sábado, 7 de janeiro de 2023

Grund-Tharg - Cap. 20 - "- Caos em BhandaBharr!"


A cidade ainda estava há pelo menos um quilômetro de onde o grupo havia detido seu trajeto, de olhos fixos na frente do portão principal que se avistava dali naquele momento... Akron estava estático observando a cena, ele sabia que a cidade era composta por diversas raças, mas minotauros seguindo outros que não os seus próprios pares, com suas regras rígidas e inquebráveis, se mostrou algo realmente de grande surpresa para o especialista, sempre afoito por conhecimento! Tharg não obtendo uma explicação como havia solicitado, começa então a avançar calmamente, afinal, não poderiam ficar ali parados, dando indícios em suas condutas de que tinham algum plano escuso para o local! De qualquer forma, a maneira como os guardas cruzaram as lanças diante do portão, já demonstrava o receio e preocupação que o grupo causava ao se aproximar da cidadela poderosa!

Cautelosamente, Grund que ia à frente em sua montaria Patas de Ferro, vira levemente seu rosto para o lado e tenta que seus aliados o ouçam: “- Eu vou seguir em frente como se nenhum de nós tivesse surpreso com as duas vacas ali no portão, mas chegaremos lá bem rápido, como vai ser quando dermos de cara com eles?” Os demais seguem a marcha e Syndra é quem passa por Akron gesticulando com a cabeça que seguisse também, embora ainda estivesse estupefato em não ter previsto tal cenário… “- Minotauros são escravagistas, eles seguem seu deus da força e só sabem derrubar os fracos porque consideram que eles são fortes, nunca vi falar de minotauros trabalhando com outros seres além de suas próprias raças…” exclamava o tiefling, ainda incrédulo…

Jhon era quem avançava pelo meio do grupo ganhando espaço e explicava sua suposição: “- A não ser que sejam desgarrados, seres que nasceram com uma linhagem mas que assim como você pensem diferente de sua raça e queiram trilhar outros caminhos… O que talvez nos seja muito bem vindo visto que precisamos passar por eles para poder chegar à cidade, não ia ser agradável ter de encarar suas forças nesse momento…” Akron e os demais ponderam sobre as palavras de Jhon e elas faziam sentido, se os dois guardas ruminantes fossem párias das condutas normais dos minotauros, era razoável estarem ali trabalhando ou mesmo vivendo acolhidos na cidade de múltiplas personalidades, e talvez até seria possível que fossem pacíficos, isso deu certa confiança ao grupo…

A equipe seguia em marcha lenta, Kinseph avança por entre eles lembrando de responder ao questionamento de Tharg e, bem ao centro do grupo, comenta com todos, assumindo já seu papel no ato programado: “- À partir de agora, eu sou simplesmente o “Mestre de eventos” para que não se percam com nomes ou usem os nossos, aliás, muito importante não pronunciarmos nossos verdadeiros nomes, lembrem-se disso! Vocês meninas, são minhas dançarinas a partir de agora; Jhon e Tharg, fiquem para trás e evitem falar, assim não precisam ficar encenando ou mentindo, coisas que são dispensáveis aos seus estilos mais francos e, como posição de seguranças, serão menos interpelados também se evitarem falar… Akron, por enquanto está visível, mas assim que lhe for possível, desapareça da vista de todos, se torne uma sombra e não seja notado pelo maior tempo que puder! Caso seja visto ou questionado, és nosso tesoureiro oficial, as finanças são de seu controle, apenas isso! Ok pessoal, deixem que eu fale e tentem seguir tudo que eu disser, mesmo que possa parecer estranho de início… Que Luuthander nos ilumine neste momento!”

Colocando o plano em prática tal qual Kinseph pediu, sem questionar ou tentar contestar, Tharg e Jhon recuam ao final do grupo em movimento, Kinseph tomava então a dianteira e era todo sorrisos buscando ser o mais amistoso possível, com Nissa e Syndra um pouco mais atrás de si, mas seguindo à sua esquerda e direita respectivamente! Akron por sua vez, já tentando não chamar a atenção e iniciar a se ocultar, ficava ao centro de todos, se ocultando atrás dos três primeiros conforme podia, evitando chamar a atenção… Todos dali pra frente se calaram, apenas seguindo Kinseph e suas instruções de forma a conseguirem atingir seu intento naquele local sem angariar mais problemas do que os que, provavelmente já teriam pela frente…

O grupo chega aos portões, os dois minotauros mantém a pose de defesa com as lanças cruzadas e expressão de poucos amigos, enquanto abaixo dos braços dos dois, um anão surge e grita em bom tom: “- ALTO LÁ VIAJANTES, QUAIS SUAS INTENÇÕES EM NOSSO REINO?” O grupo detém o cavalgar, todos continuam montados à exceção de Kinseph que desceu de sua montaria e apenas olhando para os demais, os fez compreender que ele iria à frente sozinho enquanto ele aguardariam o desenrolar de tudo…

Logo que desceu de seu cavalo, o clérigo fez uma reverência medieval pomposa, sempre com um sorriso ao rosto e com voz otimista e quase melodiosa como somente os Luuthanderianos conseguiam manter em qualquer momento, se apresentando com euforia: “- Eu sou Horineus, mestre de artes e de espetáculos, viajando com meu grupo único e diverso, levando entretenimento e belas apresentações à todos os povos! Como estava próximo, não poderia deixar de trazer uma parte de meus artistas para vir até a fantástica cidade de BhandaBharr apresentar um de nossos espetáculos ao rei dos reis, vossa majestade imperial da cidade, Yenorin Blazingriver!” Kinseph chega quase ao chão em sua reverência exagerada, ficando a esperar a resposta do anão…

O anão observa - de certa forma surpreso com os gestos abundantes do "mestre de eventos" - Kinseph ainda curvado, então observa o grupo ligeiramente e logo depois observa as duas arcanas… Nissa e Syndra por sua vez fazem expressões de sorriso e boa recepção, cada uma delas piscando uma vez para o anão que quase deixa abrir um sorriso largo ao rosto, mas se recompõe rapidamente ao perceber que estava externando demais suas sensações, tentando ser apenas eficiente em sua função, o esperado para aquele momento… Ele novamente olha para Kinseph e diz: “- Como sabe o nome de nosso rei, estranho??”

