sexta-feira, 2 de abril de 2021

Grund-Tharg "Força Infinita" - Cap. 5 - "- Inesperados aliados!"

Passava do meio dia na aldeia dos Corcéis Alados, Grund-Tharg havia comunicado sua partida junto a Jhon Raven, Nissa e Syndra, para buscar através da aliança com a academia de WhinterLess, galgar novas aventuras pelo mundo, conhecendo mais do mundo além de sua própria tribo… Bárbaros por natureza são livres, mas essa “liberdade”, compreende geralmente realizar a rotina padrão da tribo sem seguir etiquetas ou regras, raros são os bárbaros que afastam-se de suas tribos para viver em civilidade, tanto por não suportarem o monotonia de tal estilo de vida, como pelo fato de que seguir suas vidas, batalhas, conquistas e defesas territoriais são suficientes para manter suas expectativas em alta!

Grund-Tharg sempre teve curiosidade, algo que foge à maioria dos guerreiros selvagens, e isso novamente se ativava nele ao ver que existia muito mais coisas além do que ele conhecia… Guerreiros que seguiam regras e herdavam poderes incríveis por essa disciplina, magos e magias, criaturas incríveis e místicas, oponentes dignos de enfrentar sua capacidade de combate… Sim, todo bárbaro que se preze quer derrotar o inimigo mais forte que encontrar para provar sua força e capacidade, em suas mentes, não é uma forma de ofender mas sim de se superar, e sair pelo mundo em missões, poderia dar isso ao vulgo “Força Infinita”... Aliás, todo bárbaro também tinha uma alcunha que o definia, de acordo com suas capacidades especiais digamos assim… O pai de Grund, se chama Tenskell “Machado Veloz” supostamente porque atacava com machados em uma velocidade que nenhum outro se equiparava, assim, como a mãe de Grund, exímia caçadora e batedora, capaz de enxergar ao longe como nenhum outro, foi batizada então de Stefne “Olhos de Águia”...

Essa alcunha geralmente surge quando o bárbaro entra em seu primeiro combate e demonstra sua capacidade, mas estranhamente com Grund-Thar fora diferente… Antes mesmo de sua missão inicial ele havia recebido tal alcunha do líder Goryn e isso encucava o jovem guerreiro enquanto após partirem da tribo seguiram em direção ao riacho, onde Grund queria comunicar Albânia, filha de Goryn e seu atual compromisso de matrimônio de sua partida… Enquanto Jhon seguia à retaguarda em silêncio e observador, Nissa e Syndra iam à sua frente trocando ideias sobre todos os acontecimentos ao que quem guiava à todos, ou seja, o jovem bárbaro Tangdarth, detém seu caminho, vira-se para ambos e esbraveja: “- Nunca tinha pensado nisso… Porque recebi meu título antes de minha primeira missão…”

Os três integrantes da equipe se olham e então pedem explicações, para entender do que Grund falava ao passo que dadas as explicações que fervilhavam na mente do guerreiro, Jhon Raven com sabedoria, mas principalmente grande atenção à tudo que acontecia ao seu redor arrisca: “- Se bem me lembro das palavras de Goryn, ele disse que não se tratava apenas de uma fonte curativa e sim uma fonte de dádivas e que lhe daria aquilo que precisava ou que o Deus Tangdarth lhe achava merecedor... Essas palavras, somadas ao fato de que ele lhe batizou digamos assim, fora dos costumes normais da tribo, indicam que existe algo em você ainda a aflorar e que, pela lógica, justificará sua “alcunha”, é isto que eu creio...”

Grund pondera as palavras, parecia ter dificuldade para entender tudo que Jhon havia falado, eram palavras demais e ao final de tantas coisas ditas, ele não conseguia extrair dali o sentido que talvez aquela narrativa tivesse… Conformado com a situação por hora e julgando que não havia tanta importância no fato apesar de sua curiosidade com tal, ele se vira em direção ao rio e começam a marcha novamente… O grupo reinicia seu trajeto e então novamente Grund-Tharg se detém para no instante seguinte se por à correr como louco pela mata de novo… Jhon percebendo o movimento do bárbaro instintivamente se colocou em corrida passando como um vento pelas duas arcanas que compreendem que algo aconteceu e usando seus poderes levitam na mesma direção tentando uma vez mais acompanhar Tharg pela mata fechada!

