sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Grund-Tharg - Cap. 13 - "- Na vila de Qweerhar..."


Os olhos iam-se abrindo lentamente e a claridade amena não chegava a incomodar… O cheiro de grama e de mata agradou e muito o olfato assim como o cheiro de algo cozendo ao fogo brando fazendo reativar cada vez mais os sentidos do gigante selvagem… Com um pouco de dificuldade ainda, Tharg busca se localizar e tentar entender onde estava, conseguindo visualizar diversas camas rústicas revestidas com palha e algumas peles lanudas de diversos tipos, deixando tudo cada vez mais agradável ao bárbaro tão acostumado com a vida simples das florestas…

Com certeza o local tinha muitas camas, tantas como se uma família numerosa ali vivesse e tão logo focou de onde vinha o aroma saboroso e apetitoso, Grund tenta sentar-se para se levantar e seguir em busca da refeição, mas mal se mexeu e Akron surgiu diante dele sorrindo de forma eufórica, perguntando logo em seguida: “- Tem certeza de que já consegue se levantar grandalhão? O clérigo disse que você precisaria de mais tempo que nós visto que fez muito mais esforços físicos que todos…”

Grund-Tharg observa o tiefling sorrindo embora fosse um sorriso que denotava leve preocupação... Devolvendo um sorriso de satisfação, o bárbaro ergueu-se com firmeza, caminhando em direção ao local que seu nariz apontava como fonte de comida, respondendo em bom humor: “- Precisa mais que uma queda de braço com um dragão para me deixar em coma nanico!”

Akron dá risada como se discordasse do gigante mas feliz pelo bom humor do aliado e, tão logo passou pelo canto da parede, o bárbaro avistou Nissa, Syndra e Jhon, sentados ao redor do fogo que fervia calmamente um caldeirão cheio da aromático cozimento... O gigante se sentiu como que despertando por completo enquanto seu intestino emitia poderoso ronco ao observar a refeição sendo mexida calmamente por alguém que com certeza seria a anfitriã do local… Tharg detém seu movimento por alguns segundos tentando entender o que acontecia, observou quem mexia o caldeirão por uns segundos quando então ouviu de Nissa: “- Nossa… Que homem valente… Queda de braço com um dragão e ficou somente… Três dias em coma!”

Nissa, Syndra e Akron riam muito, Jhon apenas sorriu levemente e a anfitriã que mexia a refeição, sob qualquer olhar mais destreinado diria tratar-se de uma elfa, aparentemente com média de vinte verões de seres humanos, mas sua pele escura, quase em tom de azul petróleo e seus cabelos cor de prata demonstravam se tratar de outra raça, a conhecida como drows ou vulgarmente chamados de "elfos das sombras"...  Com olhos tão azuis quanto o mar ela sorria discretamente sem observar ninguém, aparentando mantendo uma certa distância, talvez por não ter sido apresentada ao bárbaro ainda… As tribais espalhadas pelo corpo da anfitrião demonstravam um alto poder de magia arcana, mas não se podia definir de que tipo e enquanto isso, Tharg se mantinha sério, observava a todos e busca em suas memórias se poderia ter ficado tanto tempo dormindo, suas lembranças chegavam apenas até o momento em que foram teleportados por Laryana para algum lugar… “- Bando de chacais mentirosos, estão a rir de minha cara, três dias em coma eu não acredito nisso…”

Então a elfa estende o braço ao bárbaro alcançando uma espécie de tigela que tinha quase o tamanho de um bacia média, repleta do cozido que continha legumes e carnes, nadando em uma espécie de creme de tonalidade marrom repleto de grãos, era impossível resistir ou negar a refeição e tomando a mesma com as duas mãos, o bárbaro esqueceu sua descrença no coma, sentou e começou a comer o cozido com satisfação enquanto a anfitriã apresentava-se: “- Eu sou Elora e estão em minha casa de socorro… Sou uma espécie de socorrista para os moradores desta vila onde estão e sim, o senhor esteve por três dias dormindo, senhor Corcel Alado.”

