sábado, 3 de junho de 2023

Grund-Tharg - Cap. 22 - "Força Infinita!"


No episódio anterior:

Tharg e Jhon guarneciam a porta e logo o selvagem começa a avisar aos berros: “- DEMÔNIO! ESTOU SENTINDO CHEIRO DE UM MALDITO DEMÔNIO!” Syndra e Nissa ativam suas magias, mas nada conseguiam detectar, Jhon buscava pela fonte do mal, mas suas emanações não captavam essa sensação! Kinseph ergue uma barreira divina protegendo a todos visto que assim, mesmo invisível, ninguém penetraria naquele solo sagrado, mas tudo mudou drasticamente assim que Kinseph abriu os olhos e aterrorizado gritou a todos: “- Alguém invisível… Caminha entre nós… Ele.. Ele rompeu a barreira sagrada!”

Todos começam a ouvir os passos de algo ou alguém por entre eles, tudo ao redor em termos de objetos começou a flutuar, as fadas pararam de se mover e um novo tremor foi sentido bem mais forte que o anterior, assim como as portas e janelas foram recobertas por magias poderosas e agressivas as lacrando em definitivo! Então, o grupo foi jogado ao chão de forma brutal uma vez que era visível e notável, sem sombra de dúvidas, que a Taverna Orc Morto estava sendo elevada de forma abrupta e veloz às alturas, sem qualquer explicação plausível!


A velocidade da subida era vertiginosa mas o grupo começava a sentir que teriam, mesmo com esforço gigante, condições de se erguer do chão, assim que viram Grund-Tharg realizando tal feito, aos berros, como se um animal acuado fosse! Todos então começaram seus mais poderosos esforços para vencer a pressão exercida sobre eles com tal acontecimento e Kinseph, assim que suas condições lhe permitiram, com máxima determinação ergueu novamente a barreira de proteção contra o mal, enquanto fadas e todas as demais pessoas e objetos que ali estavam, ainda continuavam imóveis, assim também como todos eles podiam ouvir uma respiração angustiante e um cheiro terrível de enxofre ao redor deles…

O clérigo de Luuthander prepara-se para aumentar a potência de seu escudo, confiante de que se tivesse mais fé e mais determinação, o rompimento do mesmo não seria possível como aconteceu antes, porém, chegando até o ouvido de todos, como se estivesse sussurrando próximo de cada um deles, de forma quase provocante poderia se dizer, a frase vinha direcionada ao clérigo, mas era audível a todos eles, e sequer um único vulto estranho fora percebido ainda assim no salão: “- Essa sua barreira servo de Luuthander… É como uma bolha de sabão para mim!” Um estouro de bolha levemente foi ouvido, enquanto a barreira se desfez em um estrondo de vidraças sendo destruídas, tão facilmente como tal comparação e Kinseph sentia o acontecido, gritando então preocupado: “- A barreira foi destruída… Algo muito poderoso e terrivelmente maligno está entre nós!” E com a violência de um meteoro, como se fosse socado ao peito por gigantesca mão, Kinseph é arremessado por metros diante de todos, vindo a chocar-se contra a parede da taverna, do lado oposto onde lutavam, com uma costela fraturada pelo menos, ele acreditava!

Todos observavam a cena atônitos, mas Grund sem dúvida fora o primeiro a reagir, atacando como um búfalo desenfreado, à esmo pelo salão, buscando de alguma forma - e contando com muita sorte - tentar atingir mesmo que de raspão o inimigo, denunciar de alguma forma sua presença, mas nada era atingido, nada era acertado por mais que se esforçasse e é então, que Kinseph sente o segundo efeito do ataque, compreendendo finalmente o que estava em andamento! Em um ímpeto de esforço, ele tenta avisar aos demais: “- Nissa, Syndra, nãon tentem…” Uma mordaça encharcada em sangue negro e espesso surge por diante da boca do clérigo, se enfia dentro dela, se amarrando na sequência ao rosto e cabeça para impedi-lo de dar seu alerta aos aliados, e então novamente a voz maquiavélica e agora bastante aterrorizante sussurra: “- Não… Ninguém vai ajudá-los dessa vez… Seus dons são ridículos, jamais deveriam ter vindo até aqui!”

Akron então, que tentava de todas as formas notar alguma deformação no ar, algum mínimo indício de definir quem os atacava e como o fazia, é então arremessado contra o teto com violência, seu corpo praticamente se enterra na madeira maciça que compunha o local e novamente cai ao chão, antes que qualquer um deles pudesse fazer qualquer coisa, porém ao cair, sua perna toca ao solo primeiro, deixando seu corpo cair por cima e o pequeno tiefling testemunha pela primeira vez, na visão e na dor, uma fratura exposta de seu fêmur! O bárbaro observa a cena, sabia que não poderia curar o amigo, preferiu agir como sempre agiu e busca tentar evitar que ataquem aos aliados de novo! Usando de seu olfato aguçado, fareja e tenta triangular o inimigo, para assim atingi-lo e cessar o ataque, mas o odor parecia diminuir conforme ele o buscava, como se escondesse sua presença para não ser percebido e sem outra opção, escolheu uma linha e continuou a golpear o nada com toda sua força, enquanto a voz gargalhava pelo local inteiro, como se vinda de todos os lados, deixando o selvagem ainda mais furioso e desolado!

Jhon Raven que até então buscava uma maneira racional e tática de agir, percebe que não era mais possível ficar aguardando, seus olhos brilham de forma intensa em escuro infinito, Kinseph amordaçado e preso na parede onde fora arremetido mexe insistentemente a cabeça em negativa enquanto o seguidor de Kellintor, gira sua espada de forma furiosa pela salão, em um movimento horizontal que não visava acertar o alvo invisível, mas sim, tinha o guerreiro a intenção de espalhar a energia da sua detecção do mal pelo ambiente, de forma a localizar o inimigo, onde tentar atacar de uma forma mais eficaz! Mesmo com tamanho esforço, o mal daquela criatura visivelmente maligna não fora detectado, era de alguma forma suprimido e o gargalhar se tornava cada vez mais alto, para então cessar por completo e logo, se pronunciar: “- Tolos, infantis, crianças brincando de guerreiros… Sem qualquer competência, sem qualquer traquejo, vocês simplesmente empunharam seus palitos afiados e saíram à esmo para enfrentar o desconhecido… Nobre é fato, tal atitude, mas eu diria que, são os nobres em suas atitudes, que morrem primeiro!”