Eles correm por alguns segundos, que parecem minutos na verdade, Grund-Tharg já havia sumido... Conforme avançam a mata densa recebe luz, o som do riacho se tornava audível e em poucos metros estava o turbulento rio com Tharg ao centro de um local completamente revolvido na terra por diversas e infinitas pegadas… Todos se põe à analisar o lugar e emitir suas descobertas

Com seu conhecimento do terreno e capacidade de rastrear os movimentos dentro da floresta, Grund-Tharg era o primeiro à se manifestar: “- Pelo menos 100 soldados…”

Jhon Raven analisava também as pegadas e as comparava mentalmente com o que já tinha estudado sobre criaturas e seres deste plano e de outros e também completava: “- Pelo menos quatro animais pesados de ataque com garras… Podem ser lobos atroses ou cães selvagens atroses… A profundidade das pegadas indica Orcs… Ou Goblins...”

Nissa e Syndra emanavam suas energias e vasculhavam tudo em busca de sinais de magias e encantamentos e a ausência dos mesmos era de qualquer forma indicativo auxiliar na identificação do ocorrido:
Nissa: “- Quase nenhuma magia utilizada, apenas um rastro leve no ar de alguém que controla magia…”
Syndra: “- Criatura Dracônica, Meio-Dragão ou ainda, um dragão em si… Eles possuem magia em seu sangue… Com certeza um esteve aqui…”

Grund-Tharg pega um punhado de terra e deixando-a escorrer pelas mãos capta algo além, uma espécie de pó muito fino e tonalidade diferente da terra local… Uma farejada ao longe e ele percebe do que se trata: “- Atordoante… Eles chegaram de surpresa, o som do rio abafou seus passos, e o vento está na direção favorável à eles…”

O gigante caminha pelo local enquanto Jhon o acompanha e as duas magas observam as redondezas em busca de algum sinal extra, ao que Grund continua: “- Vieram dali (apontando para outra parte da mata) e estão indo para aquela direção (apontando o lado oposto)... As drogaram, e as levaram…” Grund corre até o ponto ao que julga que eles seguiram enquanto Jhon Raven completa, tentando apaziguar o aliado com sua ponderação: “- Não há sangue meu amigo, isso indica que ninguém morreu…”

Grund olha para eles e em tom de preocupação explica: “- Existe uma fortaleza mais ao centro do continente denominada Fosso do Réptil onde uma seita que realiza sacrifícios opera... OgreBould tem aliança com eles e nós destruímos sua estratégia… Levar nossas mulheres para serem sacrificadas é bem o tipo dele… E sabemos que Orcs e dragões estiveram envolvidos no ocorrido… Albânia está lá… E eu vou trazê-la de volta!”

Grund-Tharg se coloca a correr então como um touro desenfreado pela mata... Seus aliados o observam e sem mais querer o questionar, se colocam a correr também para serem abruptamente interrompidos alguns passos depois… Diante deles, como num passe de mágica surge Wigferth, clérigo do deus Luuthander, um dos mestres na academia de WinterLess e que agora detinha o caminho daqueles três… Jhon observa o clérigo e apesar de seu porte assustador, tenta desviar dele para seguir o aliado mas Wigferth abre suas asas que surgiram ninguém entendia de onde e novamente bloqueia o caminho pedindo que o escutem para logo em seguida suas asas desaparecerem como se nunca houvessem existido… Contrariados, os três ainda assim seguem sua fidelidade à academia obedecendo e eis que o clérigo, sereno e sem demonstrar suas emoções como sempre, explana:

“- Não conseguirão segui-lo sem desgastar seus corpos e poderes… Ele é um selvagem, vive aqui desde sempre, como tal, sabe andar pela floresta e vencer ela de maneira que vocês jamais fariam sem dons… A missão da academia era ajudar a tribo e retornar, o que os bárbaros farão daqui pra frente, é decisão deles…”

Jhon Raven com expressão séria e serena, franze o cenho e pondera como nunca fez antes à um superior: “- Essa missão desenvolveu mais do que o cumprimento do contrato, ele se uniu à nós, estava indo conosco para WinterLess e se unir ao nosso grupo… É um de nós agora, não iremos abandoná-lo!”