O bárbaro sequer olha para Elora, que por sua vez segue seus afazeres sem prestar mais atenção ao mesmo… Embora ainda incrédulo, Tharg estava mais preocupado em se alimentar, mas apesar de parecer que sim, não ignorou o olhar diferenciado da elfa… A fome parecia corroê-lo por dentro e embora a situação destoante, dedicou-se a comida com exclusividade e em poucos minutos havia devorado todo o conteúdo, limpando a boca com o braço e estendendo o mesmo à elfa, solicitando mais uma porção! Enquanto isso se desenrolava, Jhon olha para Tharg completando: “- Nós acordamos há poucas horas, mas seu corpo maior consumiu mais de você meu amigo…”

Syndra então se levanta, debruça sobre as costas de Tharg chegando perto de seu ouvido, sussurrando com sarcasmo: “- Não seria a primeira vez que você não consegue nos acompanhar senhor bárbaro, não é mesmo Nissa?”

As duas sorriem, Tharg fecha o semblante, Jhon se mantém sério enquanto Akron nada entende da piada interna... A anfitriã no entanto, mesmo sem saber do que aconteceu especificamente, sorriu com sarcasmo, parecia embora não tivesse vivenciado o acontecimento, entender do que se tratava a piada! Enquanto Tharg e os demais comiam, eis que a porta do recinto se abre e uma figura de cabelos loiros e compridos, trajando uma armadura leve mas bem protegida, em tons de amarelo, branco e verde surge pela mesma, com um sorriso amistoso e parecendo estar feliz com a cena que via, aproxima-se do local comentando:

“- Em nome de Luuthander, expresso minha felicidade em ver agora, o grupo inteiro desperto e recuperado! As graças do Senhor do Amanhecer finalmente os trouxeram de volta à plenitude de vossas capacidades… Seja bem-vindo filho dos Corcéis Alados, Grund-Tharg! Eu sou Kinseph e através de mim os dons de meu senhor estão ao dispor de todos vós…”

Todos acenam positivamente como que agradecendo aos cuidados do clérigo para com suas saúdes, com exceção de Tharg que com a colher na boca olhando para o recém chegado, ainda tentava entender tudo que havia sido dito, optando por ignorar e seguir comendo enquanto os outros que cuidassem das frivolidades, segundo sua visão! Alcançando a vasilha novamente à elfa anfitriã o bárbaro segue saciando sua fome enquanto os demais divagam sobre a situação:

“- Como chegou até nós no exato momento em que mais precisamos senhor Kinseph?” Era Jhon Raven, quem curioso e, precavido, fazia a pergunta, ao passo que como sempre sorridente, o jovem clérigo respondia:

“- Por favor, me chame apenas de Kinseph e me permitam tratar a todos da mesma forma! Nosso clérigo mais antigo em nosso templo me disse que Luuthander tinha uma missão para mim, encontrar e auxiliar o grupo que tinha sobre as costas a tarefa árdua de resgatar um artefato importantíssimo para a manutenção de nossa existência… Assim parti em minha jornada e acabei depois de alguns encontros com necessitados, chegando à esta agradável pousada onde pude ajudar senhorita Elora à tratar adequadamente de todos! Foi através dela também que pude saber como vieram parar aqui, quem os enviou e sobre sua missão, considerando então que graças às benevolências de Luuthander, eu encontrei meu destino!”

A anfitriã pretendendo deixar bem claro como tudo aconteceu, se pronuncia: “- Wigferth é amigo de nosso vilarejo há bastante tempo... Ele avisou-me da vinda de vocês e que precisariam repouso e cuidados… Fiz o que pude, mas creio que providencialmente, Kinseph surgiu em minha porta para realmente poder tratá-los, afinal, sem as devidas magias de cura suas recuperações demorariam muito mais… Então na verdade eu é quem fui a ajudante, Kinseph é o verdadeiro responsável pelo restabelecimento rápido de todos!”

