quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Grund-Tharg - Cap. 23 - "- O clérigo nos céus!"


No episódio anterior:

“- Entendo vossa desconfiança, por isso repito-vos minha saudação quando da vez primeira em que nos vimos… - Gratidão é o que me preenche a alma neste momento… Sou grato a todos vós por terem detido sua missão para ajudar este ser… Se houver algo que eu possa fazer, ficarei feliz em poder retribuir a gentileza - Assim, cá estou eu para ajudá-los agora… Eu sou Shadrak!”

Nissa e Syndra são as primeiras a então reconhecer o dragão de bronze que libertaram no Fosso do Réptil em sua forma humana! Já Akron e Jhon reconheceram rapidamente o filho de Shadrak, Hagen de Mé-Rak a acompanhar o pai, ao passo que Tharg, ainda sem entender direito o que estava por acontecer, apenas baixa a cabeça e atira-se ao chão exausto, reclamando à sua divindade TangDarth:

“- Afinal de contas… Que porra tá acontecendo aqui…”

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Menos de uma hora após o término dos combates, Shadrak e Hagen haviam tratado ferimentos e emergências de todos com mais efeito - afinal mesmo que não detivessem tal índole latente, paladino de Bahamut que não salvasse feridos, com certeza teria dívidas altas a ajustar com o rei dragão de platina - tanto os aventureiros quanto dos aldeões que sobreviveram estavam em condições estáveis e promissoras! Agora, ambos eram convidados a seguir os dois paladinos em direção à taverna-pedra… Nissa e Jhon Raven eram os que mais conversavam com a dupla de poderosos aliados, se é que os poderiam considerar tão próximos, mas o dragão de bronze deixava claro em seus gestos e palavras, queria mostrar algo a mais a eles, antes de enfatizar os outros motivos pelos quais estavam ali…

Um dos armazéns do local havia sido transformado em hospital emergencial, ali diversos clérigos da divindade de Shadrak, Bahamut, tratavam dos feridos e desamparados… O grupo deteve-se na entrada, enquanto os moradores resgatados da taverna, corriam para encontrar outros familiares, a comoção era grande devido ao fato macabro ocorrido… Grund-Tharg recostou-se na parede, com o pé direito na mesma, seu machado ao chão verticalmente, costas contra a edificação, esperando que todos resolvessem o que vieram fazer, embora ele pessoalmente não visse motivo nenhuma para estarem perdendo mais tempo naquele local, o que tinha de ser feito, foi feito pensava o bárbaro, porém, era Kinseph quem se destacava novamente deixando o bárbaro ainda mais perplexo…

Assim que observou os diversos clérigos a trabalhar, rapidamente buscou por orientações para obter permissão de ajudar e tão logo conseguiu falar com o responsável, colocou-se a limpar ferimentos e trocar ataduras, buscando auxiliar no conforto de todos… Shadrak então vira-se para o grupo e explica: “- Tão logo a taverna subiu, fizemos uma prece à Bahamut e torcemos por seus retornos seguros… Estávamos prontos a intervir caso o pior acontecesse e principalmente os aldeões pudessem perder suas vidas, mas como repetidamente vocês tem feito, no momento de maior desespero, uma vez mais vocês superaram seus limites e fizeram o impensável…”

Hagen então era quem tomava a palavra e continuava: “- Graças a ação de vocês, não precisamos nos envolver diretamente no combate e com isso, não atraímos inimigos poderosos do lado sombrio para barrar a jornada de vocês… No entanto, ajudar um vilarejo em perigo ou tratar pessoas sejam quem for, são tarefas diárias para os seguidores do rei dragão de platina, não pode ser considerado como uma intromissão em suas missões… Aliás, falando em missões, precisamos parabenizar os verdadeiros heróis por esses aldeões terem sobrevivido…”

O meio-dragão então os convida a entrar e leva a todos a uma ala mais ao fundo onde um grupo de anões repousava, repletos de curativos e lâmpadas arcanas medicinais que os tratavam e foi Akron, o primeiro a reconhecer o grupo, gritando o nome daquele com quem ele havia tido contato: “- BULL!” O tiefling corre em direção ao anão de barba diferenciada que agora jazia sem um pé, ferimento provavelmente obtido contra a criatura invisível ao qual enfrentaram, e é recepcionado da melhor maneira possível: “- Akron!!! Eu não te disse bravo abissal?? A começar por um anão de barba aparada, não poderiam as coisas naturais estarem sendo incrivelmente tão… Antinaturais?” Os dois trocam um firme aperto de mãos e demonstram felicidade pelo reencontro, enquanto diversos outros guardas licantropos ali repousavam igualmente enquanto eram tratados…

Porém, alguns segundos atrás, mais precisamente no exato momento em que Akron gritou pelo nome do anão, alguma empatia inusitada tomara conta da mente de Grund-Tharg que continuava recostado do lado de fora enquanto os demais entraram… Colocando seu machado ao ombro, assim que ouviu que Bull estava vivo, uma curiosidade o fez mover-se, adentrando o local em direção onde todos estavam e sua visão busca por alguém… Tão logo o selvagem avista a quem buscava, um leve sorriso se desenha em seu rosto, e ele profere a saudação que somente, anões e bárbaros com uma ligação forte, aceitariam: “- Senti teu fedor insuportável de roupa borrada lá de fora… Herindor!”

O anão, chefe da guarda do vilarejo, aquele que interpelou Tharg ainda na chegada à taverna da vez primeira, de costas estava, sentado à cama, e de costas ficou ao ouvir o “gracejo” do selvagem, e “na mesma moeda” retoma o diálogo ao estilo, que lhes era peculiar ao seu modo de vida: “- Pelo menos não temos aromas de moças virgens como certos bárbaros hoje em dia!” Um silêncio brutal tomou conta do local e logo em seguida, segundos seria possível dizer, uma explosão sonora em forma de gargalhadas tomou conta do local, cada anão acompanhado de Grund-Tharg, gargalhavam o mais alto que podiam, enquanto os demais, estupefatos ficavam com as “saudações entre amigos” ali presenciadas!

Hagen então toma o centro do local e uma vez mais conclama a palavra para si, exercendo sua índole como paladino de Bahamut da maneira esplendorosa que sempre exerceu… “- Hoje uma terrível batalha entre luz e trevas aqui desenrolou-se… Fortes poderes de ambos os lados colidiram-se e, esse valente grupo que aqui está, conseguiu finalmente expulsar o demônio de suas terras… Tenho a convicção plena de que este local se tornou inóspito à ele visto todo o desenrolar da noite passada, visto a energia de Hector que ainda os protege e visto o show que este valente grupo de forasteiros demonstrou… Mas eu trouxe o grupo, e todos aqui até este mesmo local para encerrar esse trabalho de hoje, de forma magnífica e justa…”

Um brilho platinado intenso toma conta do jovem meio-dragão, sua expressão serena e ao mesmo tempo imponente encantava, ao mesmo tempo que exercia humildade e respeito diante da população que o ouvia e então, ele completa sua fala: “- Ninguém que não arrisque sua vida em prol de outro pode se chamar herói e, houve um grupo aqui, que permitiu que todo o ocorrido de hoje fosse salutar, arriscando suas vidas mais que quaisquer outros, visto suas vulnerabilidades… Eu desejo uma salva de palmas, à guarda desta então denominada, Travessia do Ravini, por sua conduta honrada, altruísta, poderosa, que pegando o demônio de surpresa, uma vez que ele não esperava reação, o colocou em combate tão ferrenho que permitiu aos forasteiros aqui a meu lado, agir e exercer o que exerceu hoje… Sem dúvida alguma, sem a ação brava e poderosa de Herindor e seus dons licantropos, a Travessia do Ravini e até mesmo este poderoso grupo de aventureiros poderiam ter caído! As reverências de meu senhor Bahamut à todos vós!”