O clérigo com um sorriso no rosto e a complacência de quem poderia explicar o dia inteiro recebe o comentário de forma tranquila enquanto os três percebem que Grund já desapareceu em meio à floresta… As mentes dos três, percebia o clérigo, continuava focada em seguir os passos do aliado embora tivessem parado para ouvi-lo e, entendendo seus sentimentos, Wigferth faz alguns gestos com as mãos e uma imagem se forma mostrando Grund-Tharg à correr pela selva como um verdadeiro conhecedor do local e das trilhas, usando troncos como impulso ele dava verdadeiros saltos gigantes e ganhava terreno como nunca… Seu corpo parecia uma máquina, seus músculos pareciam aumentar de tamanho e sua resistência era incrível… Atônitos os três entendem que não poderiam alcançá-lo sem desgastar suas magias em demasia, ainda assim estavam dispostos à isso para não deixar o amigo sozinho ou fazê-lo crer que eles o abandonaram, mas uma nova visão os fazia perceber que Grund sabia o que fazia, pois um magnífico corcel alado voa rasante ao lado do guerreiro, que salta sobre ele e ganha os céus em cena magnífica, sumindo da visão de todos…

Wigferth desfaz a magia e olhando os três novamente completa rebatendo o comentário: “- Vocês são soldados de WinterLess e o que vieram fazer é um trabalho… O trabalho está cumprido e agora devem retornar… Se o bárbaro fosse seu aliado estaria aqui indo com vocês, se outro assunto é mais importante ele continua sendo fiel aos seus caminhos e não ao que disse que abraçaria! Assim, pelas leis que vocês concordaram em servir, retornem ou deserdem…”

Os três ficam completamente em ira com a fala do superior e se preparam para atirar toda a lealdade à academia ao vento e seguir junto ao amigo enquanto o clérigo, fazendo uma expressão de quem estava sendo direto mas não conseguia se fazer entender completamente, energiza seus olhos e um clarão ocorre para logo em seguida tudo voltar ao normal, exceto por estarem já na academia de WinterLess sem chances de revidarem ou fazerem algo…

Jhon e as duas arcanas olham com ferocidade para Wigferth que apenas dá de ombros e sai do local sem maiores explicações, enquanto os três seguem o caminho oposto profundamente irritados andando pelos corredores da academia pensando em uma maneira de ajudar o aliado até que uma voz inundando suas mentes os detém novamente… Eles a reconheciam sem dúvidas, era Wigferth à lhes falar mentalmente, mas o conteúdo fora o mais estranho pela contradição…
“- Se tivessem seguido o bárbaro, a academia mandaria capturá-los e então realmente não poderiam ajudar Grund-Tharg… Trazendo-os até aqui, vocês tiram os olhos dos regentes da cidade sobre vocês e agora estão livres para se armar e levar consigo recursos para a invasão do Fosso do Réptil… Em dois dias a batalha iniciará, certifiquem-se de chegar lá antes disso… Creio que Laryana poderá os transportar para lá quando quiserem, tenho favores à meu dispor por trabalhos prestados à ela… Não confiem em mais ninguém… Se preparem para sua primeira aventura de vida e morte… Boa sorte e eu nunca estive em suas mentes!”

Os três então se olham e finalmente entendem a postura e atitude de Wigferth, sim, a academia mantinha todos os seus sob vigilância afinal, eram soldados, integrantes que geravam lucro para a mesma, como tal, estavam sempre monitorados magicamente… Se tivessem simplesmente seguido, além do desgaste fatídico que tiraria sua capacidade de combate diante do que o culto poderia representar, os três seriam capturados e nesse processo perderiam a oportunidade de realmente lutar ao lado de Grund! Jhon, Nissa e Syndra então correm para preparar tudo que podem e descobrir o máximo de informação sobre os inimigos para partir o quanto antes ao encontro do novo aliado...

As horas se passavam e enquanto os três aproveitavam ao máximo do que podiam das prováveis quarenta e oito horas que teriam, tanto Jhon como Nissa e Syndra desejavam partir o quanto antes, se possível, naquela madrugada ainda onde, haveriam menos "olhos" sobre eles... Enquanto as duas arcanas buscavam mais informações sobre a seita que povoava o Fosso do Réptil, Jhon se dirigiu até Laryana, conhecida de nome apenas pois o kellintorita jamais havia estado com ela... Aliás, poucas pessoas tinham acesso à ela e o próprio Jhon só estava indo até lá por recomendação do clérigo Wigferth... Uns dizem que ela tem centenas de anos de vida, outros dizem que ela é uma criança especial, ao que parece ela escolhe a forma que deseja se apresentar, o que com certeza implicaria em uma criatura com muita vivência e sabedoria e muitos alegam inclusive que ela é na verdade uma poderosa elfa...