Kinseph apontava para cima como dizendo, “- Luuthander os curou, não eu…” enquanto Nissa com a mão ao queixo ponderando, comenta: “- Luuthander… Wigferth é seguidor desta divindade igualmente, ele deve ter solicitado ajuda ao templo de outra cidade… Mas porque não enviou alguém do templo de WinterLess mesmo?”

Um tanto desconfortável com a consideração de Nissa, mas sorridente e plácido como desde que o viram pelo primeiro instante, o clérigo toma a palavra explicando: “- Não somos uma organização militar Nissa… Não somos chamados à uma missão de acordo com disponibilidade, treinamento ou mesmo posição geográfica ou ainda afinidades pessoais… Luuthander nos designa para a tarefa quando uma surge, e o escolhido é aquele que precisa aprender ou ensinar algo durante sua trajetória, na maioria das vezes os dois casos são verdadeiros…”

Syndra então é quem toma a palavra e continua: “- Eu compreendo... Não se trata de enviar qualquer um, mas sim aquele que por qualquer que seja o motivo, irá de alguma forma fazer diferença, para si ou para os outros em tal missão… Eu gosto disso!”

Kinseph sorri feliz, enquanto Nissa acena positivamente muito de leve como se considerasse as palavras e analisasse as ponderações sobre eficiência ou não de tais métodos… Akron então começa a caminhar pelo ambiente e continua: “- Luuthander é uma poderosa e exuberante divindade, popular entre as pessoas comuns, nobres, mercadores e jovens. É otimista e perseverante que abençoa os empreendimentos e destrói mortos-vivos com sua maça "Voz do Amanhecer". Seus templos são geralmente prósperos, não existe uma autoridade central nos mesmos e cada líder de templo é respeitado igualmente, não importando o tamanho de seu rebanho. Seus fiéis são encorajados a construírem algo novo, restaurar áreas áridas, fomentar o crescimento, cultivar a terra, evitar o mal e trabalhar para restaurar ou levar as civilizações para novos patamares de harmonia, arte e progresso. Normalmente visto como um homem jovem e atraente, Luuthander é um antigo poder com uma longa história na orientação da criação, progresso e inovação. Ele se opõe às divindades do mal, destruição e morte. Seus aliados incluem as divindades da natureza, bem, artes, beleza e invenção. Tradicionalmente inimigo das divindades da morte, ele aceitou Kellintor por seu combate às criaturas mortas-vivas mas ambos mantém suas “distâncias e respeitos”.

Kinseph sorridente, acena positivamente: “- Nem mesmo alguns clérigos de nosso Senhor do Amanhecer definiriam tão bem o mesmo… Estou impressionado Akron… De resto é lutar sempre para ajudar, fomentar novas esperanças, novas ideias e prosperidade para a humanidade e seus aliados. Fomentar o crescimento e trabalhar para o renascimento e renovação. Se aperfeiçoar, ser fértil na mente e no corpo. Onde quer que se vá, plantar novas sementes de esperança, novas ideias e planejar um futuro melhor nas mentes de todos. Assistir cada nascer do sol, considerar as consequências de suas ações para que elas tragam as maiores e melhores recompensas. Afastar-se da negatividade afinal existirá sempre outra manhã para tentarmos o sucesso novamente. E por último e não menos importante, coloque mais importância nas atividades que ajudam outros, a obediências às regras, rituais e ditames dos mais antigos. Eis nosso senhor Luuthander... E é para ser seu representante junto a vós que aqui estou!”

O clérigo faz uma reverência cordial enquanto os demais, exceto Grund-Tharg que ainda comia como se o mundo fosse terminar em minutos, acenam positivamente, da mesma forma que demonstravam certa surpresa pela notícia e era Akron quem questionava novamente: “- Então seguirá viagem conosco Kinseph?? Isso será muito bem vindo, certo pessoal?”