O clérigo então se ergue e com a mão diante do corpo, explica-se: “- Oras… Quem não conhece o nome de vossa majestade Yenorin? Senhor de BhandaBharr, uma cidade humana, regida com justiça e coragem por um anão, determinado e sagaz, capaz de reunir em uma só metrópole sob sua tutela, de humanos à halflings, de anões à minotauros, a cidade sonho de qualquer ser que honre a justiça, as artes, a liberdade e a prosperidade! Os bardos cantam canções pelas tavernas em honras à tamanha capacidade de governabilidade sem dúvida alguma!”

O anão fica a observar toda aquela explicação pomposa e eis que um orbe mágico surge diante do guarda questionador, onde outro anão, desta feita com uma longa barba branca e envolto em trajes reais muito luxuosos, exclamava eufórico: “- Finalmente alguém que reconhece a magnificência de Yenorin, o mais astuto de todos os anões! Traga-os até mim Oridrid, e rápido!” O anão prontamente responde ao comando, um tanto quanto atrapalhado: “- Sim majestade, agora mesmo!” O guarda da cidadela então olha para os dois minotauros que acenam positivamente abrindo a guarda e por consequência a passagem do grupo, realizando o anão da guarda. uma última exigência: “- Quero a descrição de seu grupo senhor…”

Kinseph de pronto responde: “- Na retaguarda meus dois guarda-costas e seguranças, Turan e Turin, diante deles nossas belas dançarinas Haktjash e Mililyes, e eu, seu servo e anfitrião artístico Horineus à seu dispor…” Akron observando a cena ficou o mais oculto que pode atrás das duas magas enquanto Kinseph torcia para que o anão e os minotauros não fossem muito atenciosos! No momento então em que passavam pela guarda, um dos minotauros fica a observar um cavalo selado, mas sem cavaleiro em meio ao grupo, e embora tal fato tenha chamado sua atenção, ele não dá a devida importância para tal! Já o segundo minotauro encara Grund-Tharg com expressão de poucos amigos, ao passo que o selvagem devolve o olhar ao mesmo tom durante todo o tempo que tiveram linha de visão um ao outro… Assim, o grupo ganhava as ruas da cidade, rumo ao palácio central, sua meta e missão!

Jhon Raven por sua vez, enquanto seguiam calmamente o caminho até o palácio, busca estabelecer um contato mental com Syndra! Sim, ele poderia fazer tal coisa embora fosse um guerreiro, mas sua capacidade se limitava à uma espécie de pequena mensagem, uma pequena sugestão mental direcionada que chamaria a atenção da pessoa alvo de sua magia básica! Seu esforço e concentração fora o suficiente para enviar seus pensamentos e sugerir à arcana, uma atitude tomada tempos atrás quando chegaram na vila fantasma próximo da Floresta Enluarada! Syndra entendeu a mensagem e rapidamente estabeleceu o elo mental entre todos os integrantes do grupo para que pudessem conversar sem serem percebidos pelos guardas e pessoas da cidade… Jhon era o primeiro à se pronunciar:

“- Creio que o rei aceitou rápido demais a ideia Kinseph… Pode ser uma emboscada, esteja atento…” Kinseph por sua vez deixa escorrer um quase invisível sorriso e responde, fazendo com que todos do grupo percebessem que poderiam conversar via elo mental estabelecido entre eles: “- Ah isso foi uma grande ideia amigos, esse elo mental vai facilitar muito! Eu obtive informações antes de sairmos de FerrBharr, Yenorin é extremamente prepotente e possui egolatria muito elevada, bastava tocar seus brios e ele nos receberia de braços abertos, fique tranquilo meu amigo!” Todos ficam em silêncio mental por alguns segundos e então era Nissa quem se manifestava…

“- Esperar o sinal de Akron, correr para a torre, esperar Syndra abrir o portal e levar e trazer Akron de volta em segurança!” O tiefling era quem participava do pensamento ouvido, completando: “- A parte do “em segurança” é muito bem-vinda!” Syndra sorri levemente e continua: “- Esperar o sinal de Akron, adentrar e subir a torre, abrir o portal e permitir a ação de Nissa e Akron de forma correta!” Akron então, agarrado por debaixo do corpo do cavalo pensa, segurando-se firme e tranquilamente ao corpo da montaria como se fosse a coisa mais simples do mundo, exclama por sua vez: “- Achar a trava atrás do trono, abrir uma torre cofre fortemente guardada, encontrar um item único lá dentro em meio a tudo que estiver por lá, subir a torre como um relâmpago, entregar a lágrima para Syndra e Nissa, para logo em seguida, através de um portal mágico, entrar na torre de um necromante assustador e que vem tentando nos matar há dias, tendo o cuidado de voltar vivo para cá com um olho que tudo vê! Simples, fácil, completamente seguro aliás!” Todos mesmo sem demonstrar à quem os observava sorriem levemente com a visível preocupação do tiefling e enquanto isso, Jhon e Tharg nada diziam, mas suas mentes ecoavam suas vontades igualmente: “- Nós garantiremos que façam o que precisam fazer!”

Kinseph visualizava já a chegada e entrada do castelo e quase que alardeava em sua mente: “- Muito bem senhores e senhoritas, é a hora, se preparem, cada um entre em seu papel! Akron, desapareça assim que puder! Tharg e Jhon, sejam o que já são naturalmente, carrancudos! Nissa e Syndra sejam o oposto, se tornem sorriso e sedução, o rei não vai tirar o olho de vocês até ser tarde demais e eu, farei o melhor mestre de artes que vocês já viram!”