E então, Hagen e também Shadrak curvam-se, assim como os clérigos da ordem e logo em segundos, Kinseph, os acompanhando… Os demais, com exceção de Grund-Tharg e os anões, realizaram a mesma reverência e logo os moradores explodiram em gritos de comemoração pelos feitos alcançados, a Travessia do Ravini jamais seria a mesma depois daquela noite e isso afetaria os rumos da história para sempre! Shadrak e seu filho iniciam a retirar-se do local e mentalmente, o dragão de bronze convoca ao grupo para segui-los enquanto os integrantes do vilarejo comemoravam… Assim que dão alguns passos para fora do local, percebem em um piscar de olhos que já estão na verdade há centenas de metros adiante no passo seguinte, e era possível inclusive verificarem já ter passado, pelas famosas plantações levadiças que agora, novamente estavam a funcionar como de quando chegaram ao local…

O grupo observa atônito ao fato enquanto Shadrak e Hagen viravam-se novamente para o grupo aventureiro, trazendo as explicações necessárias diante das perguntas expressas nos rostos de todos, principalmente de Grund-Tharg: “- Se fez necessário tal saída abrupta para evitar que vós pudessem de alguma forma impregnar o local novamente… Se eu conseguir explicar a situação por um cheiro mais próximo dentre vossas palavras, eu deveria alegar que vocês estão… fedendo!” Todos inicialmente olharam para o bárbaro, obviamente, mas o bárbaro por si só franziu a testa e considerava tal alegação no mínimo inadequada depois de tudo que passaram, e abrindo a boca para expressar sua indignação com tal, viu Shadrak erguer a mão sorrindo, dando a entender que explicaria melhor e assim o dragão de bronze continua…

“- Perdão se me expresso mal em vossos palavreados, mas foi o mais próximo que considerei, eu sinto um cheiro forte e penetrante partindo de todos vós, o cheiro de trevas…” O grupo então começava a compreender em que direção Shadrak seguia e a explanação continuou: “- Se trata de “fedor de trevas”, de essência maligna pura, vocês estão impregnados com a maldade exalada durante os combates e isso pode alcançar e se fortalecer em mentes mais despreparadas ou corpos menos resistentes, por isso, os removi de lá o quanto antes, compreendem o que quero dizer?” O grupo então entende melhor a informação e alegam no entanto terem já se banhado em duas fontes purificadoras desde o início da missão, mas o dragão de bronze em sua forma humana meneia a cabeça e continua:

“- Há uma pessoa, se é que podemos defini-lo de forma tão singular, um clérigo eu vos diria, muito poderoso e recluso que ajudaria a livrar-se disto definitivamente… Eu poderia inclusive, se vós todos concordarem, da mesma forma que os removi do vilarejo, conduzi-los até este clérigo sem qualquer dificuldade, mas a decisão tem de partir de vós…” Hagen então, percebendo que seu pai havia concluído, se pronuncia, olhando para Tharg e erguendo o punho direito como um escudo diante de si mesmo: “- Todo guerreiro para lutar a boa batalha, precisa recuperar-se adequadamente… Estão cansados, desgastados, feridos… Nossos tratamentos foram paliativos, precisam de tempo e de magia, assim como ajustes em seus equipamentos, pois a missão de vocês é importante, não podem chegar ao ápice dessa jornada, mal preparados… Aceitem a oferta de meu pai, vocês ainda tem tempo até o prazo estipulado por WinterLess para cumprirem vossa missão… Recuperem-se adequadamente, livrem-se das trevas que denunciam suas posições, revejam seu arsenal e então retornem, prontos a destruir o mal de forma poderosa e definitiva…”

O grupo se observa, Grund é o primeiro a se afastar um pouco de todos à recostar-se em uma árvore dando a entender que a decisão era do grupo… Entre olhares e acenos, a resposta fica para Jhon Raven que então se aproxima de Shadrak e, talvez por influência de sua divindade, faz um leve aceno com a cabeça demonstrando respeito, definindo logo em seguida a resposta do grupo: “- Nós, agradecidos, aceitamos sua proposta, senhor Shadrak!” O dragão de bronze então sorri satisfeito, Hagen mais ativo e enérgico bate o punho direito com a mão cerrada na palma da mão esquerda em êxtase comemora igualmente a decisão.

Desta feita, com o simples pensar do poderoso dragão de bronze, o agora estava diante de uma aldeia, por mais incrível que pudesse parecer tal descrição, toda estruturada no topo de uma montanha… Era ainda possível, ver dali de forma deslumbrante, as nuvens que antes eram vistas forrando o vasto céu, agora todas abaixo deles, indicando assim o quão alto estavam naquele momento… O sol brilhava como nunca, uma vez que não haviam nuvens para fazer sombra e eis que um homem de capuz e manto branco, ostentando para fora deste manto seu braço esquerdo, que em nada se parecia com um braço humano normal, na verdade diriam os olhares menos experientes, muito se assemelhava o braço, à um braço demoníaco… De qualquer forma, apesar da diferença física, o homem se aproxima deles e os observa por alguns segundos…

Inicialmente o grupo fica apreensivo ao avistar o braço diferenciado, em suas mentes a ideia de terem sido enganados invade com força os sentidos de todos, mas logo na sequência, a voz calma e suave de Shadrak se faz presente na mente de todos, acalmando-os: “- Ele se chame Guinyx e, é este o clérigo poderoso que citei que ajudaria o grupo. Ele não se dá muito bem com os deuses, então não estranhem algumas sensações conflitantes em seus corações condenando suas presenças aqui, no entanto, tenham certeza, vocês precisam dele para poderem seguir à frente... Creio que até suas divindades embora algumas possam se manter de certa forma relutantes, irão ao final concordar com este ponto de vista…”

O grupo fica a observar o homem com túnica de intenso branco e, este por sua vez, retira o capuz revelando por completo seu rosto marcante pelos olhos dourados que chamavam a atenção logo na primeira observação! A expressão do homem era serena, porém enigmática e até hipnótica se poderia dizer, mas definitivamente um semblante decidido, imutável em seus pensamentos era o que parecia sua face advertir… Após mais alguns segundos olhando para os recém chegados, o anfitrião que agora exibia longos cabelos em cor extremamente branco, denotava algo em torno de quarenta verões tão somente, e se pronuncia, entoando voz poderosa mas ao mesmo tempo cordial, resumindo em poucas palavras sem muitas ponderações: “- A situação deles é bem pior do que eu cogitei Shadrak… Bahamut sempre foi um valoroso amigo, mesmo em momentos de desavenças ele manteve a cordialidade e eu valorizo isso infinitamente… Cuidarei deles como me solicitou em homenagem a essa amizade, se assim eles aceitarem, sem ponderações após iniciarmos o processo…”

É Akron que surgindo diante dos demais ergue o dedo em busca de fazer a pergunta que permeava a mente talvez do grupo todo, mas Guinyx respondeu antes da pergunta ser feita verbalmente, pois ela estava pronta na cabeça do tiefling e de todos os demais aventureiros: “- O que terão exatamente de fazer? Ficarão durante seis dias consecutivos meditando dentro do ambiente preparado por meus irmãos para que possam desprender-se, separar seus corpos de tal mácula que permeia cada célula de seus invólucros carnais, local onde não ouvirão sons, sequer suas próprias vozes conseguirão ouvir… Após isso, serão drenados em urnas regenerativas, para finalmente ficarem libertos e isolados de toda e qualquer trama trevosa. Assim que as urnas forem fechadas, sentirão dor lacerante, como se centenas de agulhas perfurassem seus corpos e assim deverão se manter por tempos diferenciados de acordo com suas forças de vontade em se livrar das putrefações mágicas! Se aceitam tais fatos, preparem-se para tal e sigam em direção ao vilarejo... Aos que não concordarem com tal procedimento, podem dar meia volta e seguir com o paladino de Bahamut…"

O homem de capuz caminha para o lado e dá lugar à passagem daqueles que aceitarem e eis que Akron fora o primeiro a se movimentar, seguindo na direção indicada pelo clérigo! Nissa e Syndra são as próximas, seguindo o tiefling decidido e, logo atrás, embora tenham de certa forma demorado a decidir suas atitudes, eram Jhon Raven junto a Kinseph que colocavam-se igualmente em movimento… O mais resistente de todos, não se detinha por medo mas por desconfiança como sempre sua vida o guiou, e a voz de Guinyx surge em sua mente, ponderando: “- Em alguns momentos só nos resta confiar… Em nós, em nossos aliados ou na sorte… E então jovem guerreiro, aliado ou inimigo, quem sou eu, o que irá decidir?” O bárbaro por sua vez ajeita o machado ao ombro e põe-se em movimento alegando: “- Se eles confiam, Grund-Tharg confia também!”