Jhon Raven era quem tomava a palavra erguendo-se de seu assento, considerando: “- Kellintor confia em Luuthander, e como ele eu sigo a mesmo vertente… Além do mais, Wigferth também já demonstrou em abundância o quanto os seguidores de Luuthander são dispostos à ajuda e ao bem comum, o que os torna confiáveis ao extremo… Seja bem-vindo Kinseph e obrigado por tudo que fez por nós!” Nissa, Syndra e Akron recebem Kinseph da mesma forma enquanto o selvagem Tharg termina de empinar a vasilha novamente, limpando a barba com o antebraço e olhando seriamente para Kinseph como se o analisasse… Alguns segundos então e o bárbaro faz menção de dizer algo, mas ao invés de palavras, tudo que sai da boca do fanfarrão foi um arroto poderoso que durou pelo menos cinco segundos e preencheu a sala com o odor da refeição devorada enquanto ele sorridente estende a mão ao clérigo:
“- Se os meus aliados concordam, Grund-Tharg apoia sem pensar duas vezes!”

O novo grupo estava formado, um reforço muito bem vindo havia chegado até eles e agora poderiam preparar-se para seguir jornada, afinal, haviam obtido a chave que poderia anular o poder do necromante por alguns instantes, tempo que eles usariam para avançar pelos domínios do mesmo e recuperar a "Esfera Dimension", porém… Ainda precisavam conseguir a façanha de chegar até lá e colocarem o plano em prática, o que exigiria deslocamento, furtividade, logística e muito esforço… Assim, usando uma das mesas que ali estavam, o grupo se reúne com todos os membros ao redor, ficando apenas Grund recostado em uma cadeira contra a parede um pouco mais ao longe e Elora que observava a todos de fora do círculo enquanto debatiam…

“- Se tivéssemos alguma outra maneira de vencer a distância que não fosse em marcha, uma linha reta seria a melhor opção, mas existem muitos obstáculos… Poderíamos pegar a estrada principal após SilverRavine, mas, isso nos colocaria em completa visualização dos espiões de Adramanter…” Era Jhon quem argumentava olhando para tudo, tentando encontrar uma rota menos exposta mas não tão longa quanto os contornos demonstravam… Akron observava também mas nada falou, apenas continuou a ouvir as opções e então foi Syndra quem se manifestou:

“- A única maneira de seguir essa ideia, seria nos disfarçando, mas duvido que o necromante não tenha olhos até mesmo entre os honestos para revelar nossas posições… É a linha mais rápida e prática, mas sem dúvidas a mais exposta…” Nissa então analisa tudo, pensa, repensa algumas coisas para si mesma e então sacode negativamente a cabeça:

“- Mesmo que usássemos todos nossos poderes mágicos disponíveis, mesmo que conseguíssemos vencer a distância com magia, chegaríamos diante da torre exauridos e sem condições de lutar… Realmente não é adequado tentar meios que não sejam a marcha, e pela marcha ou nos expomos ou aumentamos o trajeto…” Akron então fica passando os dedos pelo mapa como se contasse algo e depois de algum raciocínio, era sua vez de ponderar:

“- E acho que todo mundo esqueceu de algo… Seja qual for o meio que usarmos, precisaremos dormir… Não poderemos caminhar sem parar até a torre ou cairíamos em exaustão como Nissa bem citou… Além de achar uma rota adequada, ainda precisaremos achar uma rota que nos permita pousadas ou reabastecimento… Isso vai ser bem complicado…”

Grund-Tharg que tentava remover um pedaço de carne travado entre seu dente canino e o incisivo, desencosta-se de onde estava e abrindo espaço se aproxima da mesa com expressão de quem estava cansado de tanta falação, olhando para o mapa com atenção enquanto a anfitriã o observava, um tanto admirada com a atitude inusitada do selvagem, ao mesmo tempo que meio que mordiscava a ponta do próprio lábio… O bárbaro então olha para todos e conclui:

“- A Floresta Enluarada nos dará abrigo até suas fronteiras próximas à "Torre Solitária"… Aqui Adramanter não tem olhos eu creio… Faremos pausa na minha tribo onde conseguirei cavalos à todos nós e então o percurso se tornará menos demorado, mas ficaremos à vista de qualquer forma… Também posso conseguir parada ou abrigo na cidadela FerrBahrr… Depois disso, nos sobra cruzar o rio em alguma parte e escalar as montanhas, nada além…”