Grund urra em fúria e tentar partir de novo para um ataque sem foco, sua única opção era atacar, ele não tinha vantagens místicas ou diferenciadas como seus aliados, as palavras do ser o atingiram profundamente e ele imaginou-se realmente, um gigante burro com um graveto nas mãos atacando sem pensar, porém, era tudo que ele tinha e era mil vezes melhor a opção sem sentido, que esperar a morte de braços cruzados! O gigante avança, golpeia, atinge nada, urra em fúria novamente e então, uma explosão de energia atinge todos igualmente, Grund-Tharg é arremessado com violência contra a parede, soterrado pelos escombros da mesma enquanto Jhon Raven curva-se para frente em agonia, era possível ver sua armadura envergar com um impacto invisível e logo na sequência, ser arremetido para o outro lado da sala igualmente, se chocando contra a outra parede com força descomunal, cuspindo sangue em abundância... Tão logo bateu ao solo, conseguindo antes de ser também paralisado, confirmar o que Kinseph tentava avisar: “- ELE USA ESPASMOS DE MAGIA NULA!” Nissa e Syndra compreendem rapidamente, a cada golpe desferido contra o inimigo utilizando magia, essa era subvertida, bloqueada e travada, de forma que seu usuário não tivesse mais qualquer capacidade oriunda da trama mágica…

Em terrível agonia Akron tentando fazer um torniquete e se arrastando para fora do epicentro da luta, vociferava em bom tom tudo que sabia sobre o fato, explicando, entre o pânico e a dor, o cenário diante deles naquele momento aterrorizante: “- Alguns demônios… Eles conseguem guardar energia morta em si ou em itens, e ao toque de outro conjurador com um deles, essas ondas de magia morta são enviadas e simplesmente bloqueiam todo o poderio mágico do atacado! Por isso Kinseph e Jhon estão imóveis, por isso ele quis impedir Kinseph de falar!”

Uma explosão de energia ocorre por debaixo de Akron e o arremete ao teto novamente de forma brutal, tão logo bateu acima, caiu novamente ao chão igualmente de forma horrenda, o fazendo desmaiar com tamanha dor causada pela fratura exposta sendo arremetido daquela forma! A voz novamente gargalha por todo o salão e chega a todos, sedutora, ameaçadora, sarcástica: “- Então o demente traidor de sua linhagem diabólica resolve colaborar com o seguidor do deus dos mortos para revelar minha pequena surpresa… Droga, você estragou a diversão demônio infeliz… Então que sejamos mais diretos, quatro já caíram, faltam apenas três e olhem só… Duas serviriam perfeitamente como minhas concubinas…”

Nissa então dá uma passo para frente, ela olha para Syndra que levemente hesita, mas devido a expressão determinada da aliada demonstra na sua feição a mudança de pensamento e a confiança de que pode fazer o esperado… O inimigo, ainda não declarado, parecia não ter percebido Nissa e Syndra falando mentalmente, e isso seria uma vantagem e tanto! A maga rubra então gesticula, fala palavras quase incompreensíveis tanto pelos vocábulos quanto por estar quase sussurrando e finalmente ela se detém em uma pose quase que de meditação… Tudo fica em silêncio e a voz novamente se manifesta: “- Entendi… Você não lançou nenhuma magia de ataque, creio que acreditando que isso impediria meus dons de bloquear suas conjurações, porém, basta o intento de tocar a trama mágica, seja lá o que tenha tentado, e com isso eu tenho o suficiente para encontrar o caminho até você deliciosa Nissa!”

Uma onda de energia cinética então novamente explode, Nissa é arremetida para trás como os demais, suas mãos, em uma cena assustadora e bastante traumatizante, se fundem uma na outra, se tornam como uma só com dez dedos agonizantes e misturados, sua boca se fecha como se nunca houvesse existido e, em desespero e lágrimas ela tenta suportar o terror causado pelo inimigo. Syndra então se mantém em posição mesmo diante da turbulenta tortura da amiga, ela precisava se manter, tinha de cumprir sua parte no acordo com a maga rubra e, diferente do esperado pelo atacante, ela não conjura qualquer magia, não tenta revidar ou atacá-lo de qualquer forma, enquanto Jhon, Akron, Kinseph, todos estavam com suas magias bloqueadas e Grund, ainda estava oculta abaixo dos escombros…

A voz novamente sussurra, debochada: “- Ora, ora, ora… Parece que agora que conseguimos ficar à sós, finalmente terei momentos de prazer… Como estamos sozinhos, acho que posso te paralisar e me servir à vontade de você primeiro… Ou vai tentar me atacar com magia também? Faça como sua amiga, tente e terei prazer em… Te dominar mais facilmente…” Eis que Syndra então sorri, de forma contrária a qualquer expectativa de qualquer um ali, até mesmo do inimigo invisível, e é ela quem se pronuncia, satisfeita:

“- Quando estudei magia, sempre considerei os magos inferiores aos feiticeiros pois, eles tem a magia no sangue, são praticamente portadores ambulantes da magia e, foi no convívio com Nissa, que ela me mostrou este meu pensamento estar errado, assim como revelou algo que ela ouviu de seu mestre e que hoje constato como verdadeiro, observando você feiticeiro… Feiticeiros, em muitos casos, podem ser engolidos por seus egos, justamente por terem a magia no sangue… Esses, os ególatras, se consideram pares aos dragões embora não sejam sequer compatíveis nem mesmo com o defecar deles… E você provou isso pra mim feiticeiro, seu ego o impediu de ver a magia verdadeira de Nissa… Mas não nos preocupemos, sejamos mais diretos não é verdade? Perceberá o que Nissa fez rapidamente assim como entenderá como sua prepotência o levará a derrota! O meu "ataque" virá no momento certo, mas por enquanto, eu prefiro deixar que se divirta com meu amigo ali!”

Os escombros explodem em várias direções, Grund-Tharg ergue-se por debaixo deles com um único movimento de corpo, suas narinas se abrem e se fecham em meio à polvadeira criada pela ação do bárbaro e ainda assim, com a respiração profunda que o selvagem fazia, ele expressa um sorriso quase macabro no rosto, quase que sussurrando maquiavelicamente: “- Finalmente… Teu cheiro maldito cagalhão, está claro como um porco assando na fogueira…” Com velocidade absurda, arremetendo tudo que tinha pelo caminho com o movimentar brutal, Grund-Tharg atravessa a taverna, pula sobre o balcão, se arremete em direção ao teto, desferindo um golpe devastador com seu machado, enquanto pedaços da taverna voavam pelo céu e finalmente, sangue espesso, mais negro e pastoso que o normal voa pelos ares igualmente…

Ao mesmo instante que o selvagem atacou, era possível ouvir um terrível grito de agonia e a voz, agora nada sedutora e sim aterrorizada a gritava: “- Maldita Nissa, me enganou, sua magia não fora de ataque intencionalmente, você direcionou ela ao maldito bárbaro aumentando seus sentidos exponencialmente, dando a ele a capacidade de me localizar e finalmente me atacar… SEUS MALDITOS INSOLENTES! Mas tudo bem, ainda assim, esqueceram que eu posso apesar do ferimento, controlar toda e qualquer magia, hahahah!” Grund ignora a falação cansativa, ele apenas avança feroz como nunca em direção ao novo posicionamento do alvo dentro da taverna, localização que mais ninguém via, mas seus olhos brilhavam em fúria e o machado imponente, novamente é retesado para trás, enquanto a voz novamente se manifestava, porém desta feita em tom bastante diferente:

“- NÃO! NÃO! PORQUE NÃO CONSIGO BLOQUEAR SUA MAGIA? PARE MALDITO SELVAGEM, PARE!” Grund chega ao alvo sem qualquer delonga, desfere o golpe com toda sua força e praticamente racha a parede “alvo” de seu golpe enquanto grita: “- GRUND-THARG NÃO TEM MAGIA, GRUND-THARG TEM… FORÇA… INFINITAAAAAAA!” Um novo golpe, outro grito da voz ainda sem corpo e mais uma vez sangue espesso voava pelo ar e mais uma parede era destroçada de forma intensa e então, tudo abruptamente silencia…. Grund se mantinha arfando buscando algo diferente com sua visão, Syndra e todos os outros pareciam tentar encontrar onde o inimigo estava apesar das condições e situações, tentando antecipar de onde viria o próximo ataque e eis que finalmente a taverna parava sua trajetória vertical rumo ao infinito…

Mais alguns segundos de silêncio, nada era visto ou sentido, nem mesmo os elevados ganhos sensoriais de Grund-Tharg conseguiam captar algo e eis que finalmente a voz se manifestava uma vez mais, parecendo estar mais longe do que estava antes: “- Eu os subestimei de novo, e tão acostumado com a magia estava que… Esqueci que ainda existem seres sem magia neste mundo… Parece que você tem razão maga, o ego pode ser uma adaga de dois fios, eu agradeço, aprendi a lição da pior forma… Mas lembre-se de que eu evoluo, eu aprendo com meus erros, não me verão cometer o mesmo erro de novo e isso graças a vocês mesmos…” Grund fareja o ar novamente e sacode a cabeça em negativa, o que quer que fosse seu atacante, ele não estava mais dentro do recinto embora suas anulações de magia ainda estivessem presentes e ativas…

Era Syndra então quem continuava tentando sair da estagnação: “- A fonte da anulação de magia deve estar na taverna e não nele especificamente, se eu usar magia para procurá-la, não poderei nos tirar daqui, preciso esperar o momento certo e me concentrar para fazer tudo perfeitamente sincronizado…” Mal Syndra terminou de falar e a taverna, antes construída de diversos materiais, começava à petrificar por completo, como se atingida pela rajada da lendária Medusa, iniciando junto a isso, vertiginosamente o movimento contrário a que estiveram expostos, durante toda a batalha… A Taverna, agora um bloco de granito gigantesco, iniciava uma descida furiosa ao chão, que com certeza ao impacto final, esmagaria por completo todos ali dentro! A arcana abre os braços, seus olhos brilham intensamente e Tharg, apesar de certa fúria ainda percorrendo seu corpo, era capaz de compreender a situação e auxiliar no que somente ele poderia agora, começar a buscar todos para próximo da maga a fim de serem salvos antes do fim!

No então, eram muitas pessoas, além dos integrantes do vilarejo, as fadas não estavam em condições de se ajudar, precisavam dos aventureiros, e por fim, os aliados feridos e impossibilitados de moverem-se como deveriam, Syndra sentia o peso do trabalho nos ombros e não fosse a confiança depositada nela, teria fracassado, ela sentia… Nissa, Kinseph eram agora pesos mortos no sentido de magia… Machucados fisicamente, Akron e Jhon não eram opções igualmente, os únicos em estado satisfatório físicos e mentais eram Tharg e Syndra… O bárbaro reúne todos ao redor da maga, ajuda os feridos à se moverem, a taverna estava ainda a dezenas de quilômetros do impacto quando Syndra consegue sincronizar com todos, exceto Tharg que ainda estava fora do alcance… Syndra o observa e ainda ofegante mas mais controlado, o bárbaro sorri, ele sentia o esforço da aliada para salvar todos e sabia que não cabia mais um naquele círculo, ainda mais alguém do seu tamanho!

Syndra percebe o olhar de Grund, ela não poderia desconcentrar-se agora, mas também não deixaria o aliado para trás, é exatamente por isso e por considerar que ela teria tal atitude, que Grund então ergue os punhos e bate ao chão com tremenda força, o mesmo racha-se aos pés de Syndra e os demais, e todos que ali estavam despencam, desaparecendo no ar no instante seguinte, assim que Syndra, sem outra opção diante da ação de Tharg, acionou seus dons e pensou no mais longe que podia sintonizar do ponto de onde a taverna havia se erguido… Enquanto fazia isso, ela percebe entre a dor e o pranto, que Tharg estava certo, mesmo sem ele, ela estava tendo dificuldades em manter o foco, sua magia por milionésimos de segundos falhou e eis que uma tragédia então acontece… Akron é arremetido para fora da magia, justamente ele que estava fisicamente mais ferido, sendo lançado há poucos metros do chão mas ainda assim caindo pesadamente ao solo, quase no local onde a taverna existia antes, e bastava olhar para os céus e perceber que a gigantesca construção agora transformada em um calabouço de pedra, vinha de encontro ao local à toda velocidade!

Akron não conseguia se mexer, nenhum dos aliados o podia salvar agora, ele chora em agonia e compreende que seu fim chegou… Syndra cai ao chão junto aos demais, impossibilitada devido ao esforço assim como sem acesso a trama mágica, uma vez que a ação da magia morta agia agora sobre ela… Nissa tenta de todas as maneiras se mover para ajudar Akron mas ainda a anulação de magia era forte em seu corpo, a corroendo, impedindo sequer de desfazer a bizarra situação em que estava com as mãos e a boca… Kinseph vertia sangue pelas narinas e ainda assim buscava forças que sentia não ter, desesperadamente tentando se erguer e salvar o aliado; Jhon Raven cuspia sangue profusamente e tentava nem que fosse rastejar até Akron para talvez, pelo menos morrer junto a ele mas mesmo com seu esforço e com o andar de um passo por vez executado pelo clérigo Kinseph, estavam há dezenas de metros do aliado, seria impossível alcançá-lo, eles sabiam! Enquanto isso, em pé na janela da taverna petrificada, Grund-Tharg observa o chão a se aproximar e esperava, ser capaz de calcular exatamente o momento de salto e rolamento precisos, para não se matar sozinho em seu plano ensandecido de salvação!

A taverna chega à menos de dez metros do solo, era o momento esperando, Grund-Tharg se lança da janela, gira seu corpo no ar para cair sem quebrar-se por completo, e é neste momento em que jurava que precisava apenas tentar se manter vivo, que ele consegue ver a cena… Akron, caído ao chão, a taverna vindo para cima dele após ter se chocado ao centro da vila de forma bem menos abrupta que o esperado, mas ainda assim criando uma cratera no local, lançado detritos para todo lado! Com seus sentidos ainda ampliados sobremaneira por Nissa, Tharg consegue ouvir o quase rosnar assustador da aliada arcana Syndra ao longe, duelando contra a magia morta, usando suas energias gravitacionais para tentar deter a rocha, caída ainda ao chão esforçava-se sobremaneira, mas seu cansaço e esforço fora supremo ao ponto de apenas desacelerar um pouco a gigantesca taverna, impedindo uma explosão de milhares de frações de poder diante de todos, o que dava aos aventureiros uma chance de sobrevivência!