Assim, nenhum dos integrantes recusou a oferta, Guinyx olhou para Shadrak e acenou com a cabeça positivamente completando: “- Cuidarei bem deles, fique tranquilo… Mande meus cumprimentos ao velho Bahamut…” Shadrak assente e junto de Hagen viram-se, desaparecendo nas nuvens, enquanto o misterioso clérigo começava a mover-se em direção a aldeia, desaparecendo logo em seguida também…

O grupo levou menos de trinta minutos para chegar às tendas montadas no local, mas assim que pisaram dentro do vilarejo, Guinyx surge diante deles e cordial os recebe uma vez mais, explicando brevemente: “- Alguns nos chamam de reclusos, outros de bruxos, alguns ainda nos citam como os primeiros, mas a terminologia que mais nos definiu por muitas eras foi, primordiais… Antes dos deuses, nosso povo aqui vivia mas a chegada e ascensão das divindades criou guerras e combates e assim, nos movemos deste mundo para lugares mais pacíficos e poucos de nós aqui restaram… Nem todos aqui o são, mas como somos no mínimo, indesejados na maioria dos locais, por conhecer o pretérito aos deuses, viver nestes locais alcançáveis unicamente através de magia primordial, é a opção menos irritante de todas…”

O grupo fica a observar o anfitrião enquanto ele explanava e alguns deles sentiam certo desconforto no ambiente apesar de tudo… Quem assim sentia não sabia definir exatamente o que acontecia, mas eis que Guinyx cruza as mãos atrás das costas e caminhando em direção ao grupo lentamente, expressão uma feição de quem entendia o que estava a acontecer na mente de todos... Tocando ao ombro de Akron - um dos primeiros do grupo na fila e que parecia radiante com tudo que acontecia - explica: “- Alguns de vocês, como o bom Akron aqui, seguem a ideia de ser audacioso, porque audaciosa é a vida. Se coloque nas mãos do destino e confie em sua própria sorte… Outros como nosso cauteloso bárbaro ali atrás, pouco se importa com a opinião de TangDarth sobre as decisões que toma, por isso não sofre nenhuma pressão… Ainda temos as dedicadas jovens arcanas, que amam a magia e buscam compreender seus efeitos acima dos dogmas dos deuses que por ventura pedem algo, isso de certa forma às deixa mais livres para decidirem… Desta feita, com certeza não há desconforto nas almas dos nobres aventureiros agora citados, por estarem aqui... Existe ainda a dúvida quanto ao fato de se sou um aliado ou um inimigo… Mas para você jovem Jhon Raven, um desconforto persistente, uma sensação de “quero ir embora logo daqui” se instaura em seu íntimo certo? É Kellintor… Não somos o que podemos chamar de amigos, mas nos respeitamos apesar de nossas diferenças, porém é claro que isso não quer dizer que gostamos de compartilhar os mesmos ambientes, assim se explica a sensação em seu âmago… E apesar de ser coerente e entender a necessidade e única opção no momento, o deus dos mortos te quer fora de minha presença o quanto antes, e é justo, eu admito, não sou alguém fácil de coexistir… Mas nenhum de vós aqui tem mais força de vontade e resistência do que nosso amigo Kinseph, para suportar essa pressão contínua…”

Guinyx coloca as mãos sobre o ombro do clérigo de Luuthander e sorrindo, amistosamente fecha os olhos e explana, enquanto Kinseph parecia fazer um esforço hercúleo para manter-se sorridente: “- Ah Luuthander… Já tivemos tantas discussões, já divergimos de tantos assuntos, mas… Sabes que teu pupilo precisa de ajuda e tu não a está dando… Permita a ele a serenidade para que possa ser tratado, livrar-se da mácula que carrega e seguir sua missão de proteger aos inocentes como tu valorizas e incentivas a cada ser vivo todo dia… Sejas coerente em uma de nossas discussões pelo menos!”

Inexplicavelmente o coração de Kinseph desacelera, sua respiração parece acalmar-se e um calor aconchegante e reconfortante invade a alma do jovem clérigo… Ele podia sentir, era sua divindade desfazendo o posicionamento defensivo e discordante, diante da situação única e necessária, permitindo assim, embora não gostasse da opção, que Kinseph fosse atendido naquele local… Guinyx então desaparece e reaparece metros adiante, em frente à uma tenda e de dentro dela saíam vários colaboradores do local, parecia, que o interior da mesma irradiava energia muito pura e cristalina… O grupo aproxima-se e Guinyx pergunta a todos: “ - Se lembram do ofertado e dos procedimentos, se ainda assim concordarem, adentrem a tenda e lhes desejo infinita força de vontade para obterem a cura que buscam…”

Guinyx dá passagem aos aventureiros e fica ao lado da entrada esperando por suas atitudes e eis que Kinseph fora o primeiro, seguido de Akron e Jhon Raven, sendo com toda certeza, Grund-Tharg o último a passar pela tenda, olhando Guinyx bem no fundo de seus olhos, como que o sentenciando caso algo desse errado… O grupo desaparece, a tenda é fechada e todos os trabalhadores ao redor da mesma desaparecem igualmente, inclusive Guinyx e o suposto tratamento, aparentemente tem seu início onde, desconsiderando o vento cortante do topo das montanhas, o silêncio imperava agora supremo, por completo no acampamento sobre as montanhas!

Já dentro do local os aventureiros agora viam-se sozinhos, o breu era total, eles podiam ver apenas a si mesmos e pouco mais do que centímetros diante de si… Estavam nus, embora não houvessem se despido ou mesmo alguém os houvesse tocado; da mesma forma não era possível avistar qualquer outra pessoa, estavam desprovidos de qualquer veste ou equipamentos, tudo que tinham até ali, não mais estava com eles… Eis que uma voz chega à suas mentes, falava serena e amistosamente, era possível reconhecer a voz de Guinyx chegando até eles dizendo sem cessar: “- Sentem-se ou busquem a posição que os deixem o mais confortáveis que conseguirem… Irei fazer as trevas desmembrarem-se de suas células e tornarem-se uma massa só dentro de cada um de vocês… Este será o momento da extração mas até lá, apenas concentrem em encontrar e separar as trevas, através de um caminho meditativo ao qual eu os guiarei… Concentrem-se… Busquem suas maiores motivações para livrarem-se de tal mácula e se esforcem para cumprir tal papel…”

A voz parecia cessar mas de quando em vez ela surgia, calma, tranquilizadora, incentivadora: “- Concentrem-se… Busquem a maior motivação… Separem-se da mácula…” Embora entendessem que, deveriam, pela lógica, estar um em cada ponto da tenda, ainda não podiam se ver, ainda não podiam se ouvir ou mesmo ouvir suas próprias vozes tal qual Guinyx havia dito; de quando em vez, alimentos e água surgiam diante deles ao piso, era impossível precisar quanto tempo se passava entre uma refeição e outra… Em suas concepções, pareciam minutos apenas mas sentiam, ao degustar os alimentos e beber a água, que estavam famintos e sedentos, embora o tempo transcorrido não demonstrasse tal fato, era lógico cogitar que estava se passando mais tempo de meditação do que eles conseguiam perceber… Aliado a isso, o mantra emanado pelo clérigo anfitrião vez por outra surgia novamente, auxiliando a mantê-los em uma espécie de torpor focalizado em encontrar e separar-se das trevas… “- Concentrem-se… Busquem a maior motivação… Concentrem-se…”

