que me submeter aos resultados dos dados aqui, eu quero fazer com que as coisas aconteçam de forma minimamente aceitáveis e que possam seguir um rumo legal e em alguns pontos inesperados, fico feliz que tenha curtido essa virada de mesa e que Tharg tenha de te surpreendido com sua fé explosiva! E uma frase acho que resolve a questão que comentaste, Deus sem nós é Deus, nós sem Deus somos nada kkkk! No RPG até pode se virar sem uma divindade para crer, mas, se tiver uma divindade e seguir seu dogma, tu tem muito mais poderes e vantagens dentro do game, claro, tem de seguir as regras da divindade, mas ainda assim, tens várias vantagens... Na vida é assim também, se seguirmos o Deus nos pede, e aceitarmos as consequências de seguir as regras, teremos uma vida dentro do esperado pra nosso melhoramento, pode ser uma vida ruim à muitos olhos, mas para nós, para nossa evolução, ela será uma vida maravilhosa... Tharg entendeu isso, ele pode ser quem é, ser do jeito que é, viver como gosta, mas tudo tem consequências e se ele quer fazer algo que não pode fazer sozinho e precisa do deus para ajudá-lo, é necessário dar o braço à torcer e seguir seu deus para nem que seja, salvar seus amigos! Mas ele entendeu também que cruzar os braços e esperar não resolve, é pedir de coração, é se esforçar e arriscar no tudo ou nada e ter a confiança poderosa e inabalável, VAI DAR CERTO PORRA, e meter a mão na massa, isso é a parceria entre uma divindade e seu seguidor, isso prega o RPG e assim eu creio que seja na vida da gente também! Quanto a nunca poder fazer uma cena de combate assim, nunca diga isso, tu tem condições de fazer o mesmo e muito melhor, cada vez que leio meus primeiros episódios de Nipo Ranger eu me convenço mais e mais disso, afinal, eu evoluí muito de lá pra cá! Tu, se quiser, pode fazer isso também sem sombra de dúvidas... Quanto ao Kinseph como disse, a ideia deles é bem liberal, sem uma liderança na igreja, apenas eles fazem o certo e o mais velho vai guiando com responsabilidade! Eles são treinados para serem o sol no meio da escuridão, otimistas sempre, sonhadores, dispostos, prontos a buscar o melhor em todas as situações e claro, como um clérigo caótico e bom, devotado à sua divindade mas com liberdade de poder tomar as atitudes que quiser, ele sempre vai ser o cara que vai trazer a voz divina dentro da equipe, Jhon faz isso também, mas de forma mais sucinta e é bastante reservado, Kinseph é mais despojado e mais divertido, então sempre espere dele essa postura quase divina, embora seja apenas mais um deles no final das contas! Que bom que está curtindo o Kinseph! \0/ Ah e a música, sim, ela foi incrível, ela foi maravilhosa, ela deu um tom muito bom à toda a batalha e emoção do episódio, realmente eu creio que tudo que eles fizeram combinou e muito com a melodia da música e me inspirou muito na escrita! Gratidão sem fim pela leitura, pelo apoio e pela amizade de sempre meu amigo, fico muito feliz em estar conseguindo te cativar com meus textos, um grande abraço e tudo de bom! \0/

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Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

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