As portas do castelo torre são abertas enquanto o grupo passava pela praça que antecedia o local e a multidão que se aglomerava ali era intensa, todos afoitos com o que seria tal movimentação e pessoas estranhas chegando ao reinado em que hora viviam! Akron habilmente soltou-se de sua montaria e se misturou aos demais partindo em sua missão; tão logo chegaram à praça, todos desceram de suas montarias, as mesmas sendo levadas ao estábulo real para visitantes e se podia ver finalmente o grande saguão do castelo, também repleto de pessoas e curiosos, tendo ao fundo como uma espécie de ostentação extra, o rei anão Yenorin Blazingriver em seu trono de ouro maciço…

O grupo fora avançando saguão à dentro, Syndra e Nissa iam se movimentando com danças que permitiam seu andar, sempre sorrindo e tentando encantar, enquanto Kinseph fazia gestos para todos de forma a sempre manter a atenção nesses três principais integrantes do grupo! Grund e Jhon por sua vez estavam à vontade, não precisavam fingir, não precisavam encenar, eles eram de qualquer forma, os seguranças do grupo naquele momento e somente cuidar da segurança de todos era sua missão naquele momento… Kinseph então passa pelas duas arcanas que se posicionam em reverência ao rei e apresenta-se de novo: “- Eu sou Horineus, mestre de artes e de espetáculos! Na retaguarda meus dois guarda-costas e seguranças, Turan e Turin, diante deles nossas belas dançarinas Haktjash e Mililyes, e eu, seu servo e anfitrião artístico a seu dispor, ó grande majestade!”

O rei então observa seu servo Oridrid e este com um aceno de cabeça confirma a resposta que o rei queria revisar e só finalmente então, ele se ergue de seu trono e começa a desejar as boas vindas seguindo por uma falação eufórica sobre si mesmo e seus feitos! Para quase cada frase que dizia, haviam puxa-sacos reais para tentar aplaudir e levar os demais no mesmo sentido e enquanto ele fazia seu show narcisista, Kinseph em tom hilário partilha mentalmente com os colegas: “- Ele achou mesmo que eu me confundiria com os nomes inventados? Passei no seu teste com louvor Yenorin, agora você acredita que somos quem dizemos ser! Estejam atentos ao sinal de Akron meus amigos!”

Depois de quase cinco minutos a soberba do rei se encerra, ele senta-se ao trono e ordena: “- Agora mostrem-me o que sabem fazer andarilhos!” As duas arcanas começam a dançar, fazem gestos com os punhos e pequenas chamas arcanas coloridas surgem de seus movimentos, decorando o ambiente enquanto os músicos do palácio tocavam para embalar suas apresentações, deixando todos atônitos e fixos à apresentação! Já o rei Yenorin destinava sua atenção muito menos aos fogos e muito mais aos corpos das dançarinas… Jhon bastante impaciente e preocupado mentalmente quase vocifera: “- Akron, precisamos da passagem, rápido!” ao passo que o tiefling prontamente rebate: “- Estou quase lá, esse trono e esse rei fedem, nossa… Não sei o que é mais difícil, resolver a combinação ou aguentar o fedor deste monarca!”

O grupo todo ouvia a fala e seguiam seus planos, esperando sempre que no segundo seguinte eles fossem agir, mas então a música terminou, as duas dançarinas pararam e ficaram imóveis, o aviso de Akron ainda não havia chegado, o grupo realmente não esperava que a encenação durasse mais de uma música… O rei olha para eles, depois pra Kinseph e então o clérigo tenta improvisar rapidamente, passando pelas duas e se prostrando diante do rei: “- Agora majestade, a apresentação que preparamos especialmente para o senhor e seu castelo…” Kinseph ergue-se e olha para atrás do trono, com expectativa de que tudo acontecesse no momento exato e finalmente suas preces foram atendidas!

Nissa e Syndra não sabiam o que mais fazer, Jhon e Grund coçavam suas mãos para brandir suas armas, mas precisavam da resposta de Akron e então finalmente ele surge, berrando mentalmente aos aliados: “- ESTÁ ABERTO, ME SIGAM!”

Nissa energiza suas mãos e explode diversas esferas flamejantes controladas por dentro do saguão, ao passo que Syndra aumentou a gravidade em torno de todos além do grupo e já se podia ver a porta da torre guarda-tesouros, diretamente depois do trono se abrindo! Kinseph se prepara para recolher quem por ventura ficasse para trás, mas Grund e Jhon passavam como locomotivas ao lado de cada uma das arcanas, se chocando violentamente contra quem estivesse ao lado do trono abrindo caminho claro para todos e em segundos, todos estavam dentro da torre, com Nissa e Syndra já subindo as escadarias, Jhon, Tharg e Kinseph segurando a porta já fechada e Akron buscando pela lágrima de Mystranirr!

O grupo agia de uma forma tão sincronizada que sequer percebiam como em poucos segundos haviam feito quase toda a parte inicial da invasão, de forma certeira e otimizada, a ponto de Nissa e Syndra já estarem quase no topo da torre, sendo que quase ao mesmo tempo Akron ergue o pulso com a lágrima em suas mãos e o grupo do lado de fora ainda não tinha sequer se libertado ou entendido tudo por completo à ponto de não estarem forçando a porta da torre! O próprio rei, não se ouvia sua voz que deveria estar agora, aos berros praguejando contra os invasores!

Akron se prepara para subir a alcançar as arcanas que chegavam ao topo da escada espiral feita ao redor das paredes, mas Tharg o agarra pelo ombro, com o sorriso largo no rosto e estende a mão… Akron sorri, sem dúvida seria mais rápido e já haviam feito isso antes! O gigante abaixa sua mão, o especialista esguio sobe nela se agachando como o mais próximo de uma bala de canhão, enquanto Grund-Tharg posicionado exatamente ao centro da escadaria serpenteante arremessa o tiefling com força suficiente para que o pequeno chegasse ao topo da torre, nem mais, nem menos, a força exata para que quando Nissa pisou no andar final, Akron surgia ao lado dela, pousando de forma certeira logo próximo também, permitindo que os três elos da missão principal, estivessem ali, aptos a agir!

Grund se volta à porta junto à Jhon e Kinseph, a guarda agora começava a tentar derrubar a mesma! A vantagem do grupo era que Yenorin nunca cogitou alguém poder entrar em sua torre e se fechar lá dentro, dessa forma, a única entrada era aquela, e era reforçada ao extremo! Considerando a segurança que eles mesmos implantaram e o grupo que reforçava a porta por dentro, Nissa, Syndra e Akron tinham alguns minutos apenas e isso tinha que ser o suficiente, pensavam todos!