A moradia de Laryana estava à frente, Jhon Raven se deteve e ficou observando a casa modesta e adornada com diversas pedras que ele não saberia distinguir ou nomear... Ele então se direciona à porta para bater mas a mesma abre antes dele a tocar e de dentro um ser com chifres moderados, peito desnudo e uma expressão agradável e receptiva assim como cascos no lugar de pés o atende sorridente, exclamando:"- O sol está se pondo nobre senhor, se quiser falar com senhorita Laryana terá de vir mais tarde, pois ela inicia seus rituais ao entardecer... Se quiser passar à noite esperando é bem vindo, assim como suas duas aliadas..."

Jhon se surpreende inicialmente mas depois pondera, se Wigferth disse que confiassem somente nela, é porque algo já estava estabelecido e por isso tantas informações antes mesmo de que ele falasse algo... Sabendo que ele ainda tinha coisas a realizar, pede um favor ao sorridente mordomo: "- Viremos então bem antes do nascer do sol, e se não pudermos adentrar e falar com a senhorita aguardaremos aqui... Se puder, avise-a por favor e agradeço antecipadamente sua cordialidade e ajuda!"

O serviçal se curva concordando enquanto Jhon reverencia levemente e parte em direção da cidade para obter os equipamentos e itens que precisariam para a jornada, tão logo Laryana os recebesse eles partiriam e enquanto sumia na penumbra que começava à tomar conta da cidade de WinterLess, em sua mente e sua alma, ele suplicava: "- Se mantenha vivo Grund... Estamos chegando!"

Enquanto isso, no local denominado Floresta Densa, local situado quase um dia de viagem direção sudeste da tribo dos Corcéis Alados, a noite chegava e Grund pousava na entrada da mesma com seu corcel alado, corcel esse que ele sequer sabia como tinha chegado até ele... O incrível animal se sacode assim que seu cavaleiro desce e observa Grund nos olhos como se tentasse se comunicar com ele, enquanto o bárbaro por sua vez toca em sua cabeça, o observando igualmente ainda sem entender nada do que aconteceu... "- Não sei como nem porquê mas obrigado por tudo nobre amigo..."

O bárbaro reúne um pouco de lenha e com fricção de gravetos cria uma fogueira rapidamente... Com uma visão privilegiada, parado dentro do rio e um arco e flecha em mãos, em poucos minutos providenciou vários peixes e os colocou para assar... A escuridão tomou conta do local, o corcel pastava próximo à ele enquanto o jovem guerreiro, após se fartar, deitou-se próximo à uns arbustos pegando no sono pesadamente... Ele sabia que Orcs em caravana não se afastavam de suas presas à noite, além da superstição, eram barulhentos e chamavam muita atenção para si, ou seja, eram pratos perfeitos para predadores... Eles armavam acampamentos e espalhavam guardas por centenas de metros ao redor, matando tudo que se aproximasse ou dando alerta ao acampamento central, somente grupos de caça faziam isso e em caravanas não haviam grupos de caça, pela lógica pelo menos... Invadir na noite seria burrice, seria morto antes de chegar ao seu alvo mas atacá-los quando estiverem em movimento, seria o momento perfeito para colocar o terror nas criaturas e conseguir talvez chegar até os prisioneiros... "- Aguente Albânia, eu estou chegando..."

O bárbaro dorme, as horas transcorrem e então, nos dois pontos dessa trama, as atividades se iniciavam... Jhon, Nissa e Syndra chegavam à casa de Laryana totalmente preparados para a partida enquanto na floresta, o corcel alado ergue suas orelhas como se pressentisse algo...

Na casa de Laryana o servo abre a porta e os recebe cordialmente apesar de faltarem ainda três horas para o nascer do sol... Os três acenam em resposta a cordialidade e adentram o local, sendo conduzidos por algumas salas que inexplicavelmente não caberiam na casa que eles viram ao chegar... Para Nissa e Syndra nenhuma novidade, afinal entendiam os caminhos da magia e dos planos e sabiam que aquilo era perfeitamente normal, porém Jhon ainda se impressionava com tal capacidade... Eles chegam em uma das salas onde se via um círculo gigante ao centro, cheio de runas e símbolos estranhos e então, do outro lado da sala, uma mulher aproximando seus vinte e cinco verões surge, provocante e incrivelmente simpática, recebendo à todos... "- Sejam bem vindos aventureiros... Estou pronta para cumprir a troca de favores com meu amigo Wigferth e levá-los até o mais próximo de seu destino... Devo avisar no entanto que, para não sermos captados ou interceptados pelas vigias arcanas da cidade, deveremos fazer esse trajeto muito lentamente, o que nos consumirá umas duas horas pelo menos vagando entre os planos... Estaremos no local antes do nascer do sol pois devo estar aqui de volta antes disso também a fim de não levantar suspeitas... Se preparem pois iremos partir tão logo tomem seus lugares ao centro de nosso círculo rúnico!"