Tomado por intensa sensação de inconformidade com tudo que acontecia, o bárbaro percebendo que apesar dos esforços de Syndra certamente a pedra gigante iria rolar e esmagar Akron, novamente Grund-Tharg urra, irradia seus olhos, a fúria toma lugar em sua mente uma vez mais e, enquanto Syndra desabava com o esforço despendido, os ímpetos selvagens do filho dos Corcéis Alados o fazem agir como um animal enjaulado! De forma espetacular ele detém sua trajetória quase enterrando os pés ao chão enquanto resistia à força que o lançava para longe, ele corrige sua intenção de movimento e se lança contra a taverna rolante que vinha, lenta mas ameaçadoramente em direção aos dois: “- AKRON!!” Gritava o bárbaro em puro frenesi, sentindo o aperto em seu íntimo, deveria ser absurdamente rápido e resistente ou tudo estaria acabado!

Com o máximo de velocidade que tinha Grund avança contra a pedra gigante, ele aumenta a velocidade para aumentar sua força de impacto, também dessa forma seus músculos pareciam se tornar maiores, e finalmente, algo que levou frações de segundos para quem observava a cena mas quase uma eternidade para Akron e o selvagem, o mesmo se choca contra a pedra rolante, um estrondo poderoso pode ser ouvido e todos expectadores não eram capazes de entender, ou mesmo acreditar nas cenas que se seguiriam…

Como em um terrível braço de ferro, com as mãos cravadas na pedra como se fossem um pedaço de torrão de terra, Grund-Tharg empurrava com tudo que tinha buscando desesperadamente evitar o novo rolamento do objeto que fatalmente, sem sombra de dúvidas alguma, mataria seu aliado… Seu esforço era descomunal e se podia ouvir o mesmo vociferando como se em busca de mais forças: “- NÃO.. VAI… MORRER… NÃO… DIABRETE… EU VOU.. SEGURAR ESSA PEDRA… ATÉ QUE TU SAIA… DAÍ…” O tiefling observava a batalha titânica entre Grund e a taverna agora petrificada, ele tenta sem mover, suas duas pernas estavam fraturadas, e a dor era lancinante… Com lágrimas aos olhos ele observa Grund perdendo a batalha para o peso da pedra, ele sabe seu fim chegara, o aliado não teria capacidade para deter algo tão grande, e assim, suas palavras finais foram as melhores possíveis para o momento em que viviam e fizeram toda diferença, para todos: “- Vai… Embora… Meu amigo… É… Minha hora… Salve… Os outros… Eu…”

Com um urro quase animalesco, Grund preenchia sonoramente o local e cortava abruptamente a fala de Akron, enquanto os demais, mesmo ao longe e sem poder ajudar de qualquer forma, observavam absortos algo que nenhum deles poderia fazer naquele momento, mesmo em posse de suas capacidades mágicas mais poderosas atualmente… Com os olhos em intenso amarelo, Grund cravava as mãos mais fundo na pedra, sua musculatura se retesava, seus pés afundaram no chão de forma poderosa enquanto ele bradava e tentava o impossível: “- EU… SOU… GRUND-THARG… FORÇA INFINITA… E SE… A MERDA DA… FORÇA É… INFINITA… ESSA PORRA… DE PEDRA VAI… VIRAR PRO OUTRO… LADO… AGORA!!! ANDA SUA ROCHA… FEDORENTA A ENXOFRE… VIRA… VIRA PORRA, VIRAAAAAAAAA!”

Em um esforço que nenhum deles, nem mesmo Grund-Tharg seria capaz de imaginar, como se erguida pela elevação do som do urro animalesco do selvagem, a pedra finalmente e muito vagarosamente diminui seu avanço até que em dado instante, tem sua trajetória travada e miraculosamente diriam alguns, invertida de forma lenta, até que finalmente, pelo esforço sem fim do bárbaro persistente, a gigantesca taverna petrificada começara a retornar seu movimento, inicialmente milímetros, passando para centímetros e então indiscutivelmente cedendo na “queda de braço”... Diante de tantos olhos estupefatos, o impensável acontecia, um jovem humano bárbaro, detinha com sua vontade e seus músculos apenas, uma construção de dois andares petrificadas, a forçando a retornar um lance de posição anterior, finalmente vindo a pesar para o lado contrário, parando ao chão, sob grande impacto e nuvem de detritos, sem ameaçar a vida do tiefling - ou de qualquer outro - ainda incrédulo com o fato presenciado… “- Ele… Realmente tem… Força Infinita…” A visão estupefata do especialista, que perdia sangue tinha alguns minutos já profusamente, se fecha de vez e ele então finalmente cede à exaustão e desmaia por completo…

Tharg corre em direção ao aliado, pega-o no colo como pode tentando evitar causar mais danos ao mesmo e muito mais farejando os aliados do que os buscando pela visão, corre em direção a eles o mais rápido que o transportar de Akron o permitia, aos berros buscando por ajuda: “- KINSEPH!! INVOCA TEU DEUS E SALVA ELE, AGORA!” Kinseph ainda sôfrego e cansado tenta acelerar o passo, sua condição e dos demais não era tão ruim quanto a de Akron, mas ainda assim estavam bastante debilitados e eles mal conseguiam manter-se em pé… É quando então uma força adicional surge ao lado do Luuthanderiano o surpreendendo mas ao mesmo tempo o fazendo sorrir… Era Jhon Raven em um esforço hercúleo para auxiliar também, colocando o braço do divino por cima de si e o ajudando a ir em direção à Grund que rapidamente colocava Akron ao chão assim que os avistou em meio à polvadeira…

O estado do especialista era crítico, múltiplas fraturas espalhavam-se pelas duas pernas do pequeno, Grund urrava em fúria mas nada podia fazer naquele momento à não ser ter fé, naquilo que seus pares por eras abominaram… Os “mágicos”, pessoas que com magia podiam resolver tudo, que ao invés das mãos e do corpo, usavam poderes de bruxaria para mudar, curar e também matar… Os poderes do xamã para eles era algo que não era mágico, era o poder da divindade TangDarth descendo até seus seguidores por isso o permitiam, mas as demais tipos de “bruxarias”, eram rechaçadas com força máxima! No entanto, agora diante da eminente morte de um aliado, isso pouco importava ao selvagem, salvar Akron era tudo que sua alma enfurecida clamava e por esse motivo Grund daria tudo de si…

De repente, Grund-Tharg acalma suas emoções, algo chamara sua atenção mais que o estado do aliado… Suas narinas se abrem e se fecham sorvendo o ar e inclusive, apesar de não ter os mesmos dons de Grund, Jhon Raven também deteve seus movimentos percebendo que algo mudara, que alguma sensação maligna se aproximara… O pranto e lamento por Akron feitos por Grund-Tharg foram cessados de imediato pelo próprio selvagem, uma mudança de expressão se operava em sua face e de uma demonstração de tristeza visível, o selvagem fora para uma de aparente satisfação para logo em seguida, alterar uma puramente intimidadora…

Grund-Tharg fica por alguns segundos a farejar, ele então ergue-se e lentamente vira-se de costas para a pedra que havia detido há poucos instantes… Lá, na parte mais alta do prédio petrificado, em pé e empunhando um machado gigantesco e avassalador, a criatura os observava com expressão de desprezo completo, como se ele tivesse sido escolhido para remover o lixo de algum local… Enquanto isso, Jhon deixava Kinseph ao lado de Akron para tratá-lo o melhor que pudesse, indo posicionar-se ao lado de Grund, e era o bárbaro quem fazia as honras da casa: “- Tu dá conta Jhon?” O kellintorita saca sua espada sem dizer qualquer palavra, não era necessário, os dois aliados se comunicavam por suas atitudes…

Grund-Tharg então acomoda seus ombros, estala o pescoço o movendo, e com o machado em mãos, com uma aspereza na voz que demonstrava o mesmo estar controlando-se para não partir imediatamente para o confronto com o inimigo, profere: “- Finalmente algo para partir ao meio, eu tava ansioso para que deixassem essa frescura de magia de lado… E como pensei, tu é lambe bolas dele mesmo, o fedor do feiticeiro era terrível eu confesso, ardia as narinas, mas o teu… Ele fede à bosta de vaca, lembro dele empestear a taverna… Veio então completar o que teu chefe não conseguiu, cabeça de boi?"