Todos se observam, o plano de Tharg era o mais simplista de todos e também o mais longo de ser feito, mas sem dúvida alguma era o que permitia mais recursos e opções de sobrevivência… Jhon observa os demais, olhando cada um diretamente em seus olhos colhendo suas opiniões e todos por fim concordam com a ideia do bárbaro, decidindo então o rumo que tomariam para continuar sua missão! O grupo reúne o mapa e começa a preparar seus materiais e suas vestes para partir ao passo que Grund-Tharg apenas apanhou seus pertences e sai do local quase que arrastando seu material pelo chão, indo para o lado de fora da cabana, finalmente confirmando onde estavam… Um sorriso cobriu-lhe o rosto com satisfação e procurando a árvore mais próxima, recosta-se à ela fechando os olhos enquanto o sol ficava à sua frente… “- Qweerhar… Bom estar aqui de novo…”

Súbito o sol some de seus olhos, ele os abre e Elora estava diante dele, parada… O bárbaro à observa por alguns segundos e então dispara seu impropério: “- Veio cobrar a refeição?”

A elfa finalmente sorri com mais satisfação e em tom quase malicioso responde: “- Na verdade eu venho em nome de outro débito mas se preferir tratar dessa forma a situação, me siga para realizar o pagamento senhor selvagem… Mas lembre-se que comeu bastante do cozido que preparei, terá que pagar na proporção adequada… Ainda mais que a última vez que comeu algo por aqui, já tem mais de seis luas… ” A jovem segue em direção à uma cabana bem menor mas limpa e organizada, enquanto Grund deixa escapar um sorriso igualmente malicioso, erguendo-se e, arrastando seu material como quando saiu do posto de socorro, seguiu Elora desaparecendo dentro da cabana pelo mesmo tempo que os demais levaram fazendo seus preparativos para iniciar sua viagem…

Algumas horas depois, o sol então estava agora saindo já de seu ponto central ao céus, indicando que metade do dia havia sido alcançada… O grupo se reúne para partir e quando iam começar a marcha, era Akron que perguntava por Grund que não estava entre eles... Como que em resposta, o último integrante do grupo de aventureiros vinha se juntar à eles, ainda colocando parte de suas vestes preparando-se para seguir com o grupo enquanto na porta da cabana, Elora coberta com um tecido que deixava parte de seu corpo à mostra sorria com malícia completando: “- Venha fazer refeições sempre que quiser Grund-Tharg… Sabes bem que meu cozido é a melhor refeição destes reinos...”

O grupo reagia de formas diferentes, Akron com sorrisos maliciosos e risadas baixinhas, Nissa e Syndra com um misto de espanto e revolta com as palavras de Elora, olhavam para Tharg e para Elora várias vezes tentando encontrar uma resposta que não fosse a óbvia explícitas a todos… Jhon ignorava por completo a situação enquanto Kinseph empolgado comentava: “- Fertilizar o mundo é uma dádiva nobre Tharg, em breve uma prole poderá aguardá-lo neste novo lar!” 

O bárbaro olha para Kinseph e deixa escapar uma alta gargalhada, comentando: “- Se por prole estás falando de um rebento, isso é para quem não sabe aproveitar o coito corretamente clérigo! Precisa aprender mais sobre a vida seguidor do deus sol!”

Agora o grupo todo ria de forma moderada e a boa energia tomava conta de todos, enquanto os aventureiros iniciavam sua marcha rumo à tribo dos Corcéis Alados!