Ela aponta para o centro da sala, Jhon, Nissa e Syndra se olham e então dirigem-se ao local indicado pela voluptuosa anfitriã e quando ela se aproxima deles e começa à invocar palavras que eles não compreendem, nem mesmo Nissa e Syndra, eis que uma voz conhecida preenche o ambiente juntamente com a cena do clérigo Wigferth surgindo pela mesma porta que Laryana saiu, somente com uma toalha a cobrir suas genitais e visível expressão de satisfação...“- Aqui, peguem isso!"

O clérigo arremessa algo que parecia ser uma espécie de saco de tecido marrom, mas Nissa e Syndra tinham certeza do que se tratava... Compartimentos portáteis, uma espécie de vácuo mágico fechado dentro de um saco mágico onde se podiam colocar diversas coisas e ainda assim elas se mantinham como um pequeno saco, fácil e prático de ser transportado! Dentro dele, várias poções de diversas cores mas as mais brilhantes naquele momento eram as verdes e eis que o clérigo semi-nu completa:

"- Essas poções de regeneração irão restaurar suas condições físicas para como se tivessem dormido oito horas de sono tranquilas assim como curar qualquer fadiga ou condição que os debilite, quero dizer, ficarão repletos de energia e vontade para a ação! Existem oito ao total neste portátil, uma pra cada um de vocês, outra para Tharg que com certeza irá precisar também, e as demais como reforço caso precisem durante a missão! Outro detalhe importante, devem estar de volta em no máximo 32 dias, a fenda conhecida como Abismo, irá mais uma vez se abrir, e WinterLess precisará de todos os heróis dentro da cidade para proteger a mesma e seus cidadãos dos mortos vivos que surgirão! Conto com vocês!”

O grupo então ainda estupefato com a visão e a descoberta dos favores à que Wigferth se referira desde cedo, desaparecem da sala junto à Laryana que também estampava um semblante de felicidade e satisfação, com destino ao tão esperado Fosso do Réptil!

Na floresta, enquanto a cena com o grupo de WinterLess acontecia, o corcel alado estava atento à tudo e eis que dezenas de movimentos simultâneos acontecem em direção ao mesmo... Apesar de quebrar a lógica conhecida de Orcs, havia mesmo na caravana um grupo de caça, pelo menos oito Orcs saltam da mata com armas em punho prontos para abaterem o magnífico cavalo que por instinto tenta decolar para não ser atacado mas antes que fizesse isso, um brilho reflete o clarão das chamas da fogueira em meio à noite enquanto um dos orcs era partido ao meio espalhando sangue por todo o lado... Os demais atacantes se detém e em meio à escuridão, Grund-Tharg estava em pé, com vestígios dos restos de sua primeira vítima, um machado de guerra em cada mão, seus olhos irradiavam energia enquanto os esquálidos seres pensavam sobre como reagir... A voz do bárbaro então retumba no local indicando que a decisão não partiria deles e sim do defensor do local: "- Péssima noite para bastardos como vocês tentarem ameaçar meu amigo... Mas com certeza, ÓTIMA NOITE PARA REDUZIR TODOS VOCÊS À PEDAÇOS!"

Um urro descomunal é emitido pelo bárbaro e então ele avança como um búfalo furioso, atacando com brutalidade e selvageria, literalmente partindo os atacantes ao meio, arrancando braços, pernas, cabeças, destruindo seus corpos, os enterrando ao chão com golpes avassaladores até que em questão de segundos, o silêncio total imperava de novo pelo local... O corcel se sentia calmo outra vez enquanto Tharg ainda arfava com a ação noturna que exerceu... Ele então vai até o riacho, se lava e lava seus machados para remover o sangue podre e fétido dos inimigos destruídos retornando logo em seguida, já mais calmo, indo até o corcel e acariciando sua fronte novamente... Alguns segundos ao lado do aliado e Tharg volta para seu local de sono, complementando ao amigo como se ele pudesse entendê-lo: "- Se eles vieram é porque estão por perto e estão espalhados pela floresta, nos recolher à noite foi o ideal... Em breve irá amanhecer e vamos destroçar todos esses malditos filhos do demônio... Descanse meu amigo, eu cuidarei de você e depois iremos ter nossa vingança!"