No topo da torre, a Lágrima de Mystranirr é entregue à Nissa e Syndra que tocando simultaneamente no artefato, sentem seus campos arcanos serem expandidos de forma poderosa, como se cada fibra de seu ser fosse energizada de forma poderosa, feitiços e magias surgiam em suas mentes trabalhadas e foram questão de segundos para que compreendessem a Lágrima ter feito seu trabalho! Sem perder tempo as duas arcanas iniciam suas ações, Syndra convoca suas forças gravitacionais, uma distorção no espaço tempo é criada ao centro de ambas e uma fenda se abre, mostrando o interior de uma torre, enegrecida e cheia de itens para magia negra! Nissa é a próxima, enviando sua magia expansiva, como se enviasse seus sentidos para dentro do local, sondando o mesmo e graças a ampliação que a Lágrima lhes concedeu, a maga rubra consegue detectar o “observador místico” que buscavam, envolto em um tecido escuro e pesado, tinha o tamanho de orbe mediano! Seu intento estava ali finalmente, diante deles através das manipulações mágicas das duas poderosas aliadas!

Akron observa a cena, sequer cogita qualquer pergunta, ele sabia sua missão e confiava em Nissa e Syndra! Ele recua alguns passos e se lança fenda à dentro, um halo de luz se expande partindo das mãos de Nissa como se um túnel dourado preenchesse a brecha no espaço-tempo criado pela arcana loura, surgindo o especialista do outro lado com uma manobra acrobática perfeita, detendo seus movimentos exatamente diante do artefato indicado por Nissa… Ele pega o mesmo, certifica-se de manter ele bem firme em seus braços e procura se lançar de volta pela mesma "entrada" que usou para chegar, mas um rato que passava pelo local entra abaixo de seu pé exatamente na hora em que virou-se, o desequilibra a ponto de derrubá-lo e ainda - a pior parte - alerta a guarda do castelo necromante com o guincho ao ser pisoteado por Akron!

Exatamente no mesmo instante, já no saguão real de BhandaBharr, os minotauros haviam se recuperado e forçavam a porta da torre! Grund arrasta uma espécie de carroça de guerra que estava junto aos tesouros e a coloca atrás da porta substituindo o "veículo" pelos esforços físicos dele e seus aliados como "barricada"! O grupo então apressa-se a correr para o topo da torre para de lá, observarem a tudo e caso fosse rompido a porta principal, estarem à postos para combater e impedir que qualquer um tocasse em Nissa, Syndra e Akron, a missão era mais importante que qualquer um dos "seguranças", qualquer um dos três pensava assim naquele instante! Enquanto eles subiam, na torre necromante três guardas surgem, os mesmos homens lagartos do Fosso do Réptil e graças unicamente a agilidade e atenção do pequeno tiefling, é que não conseguiram colocar as mãos nele e encerrar de vez a missão! Mas a força da lágrima estava perto de seu fim, Akron precisava voltar o quanto antes, as duas arcanas não podiam ser interrompidas ou tudo fracassaria e o pequeno ficaria à mercê de Adramanter!

Grund à frente do grupo na torre grita para Kinseph: “- PODE CRESCER E NOS TIRAR DAQUI?” Kinseph meneia a cabeça explicando: “- Não consigo usar tal dom mais que uma vez por dia, eu sinto muito meu amigo!” A porta lá embaixo se rompe em estrondoso ruído, Akron na torre negra se livra dos guardas e novamente se arremete em busca da fenda com o observador em mãos! Tharg chega ao topo com Jhon ao seu lado e grita: “- JHON, DERRUBE AQUELA PAREDE, EU FAREI O RESTO!”

Sem contestar, John guarda sua espada sagrada, empunha seu escudo enegrecido como a noite e, imediatamente o item divino de proteção envolveu-se em energias fantásticas e destrutivas, energias essas que pareciam mais um turbilhão majestoso, alargando e diminuindo sua radiância em um frenesi constante, ao passo que o Kellintorita então, como um meteoro sobre a terra, rasga as distâncias entre ele e a parede final, em carga, passando por entre Nissa e Syndra, bradando: “- TÉCNICA UNIQUE… ESCUDO IMPENETRÁVEL DE KELLINTOR!” O inimaginável acontece, como se fosse uma rajada de energia poderosa disparada pelo punho da própria divindade invocada, Jhon Raven se choca contra a parede da torre reforçada, criando um poderoso impacto que inicialmente parecia resistir mas logo em seguida energizou-se diante o ataque incessante, explodindo em milhares de pedaços a espessa parede - e considerada inquebrável -, abrindo um verdadeiro rombo no local, que consequentemente se tornaria, de alguma forma, suas rotas de fuga, apesar das centenas de metros nas alturas onde estavam…

Eis que então, tudo acontece ao mesmo tempo, Akron salta de volta pela fenda se livrando dos lagartos, as arcanas desfazem suas magias tão logo o aliado regressou e isso já eram os últimos instantes do efeito da Lágrima de Mystranirr que exaurida, desapareceu das mãos das duas… Exaustas e quase não conseguindo se manter em pé, com o grupo de guardas à passos do topo onde estavam, era chegado o momento de Grund-Tharg agir, se arremetendo em direção à passagem aberta por Jhon Raven! Os olhos do selvagem brilharam em intenso poder energético, ele abre os braços e acolhe mesmo que de forma truculenta, as duas arcanas bradando com todas as suas forças aos aliados: “- JHON, AJUDA O DIABO, EU LEVO AS DUAS, KINSEPH, SE AGARRA EM MIM SE PRECISAR!”

O grupo obedece e, mesmo que parecendo uma atitude insensata, se lançou pela abertura gigante criada na parede da torre, caindo em queda livre por pelo menos cinco metros, até que conseguem chegar sobre a primeira parte de telhados externos da torre, onde Grund com suas mãos poderosas agarrou-se detendo a queda bruta! Kinseph e Jhon conseguiram o mesmo, Akron também estava virando-se por si só e assim, o grupo atingia a parte externa do castelo, pulando por sobre os telhados, escorregando, se arremetendo, adentrando por janelas e portas a fim de chegarem ao chão em uma fuga improvisada e totalmente perigosa mas que se mostrou a única possível!