Nessa rotina ininterrupta, tão logo se alimentavam eles tomavam à meditação, voluntaria e imediata, até mesmo o intempestivo Grund-Tharg, talvez pelo mantra, talvez efeito do local onde estavam, era impossível precisar, estava acompanhando tal meditação extremamente prolongada, algo impensável para qualquer integrante de uma tribo do Corcel Alado… Então, na mente de todos uma imagem surge, como se estivessem olhando para dentro de si mesmos e algo como uma orbe gosmenta e pegajosa, completamente escurecida, flutuava dentro de um espaço vazio... De alguma forma, eles tinham certeza, aquelas eram suas trevas aglomeradas em um único local, exatamente como o clérigo Guinyx havia dito que faria... Aliado a isso, embora tenham acreditado se passar apenas horas com dezenas de refeições que não faziam sentido algum mas eram muito bem recebidas, como que surgindo do nada, um fio muito fino de luz começou a tomar o lugar do breu, de forma gradual e constante...

Em poucos instantes, cada qual já podia avistar outro companheiro, todos estavam em pé, dentro da tenda como a viram por fora da vez primeira, cada qual deles usando uma túnica branca como usavam os moradores do local e o próprio Guinyx, era quem surgia diante deles para recepcioná-los… “- Seis longos dias meus amigos, imersos em meditação poderosa que conduziu todos à este processo nunca imaginado por nenhum aventureiro! Vocês conseguiram visualizar em suas mentes o bolo fétido de trevas que separamos, flutuando em seus estômagos… Agora precisamos remover isso definitivamente de seus corpos… O próximo passo os aguarda, dessa vez sob a luz radiante do sol… Me acompanhem!”

O grupo é conduzido então, até um local onde espécies de esquifes estavam perfiladas ao chão, do tamanho de um caixão funerário, mas cada qual com os itens, armaduras e armas individuais de cada aventureiro, simbolizando claramente, um para cada um deles! Guinyx então faz um gesto indicando que todos adentrassem seus esquifes e ambos assim o fizeram, desta feita parecendo já não sentirem qualquer desconfiança quanto as atitudes ditadas pelo primordial e, bastou que cada um se acomodasse dentro da sua “urna reparadora”, para que as tampas surgissem sobre eles e fechassem-se de forma potente! O próximo evento a ter lugar naquele procedimento, foram os gritos de dor e pânico que iniciaram-se, inclusive vindo dos esquifes de Jhon Raven e Grund-Tharg, ambos considerados os mais resistentes do grupo!

O grupo de moradores do local prostraram-se diante dos esquifes e ali ficaram em preces durante do todo o processo, nenhum dos aventureiros - agora presos nos esquifes - deteve seus gritos agonizantes antes de trinta minutos de procedimento até que então os sons começaram a silenciar aos poucos, com alguns dos “presos” parando definitivamente de gritar enquanto outros ainda manifestavam dores muito fortes, presumíveis através de gemidos e lamúrias que persistiam do esquife de alguns…

Com pelo menos uma hora de “tratamento” as tampas dos esquifes de Kinseph, Grund-Tharg e Jhon Raven explodem em milhares de pedaços desintegrando-se ao ar, e surgem os referidos aventureiros para fora de suas urnas, os três primeiros do grupo! Uma hora mais tarde eram Syndra e Nissa que tinham as tampas de suas “prisões”, desta feita desintegradas como se tornando-se vento, e de dentro das mesmos surgiam igualmente as duas arcanas, livres de suas purificações; então, mais duas horas após, um exausto e debilitado Akron conseguia sair de sua esquife, como que tendo sua tampa tornado-se um portal, saindo de lá agonizante, ainda com dores muito fortes...

Guinyx era quem então aproximava-se do grupo e novamente argumentava: “- Há muito tempo, utilizando de matéria sombria, os antigos Methariuses tentaram criar um exército controlável... Impregnando suas vítimas com dejetos plasmáticos trevosos, buscavam controle absoluto de seres vivos subjugados, e visavam se tornar mais ameaçadores diante de seus adversários… Percebendo a investida silenciosa, e nos deparando com diversos “controlados”, desenvolvemos métodos para tentar reverter os infectados ao seu estado original, drenar as trevas de seus corpos, vestes e itens… Porém o processo nunca se tornou usável por que a maioria dos infectados, pessoas sem dons especiais o maior número, por vezes com saúdes debilitadas, resultando que a maioria morria no processo por não suportar o esforço demandado pelo corpo para sobrepujar a purificação corpórea…”

Guinyx olha pra todos com expressão de satisfação e continua: “- Mesmo você Akron, tendo saído por último, é importante entender e aceitar que suportou com louvor o desgaste que nossas arcas purificadores impõe, eu parabenizo à todos pelo sucesso! Quanto a diferença de tempo entre as saídas dos esquifes, isso está diretamente ligado ao que usaram como “catalizador”, ou motivo principal para querer livrar-se deste mal… Eu me atrevo a dizer que, mesmo os dentre vocês que consideram talvez não exista motivo para continuar a viver e lutar, eu lhes digo que não existem coincidências, e que todos, sem exceção, estão exatamente onde deveriam estar, com as condições e problemas que precisam enfrentar, sempre se lembrem disso!” Um olhar do clérigo dispara até Akron e esse, ainda bastante cansado, baixa a visão por alguns segundos…

O grupo ainda se sentia exausto, principalmente o tiefling que era acolhido pelos clérigos para diminuir seu desconforto, enquanto Guinyx continuava: “- Além de purificados, o processo impede que nova contaminação por trevas possa instaurar-se em cada um de vocês, equipamentos ou vestes, ou seja, o necromante usurpador não tem mais como vigiá-los ou controlá-los! Agora preciso que se vistam adequadamente, seus pertences estão dentro do esquife que cada um usou, e as tendas estão disponíveis para trocarem-se… Assim que estiverem prontos, me encontrem no centro da aldeia, vamos fazer um ceia de despedida, pois o tempo urge contra vocês!”

Sem entender completamente os detalhes, mas também sem questionar o centrado clérigo - pois estavam convencidos de que ele estava fazendo bem ao grupo, apesar das dores e do desespero que vivenciaram -, os aventureiros seguiam cada vez mais confiantes as indicações proferidas! Com a ajuda dos clérigos ali presentes, em pouco tempo todos estavam novamente vestidos e equipados, porém, tudo que agora vestiam e trajavam, sem exceção, pareciam terem sido lavados, higienizados, polidos e meticulosamente limpos, pois nunca nenhum deles, nem mesmo Jhon Raven o mais disciplinado de todos, havia visto pertences mais impecáveis do que os que eles ostentavam agora…

Eles reúnem-se então, todos sentiam agora, embora poucos minutos houvessem se passado desde que se reuniram com o anfitrião, completamente renovados, não somente como em uma boa noite de sono após uma alimentação necessária, era algo além, era como se estivessem completamente em seu mais altíssimo potencial! Decididos, sob a iniciativa de Jhon Raven, e tendo o caminho indicado pelos clérigos que os apoiaram até ali, o grupo seguiu trajeto em direção ao encontro no local definido pelo anfitrião que, como esperado, já os aguardava no local…

Uma mesa repleta de alimentos entre carnes, pães, frutas e sucos compunham mais da metade do espaço oferecido; Guinyx e outros clérigos os recepcionavam e pediam que sentassem junto à mesa, e é então que o anfitrião novamente pronuncia-se: “- Comam à vontade, recuperem-se pois irão precisar… Sofreram gigantesco desgaste neste processo de seis dias, como explanei antes, a maioria sucumbe e vocês… Perseveraram! Essa refeição agora busca revitalizá-los novamente, ela contém os nutrientes físicos e místicos que precisam para se restabelecerem rapidamente e, com isso, vocês estão definitivamente livres de qualquer treva ou controle!”