Ostentando seus quase três metros de altura, o minotauro ainda se mostrava imóvel, mas também intimidador distante ainda algumas dezenas de metros deles… Jhon Raven reconhecia a criatura, de quando antes de irem até Ector, o mesmo os havia observado na taverna… Grund mantinha-se firme, mas também estava exaurido e cansado, Jhon Raven se mostrava pior, seus ferimentos haviam sido graves enquanto que Kinseph, observando a situação se tornar mais desesperadora ainda, tentava de todas as maneiras pelo menos estancar o sangramento de Akron e assim estabilizá-lo no entanto, os ataques que o clérigo sofrera bem como a tensão da batalha e a força de magia morta que ainda permeava seu corpo, o coibiram à ponto de nem mesmo conseguir ativar o básico de suas habilidades, que era o curar ferimentos mínimos…

Foi então que como um sopro delicado ao ouvido do clérigo, uma voz imponente mas amistosa, surgia como que nada para reforçar suas convicções, como uma brisa que acariciava a fronte em dias quentes: “- Lute sempre para ajudar… É seu dever sagrado trabalhar para o renascimento e renovação… Afaste-se da negatividade… Coloque mais importância nos outros, do que na obediências às regras, rituais e ditames dos mais antigos…”

Kinseph sentiu forte impacto emocional com tais palavras, sua alma se preencheu de uma força poderosa e inusitada, seu corpo ainda trêmulo e sem forças encontrava agora capacidades para se erguer enquanto que em um esforço de fé e persistência, o seguidor do deus Luuthander elevava as duas mãos com as palmas voltadas aos céus, iniciando a apresentar um sorriso largo e confiante em seu rosto, apesar de toda a situação: “- Sim senhor do amanhecer… Eu quase esqueci… Os outros antes de nós… O esforço individual além da prece… A vontade acima das regras e rituais… O que resta de meu eu servirá o propósito à que nós, Luuthanderianos nos propomos a seguir… AMIGOS!” O som da voz de Kinseph chama a atenção de todos…

Jhon e Grund não buscam o aliado com os olhos, mas sentem uma corrente de ar que transbordava energia quente e acolhedora começando a se formar… Syndra que tentava ajudar Nissa e os demais resgatados da taverna, alguns ainda paralisados, olham para o clérigo que começara a brilhar intensamente no local, e todos, até mesmo o minotauro, ouviram suas palavras inspiradoras e poderosas, que ficariam gravadas na mente de todos naquele instante: “- Meu último lampejo desta batalha será como o senhor do amanhecer sempre pediu, que minha energia restante sirva para dar a força e a vida à vocês, e que a vontade do deus sol, que a tudo deseja ajudar e ver florescer, faça-lhes vingar o vigor e a capacidade de combate uma vez mais… Por Luuthander… POR TODOS VOCÊS… EXPLOSÃO DE CURA SOLAR!!”

Uma potente onda de energia varre o local como um tufão de vento quente, se espalha em forma circular por todo o terreno porém, era nítido também, que a onda tinha intensidades e caminhos diferentes… A cada um ali presente, a magia poderosa restaurava as funções vitais e corrigia ferimentos graves, sangramentos eram detidos, órgãos reconstruídos, sanidade restaurada e condições pelo menos de estabilidade para todos, porém, em direção à Jhon e Tharg, a onda fora diferente, maciça, poderosa, batia ao redor deles e recobria seus corpos como ondas batendo nas pedras de praia rochosa e eis que todo e qualquer ferimento se curou nos dois guerreiros, toda e qualquer fadiga lhes foram removidas, nenhum efeito mágico os atingia mais e olhando um para o outro, ambos empunham suas armas e se põe em carga contra o minotauro…

Kinseph finalmente para de emanar sua aura, o sorriso ainda estampava seu rosto e ele finalmente desaba, mas já era amparado por Akron que embora ainda exausto, tinha suas duas pernas restauradas e seus ferimentos completamente estabilizados… De qualquer forma, de qualquer jeito, ninguém ali além dos dois em carga teriam chances contra o minotauro naquele momento e tudo que podiam fazer, era tentar proteger os ainda indefesos, se prepararem para o pior, caso ele viesse a acontecer, e ter muita fé nos dois aliados!

O minotauro então urra em fúria, sejam pelas palavras ácidas de Grund, seja pelo clamor do combate e ambos se lançam em rota de colisão, um contra dois era a visão! Jhon e Grund sentem suas forças, suas capacidades físicas restauradas ao máximo, nem a mais, nem a menos, estavam apenas no auge de suas condições físicas e para os dois, isso seria suficiente para derrubar qualquer um que viesse em nome do feiticeiro que quase tirou a vida de todos! “- TU É CADELA DO DEMÔNIO, ABANA O RABO PRA ELE! O BRUXO METEU O DELE ENTRE AS PERNAS E CORREU, TE DEIXANDO AQUI PRA FAZER O QUE ELE NÃO PODE, VACA DOS INFERNOS!”

Jhon Raven, não fosse a fúria por ter ficado impotente praticamente toda a batalha, riria das palavras enfurecidas do aliado, mas agora não era momento para risos, agora era momento de ranger de dentes, de golpes devastadores, de destruir o mal e assim fora feito! Aumentando sua velocidade como nunca, Jhon salta aos céus, gira no ar, sua espada se enche de energia divina vinda dos confins celestiais onde seu deus repousava e ele desfere o poderoso golpe, vertical, de cima para baixo, seus olhos com determinação infinita e seu brado diriam muitos, era a própria fúria do senhor dos mortos: “- DESTRUIÇÃO PODEROSA DO MAL!” O minotauro detém seu movimento, ergue seu braço envolto em manopla gigantesca para aparar o golpe, e era de se vangloriar realmente que não tenha tido seu braço decepado, em lugar apenas, o golpe afundou a proteção do antebraço à ponto de criar uma fissura óssea e alguns tendões destruídos!