Enquanto corriam e se distanciavam do local por onde entraram, Jhon gritava: “- Com os cavalos seríamos mais rápidos, ficaremos sem montarias se seguirmos assim!” Tharg dá uma gargalhada e então assobia de forma potente, para logo em seguida retrucar: “- Confia meu amigo coveiro, aquelas montarias são boas, só segue correndo, me segue!” Jhon sorri com a alcunha proferida, ele agora confiava em Grund-Tharg assim como todos eles confiavam uns nos outros, e isso sem dúvida elevou a camaradagem e amizade entre eles! Seguindo o selvagem, mesmo contra todas as possibilidades - e talvez até mesmo incentivados pela intempestividade do bárbaro - conseguem após uma corrida desesperada de pelo menos cinco minutos castelo afora, chegar à uma construção que Tharg julgou adequada, do outro lado da rua!

A mesma era uma pequena choupana, poucos cômodos e uma espécie de comércio na entrada, mas já era de estrutura em andar térreo, fora fácil para eles depois de tudo, cair rolando por sobre o telhado de palha até ao chão, há poucos metros de um dos portões da cidade, completamente o oposto de onde chegaram e enquanto corriam tentando atingir esse objetivo incrível, já podiam ouvir sons de cascos de cavalos em carga, como uma verdadeira cavalaria em suas direções… Akron se preparou então para ocultar-se mas Tharg novamente surpreendia todos: “- O reforço chegou chacais!” Era Patas de Ferro e os demais cavalos do grupo, em vertiginosa corrida de encontro a seus companheiros de forma espetacular!

Tharg coloca Nissa e Syndra em suas montarias - ainda um pouco exaustas com tudo - e espalma a anca dos respectivos cavalos, de forma que os mesmos seguem portão afora em disparada. Jhon, Akron e Kinseph sobem em suas respectivas montarias também e partem dando suporte às arcanas, seguidos de perto por Tharg e Patas de Ferro e, tão logo cruzaram pelo portão, o gigante olhou para trás e ainda conseguia avistar os guardas à tentar sair pelo buraco que abriram na torre, sem sucesso é claro, tendo alguns deles já caído construção abaixo por inabilidade para tal ação!

O grupo então acelera seu ritmo de cavalgar se lançando o em fuga frenética, por pelo menos mais trinta minutos e então finalmente, encontrando uma passagem pela mata que cobria as bordas da estrada principal, adentram uma floresta próxima ao trajeto, na tentativa de que pudessem pelo menos se recuperar o mínimo depois de todo o acontecido naquela invasão inusitada… O bosque era amplo, era convidativo, tinha frutos, tinha um lago inclusive e se podia ver a estrada principal dali enquanto ainda assim se mantinham ocultos…

Todos descem de suas montarias e se atiram ao chão, todos buscavam recuperar o fôlego pelo menos, tudo que haviam feito na cidade de Yenorin, haviam feito em minutos e várias oportunidades de morte lhes surgiram durante estes esparsos minutos, mas contrariando todas as expectativas, lá estavam eles, vivos e com a missão completa… Grund então ergue-se do chão ficando sentado e percebe algo que todos haviam deixado passar… Olhando para Akron o selvagem questiona: “- Cadê a porra do olho que tu foi pegar diabo?” Akron dá um sorriso amarelo e explica: “- Bom, quando saímos de lá da torre, eu quase caí do ombro de Jhon e bem… Eu precisava me segurar… Acabei... Soltando o observador…”

Grund ficou observando o tiefling por alguns segundos, estupefato, Nissa e Syndra faziam expressão de surpresa também enquanto Kinseph sorvia água de seu cantil sem aparentemente dar atenção ao fato! Fora Jhon que antes que Tharg pudesse ter um surto, explicou: “- Nossa missão era tirar o observador do necromante, e Akron com suporte de Nissa e Syndra fez isso… O “Observador” era “Místico” mas não indestrutível, aliás do que pude ver, era bem pouco resistente, caiu em cima de uma das partes mais baixas da cidade e se quebrou em diversos pedaços, nada sobrou dele a não ser cacos… Eu digo que a missão foi cumprida e, em nossa posse ou quebrado ao chão da cidade, o importante é que não esteja com Adramanter!”

Tharg começa a controlar sua respiração, Nissa e Syndra fazem um expressão de que poderia realmente ser uma opção ao passo que Kinseph limpa a boca da água que havia escorrido e completa: “- O “Observador Místico” foi destruído, se ficássemos com ele, Adramanter poderia achar um meio de acessá-lo e talvez nos vigiar mais ainda, até ouvir nossas vozes talvez! A destruição do orbe foi sem dúvidas a melhor solução, agora é seguirmos em frente para confrontar o necromante, sem ele saber que estamos chegando, ou na ausência dessa possibilidade, uma vez que ele sabe que estamos indo para lá de qualquer forma, que pelo menos ele não possa prever todos os nossos passos!”

O grupo agora todo sentado parecia concordar com a situação, Akron respirava aliviado, uma vez que considerava ter estragado a missão com seu ato e, finalmente eles podiam falar sobre a ação conjunta perfeita que haviam conseguido obter durante a invasão da cidade! “- Sequer precisamos matar alguém, acho que isso foi muito bem-vindo amigos!” Era Kinseph quem comemorava e Akron por sua vez, ainda sentia calafrios: “- Quando vi aqueles soldados lagartos vindo para cima de mim, achei que tinha chegado minha hora, achei que ia ficar preso naquela torre à mercê de Adramanter!” O grupo conversava aleatoriedades da missão enquanto Grund apanha uma maçã do chão e comenta: “- Será que o druida daqui se importa se a gente comer? Estou faminto!”

Kinseph ergue-se e sorrindo diz: “- Podem comer os frutos ao chão e também podem os colher das árvores, assim como beber da água e dar às nossas montarias… Igualmente podemos dormir tranquilos por aqui e até devemos, uma vez que a guarda de Yenorin deve estar nos caçando!" Grund o observa curioso e retruca: “- Eles vão passar do lado e ver essa entrada, é óbvio que virão aqui, não podemos ficar!” Kinseph então sorri novamente e tomando o centro do local onde estavam explica: “- Há alguns anos atrás, eu ainda não tinha status para sair em missão solo, mas fui enviado para um vilarejo para simplesmente tentar ajudar o clérigo de lá no combate a uma febre altamente contagiosa… Devido a alguns eventos, acabei conhecendo uma aliada muito poderosa e muito reclusa… Junto a ela conseguimos entender o motivo da doença e salvar as pessoas através da cura e casualmente… Bom, descobri quando cheguei aqui que este lugar faz parte de seu habitat agora e… Ela nos autorizou a ficar assim como nos protegerá durante a noite… Devemos sair amanhã aos primeiros raios do sol, mas se todos concordarem e confiarem em mim, minha amiga terá prazer em nos dar abrigo e despistar a guarda de Yenorin por nós!”