Grund-Tharg então é quem olhando o clérigo, sem qualquer cerimônia questiona: “- Eu te ouvi na minha cabeça… Dentro deste ritual… Isso inclui ver cenas estranhas como ver o mundo de cima?” Guinyx fica a observar o bárbaro e os demais começam a considerar que igualmente vivenciaram algo similar… Em suas lembranças de quando ainda dentro do esquife, viram ou vivenciaram coisas como se sobrevoassem as terras, conhecidas e não conhecidas, e ainda viram alguém de armadura e capa, já com verões avançados, e que de alguma forma eles consideravam que deveria estar morto mesmo sem nunca ter visto tal pessoa, a cumprimentar e apertar as mãos de um ser com asas demoníacas e negras. Todos então olham para Guinyx e é Akron quem tenta contar o que viram mas o clérigo ergue a mão e interrompe a fala do tiefling, alegando: “- As visões da urna, geralmente representam o futuro mas que seja ele qual for, eu não tenho embasamento ou mesmo motivos para discutir sobre tal, sequer devo saber o que fora visto evitando assim danificar a linha dos acontecimentos... O tempo dos primordiais decidirem sobre estes reinos esquecidos já encerrou-se há muito…”

O grupo então se detém na sua tentativa de continuar o relato e novamente o clérigo insiste que alimentem-se, onde sem mais opções, acataram e comeram e beberam, na verdade com muita satisfação! A comida era boa, o gosto agradável, eles sentiam-se preenchidos de grande disposição conforme comiam e alguns até sorriam diante dos sabores e texturas! A presença de Guinyx já não era mais sentida com desconfiança depois de tudo, apenas Grund ainda ficava cogitando em pensamento: “- E se alguma merda de efeito destruidor aparecer depois que partirmos?”

Ainda assim, mesmo Grund-Tharg prestava atenção às palavras do clérigo anfitrião, quando ele novamente tomava sua narrativa naquele ponto do processo: “- O que eu poderia fazer por vocês está feito, agora precisam se alimentar o suficiente e prepararem-se para o retorno… Os aguardarei na entrada da aldeia… Quando concluírem, os meus irmãos os guiarão de volta a mim!” Guinyx desaparece e o grupo continua a comer, sentiam em seus íntimos que mesmo aqueles com divindades contrárias às suas presenças ali no início, seus íntimos agora estavam calmos, demonstrando a conduta de todos estar inevitavelmente sendo feita corretamente!

Algumas dezenas de minutos após a saída de Guinyx, o grupo estava alimentado, pronto para seguir viagem e, gentilmente o grupo de clérigos os conduziria pelas trilhas levando a todos, em mais ou menos trinta minutos de caminhada, até o ponto onde haviam surgido da primeira vez com Shadrak e Hagen! Lá já os aguardavam os mesmos anfitriões, o meio dragão de bronze, o próprio dragão paladino de Bahamut e o misterioso Guinyx…

Assim que avistaram os jovens sorriram e, satisfeitos, aguardaram pela chegada do grupo, ao passo que o primordial novamente toma a palavra, não sem antes fazer um movimento com as mãos que criara uma espécie de tela… Nela era possível ver a Travessia do Ravini, com seus cidadãos amarrados ao chão, com um exército assustador à cerca-los… Todos observam os anfitriões mas é Guinyx quem define: “- O vilarejo que os acolheu está novamente sitiado senhores… Orcs, Ogros e um drow feiticeiro ocuparam a vila, tudo porque lá perderam o rastro de vocês… Sem as trevas, Adramanter não tem mais como saber onde estão, poderiam estar dentro da fortaleza dele que o necromante não os encontraria… Suas máculas foram removidas, seus equipamentos estão impecáveis, agora, amigos recém conquistados pedem por ajuda, o que pretendem fazer?”

Jhon Raven é o primeiro a se mover, seguido sem qualquer ressalva pelos demais e rapidamente eles avançam em direção à Shadrak, porém o grupo faz menção de deter seu caminho e agradecer à Guinyx, o que prontamente o clérigo interrompeu, completando: “- Qualquer ser que preze a vida, ajuda a outro quando lhe é possível… Salvem vidas e destruam o mal, esse é o melhor agradecimento que podem me dar!” O grupo assente com a cabeça e rapidamente correm para Shadrak que acenando positivamente ao clérigo também, os envolve em sua magia milenar, desaparecendo do local… O vento bate pelas túnicas de Guinyx e esse apresenta uma expressão de confiança, diante do presenciava naquele momento!

O grupo ressurge em meio à mata próxima da Travessia... De lá, algumas centenas de metros os separavam do vilarejo e, era possível ver o que realmente acontecia no local… Grupamentos pesados de orcs se aglomeravam em confusão e caos tentando manter algo que de alguma forma pudesse ser chamado de batalhão… Ogros e Ogros Vermelhos formavam outros grupamentos, mais estáveis e menos caóticos devido sua natureza menos agitada, no entanto, pelo menos cinco batalhões de Orcs, três de Ogros padrões e um de Ogros Vermelhos era o que se podia avistar de onde estavam, além claro, do drow feiticeiro que estranhamente, com os braços cruzados atrás das costas, observava contemplativo sob o topo do hospital emergencial… Jhon Raven então pondera um plano e frisa à Grund-Tharg, precisariam seguir uma estratégia desta vez ou poderiam não sobreviver!

Shadrak e Hagen então dão passos atrás iniciando a desaparecer do local, o grupo os observa e ainda permeavam em suas mentes, embora todas as explicações já dadas, a pergunta crucial... Porque os mais poderosos simplesmente não varriam o local com suas capacidades e livravam o vilarejo do terror, mas Hagen com expressão benevolente, reitera: “- Até agora o drow e seu exército ainda não mataram ninguém, apesar de os Orcs já terem ferido alguns… Os orcs esperam ansiosamente por saquear, escravizar e devorar a vila, esse foi o acordo para que se unissem ao drow nessa empreitada, enquanto os ogros apenas querem a carne dos moradores, se alimentar é sua natureza mais primitiva! Nossa interferência física só traria mais sofrimento e dor, a este e outros povos, uma vez que adentrarmos este conflito, outras forças que guarnecem o necromante se julgarão no direito de fazer o mesmo e não somente o Ravini pagaria essa conta… Minha interferência com o dragão branco já gerou à vocês o minotauro que enfrentaram dias atrás, não iremos causar mais problemas nas probabilidades do caos… Confiem em vocês, tenham certeza de que podem e de que a união que forjaram trará a luz da vitória!” Pai e filho desaparecem e o grupo fica a mentalizar sobre as palavras ditas!

Grund-Tharg então se aproxima de Jhon Raven, o grupo segue sua atitude e reúnem-se para ouvir a estratégia do kellintorita, que então inicia: “- Nissa, Syndra, acreditam que aquilo ao topo é mesmo o drow feiticeiro aguardando?”

Ambas arcanas meneiam a cabeça em negativa, explicando a maga rubra: “- Feiticeiros são vulneráveis, precisam atacar protegidos na maioria esmagadora das vezes, ele não iria expor-se dessa forma…”

Jhon assente com a cabeça e pondera: “- O exército é forte, mas entre nossas combinações tenho certeza que damos conta deles, porém, com um arcano escondido, suas magias podem nos derrubar antes mesmo de podermos agir, é necessário encontrar e derrubar o drow inicialmente, eu creio que todos concordam…”

Todos assentem, exceto Tharg que continuava a ouvir apenas… Syndra então explana, rebatendo a situação: “- Se usarmos magia para encontrá-lo, teremos o efeito revés, ele encontrará nossa posição; precisamos inclusive ocultar nossas auras mágicas de forma a não entregarmos posição e, sem magia, não podemos passar por esse exército sem chamar a atenção dele ou de qualquer outro!”