O grupo seguia pela Floresta Enluarada, Grund-Tharg, sentindo-se em casa, ia à frente em uma movimentação que mais se tornava um paradoxo à todos do que uma cena propriamente dita… O selvagem tinha em média dois metros de altura, sua largura era incomparável com o do resto do grupo, sua musculatura fortemente desenvolvida, mas, contra todas as possibilidades, em batalhas ou em movimento, ele agia e reagia com a agilidade de um felino… Suas ações como escalar árvores e rochedos eram superadas somente por Akron que com seu tamanho diminuto perto do gigante levava grandes vantagens neste quesito ou furtividade por exemplo… Já as técnicas de espada de Tharg, em termos de habilidades de movimento, eram superadas por Jhon Raven igualmente, assim como o bárbaro era incapaz de conjurar magias como os demais, porém... O tanto que quase alcançava os dois aliados em suas vantagens naturais, unidos a seus instintos selvagens, o tornava alguém versátil, poderoso e temido… Sem dúvida viajar com Grund-Tharg havia dado muito mais segurança aos demais do grupo e isso refletia na capacidade em que todos agora podiam se dedicar à suas especialidades enquanto ele servia como muralha e ataque devastador…

Nissa, ponderando sobre momentos atrás, relembra algo que o grupo havia deixado passar, questiona… “- O vilarejo do qual saímos há pouco, para onde Wigferth nos mandou e que Elora e Kinseph nos ajudaram, chamava-se Qweerhar, estou certa? Não foi este o nome que senhor Aramis nos falou, que seria seu vilarejo de origem?”

Syndra assentiu com a cabeça, completando: “- Sim, eu lembro bem desse momento… Torço pra que eles tenham conseguido chegar até SilverRavine em segurança e que tenham chegado a tempo de salvar aqueles pobres aldeões que estavam bastante feridos…”

Foi neste momento que Kinseph juntou as informações e com um brilho no olhar, questionou: “- Falam de senhor Aramis, líder de uma caravana que foi atacada por Orcs e Ogros, e salva por um grupo de aventureiros que dirigia-se para o Fosso do Réptil?” À exceção de Tharg que seguia seu trabalho de batedor, os demais detém seu movimento e observam o clérigo como se concordassem, ansiosos por alguma informação, ao que Kinseph explana:

“- Quando vinha em jornada, cheguei diante dos portões de SilverRavine mas senti que minha missão não se encontrava lá… Segui caminhada pela estrada principal e em torno de uma hora após, encontrei a caravana estacionada abaixo de árvores… Me aproximei para ver se podia ajudar de alguma forma e um deles, uma criança, estava em seus estágios finais devido ao sangramento! De pronto invoquei os dons curativos de Luuthander e consegui estabilizar o menino para logo em seguida passar a cuidar de todos que ainda encontravam-se feridos… Ficamos ali por algumas horas e anoiteceu, passei a noite ao lado deles e no dia seguinte, eles partiram para SilverRavine enquanto em empreendi caminhada rumo ao Fosso do Réptil já que os aventureiros que Aramis citou poderiam ser o grupo que eu buscava… Porém, não consegui achar o caminho e rastro que seguiram e acabei indo à Qweerhar para tentar alguma informação, onde finalmente e porque não dizer, providencialmente, encontrei à todos vós! Em suma, eles estão bem, fiquem tranquilos, o Senhor do Amanhecer os guarneceu no momento mais desolador!”

Jhon sorri sem sequer olhar para trás enquanto Akron e as arcanas comemoravam o salvamento do grupo… “- Parece que seu deus realmente tem boas sugestões à fazer Kinseph, graças à você e a ele aqueles viajantes apesar do acontecido, conseguiram atingir seu destino… Em nome de todos nós eu lhe agradeço…” Era Nissa quem se pronunciava e enquanto Kinseph dirigia os agradecimentos à sua divindade, Jhon seguia atento a tudo enquanto Akron aproximou-se de Tharg questionando algo que lhe instigava a mente desde que viu o bárbaro em combate pela primeira vez… Com calma e cuidado ele o acompanha como pode e dispara: “- O que é exatamente aquilo que acontece com você quando fica furioso Tharg? Eu percebi que sua massa muscular aumenta, sua força se amplifica e é quase como se você ficasse sem controle… Que tipo de habilidade é essa?”