Em torno de cinco da manhã as hordas de Orcs que começavam à levantar acampamento para seguir em frente já formavam o início da caravana, dezenas de carroças flutuantes se alinhavam uma atrás da outra enquanto os irritantes e barulhentos Orcs se amontoavam ao seus redores fazendo a guarda das mesmas de forma desordenada mas intensa... Tão logo a marcha iniciava e as primeiras claridades do céu iniciavam a derrubar o véu escuro da noite, alguns subalternos ainda ficavam para trás recolhendo material e correndo atrás do grupo principal logo em seguida, é neste momento que os mais retardatários ouvem o bater de asas seguido do urro ensandecido de Grund-Tharg que como uma rocha lançada dos céus desce ao chão com seus machados em punho, atacando e destroçando tudo e todos! Não havia técnica, não haviam golpes preparados ou treinados, não haviam magias, apenas aço e ferro quebrando ossos, moendo cabeças, abrindo valas e espalhando vísceras de orcs pela trilha da floresta! Grund-Tharg não pensava, não calculava, ele apenas via os inimigos à frente e os destroçava sem parar, não haveriam presos em sua investida, apenas mortos e resgatados pois em sua mente, não haviam inocentes em um grupo que sequestrava mulheres sem dar a elas a chance de se defender!

Os demais soldados que seguiam a última carroça percebem o acontecimento e abandonam seu posto de guarda para atacar o selvagem, vieram às dezenas e em seus olhos se via nitidamente a ideia de que haviam encontrado carne para o almoço, porém o destino deles estava selado diante das lâminas afiadas dos machados ensanguentados de Grund-Tharg e com a mesma brutalidade com que os demais foram recebidos, como se não estivesse sentindo qualquer fadiga, o bárbaro emanava energia de seus olhos e atacava sem ressalvas, sua meta era destruir todos sem exceção e encontrar o líder da caravana para ter seu acerto de contas com ele!

O primeiro que vinha em carga puxou sua espada para trás e foi partido por um dos machados em dois com um único golpe, o segundo vinha por cima deste e teve sua face afundada pelo impacto de estocada do segundo machado! Com um giro Grund acerta e abre os abdomens de dois Orcs que se aproximavam pelos flancos e então realiza na sequência um golpe com o machado direito de cima pra baixo que atingiu o quinto o abrindo e espalhando tripas enquanto o sexto que vinha logo atrás teve sua mandíbula esfacelada com pedaços dela adentrando seu crânio e o matando na sequência! O sétimo e o oitavo saltavam pelas costas de Grund que levou os dois machados para trás de forma brutal e não fossem os dois grudados tentando apunhalar o gigante em seus ombros, Tharg teria decepado seus dois braços pois os machados adentraram coluna vertebral à dentro de cada um dos Orcs que precisaram ser removidos à força da lâmina das armas brutais! O nono Orc veio em carga pela frente e recebeu um soco tão potente que seu rosto entrou pra dentro do crânio o matando na hora; já o décimo, se arremessou sobre o corcel o considerando presa fácil, porém o mesmo deu um pulo para frente esquivando do ataque para logo em seguida golpear com as duas patas de trás acertando o queixo do orc azarado que rodopiou pelos ares até encontrar a lâmina de Grund, sendo então partido ao meio pelo abdômen sem qualquer cerimônia! Os orcs continuaram à vir e Grund-Tharg se empolgava cada vez mais, era como se sua força aumentasse conforme combatia...

Alguns segundos se passaram e as dezenas de Orcs que chegaram ao encalço de Grund já haviam tombado e o selvagem mais parecia uma montanha de entranhas de tantos restos e sangue por sobre ele... A distância para a primeira carroça era mínima, ele se põe à correr em velocidade para alcançá-la mas quando estava à passos de tocar na mesma, uma criatura surge à sua frente do nada, brilha seus olhos e ataca com um poderoso golpe ao peito que arremeteu Grund para trás com violência fazendo-o rodopiar duas vezes pelo chão! O bárbaro se põe novamente em posição de ataque ainda empunhando os dois machados e então a criatura que o atacou sorriu maliciosamente, acenou como dizendo adeus e tudo que estava diante de Tharg referente à caravana, desaparece, literalmente em um passe de mágica, restando apenas um bárbaro incrivelmente furioso e urrando em um cenário de pedaços e vísceras para todo o lado que se olhava...