O grupo fica a se olhar, um esperando que o outro concordasse ou discordasse e é então que Grund decide pelo grupo: “- Se é da confiança de Kinseph, é da minha também... E com maçãs grandes deliciosas como essa, eu ficaria aqui um ciclo lunar inteiro! Grund-Tharg aceita tua proposta, seja lá quem fores, amiga de Kinseph!” O bárbaro então recolhe algumas maçãs, leva as mesmas aos cavalos e depois conduz as montarias ao lago para saciarem suas sedes... Enquanto isso os demais voltaram - após olharem-se novamente e nenhum deles ter algum argumento contra - a deitarem-se outra vez na grama, onde ficaram a recuperar suas forças…

A noite chega, Jhon estava recostado em uma árvore observando a estrada… Ele nada disse quando da decisão por ficarem na mata foi tomada favoravelmente pelos aliados, mas, seus instintos o castigavam com a ideia de terem perdido a dianteira conquistada com muito esforço e, ficado à mercê de seus perseguidores naquela floresta… O escuro completo, apesar da proteção da amiga invisível de Kinseph, incomodava o kellintorita também naquele momento, devido à chance de ameaças aproximarem-se sem serem notadas ser muito maior assim… E também não poderiam fazer um fogueira, porque mesmo que não detivessem o conhecimento, de que em florestas protegidas não se poderia destruir nada, nem mesmo queimar o chão onde estavam para aquecerem-se - pois poderiam ter a fúria destes guardiões voltada contra eles - ainda na mente de Jhon, isso seria denotar suas posições e esconderijos… Ou seja, ele nada podia fazer além de confiar que aquela havia sido a melhor decisão e esse não era o estilo de proteção à que Jhon foi preparado...

O grupo dormia com exceção do preocupado Jhon Raven que montava guarda atentamente e eis que Kinseph surge ao seu lado, sentando-se junto dele observando os céus estrelados, ciente da preocupação do amigo… Como em um passe de mágica, ou talvez atendendo aos pensamentos do Kellintorita, uma fogueira surgia ao centro do local e madeira seca surgia próximo igualmente como fonte para manter o mesmo aceso… Jhon olha para Kinseph acreditando ter sido o aliado que tomou tal decisão, ao passo que o clérigo sorri e completa: “- Como disse, ela é reclusa, mas compreende nossas necessidades… Relaxe meu amigo, estamos seguros, observe…”

Kinseph aponta para a estrada, se podiam ver os guardas passando à cavalo e outros à pé… Eles detém sua marcha, Jhon tenta empunhar sua espada mas Kinseph faz sinal que não, que apenas ficassem quietos e observando… Um dos guardas tenta observar para dentro da floresta e parecia ter dificuldades de enxergar, até que outro guarda chega e dá uma pancada no elmo do guarda curioso alegando: “- IMBECIL! Não está vendo que é mata fechada? Eles não teriam como passar por aqui, seus rastros seguem à frente! Vamos, o rei está furioso com o acontecido, e eles já estão léguas daqui, nunca mais iremos encontrá-los…" O outro guarda arruma o elmo bastante irritado com a atitude do colega, mas dá de ombros, demonstrando quase nenhuma interesse pela explicação do mesmo: “- Pior para o imbecil que os deixou entrar no portão principal… Esse sim é que vai ser devidamente punido!”

Jhon então finalmente relaxa e acredita estarem seguros, além de soltar um leve sorriso ao perceber que Kinseph também ria da última menção do guarda, afinal, quem autorizou a entrada deles fora o próprio rei Yenorin! Quanto a tranquilidade de Jhon, ela agora era plena pois o mesmo confirmou com seus olhos, a entrada da floresta era aberta e ele podia ver desde ali até a estrada, no entanto os guardas só enxergavam mato e ainda, haviam rastros que seguiam em frente e nenhum que os denotasse ter adentrado a floresta onde agora repousavam… Admirado finalmente com tudo, um olhar interrogativo de Jhon Raven ao clérigo fora disparado, quem seria esta amiga tão especial, e eis que o lutthanderiano, sorridente como sempre, responde: “- Ela prefere não citar nomes, apenas quer fazer sua parte por todos que merecem… Nesse caso, ela considera isto de nós, uma vez que lutamos juntos no passado… Acho que devemos respeitar isso também…” O clérigo e o kellintorita ficam absortos diante das chamas e ambos acabam logo em seguida, adormecendo ali mesmo!

Algumas horas depois finalmente o sol raiava outra vez, o grupo despertava, as preces - a quem as tinha como rito - eram feitas e logo, se alimentavam novamente de maçãs e começavam, após recolher seu material e mais maçãs para o caminho, a se colocar em marcha outra vez, sentindo cada um deles estar com seus corpos e energias recuperadas… A expressão de todos denotava como estavam bem, como se sentiam bem e eis que Kinseph abre os braços sorridentes, conclamando: “- Agradeçam esse bem estar ao senhor do sol e à dama protetora desta área, nossas magias conjuntas recuperaram a todos, estamos prontos para partir…”

O grupo então começa a sair lentamente de dentro da floresta protetora, tomando rumo para as cadeias montanhosas há poucos dias de viagem dali, onde o necromante se ocultava e com certeza os aguardava... Cada um a seu modo, agradecia a anfitriã invisível ao sair, no entanto, Kinseph fora o único que deteve sua marcha assim que deixou a mata, sem que os demais percebem e virando-se para trás, finalmente avista, logo dentro da entrada que acabaram de passar, uma jovem aparentemente ostentando algo em torno de seus vinte verões... Ela observava o clérigo de dentro da mata, olhos intensamente azuis e vestes que a confundiam com a natureza, ornamentos com uma expressão serena… Ela sorri e desaparece enquanto Kinseph em tom suave e praticamente inaudível completa: “- Obrigado… Pequeno avatar da natureza!”