No entanto o que a criatura bovina não considerara ao erguer o punho daquela forma, era que muito mais do que o dano físico, seria o dano de energia divina, essa sim causava um impacto poderoso naqueles que veneravam o mal, energia essa advinda da divindade patrona de Jhon Raven e que abominava seres malignos! Cada célula do seu corpo era bombardeada com a brilhante energia causando impactos diversos em suas capacidades e poderios de combate, o suficiente para derrubar qualquer combatente normal, mas infelizmente, não derrubaria um minotauro, ainda mais um de tamanho descomunal, com resistência além da esperada, que conseguiu além de segurar o impacto, apesar dos danos, revidar com um arremesso que abriu uma pequena brecha entre os dois, permitindo à criatura usar sua cabeça poderosa, desferindo um golpe com a mesma intensidade, acabando por arremeter os dois metros para trás de distância!

Enquanto Jhon recuava enviado pelo impacto poderoso entre ele e o minotauro, Grund-Tharg passava pelo kellintorita como uma locomotiva, seus olhos demonstravam sua força crescente e novamente retesando o machado para trás, percebe o minotauro fazendo o mesmo! Os dois gladiadores atingem distância de ataque, as duas armas se chocam com tamanha violência que acaba reverberando poderosa onda de choque que culmina por arremeter pequenas pedras e galhos para longe de ambos! Os dois disputam por alguns segundos uma poderosa competição de força e era praticamente inacreditável que Grund fosse páreo para a criatura com quase um metro a mais que o bárbaro, mas apesar disso o selvagem provava que sim, seria possível, Grund o estava segurando e ainda buscava mais: “- ANDA SEU FILHOTE DE VACA COM CHACAL, SÃO ESSES CHIFRES QUE TE DEIXAM LENTO E FRACO DESSE JEITO BEZERRO FEDIDO DOS INFERNOS?”

A criatura se enfurece com as afrontas, remove o machado da disputa e o golpeia de novo, iniciando assim a atacar o bárbaro com sua força incomensurável enquanto este, esquivando, saltando, recuando e contra-atacando, tentava avançar, atingia as pernas, atingia a cintura, de quando em vez subia usando como apoio a própria coxa do monstro e se arremetia aos céus desferindo golpes em seu elmo protetor, causando impacto tão forte - amplificado pelo som do metal que ficava ecoando nos tímpanos da criatura bovina - que o fazia recuar alguns passos! Foi quando então Jhon Raven novamente surgiu, se lançando por cima de Grund, atacando a cabeça do monstro uma vez mais; o kellintorita então se lançou aos céus novamente, girando e descendo para novo golpe, acertando agora o ombro, enquanto Grund seguia golpeando sem parar aproveitando a brecha, atingindo novamente a parte da cintura!

O bárbaro então tenta a sorte, recua alguns passos aproveitando que Jhon mantinha o minotauro sob sua atenção, e correndo se lança de novo contra o monstro, ele visa a cintura e o peito do monstro outra vez, e assim que alcança a distância certa, desfere poderoso golpe de machado na saia metálica que o protegia, se lançando ao alto com tanta força, que seu plano foi além do esperado, o golpe atinge não o peito, mas o queixo do ser ruminante e o efeito fora finalmente satisfatório, arremetendo o minotauro para cima com tal impacto, e na sequência, contra a pedra-taverna, que repousava logo atrás de todos eles, causando grande impacto e nuvem poeira no local!

Por alguns segundos tudo que se podia ouvir eram a respiração forte de Jhon Raven e Grund-Tharg, bastante ofegantes, assim como alguns poucos pedaços de pedras que caiam por sobre onde o monstro havia sido impactado e então, eis que como um trovão, o mugir do minotauro se fez ouvir, as pedras foram arremetidas longe com sua força, seus olhos brilhavam em intenso vermelho e sua fúria era visível mesmo ao longe… A criatura estava realmente transtornada com tudo que ouvia e sentia, estava visivelmente erguendo-se para o tudo ou nada, enquanto Grund e Jhon percebendo tal reação, posicionam-se um ao lado do outro, ambos sorrindo como se estivessem esperando por aquilo e eis que o minotauro sentencia: “- NÃO IMPORTA O QUE FAÇAM, EU SOU MAIS FORTE, EU RESISTIREI MAIS TEMPO! MEU COURO É QUASE IMPENETRÁVEL, E MEU DEUS TARGON JAMAIS PERDOA OS FRACOS! FODA-SE O MALDITO FEITICEIRO, OURO NENHUM VALE A DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA DE UM MINOTAURO, NÃO VOLTARIA JAMAIS COM A DERROTA PARA DIANTE DE TARGON, SE PREPAREM PARA MORRER, EM NOME DO DEUS DA FORÇA!”

O minotauro então urra e se posiciona, ele raspa a pata traseira ao chão algumas vezes e então com uma explosão de força, se lança com os chifres para frente, a cabeça mais abaixada, como um verdadeiro touro em investida contra os lutadores e era Jhon Raven quem satisfeito, esclarecia: “- O golpe mais poderoso de um minotauro, dizem que o impacto dessa cabeçada, é uma das coisas mais avassaladoras de nosso mundo…” Tharg ainda espumando levemente pelo canto da boca devido ao seu estado de fúria, mantinha o sorriso sarcástico e completava: “- MAS É EXATAMENTE COMO OS BÁRBAROS, QUANDO MANDAM TUDO PRA FORÇA, ESQUECEM DE FORTALECER A DEFESA…” Grund então dá um passo para trás e posiciona-se de forma lateral às costas de Jhon Raven, como se o segurasse fazendo o trabalho de uma poderosa escora viva, ao passo que Jhon Raven cravava seu escudo ao chão e se posicionava como se fosse dar um encontrão ao monstro, dando suporte ao escudo!

O monstro continua a avançar, ele apenas travou a mira dos dois inimigos, seus sentidos em termos de avaliar o alvo já haviam deixado de trabalhar havia alguns segundos, tudo em sua mente agora, tal qualquer a fera que lhe dava metade de sua raça, era atingir o alvo que o acalentava sua fúria, com o máximo de força possível, e essa fora sua ruína! Jhon Raven trava seu corpo, seu escudo energiza-se, seus olhos brilham e ele brada: “- GRUND!! Vou arremeter o minotauro para trás com tudo que tenho, assim que ele for lançado, é todo seu! Realmente não tenho como disputar na força ou resistência com ele, mas jamais ele atravessará o… ESCUDO SAGRADO DE KELLINTOOOOOR!!”

O minotauro nada ouve, sua fúria o deixava cego, era esse o plano de Jhon e Grund, o atacaram até que ele buscasse por tal resposta comum aos minotauros e então, usariam do plano traçado por Jhon junto à Grund, enquanto corriam em carga contra a criatura no primeiro ataque! O escudo sagrado de Kellintor era capaz de segurar quase qualquer coisa e com a mesma potência que fora atacado, repelia de forma violenta o inimigo! Uma vez que isso fosse feito, Grund poderia atacar o monstro em seus pontos vulneráveis enquanto rodopiava pelos céus e assim talvez, encerrar o combate praticamente invencível, considerando o tamanho e resistência do oponente!