O dia amanhece, o grupo de WinterLess chegava ao local que Laryana os traria, tendo surgido em segurança horas de caminhada antes do alvo onde deveriam estar… Laryana os observa e explica que ali é o mais próximo que ela poderia deixá-los sem ativar as armadilhas arcanas que cercam o lugar ou chamar a atenção dos batedores, desaparecendo logo em seguida… Jhon Raven então observa o local à volta enquanto Nissa e Syndra se concentram em buscar a posição de Grund-Tharg e foi nesse momento que ouviram um bater de asas e um berro ensurdecedor que todos os três conheciam muito bem… A sombra ao chão chamava a atenção para os céus e com um pouso magnífico, o bárbaro desce ao chão próximo ao grupo e vai ao seu encontro de braços abertos satisfeito com a visão… “- Ora, ora, o que temos aqui, minhas duas aliadas em forma de deusas da perdição e meu amigo calado mas de lealdade incontestável… Eu sabia que estariam aqui…”

Nissa e Syndra abraçam-se ao jovem guerreiro que estava coberto de cortes e ferimentos pelo corpo, assim como tripas e sangue... Nenhum dos ferimentos era grave mas com certeza demonstravam que ele havia batalhado pelo caminho… Ao ser questionado sobre, o guerreiro selvagem alega que realmente teve com o que se ocupar enquanto as duas usavam magias para limpar o corpo do fedido bárbaro: “- Orcs batedores, não podia deixar nenhum escapar ou entregariam minha chegada… Boa parte da viagem foi pelo ar, mas precisava deixar o alazão ali descansar e em alguns casos, protegê-lo pois o céu aberto apresentava predadores também… Mas agora há pouco os achei e os confrontei, só que aquela criatura dragão que vocês detectaram lá atrás, surgiu e desapareceu com tudo... Creio que foram direto ao Fosso esses malditos... Então tentei seguir o mais rápido que pude com meu aliado aqui... Sem ele eu sequer teria chegado até o grupo maldito de Orcs... Aliás, ainda não entendo como e porque ele surgiu e como me aceitou tão fácil…”

Em uma clara resposta, uma voz estronda pela floresta pegando à todos de surpresa: “- TER ALIADOS CONFIÁVEIS FAZ TODA A DIFERENÇA SEU CHACAL!”

O grupo já de armas em punho vira-se na mesma direção prontos para o combate quando do meio da mata fechada surgia Goryn Travor e logo atrás dele, centenas de bárbaros armados com machados, lanças, espadas largas e montantes, prontos para o combate… O grupo de aventureiros baixa as armas e então se aproxima demonstrando claramente que não entendiam a situação, afinal, ninguém havia retornado à aldeia dos Corcéis Alados para avisar sobre o acontecido e, sabiamente percebendo essas perguntas na mente dos jovens, Goryn toma o centro do grupo e explica: “- Tenho muitos amigos em WinterLess… Wigferth não era um deles, mas passou à ser após trazer à mim as informações do ocorrido tão logo GrandTurin pediu-lhe… Dessa forma, pudemos reunir os guerreiros e partir logo após você e, digamos que enviamos Relâmpago Selvagem para te ajudar… Graças à ajuda de GrandTurin e Wigferth, assim como a preparação que seus amigos fizeram indo à cidade e trazendo recursos para que possam lutar, hoje, iremos adentrar essa masmorra, destruir todos os que habitam esse local maligno e resgatar nossas mulheres de uma vez… Corcéis Alados e vocês irão cumprir esta missão… Estão prontos para a aventura de suas vidas jovem aventureiros?”

Todos sem exceção naquele local, selvagens ou civilizados são preenchidos por uma sensação de adrenalina e união, todos sentiam a imersão das palavras do líder selvagem e pelo menos por alguns segundos, todos ali eram bárbaros, erguendo seus punhos e armas e gritando à plenos pulmões, urros de fúria, de entusiasmo, de preparação, de determinação e com certeza, suas metas agora eram destruir o Fosso do Réptil pedaço por pedaço!

Grund-Tharg: "- Mexeram com o grupo errado seus malditos filhos de cadelas sarnentas!"

Continua...