Kinseph então é quem dá um outro ponto de vista ainda não mencionado: “- Os moradores podem ser mortos assim que surjamos, concordo com Jhon, temos de derrubar o feiticeiro primeiro, mas precisamos contar em nossa estratégia com algo que não coloque os moradores da Travessia em risco…” Jhon Raven assente novamente, o grupo se observa e então o som de morcegos a trafegar pelo céu, talvez agitados com as presenças de tantos seres no local, chama a atenção especialmente de Grund-Tharg, que fica os observando voar em direção ao vilarejo em uma verdadeira revoada!

Uma suave brisa então embala os cabelos do bárbaro e ele era capaz de jurar ouvir um sussurro em seus ouvidos a dizer “guardião selvagem…” Automaticamente Grund lembra-se do fato envolvendo a coruja quando ainda corriam pela Floresta Enluarada em busca da Tribo dos Corcéis Alados, seu íntimo parecia ativar-se de forma poderosa e com um salto, ele ganha os galhos mais baixos de uma árvore, sobe mais três galhos acima rapidamente, diante da visão surpresa de todos, e ali fecha seus olhos e inicia a concentrar-se… De forma impressionante a todos, alguns morcegos pousam ao redor dele e, pendurados verticalmente como é de costume dessa espécie, ficam a debater-se por alguns segundos partindo após alguns segundos em voo rumo ao vilarejo, tão logo Tharg abriu os olhos novamente!

O bárbaro então se lança ao chão pousando sutilmente apesar de seu tamanho, ao centro de todos e pede: “- Vamos fazer do teu jeito Jhon, eu vou descobrir o que tu precisa pra nos colocar em ação!”

O grupo fica a observar Tharg concentrar-se novamente e na mente do selvagem, como se uma tela surgisse em seus pensamentos, ele conseguia ver que os morcegos viam, em preto e branco, através da eco localização, mas ele estava sem dúvidas compartilhando com aqueles animais, os instintos e informações que eles recebiam enquanto adentravam pelo local em busca do inimigo procurado! Portas e janelas abertas davam total liberdade aos morcegos de trafegar, e rapidamente aldeões foram encontrados, os ogros vermelhos usados como guarda pessoal do drow avistados e como se posicionaram em pontos estratégicos para serem acionados ao menor sinal de invasão! Logo, saindo de dentro do prédio em questão, sob o topo da mais alta de três árvores que nasceram juntas em meio a mata, oculto completamente pela vegetação, o drow espionava e tentava buscar seus adversários sem ser visto por quem quer que viesse ao embate contra eles!

Grund-Tharg abre os olhos, os morcegos dispersam e seguem suas rotas enquanto o bárbaro revela tudo que viu! De posse dessas valiosas informações, o plano final fora traçado e explicava agora Jhon Raven: “- Syndra irá invocar uma magia de invisibilidade a todos nós, enquanto Nissa anulará nossas emanações energéticas e vibracionais… Dessa forma, Kinseph e Akron seguirão pelas laterais do terreno até pontos distintos e talvez não sejam detectados pelo drow… Se conseguirem, Kinseph libertará os prisioneiros enquanto você Akron, dará cabo do drow sem sequer ele saber que esteve lá! Quanto a nós, vamos ficar de prontidão a fim de não despertar a atenção do feiticeiro e tão logo Akron e Kinseph consigam cumprir suas partes, ou forem de qualquer forma detectados, surgiremos e destruiremos o exército por completo dando tempo para que completem suas missões ou se protejam! Todos de acordo?”

O grupo assente rapidamente e eis que Nissa e Syndra conjuram suas magias ainda fora do alcance da detecção do drow feiticeiro… Os gestos e os vocábulos emitidos eram incompreensíveis para além das duas arcanas e logo o grupo estava, diante de olhos e sondagens externas, invisível física e magicamente! O grupo batedor composto por Akron e Kinseph inicia seu deslocamento, cada qual seguindo seu trajeto em direção à seus "alvos", enquanto que o grupo combatente, com Tharg e Jhon à frente dando guarda à Syndra e Nissa, se preparava para agir tão logo fosse necessário… Era possível ao grupo ouvir a respiração apressada do bárbaro, todos eles poderiam ter a certeza de que quando o inimigo desse a oportunidade, a fúria lendária dos selvagens TangDarth iria cair sobre os inimigos de forma avassaladora!

A equipe batedora então avança satisfatoriamente, os dois estavam ligados à Nissa através de magia de modo que era possível à ela ver através do especialista e do clérigo, isso seria vital para a outra parte do plano… Os segundos se arrastavam como minutos e os minutos como horas, Grund-Tharg abria e fechava as mãos ao redor do cabo do machado, buscando a melhor posição, a forma mais eficiente para rachar crânios, mas em sua mente ecoava a premissa, era necessário se conter, era necessário agir em grupo, por mais que isso lhe fosse difícil… Jhon atento à qualquer sinal de Nissa estava em condições de ataque enquanto Syndra rememorava seus feitiços buscando a prontidão de combate igualmente…

Kinseph fora o primeiro a atingir seu objetivo, ele consegue chegar invisivelmente até os reféns buscando resgatar primeiro o clérigo mais velho da ordem de Bahamut, aquele que permitiu a ajuda de Kinseph quando tratando dos feridos logo após o episódio do minotauro bestial, e comunicando-se com ele em tom baixo, solta rapidamente as amarras de suas mãos e explicava o que precisavam fazer…

Em poucos segundos muitos aldeões estavam soltos mas mantinham-se sentados para não alarmar os orcs e aos poucos, os clérigos foram os retirando dali, sem que os barulhentos e desatentos guardas percebessem… Foi o clérigo de Bahamut, o mais velho, quem se aproximou de Kinseph e disse que iriam ajudar, mas o jovem luuthanderiano sorrindo, argumentou: “- Não! Vocês não devem se envolver, apenas levem os aldeões daqui e os protejam… Essa é uma batalha nossa, e iremos resolver nós mesmos, por favor, deixo os cidadãos do Ravini em suas mãos meu bom amigo!”

O sábio seguidor de Bahamut compreende a situação e então, segue junto aos demais buscando local seguro para remover a todos dali, porém, algo não esperado por Kinseph iria encher seu coração bondoso de alegria… Alguém toca em seu ombro, chamando sua atenção e assim que se virou, o clérigo abre um sorriso largo e irradiava felicidade: “- Vocês!”

Akron por sua vez, no lado oposto onde Kinseph estava, mesmo que não estivesse invisível seria praticamente impossível detectá-lo… Seus movimentos eram completamente silenciosos, sequer a vegetação ele permitia mover-se, usando de cuidado imenso para chegar até o ponto onde o drow deveria estar e, por isso mesmo demorou bem mais a cobrir a mesma distância que o clérigo aliado!