O minotauro atinge o escudo com sua cabeça e chifres, Jhon segura tudo que pode e Tharg em suas costas dá suporte, segurando o aliado no lugar com toda a força que tinha! O escudo resiste, absorve a energia cinética e responde, com violência, e bastou um pequeno impulso de Jhon para que o monstro voasse de encontro à pedra novamente, momento exato em que Grund urra, ativa sua fúria ao máximo e se lança em correria desenfreada, praticamente acompanhando por terra a criatura que rodopiava pelo ar! Grund então se lança em direção ao monstro, o acerta em cheio na parte do peito, atingindo o monstro de baixo para cima o arremetendo ainda mais alto, quando finalmente pousa ao chão, concentra todas as suas forças e se prepara para a queda do oponente, quando seria o fim de tudo!

O minotauro vem caindo, Grund se arremete em investida e, no exato momento em que o monstro atinge a altura de ataque para o bárbaro, o machado parecia criar um rastro de energia pelo ar, desenhando um semicírculo pelo local, o grito de Grund consegue chamar a atenção do monstro mais para si que para o golpe: "- TRESPASSAR DE TANGDARTH!"  E assim não havia mais tempo para qualquer reação! O machado empunhando pelo selvagem se energiza com um relâmpago advindo dos céus, sua lâmina aumenta de tamanho, o trajeto desenhado pelo ataque incendeia o ar, e o golpe atinge em cheio o ombro esquerdo do monstro que, por motivo da queda, estava para baixo, o atravessa de forma brutal e até sanguinolenta, percorrendo todo o tronco gigante da criatura, até a altura do lado direito da sua cintura, abrindo a armadura, carne e ossos, fazendo com que o minotauro lendário de quase três metros de altura, caísse finalmente ao chão, em duas partes convulsionantes e agonizantes, em uma cena dantesca e aterradora para a maioria…

Em meio ao banho de sangue, com os braços abertos e vitorioso, Grund-Tharg urrava, muito por seu estado de fúria, mas também por sentir que em sua visão, executou a justiça para com Ector e todos que ainda sofrem o jugo do feiticeiro necromante… O bárbaro então silencia, observa o rosto do minotauro e o vê cerrando os olhos lentamente… É então que o gigante se aproxima dele, ergue o machado e finaliza: “- FOSTE BOM GUERREIRO E EU RESPEITO TUA FORÇA, MAS ESCOLHESSE OS ALVOS ERRADOS PRA TENTAR MATAR E ESCOLHESTES PIOR AINDA A QUEM TE ALIAR! QUE TEU DEUS TE ACOLHA NO INFERNO!” O machado desce sobre o pescoço da criatura, a cabeça era separada do corpo e Grund então vira de costas deixando o corpo dom monstro ali enquanto seus espasmos finais se concretizaram, seguindo em direção aos aliados…

Jhon o observa enquanto passa, baixa e ergue sua cabeça em sinal de concordância enquanto o bárbaro ainda arfando, respondia o gesto e continuava sua caminhada, até que finalmente todo o grupo estava se reunindo novamente… O gigante observa Akron na passada, seu olhar dizia mais que suas palavras, estava feliz por Akron e agradecido à Kinseph… Jhon o seguia de perto e ajuda Akron e Kinseph a se moverem melhor, enquanto Syndra e Nissa se aproximavam de Tharg, Jhon e Kinseph… O restante dos moradores ainda estavam em certo pânico, as fadas começavam a recobrar suas capacidades aos poucos, mas no geral, todos sem exceção estavam muito debilitados e o grupo em especial, agora estava sem abrigo, sem comida, sem qualquer respaldo… O próximo inimigo a surgir poderia ser o último, não fosse o destino lhes sorrir novamente…

Distante algumas dezenas de metros, um homem aparentando seus quarenta verões vem surgindo calmamente pela estrada e um segundo, aparentando ser muito mais forte e poderoso, com asas que lembravam um dragão, desce dos céus calmamente, começando a caminhar ao lado do recém chegado… A dupla vem se aproximando com um sorriso ao rosto, mas o grupo depois de tantos embates em tão pouco tempo e tantos inimigos disfarçados e invisíveis se preparava novamente para combater! É nesse momento, que com voz calma e tranquila, o misterioso homem se pronuncia: “- Entendemos vossa desconfiança, por isso repito-vos minha recepção quando da vez primeira em que nos vimos, pessoalmente… Gratidão é o que me preenche a alma neste momento… Sou grato a todos vós por terem detido sua missão para ajudar este ser… Se houver algo que eu possa fazer por vós, ficarei feliz em poder retribuir a gentileza… E cá estou eu para ajudá-los agora… Eu sou Shadrak!”

Nissa e Syndra são as primeiras a então reconhecer o dragão de bronze que libertaram no Fosso do Réptil em sua forma humana! Já Akron e Jhon reconheceram rapidamente o filho de Shadrak, Hagen de Mé-Rak a acompanhar o pai, ao passo que Tharg, ainda sem entender direito o que estava por acontecer, apenas baixa a cabeça e atira-se ao chão exausto, reclamando à sua divindade TangDarth:

“- Afinal de contas… Que porra tá acontecendo aqui…”


Galeira de imagens:

Minotauro Bestial - Estatura estimada de 3 metros de altura pelo menos:
Criaturas do tipo bestial, possuem força descomunal e resistência extrema! São humanoides taurinos que valorizam acima de tudo a força e a honra. Poderosos em combate e leais às suas convicções, vivem em reinos próprios e são a raça não-humana mais numerosa e influente em diversos reinados. Não existem mulheres entre os minotauros, eles se reproduzem com humanas e meio-elfas, a criança resultante será minotauro se for menino, e humana ou meio-elfa, se for menina. O fator que causa maior tensão entre os minotauros e outros povos civilizados é a questão da escravidão, pois em suas sociedades, a escravidão é legal, e escravos, pertencentes a raças civilizadas, são a base da economia. Possuem o corpo avantajado coberto por uma espessa pelugem que pode mudar de tonalidade conforme os gens, a face de touro ostenta imensos chifres apontando sempre para cima e que podem ser usados como arma em combate. Conhecidos por seu grande e altivo porte, seu tamanho pode variar entre 1,80 e 2,00 metros, a pele coberta de pelos espessos, concede ao minotauro uma proteção natural em batalha, vivem cerca de 40 anos e atingem a maturidade aos 18, quando já podem ser considerados guerreiros por seus iguais. Para marcar sua passagem da infância à fase adulta, devem enfrentar em um combate justo um guerreiro de sua raça mais experiente e sobreviver ao conflito – ou derrotá-lo, se possível. Antes de enfrentar este ritual, os jovens são treinados por anos seguidos através dos mais variados desafios. Os minotauros nesta saga são devotos de Targon, o deus da força e da coragem, que os criou há cerca de 90 mil anos, assim, vivem pelos preceitos do deus, "dominando e protegendo os mais fracos" (o maior exemplo disso é sua relação com seus escravos). São disciplinados e orgulhosos, aderindo à rotina frugal e militar de seu reino mesmo longe de casa. Devido a sua complicada arquitetura, eles têm grande habilidade em labirintos, e nunca se perdem, porém, possuem dificuldades culturais em lidar com a magia arcana. 

4 comentários:

  1. Grande Lanthys!

    Um episódio de tirar o fôlego do início ao fim.
    A adrenalina foi grande e cheguei a cogitar o pior.