Tharg detém o movimento por alguns segundos, seu rosto se manteve fixo à frente como se observasse algo adiante e alguns segundos se passam obrigando todos na “fila indiana” a se deter igualmente, prestando atenção no que acontecia… O selvagem então após sua reflexão momentânea, vira-se para Akron o observando por mais alguns segundos, respondendo finalmente:

“- Não tenho ideia do que tu tá falando diabrete! Simplesmente o chacal revida e eu revido mais forte, não tem magia nenhuma, é enfiar o punho no crânio do oponente até seu braço adentrar a cabeça vazia dele e encerrar o combate… Só isso!”

O gigante vira-se e segue adiante enquanto o resto do grupo se observa e logo segue adiante também… Akron seguia mais lento, sua mente estava voltada à sua pergunta que não havia sido respondida satisfatoriamente pensava ele… Jhon percebendo o impasse, estudioso dedicado de tudo que fosse ao seu alcance, aproxima-se do tiefling e enquanto Tharg estava ocupado com o guiar do grupo em direção à tribo dos Corcéis Alados, o kellintorita satisfaz a curiosidade do aliado: “- A Fúria é uma habilidade tão natural aos bárbaros como respirar para todos nós! É a mais importante dos primeiros combates de um guerreiro selvagem como ele, e tudo se deve ao tipo de vida que esses guerreiros tem desde que nascem e são colocados diante das provas da vida! Basicamente ao ficarem irritados, esse fator ativa-se neles de forma natural, aumenta sua força e defesa muito além do que o normal gigantesco que já possuem! Suas habilidades de ataque e defesa com armamentos e recursos se elevam igualmente os deixando mais letais, mais brutais e mais motivados que nunca! Claro que isso também cobra seu preço, pois se fosse um bárbaro conjurador, algo bastante raro, Tharg não teria concentração suficiente estando nesse estado para convocar uma magia, ou mesmo, reconhecer aliados dependendo do nível de imersão de sua fúria...”

Nissa então é quem se aproxima e completa a explicação de Jhon com um importante detalhe: “- A fúria dos bárbaros concentra todos os seus sentidos em dois únicos focos, sobreviver e derrubar o oponente... Com isto em mente, é necessário que se entenda que nesse estado de atividade, ele poderá não distinguir aliados de inimigos, quem se opor a ele, será derrubado até que alguém o derrube... É fato que ao se acalmar, seu corpo se torna exausto e ele precisa descansar para poder continuar, porém até tirá-lo desse transe digamos assim, ele pode ter derrubado meio mundo!”

Syndra é quem se aproxima pelo outro lado colocando a mão sobre o ombro do tiefling, com um sorriso sarcástico ao rosto: “- Em outras palavras meu estimado Akron, quando Tharg estiver em fúria, evite ficar próximo a ele, dê tempo para que se recupere e reencontre suas percepções normais, só então corra esse risco...”

De repente todos passam a prestar atenção ao selvagem foco do debate que novamente se deteve e observava para vários lugares buscando por algo… Ele ergue a mão direita com o punho cerrado indicando que pedia a todos que detivessem seus movimentos e ficassem atentos, enquanto ele sobe em uma das árvores com extrema agilidade… Akron o acompanha subindo em outra árvore e do topo das mesmas ambos conseguem observar o fenômeno… Uma estranha e densa névoa cobria o caminho totalmente, como uma coluna de nuvens rasteiras se dirigia velozmente na direção deles, branca, lenta e espessa, e foram necessários apenas segundos para os dois aliados chegarem ao chão com a notícia, ao passo que a nuvem abraçou a todos gerando poderosa dificuldade de visão, obrigando o grupo a se manter próximos para protegerem-se…

Abrindo e fechando as narinas como que farejando, o selvagem foi o primeiro a falar sobre: “- Isto não é fumaça ou névoa… Pelo menos não natural, não há cheiro, não há umidade, é como se ela não existisse de verdade…”

Nissa e Syndra acenam positivamente e ambas eram categóricas em afirmar que a névoa era realmente uma conjuração, ao passo que Kinseph e Jhon concordavam também ao se olhar, que a mesma estava impregnada de maldade… Todos sacam suas armas e criam um círculo, com os conjuradores ao centro e os demais os cercando prontos para o combate que com certeza chegaria… Longos segundos de silêncio se promoveram e tudo tornava o ambiente mais angustiante ainda quando finalmente, os sons irromperam de todos os lados e dezenas de goblins saltaram por sobre os aventureiros, com suas adagas e espadas à mão prontos para a matança!