As árvores triplas já estavam bem próximas e era possível avistar energias místicas à rodearem o inimigo… Em seu íntimo, o pequeno especialista sabia, não seria nada fácil atingir fisicamente um arcano… “- Com certeza ele está repleto de proteções místicas, todos nós sabemos disso, mas é a melhor chance que temos, pelo menos a mais viável neste momento… Talvez de alguma forma, por alguma falha, esse maldito feiticeiro não cogitou um pequeno diabo a tentar esfaquear lhe pelas costas e não tenha conjurado qualquer proteção física, eu preciso tentar…” Os pensamentos fervilhavam na mente do especialista e ele se sentia cada vez mais decidido à fazer sua missão ter um resultado positivo… Mais alguns passos e Akron estava abaixo da árvore, observou para cima, o drown continuava imóvel, dando coragem ao tiefling de começar a escalar a gigantesca planta! Pelo menos até então, parecia que o arcano inimigo nada havia notado…

Usando de máxima destreza, Akron sobe pelos galhos, cautelosamente em poucos segundos ele consegue atingir a mesma altura em que o drow feiticeiro meditava, cercado de energias incompreensíveis ao tiefling… Controlando até mesmo sua respiração, ele posiciona-se no local mais próximo e mais hábil para tentar atingi-lo, com um único movimento, certeiro, perfeito, infalível na visão de qualquer um, exatamente nas duas laterais de seu corpo, rasgando e torcendo os punhais enquanto deslizava os mesmos pelos órgãos internos do arcano… Esse golpe poderia não matá-lo imediatamente, era uma possibilidade, mas com certeza deixaria um ferimento tão grave que não seria curado facilmente além de sem dúvida alguma, tirar a concentração do drow o impedindo de conjurar…

Nissa projetou a tela na mente dos demais integrantes do grupo combativo, todos viam a movimentação cautelosa e perfeita de Akron e torciam para que nenhum imprevisto acontecesse… Akron se posiciona, agarra firme os punhais, faz talvez uma prece a uma divindade que ele não sabe se o atenderá e, sem pensar em mais nada, se lança determinado! Nesse instante, no exato instante em que se deslocava em pleno ar, em plena execução do movimento com adagas em posição perfeita para rasgar o inimigo arcano, o drow feiticeiro abre os olhos de forma vigorosa e repleta de energias!

Continua...

Galeria de imagens:

Shadrak - o dragão de bronze:
Os dragões de bronze são curiosos e se divertem transformando-se em animais pequenos e amigáveis para observar os aventureiros. Eles são fascinados pela arte da guerra e se unem com entusiasmo aos exércitos que lutam por uma causa justa – e uma ótima recompensa. As escamas de seus filhotes são amarelas, com anéis verdes, e apresentam apenas um leve reflexo de bronze. Conforme se aproximam da idade adulta, sua coloração escurece lentamente, até atingir uma tonalidade de bronze mais escura. Os dragões muito velhos desenvolvem uma matriz negro-azulados nas pontas das escamas. Eles são nadadores talentosos, possuem membranas entre os dedos e escamas chatas e lisas. As pupilas de seus olhos desbotam conforme o dragão envelhece, até que se tornam orbes verdes luminosas nas idades finais. Os dragões de bronze gostam de viver em colinas litorâneas, próximo de água fresca ou salgada. Eles mergulham com frequência para se refrescar e caçar pérolas e outros tesouros submersos. Eles preferem cavernas com acessos exclusivamente subaquáticos, mas seus covis são sempre secos – eles nunca botam ovos, dormem ou guardam tesouros debaixo de água. O cheiro da brisa marinha envolve estas criaturas. Os dragões de bronze se alimentam de plantas aquáticas e algumas variedades de frutos do mar. Seu prato favorito é carne de tubarão, mas ocasionalmente eles devoram algumas pérolas.

Hagen de Mé-Rak - Meio-dragão de bronze, Paladino de Bahamut, filho de Shadrak e Métriah

Bahamut - Deus dragão de platina:
Bahamut (bar-rá-mut) é reverenciado em muitos lugares. Embora todos os dragões bons lhe prestem homenagens, os dragões de ouro, prata e latão o têm em altíssima consideração. Outros dragões, mesmos os malignos (exceção de sua arquirrival, Tiamat) o respeitam e alguns inclusive o teme... Chamado de Dragão de Platina, Rei dos Dragões Bons, Senhor do Vento Norte, Bahamut é uma divindade que tem como símbolo o deus leal e bondoso da justiça, da proteção, da nobreza e da honra. Os paladinos leais e bondosos costumam adorá-lo e os dragões metálicos o cultuam como o primeiro de sua estirpe. Os monarcas são coroados em seu nome aos quais ele convida a sustentar os mais elevados ideais de honra e justiça, estar em vigilância constante contra o mal e combatê-lo sob todos os aspectos, assim como proteger os fracos, libertar os oprimidos e defender a ordem.

Guinyx - anfitrião com braço supostamente demoníaco:
Até o momento, nada se sabe sobre o misterioso ser... Ele alega ser de uma raça que viveu muito antes de qualquer outro neste mundo, Shadrak detém grande confiança nele e aparentemente, Guinyx cumpriu o que o dragão de bronze disse que faria, mas, seu braço de demônio (se é que realmente é um braço de tal ser) ainda desperta bastante possibilidades e sem dúvida alguma, um ser totalmente misterioso dentro do universo dos aventureiros... Aliado? Oportunista? Um inimigo disfarçado? Só o tempo dirá!

Orcs:
Os Orcs variam em aparência, com base na região e sub-raça, mas todos compartilhavam certas qualidades físicas. Orcs de todos os tipos geralmente tinham pele acinzentada, cabelo áspero, posturas curvadas, testas baixas, grandes ou pequenos corpos mas sempre musculosos, com faces suínas e caninos inferiores que se assemelhavam a presas de javali. Muitos também tinham orelhas de lobo pontudas nas pontas, semelhantes às dos elfos. Orcs, em sua maioria, apesar de poderem variar de tamanho, são mais vistos tendo como comparação, o mesmo tamanho que humanos e outros humanoides semelhantes, embora como já citado, mais robustos e musculosos. A culinária orc é notoriamente desagradável para muitas outras raças.

Ogros:
Os ogros são tão lentos de raciocínio quando fortes de corpo. Eles vivem invadindo, saqueando e matando por comida e prazer. Um espécime adulto padrão tem entre 2,70 e 3 metros de altura e pesa aproximadamente 500 quilos. Os ogros são notórios por seus temperamentos voláteis, que se inflam com a menor percepção de ofensa. Insultos e xingamentos podem despertar a ira de um ogro num instante – assim como roubar deles, esbarrar, apontar ou cutucar, rindo, fazendo caretas, ou simplesmente olhando pra ele de forma errada. Quando sua fúria é incitada, um ogro ataca, em um acesso de raiva frustrada, até que não reste mais nenhum objeto ou criatura para esmagar. Ogros comem praticamente tudo, mas eles tem uma preferência especial pelo gosto dos anões, halflings, humanos e elfos. Sempre que podem, eles combinam jantar com prazer, perseguindo vítimas correndo nas redondezas antes de comê-las cruas. Se restarem vítimas suficientes após o ogro ter se empanturrado, ele pode fazer uma tanga da pele de suas presas e colares de seus ossos restantes. Essas miscelâneas macabras são o ápice da cultura dos ogros.

Ogros Vermelhos
Ogros vermelhos passaram por processos alquímicos e místicos, sendo alterados para que se tornem ainda mais letais - ao custo da própria vida. Podem ser diferenciados dos ogros comuns pelo tom vermelho vivo de sua pele. Seu comportamento não difere dos demais ogros, até que entrem em combate. Ao sofrer o menor ferimento, um ogro vermelho entra em um estado de fúria que aumenta várias vezes suas capacidades de combate. Nesse estado, não distingue entre aliados e inimigos - portanto, muitas vezes os ogros vermelhos são teletransportados ou jogados por catapultas no meio das fileiras inimigas, combatendo longe das demais tropas. Após sofrer muito dano, um agro vermelho passa por um processo ainda mais impressionante.. Alguns começam a exalar um vapor ácido, outros crepitam em chamas, um terceiro grupo pode emitir frio enregelante. Isso afeta todos ao redor do ogro, desestabilizando ainda mais as forças inimigas. Quando o agro vermelho finalmente morre, explode com os efeitos que se manifestaram antes: seu corpo libera uma explosão de ácido, fogo ou frio.

Drows
Drows, ou Elfos Negros, são um povo descendente dos primeiros seguidores de Lolth, a deusa aranha, e assim como ela, eles foram banidos ao subterrâneo, como castigo pelas perversões e conspirações de sua deusa maligna. Facilmente identificados por suas peles escuras e cabelos brancos, os drows construíram civilizações extensas e poderosas no subterrâneo, que rivalizam os poderes da superfície. Dentre todas as raças élficas, os Drows são os mais perversos, não por natureza, mas pela cultura de suas civilizações e cidades, seu sistema de casta e escravidão e também pela adoração a deusa aranha.