O grupo então acelera a marcha, agora podiam se movimentar melhor, estavam livres da vigilância de Adramanter e seu maldito “Observador Místico” que tanto trabalho deu a eles, assim como estavam no máximo de suas capacidades físicas e mágicas, isso os incentivava, os mantinha esperançosos de que em breve poderiam cumprir suas missões e retornar à WinterLess com o sabor de terem feito aquilo à que foram destinados! Tharg ia à frente com Patas de Ferro enquanto os demais seguiam com Nissa e Syndra na sequência; Akron e Kinseph após e Jhon Raven como último do grupo fechando a segurança da caravana e foi neste momento que todos puderam avistar, alguns metros à frente pela estrada, algo como, um corredor de pedras erguidas nas laterais da estrada…

O grupo detém sua caminhada estranhando o fato e ficam a observar o inusitado acontecimento... Eram como pilares de pedra, aproximadamente dois metros de largura pelo mesmo tamanho de altura que pareciam estar ali, parados, encravados se poderia dizer, quatro de cada lado da estrada com espaço aparente de dois metros entre eles também… Nissa e Syndra encontram rastros de magia e sugerem ser uma armadilha, mas Grund fareja e abre um sorriso… O gigante selvagem desce de Patas de Ferro e dá alguns passos para frente, berrando: “- DEVERIA TER TIRADO A TERRA DE NOSSA FLORESTA SAGRADA DE TEU LOMBO IMUNDO ANTES DE VIR AQUI SER BESTIAL! CONTA, QUEM FOI QUE TE ARRANCOU DAQUELE BURACO, CONTA…”

Todos do grupo ficam sem entender o que estava acontecendo, até que diante dos olhos de todos, as oito pedras começam à se modificar e assumir formato humanoide, sendo o primeiro deles com olhos em cor carmesim, abrindo os braços gigantescos e batendo um punho no outro com expressão de raiva… “- POIS É MALDITO TANGDHART, PARECE QUE NÃO CONSEGUIU SE LIVRAR DE MIM SEU BÁRBARO FEDIDO DA FLORESTA ENLUARADA… ENTÃO, PRONTO PARA A DESFORRA?”

Grund-Tharg larga todos seus equipamentos de viagem e grita para os colegas enquanto começa a caminhar em direção ao embate: “- As demais pedras que andam, façam o que quiserem… MAS ESSE MALDITO GOLEM FILHO DE UM PUTA É UMA BRIGA SÓ MINHA!

O gigante selvagem entra em estado de fúria, os outros golens se deslocam com a velocidade que podem rumo ao grupo, ao passo que o golem de pedra líder que sentenciava Grund-Tharg proferia mais uma ameaça enquanto corria ao embate: “- VOU TE DEVOLVER TODA ANGÚSTIA QUE ME CAUSOU SOTERRADO DEBAIXO DAQUELA ÁRVORE MALDITO!”

Continua…


Galeria de imagens:

Yenorin Blazingiriver - Rei de BhandaBharr:

A cidade de BhandaBharr:


Golem de Pedra:

Minotauros:
Fazem parte de uma sociedade extremamente pautada na ideia de que apenas os mais fortes devem prevalecer e comandar e, como na visão deles não há nenhuma raça mais forte do que eles, os minotauros têm como direito natural subjugar e comandar todas as raças. Apesar desta ideologia extrema, eles são altamente honrados, de modo que a palavra dada deve ser cumprida, e dívidas sempre devem ser pagas e cobradas. Outro ponto a se destacar é que estes minotauros criaram uma sociedade extremamente militarizada, que gira em torno da honra e glória no combate, não apenas para fins de conquista, mas também de entretenimento. Contudo, eles valorizam tanto a força quanto a sagacidade dentro e fora do combate, desde que “ser sagaz” não ofenda seu forte código de honra. Assim, os minotauros são guerreiros extremamente calculistas e planejadores. 

8 comentários:

  1. Grande Lanthys!

    Capítulo soberbo e de tirar o fôlego !


    Bom saber que Kinseph,tem dotes de ator!

    Mereceu o Oscar pela interpretação do Horineus, o "mestre das artes" e suas lindíssimas dançarinas.

    A sequência foi de tirar o fôlego, com o trabalho em equipe mais uma vez dando resultado, e, apesar de muitos perigos, os guerreiros conseguiram cumprir a sua missão e se livrar temporariamente do poder de observação de Adamanther.

    Destaque para Akron.

    O diabinho se arriscou muito.

    Após a fuga, a proteção na floresta , por uma misteriosa protetora e o gancho final com o um novo combate a vista com o Golen.

    O final da história se aproxima e a história está cada vez mais incrível!

    Parabéns!

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  2. As conversas "em off" me alertaram que a personagem misteriosa ,na verdade , não é tão misteriosa assim...

    Creio que irá acrescentar muito à equipe !

    Vamos aguardar o que tu tens reservado para nós ...

    De uma mente brilhante,eu só espero coisa boa!

    Parabéns , véio!

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    1. Muito obrigado amigão, espero que curta o que vem pela frente ainda, como te falei, não sei se ela fará parte do grupo, creio não, até porque eles são realmente selvagens e se isolam até dentre eles mesmos... Mas temos uma guerra pela frente então, precisaremos de toda ajuda possível, quem sabe o futuro nos reserve grandes feitos ao pequeno Avatar da Natureza! Gratidão pela leitura de sempre meu amigo, e mais uma vez, grande abraço!! \0/

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  3. Caramba, meu amigo.

    Você mostra total domínio desse universo de RPG, mundo dos bárbaros, gárgulas, dragões, seres místicos. A cada episódio você se supera e vai usando todos esses elementos de modo único.

    Kinseph, Akron... Todos com sua bestialidade, mas com um senso de equipe descomunal. É interessante como eles conseguiram avançar em mais uma missão. De fato, aqui, eu me senti totalmente dentro de um jogo: dardos sendo jogados, danças e tarefas sendo executadas e jardas sendo conquistadas. Muito bom, amigo!

    Targ e sua turba fogem floresta adentro e são ajudados por uma mulher misteriosa... Quem será? E, agora, uma super batalha contra Gólen se aproxima.

    Parabéns, meu amigo. Você vai aproximando Targ também de um grande ápice. Estou curioso para ler!