    Chegamos numa situação limite , com o advento do feiticeiro (Adramanther?) que usou a energia nula e fez um grande estrago.

    Deu dó do.Akron.

    Quando tudo estava perdido, Nissa, potencializa os poderes sensoriais de Grund-Tharg,que, de modo surreal, vence o inimigo invisível.

    Depois venho o desespero da queda da taverna e o esforço surreal de Grund-Tharg para salvar Akron.

    Sua força é realmente surreal e infinita...
    Foi de fazer chorar.

    Somado a isso, Kinseph esgota a suas últimas forças e restaura a todos.

    Uma luta titânica entre Grund,Raven e o Minotauro , e,por fim, dois outros personagens desse incrível universo surgem : Shadrak, o dragão de bronze e seu filho Hagen de Mé-Rak.

    Que nossos guerreiros se reorganizei, pois o adversário é poderoso!

    Meus parabéns!

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    1. Salve salve meu amigo Jirayrider, como podes ver, tua participação na nossa administração já está dando resultados, além daqueles vistos na organização do blog e divulgação das novidades, olha eu aqui respondendo um comentário, um dia após ele ter sido feito, coisa que era quase inviável pra mim, só tenho palavras de agradecimento por tamanho apoio e companheirismo! Mas vamos ao que interesse aqui, o episódio em si e, agradeço igualmente por mais uma leitura e por mais um comentário incrível! Essa situação foi, na campanha quando jogamos, bem complicada e um pouco diferente daqui, teve esferas escondidas pelas paredes que mantinham a taverna flutuando, depois quando a taverna bateu ao chão (ela não foi petrificada no original) ninguém teve tempo de salvar as pessoas lá dentro e teve uma mortandade gigante... Além do minotauro, por um dado de "sorte ou azar" surgiu um dragão do nada, azar do número tirado nos dados que preferi não usar aqui justamente pela falta de lógica que sem o dado de 20 lados como responsável, não tem como apresentar! E teve claro o combate com o Minotauro, que por conta de dois resultados muito altos, Jhon e o Tharg partiram ele ao meio em dois golpes, eu quis melhorar um pouco mais esse embate e coloquei as ações de Jhon e Tharg antes do golpe final! As pernas fraturadas do Akron foram pra substituir o dragão que feriu ele gravemente, e a batalha entre Grund e a taverna pedra, no original também não existiu, nunca que o mestre da sessão ia deixar um personagem se destacar tanto kkkkk! Então, como sempre digo, usei "liberdade poética" pra reconstruir esse acontecimento, assim como Hagen e Shadrak também não aparecem no original, mas o que vem após sim! Agora é começar a direcionar a saga para o embate contra Adramanther, mas não se preocupe, apesar do confronto atual estar próximo, a saga está muito, mas muito longe de concluir, com toda certeza, Grund-Tharg será minha mais extensa obra, pode ter certeza! O meu muito obrigado uma vez mais por tudo, pela leitura, comentário, parceria e agora, administração do blog! Grande abraço meu amigo!! \0/

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  2. Nesse capítulo a ação falou mais alto.. falou não... Urrou.
    A batalha na "taverna voadora" ficou, como sempre, extramente bem escrita, mais uma vez dando espaço para todos os personagens brilharem, mesmo que sendo dominados até facilmente pelo inimigo.
    Inimigo esse que teve sua fraqueza esternada de forma perfeita e fazendo sentido, com a trama e os personagens, até dava prá esquecer que estavam dentro de uma contrução que seguia voando a toda velocidade para o céu!
    A queda e a forma como o grupo escapou já teria ficado perfeita, mas você conseguiu orquestrar uma cena angustiante e poderosa, colocando o Akron numa situação mortal que, no seu estilo épico de escrever, se reverteu de uma forma tão espetacular que imaginei na hora como ficaria num filme ou animação... Tharg sempre vai além, não apenas do que seus colegas imaginavam, mas também nós os leitores.
    E como se não bastasse ainda temos a luta contra o Minotauro e a cena, que consegui "ver" perfeitamente, do Kinseph e sua expansão de cura... Outra cena que deixaria expectadores sem fôlego, se fosse aos cinemas, por exemplo.
    E, como não poderia deixar de ser, ao final um gancho que nos faz apenas ficar ainda mais ansioso com a chegada do Shadrak!
    De fato, quase desnecessário comentar, mas que é preciso frisar:
    Está montando aqui uma obra épica e imperdível.
    Meus mais sinceros parabéns!

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    1. Meu amigo Norberto, sempre digo mas nunca é demais repetir nesse caso, que satisfação é ter tua leitura e comentários em minha obra, sempre mostrando o melhor e o pior de cada episódio de forma que eu possa sempre ter um norte para evoluir e melhorar a cada nova tentativa, o meu agradecimento respeitoso de sempre por tal conduta meu irmão! E vamos ao episódio: Sim, esse episódio, apesar de iniciar praticamente dominado pelo inimigo invisível, acabou tendo uma reviravolta, me inspirei em cenas dos quadrinhos dos Vingadores que li em tempos passados, onde aconteciam esses tipos de coisas, e Thor era geralmente o que ficava pro final, após todos fazerem todos os "preparos" com seus dons especiais, Thor entrava pra rachar o inimigo, foi o que tentei fazer com o Tharg e acho, ficou bem legal, afinal, ele não tem possibilidades variadas com os demais, mas força e resistência, isso ele tem de sobra e, era hora de colocar isso tudo à prova! Parece que ele se saiu bem pra caramba! O início fora uma demonstração de que, se tentarem lutar com o Adramanther sem remover a possibilidade mágica dele, eles tão ferrados, isso reforça que a chave mística era necessária, tornando aquela segundo entrada no Fosso indispensável e não apenas uma encheção de linguiça, tudo tem que ter utilidade senão fica sem sentido... Da mesma forma, Shadrak fora liberto nessa segunda invasão e disse que os ajudaria se pudesse... Pois bem, eles tão precisando e muito de ajuda agora, achei que seria um bom momento pra eles participarem novamente da aventura e terá uma justificativa correta, tanto para porque apareceram agora quanto porque não apareceram antes! Eu precisava também deixar todos impossibilitados de lutarem ao final, foram os primeiros por serem mais versáteis, mas foram os mais castigados, nesse caso, por conta da magia que a maioria ostenta, enquanto Tharg, o mais limitado digamos assim, seria a salvação assim que a magia deixasse de ser um problema... Achei muito legal o esforço e a força extra ativadas pela amizade ao Akron, assim como achei muito legal o esforço descomunal de cada um para tentar fazer o que não tinham mais forças para fazer... Acho que se tornaram um grupo coeso, amigo e que, cada qual à sua maneira está dando o máximo de si para serem merecedores uns dos outros! Fico feliz que tenha curtido meu amigo, espero que a sequência e a batalha contra Adramanther seja bem montada igualmente e como disse ao Jirayrider, ainda temos muito, mas muito mesmo de Grund-Tharg pra apresentar! Meu muito obrigado por essa amizade e parceria de sempre! Grande abraço! \0/

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Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

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