Galeria de imagens

Wigferth - Clérigo de Luuthander:

Laryana - A feiticeira misteriosa aliada de Wigferth:

Goryn travor "Arma de Guerra" - Líder dos Corcéis Alados:

O corcel alado, aliado de Grund-Tharg:


O serviçal que recebeu Jhon e os demais na casa de Laryana:


5 comentários:

  1. Cara! que história foda!
    Grund é realmente um personagem deveras interessante, incrível como toda a narrativa foi construida, com ele aparentemente abandonando seus aliados recém aceitos, mostrando qual sera a ameaça, o modo como as feiticeiras e o paladino(acertei as classes?) foram levados de volta para a cedade, seus preparativos, a volta deles, como Grund recebeu seu corcel alado, até então parecendo ter sido do nada, as lutas do Bárbaro, o reencontro com os colegas, a chegada ao objetivo de todos, bem como a dos demais bárbaros...
    Tudo perfeitamente conduzido e cujas pontas se amarram deixando tudo pronto para o que promete ser uma imensa batalha!
    São poucos, pouquíssimos capazes de fazer uma história assim sem se perder e você está realmente nesse grupo de excelentes escritores.
    Meus parabéns cara! Matou a pau!

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    1. Grande Norb, muito obrigado pela leitura e incentivo de sempre! Grund ainda não é um herói e mesmo quando se tornar um, ele não vai ser o herói convencional, algo que tá bem fora da minha escrita padrão eu concordo! Ainda veremos ele fazendo muita coisa errada e burlando ou passando por cima de conceitos básicos visto que ele não poderia agir civilizadamente e conforme nossas regras, pois ele é diferente de nós! Convenhamos que Tharg talvez seja melhor ainda assim que boa parte de nossa população, enfim... Mas, o que essa trama quer mostrar tá conseguindo, criaturas legais, relações interessantes, batalhas brutais e bem trabalhadas para cada lado onde cada qual demonstra que sozinhos não vencem nada, mas unidos, onde cada um deposita suas capacidades especiais, temos um grupo poderoso e diferente, um Avengers da idade média kkkkk! Com relação aos acontecimentos, eu pretendo não deixar nenhuma ponta solta, caso fique, me mostre para que eu possa corrigir isso à frente ou no mesmo episódio! Agradeço pelas palavras, pelo incentivo, pelo apoio de sempre e por estar dando chances ao nosso guerreiro selvagem de mostrar que pode ser uma boa pessoa mesmo não sendo uma boa pessoa kkkkkk!

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  2. Sem palavras!
    Episódio encaixado. Perfeito!

    Nenhuma ponta sem resposta.


    Gostei do clérigo. Esse não resiste a uma mulher voluptuosa. Ķkkk.



    Grund-Tharg cada vez mais selvagem.

    Na lei da selva é matar ou morrer.

    Não dá pra ficar pensando muito.


    Só que eu percebi uma coisa.

    Grund-Tharg tem uma espécie de poder mítico, além da força bruta .


    Seus olhos brilham. Sua força parece infinita , como o título sugere.

    Ele não é um bárbaro comum .

    Talvez seja esse o segredo da trama.Pois, é nítido que Grund-Tharg tem um segredo.

    Foi narrado que sua mãe tinha "olhos de águia ", por enxergar longe .

    Talvez ela , na origem, não seja uma bárbara.

    Seja uma maga...


    Se for isso , matou a pau !



    Adorei !

    Sigo na leitura!

    Ótima história! Inovadora!

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    1. Grande Jirayrider, prazerzasso te ter por aqui de novo meu amigo, agradeço imensamente mais uma vez o apoio e incentivo de sempre! Pois é, é difícil esconder os segredos de ti kkkkk! Sim, Grund tem algo à mais que começamos à querer puxar isso para a trama... Veja, ele para um jovem de 17 anos tem muita força física e capacidades, e embora seja um personagem de RPG ainda assim ele é bem poderoso para sua idade... Então mesmo que na aventura não tivesse acontecido nada, aqui eu iria narrar uma nova situação, mas o que vou narrar houve na trama também e, envolve muito do que tu citou em tuas suposições bem mais do que imaginas! Assim, fique de olho nas próximas pistas que tenho certeza que tu vai matar logo em seguida a trama toda! Muito obrigado pelas palavras, pelo incentivo e pelo apoio de sempre meu amigo, gratidão imensa por tudo! \0/

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  3. Oi, Aldo.

    Você tem uma escrita única e capaz de fazer o mítico, místico, lendário, sacro e bárbaro se encontrarem e transbordarem num texto de RPG.

    O texto emerge cultira geek e mundo RPG. É algo maravilhoso isso que você faz.

    A selvageria de Grund e sua parte mística fará dele um grande herói apesar de ser humano e bárbaro ao mesmo tempo.

    Vejo uma humildade nele em meio à violência de suas ações.

    O clérigo é uma espécie de Tigrão kkk.

    Muito bom!

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