A Travessia do Ravini ocupada:

4 comentários:

  1. Grande Lanthys!

    Cá estamos para comentarnos mais um primoroso capítulo escrito por seu tinteiro mágico.

    Um capítulo com muitas facetas, que foi lido com cuidado para detalhes preciosos não me escapassem...

    Algo impossível, pois tu deixaste aberturas que seria leviano eu tentar fazer conjecturas precipitadas.

    Comecemos por Shadrak e Hágen de Mé-Hak.

    Muito bom vê-los inseridos na trama.

    Quem pôde ler os contos deles ,terá uma noção melhor do que são e o que representam.

    Já com Ginyx, o primordial, não podemos dizer o mesmo.

    Tu, propositalmente, deixaste a dúvida,sobre o futuro.

    Inimigo?
    Aliado?

    O que é certo é que essa entidade será importante no desfecho da história.

    Isso não tenho dúvidas!

    Mas, vamos aguardar!

    A leitura das tuas histórias me recomendam cautela.

    Mas, voltemos à narrativa.

    O processo de drenagem e limpeza das forças deletérias e trevosas foi muito bem conduzido por ti.

    Embora, dolorido, creio que fundamental para os próximos passos para trupe liderada por Jhon e Grund.

    Aqui, temos o auto conhecimento,representado pelas esquifes ( clausura ).

    Não vou me estender, mas aprendo uma preciosa lição!

    Só o fato, de segurar Grund, um bárbaro selvagem em posição meditativa por seis dias , de forma convincente,foi a cereja do bolo.

    Aliás, Grund começa a compreender cada vez mais os seus s misteriosos poderes e sua interação com os animais.

    Essa é outra questão em aberto.

    No final , uma precipitação de Akron, que pode colocar a estratégia dos guerreiros a perder.

    A conferir .

    Vejamos como se dará a sequência, cujo o título me deu arrepios.

    Alguém pode sucumbir nessa batalha ..

    Quem será?

    Trabalho maravilhoso!

    Parabéns!

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    1. Grande amigo Jirayrider, que prazer receber teus comentários em cada novo episódio postado, me sinto lisonjeado e recompensado sempre que pessoas que me acompanham desde sempre continuam a me acompanhar, o meu muito obrigado por essa consideração tamanha!! Bom, esse episódio ele tende, como a maioria do que escrevo, a não entregar toda a narrativa de pronto, eu busco que os leitores sintam curiosidade em continuar, que a trama lhes ofereça novidades a cada novo passo, e Guinyx, embora diferente na campanha em mesa, sem dúvida vai ser peça chave para o futuro de Grund-Tharg, isso posso dizer com toda certeza, agora, se será para o bem ou para o mal, ae meu amigo, somente os próximos episódios podem mesmo dizer kkkkk! Outra coisa que busco muito mostrar, que é um dos apoios e bases mais sólidas do RPG, é o equilíbrio em tudo ou seja, arcanos, poderosíssimos e destrutivos com suas magias, mas completamente vulneráveis fisicamente sem elas... Personagens como Grund, praticamente imparáveis, mas uma simples magia de sono os pode colocar fora de combate... Jhon o mais organizado e rígido de todos mas incapaz de perceber ou entender que no caos também pode haver ordem, assim como Akron, embora pareça o mais de bem com a vida, pode ser o que mais se cobra por sua condição, o que quero dizer é, assim como na vida, sempre seremos bom em algo com dificuldade pra outras, Akron aceitou mais fácil que todos o tratamento, mas foi o mais teve dificuldades pra encontrar um motivo pra se livrar das trevas, porque se cobra e se menospreza diante dos demais e suas capacidades, mas esquece que nenhum deles pode fazer o que Akron faz com maestria... Assim como na vida, precisamos reconhecer nossos limites e acreditar em nossas capacidades mais latentes e somente assim, em grupo e em parceria com quem nos apoia, poderemos triunfar! Fico muito feliz que tenha gostado e que a leitura tenha te prendido, tenha certeza, em breve teremos revelações poderosas na trama e acontecimentos mais poderosos ainda, espero que Grund te mantenha cativo na leitura até lá! Grande abraço e obrigado mais uma vez por tudo!! \0/

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  2. Mais um excelente capítulo meu amigo!
    Gostei demais de como você fez para que as participações especiais de seres tão poderosos fossem bem executada e deu uma explicção plausível para questões que sempre surgem em cenários como esse, onde existem seres extremamente poderoso, mas que não se envolvem diretamente nos problemas do mundo.
    Explicações que, muitas vezes, se fazem necessárias para o leitor, uma vez nem todos entendem completamente esse tipo de atitude, mas que em um cenário de RPG, são tomadas exatamente para que tais seres tão poderosos não ofusquem ou eliminem a necessidade das ações dos jogadores.
    Muito bom!
    Todo o processo de cura das energias negativas rendeu excelentes cenas que, além do já costumeiro e perfeito desenvolvimento dos personagens, explorando não apenas seus iniciais sentimentos de desconfiança, desenvolveu a ligação deles com suas divindades.
    E, como já era também de esperar, a sequencia final coloca o grupo em uma situação de provável batalha que, já imagino, será épica e, mostrando um grande acerto e controle de sua escrita, acabou deixando para o próximo capítulo, com um gancho final perfeito.
    Mandou muito bem mais uma vez meu bom amigo!
    Meus mais sinceros parabéns!

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    1. Grande amigo Norb, uma vez mais gratidão por estar sempre acompanhando e incentivando meu trabalho, tenhas em mente, isso é muito importante, tanto na minha desenvoltura na escrita quanto na motivação para continuar criando! Mas vamos ao que interessa, o episódio! Sim, no RPG quando comecei a jogar eu ponderei diversas vezes ao mestre "cara, se o fulano ali é nível 72 e pode cuspir nesse inimigo que vai destruir milhões fazendo ele virar pó, porque não faz?" Ae ele me respondeu, "véio, se ele fizer isso, primeiro, os personagens de vocês e a aventura de vocês não precisariam existir, esse é o base, o offgame digamos assim, mas dentro da trama, o ingame que chamamos, a história é a seguinte... Enquanto vocês tão jogando aqui e salvando a vila dos orcs e kobolds, o cara nível 72 não vem porque tem uma criatura extraplanar de nível 100 tentando entrar nesse mundo e devorar toda a vida que existe, se o nível 72 vier salvar a vila dos orcs, que tu pode salvar de boas, o extraplanar nível 100 abre o portal e destrói tudo, game over! Essa é a lógica do RPG, cada personagem enfrenta aquilo que tem poder, os mais fortes pegam os desafios mais fortes porque, enquanto a aventura dos personagens nível 1 tá rolando, tem dezenas, talvez centenas de guerras nível 100 rolando no mundo, e esses caras fortes precisam ir pra lá, enquanto vocês que não podem, salvam as vilas dos orcs e kobolds!" Essa explicação abriu minha mente, o mundo do RPG está vivo, enquanto estamos jogando, centenas, milhares de outras tretas estão acontecendo e cada qual dentro de suas capacidades enfrenta elas, por isso eles não podem parar o que fazem pra vir ajudar o nível 1, e, dobrando isso um pouco, temos mais e mais explicações pra justificar isso, eu acho isso simplesmente fantástico além de lógico, que bom que tenhas curtido essa parte meu amigo! Agora o que vem pela frente, eu pretendo que seja a batalha mais épica de todas pra mostrar se o tratamento do Guinyx deu resultado ou não, eu espero com todas as minhas forças entregar algo simplesmente memorável, vamos ver que consigo produzir! Mais uma vez grato pela leitura, apoio, incentivo e amizade de sempre meu amigo, grande e fraterno abraço!!

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Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

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