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    1. Grande amigo Artur, mais uma vez gratidão pela leitura, apoio e amizade de sempre, fico feliz que mesmo com seu teor diferenciado, Grund ainda cative tua leitura, agradeço imensamente! Bom, na verdade essa história de Grund, está escrita pelos registros de nossa aventura em campanha, onde além do narrador, ainda haviam mais quatro amigos jogando comigo e, os registros/resumo de cada sessão me servem de base sólida para cada episódio do guerreiro barbarian! O que faço é dar o toque poético, pois muuuuuuuuuita coisa deu errada nas missões, devido ser o dado quem decide se acertamos ou não... Muitos personagens criados, outros modificados, personagens que não estavam na aventura original agora estão assim como alguns que estavam não se encontram nessa narrativa... Ademais, os livros de RPG contém todas essas informações e descrições, magias, poderes, raças, capacidades, dons e afins, só olhar o livro e adaptar para não ficar um plágio! Assim, o mérito é todo do sistema de jogo e dos cenários e seus criadores, eu apenas sou um humilde "adaptador" de coisas, o resto, são delírios de um fá do estilo, mas fico feliz que esteja curtindo! E essas correrias, essas confusões, brigas de taverna e combates do nada, fazem parte do cenário, existe uma rolagem de dados que o narrador faz enquanto avançamos pelo cenário, ele rola a porcentagem de quanto em quanto tempo rola esse teste, e o teste é saber se haverá encontra aleatória na caminhada ou não, tudo isso é decidido pelo dado, então, a coisa mais normal, é esse corre-corre e a confusão instaurada! Sem dúvida alguma, é algo sem igual, que vale muito a pena conhecer e se divertir com ele! Fico feliz que tenha curtido e espero que Tharg possa continuar a cativar tua leitura, um grande abraço meu amigo e vamos que vamos!! \0/

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  4. Normalemente as histórias de roubo seguem esse roteiro de mostrar o plano, executar o plano, algo dá errado com o plano e então é necessário encontrar uma saída.
    Eu fiquei a todo instante quando ocorreria o ponto de quebra e problema com o plano do roubo e quando tudo correu bem não houve frustração, mas sim admiração pela excelente e bem vinda quebra de expectativa.
    Achei excelente como cada personagem foi extremamente bem utilizado, muito bom o lance de destacar como seria dificil para Jhon e Grund encenarem uma personalidade diferente da que eles tem normalmente.
    Foi realmente muito bom de ver essa cena, mas realmente estranhei o Akron derrubar o objeto do roubo... Não curto especular, mas acho que isso ficou estranho, pode, ou não, gerar uma problemativa futura, ou não... Ficarei no aguardo.
    A cena na floresta ficou muito legal como um respiro após um início eletrizante, mostrando como você tem criado com maestria conceitos extremamente interessantes, seja aqui em grund ou no Indomável e essa Floresta e sua guardiã, para mim, já renderiam e mereceriam, ao menos, uma oneshot.
    E, como eu sempre falo e destaco, eis um gancho foda para a próxima história.
    Caraca, quero muito ver como será esse combate.
    Estou para retomar um título com temática medieval fantástica e sempre aprendo muito com esse seu título, portanto, muito, mas muito obrigado e, claro, parabéns pelo excelente capítulo!

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    1. Grande Norberto, gratidão imensa pela leitura e comentário de sempre, fico feliz que nosso grund ainda possa manter seus leitores, vou me esforçar pra manter isso assim sempre! Então, tu sabe quanto curto tentar ir contra as expectativas, as vezes não fica legal, outras ficam, eu não queria focar muito na demora da missão, porque, no conceito da cidade eles são grandes mas não tanto, e a segurança, dado a quantidade de criaturas ali dentro, é meio perdida então, quis enaltecer a capacidade do Akron de abrir cofres e resolver enigmas assim como eles conseguiam já cada um, seguir um plano especificado, mesmo que sendo cada um ao seu estilo, por isso o estilo de dar errado acabou não acontecendo na invasão mas sim na obtenção do item, que foi onde vi que tu considerou estranho, talvez por Akron ser um especialista e justo ele ser descuidado com algo... Isso tem influência também de dois outros fatores, a campanha original onde o observador cai e se quebra e achamos que ia dar ruim, mas soubemos depois que ele deveria ser destruído mesmo, que não poderíamos ficar com ele ou o necromante nos seguiria igualmente; o segundo é que quis frizar o quanto foi assustador, ser lançado por um buraco pra uma torre maligna, sozinho e quase ser morto lá dentro... Na sequência, a guarda subindo, Akron cansado, assustado, as magas detonadas, torre alta e sem saída, eu quis mostrar que Akron também se abala com as coisas, aliás, talvez ele se abale mais que os outros e como resultado, ele salvou a vida e deixou a orbe cair kkkkk! Ainda aqui tivemos também uma mudança (na revisão) Jhon iria enfraquecer a parede e Grund iria arrebentar ela + pegar as arcanas + se arremeter e guiar o grupo + chamar cavalos + guiar todos pra fora... Ae pensei, tem coisa demais pro Tharg, deixa o Jhon dividir as ações com ele e ter mais espaço também e acho que ficou bem melhor! O gancho da próxima história achei legal pois vai colocar fim à uma história mal resolvida e ainda nos apresentará um combate bem legal, eu espero, vamos torcer que eu consiga fazer isso certo! Agora ficamos no aguardo do retorno de TUA campanha medieval para podermos trocar mais ideias ainda sobre esse mundo fantástico que é a fantasia medieval sem limites! Grande abraço e muito obrigado por tudo meu amigo, valeu mesmo!!

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  5. O episódio 20 da fanfic Grund Tharg, escrito por Aldo Lanthys, é mais um grande momento dessa saga barbara. A história se destaca pela astúcia e organização de Kinseph ao assumir o papel de "Mestre de Eventos". A parte em que ele orienta a equipe, definindo papéis estratégicos e detalhando a necessidade de anonimato, adiciona profundidade à trama, revelando a habilidade do personagem em liderar de maneira discreta. A dinâmica entre os personagens ao colocar o plano em prática promete momentos intrigantes, mantendo os leitores ansiosos pelo desenrolar da história.

    Muito bom meu amigo!!! Parabens!

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Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

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