Os primeiros à chegar ao grupo explodem em chamas diante dos ataques mágicos de Syndra e Nissa que com seus olhos irradiando energias místicas, criavam uma barreira quase completa, incinerando todos que a tocassem; a segunda leva foi brutalmente rechaçada pelos golpes de machado, espada e adagas de Grund, Jhon e Akron respectivamente, suas armas rasgavam, partiam ao meio, quebravam ossos e atingiam pontos vitais certeiros que além de os tirar de combate, garantiam a morte certa após o sangue se esvair por completo… Kinseph se preparava para curar os ferimentos dos aliados que viessem a surgir de tal batalha mas os furiosos e preparados aventureiros estavam a segurar as ondas de ataque uma a uma com maestria! Os combates que haviam vivenciado até então os havia calejado, deixado mais unidos, conheciam-se uns aos outros e os goblins é quem estavam percebendo isso da pior maneira possível!

Quando a terceira leva se lançou contra eles um leve tremor de terra contínuo se propagou pelo lugar assim como a entoação de gritos de guerra que aumentavam em uma velocidade incrível e mesmo sem conseguir ver corretamente o que acontecia, era possível ver os goblins sendo arrebatados por golpes de machados, martelos e flechas às dezenas… Muitos foram mortos ali mesmo em meio a névoa, a grande maioria se colocou a correr em desespero enquanto os gritos ovacionais tomavam conta do local! Grund-Tharg e os demais, sem entender ainda o que acontecia, mantinham-se em prontidão completa, não tinham ideia de quem agora atacava até que finalmente a gritaria cessou e começou novamente a imperar o completo silêncio…

Passos curtos mas pesados podiam então começar a ser distinguidos, assim como o bárbaro começou à sentir o odor que tomava conta do local e a abrir, um leve sorriso… Como se num passe de mágica, de dentro da névoa ainda espessa e poderosa surgiam dezenas, talvez centenas de pequenas pessoas trajando armaduras possantes, armas cortantes assustadoras assim como barbas gigantes e que quase escondiam seus rostos… Poucos segundos foram necessários para serem reconhecidos por Tharg através de suas insígnias… Anões Defensores dos Salões de Mithral… Tharg desfaz sua pose agressiva e dirige-se ao grupo que os havia ajudado, com um sorriso de orelha a orelha ao rosto ao ver que estavam diante de aliados de seu povo de longa data! Guardando seu machado, sendo seguido pelos demais aventureiros que fizeram o mesmo, Tharg cumprimenta:

“- Burnnar seu maldito destruidor de barris de cerveja… Há quanto não te via seu fedido caçador de goblins! O que faz tão longe dos salões de Mithral?"

O anão sorri levemente, mas bastante rígido com as palavras diferente de Tharg, responde ao mesmo satisfeito: “- Sempre te disse que beber cerveja é uma arte e não uma capacidade, mesmo com o dobro do meu tamanho, você jamais beberia mais que eu seu chacal fedido! E Goryn como está, ainda corre atrás de centauras? AHAHAHAHAHAHA!”

Os dois riem bastante mas então tomando uma feição mais séria, Burnnar comenta preocupado: “- Mas me diga, quem são seus aliados e porque acha que estamos longe dos salões de Mithral?"

Tharg rapidamente aponta para cada um dizendo seus nomes sem muita cerimônia para logo em seguida alegar sua fala: “- Ora, saímos de Qweerhar tem poucas horas em direção a minha tribo, os salões ficam do lado oeste da floresta há dois dias de viagem pelo menos… Então vocês tão longe de casa oras…”

Burnnar fica sério olhando para o bárbaro como se quisesse definir se o mesmo falava a verdade ou estava à pregar-lhe uma peça… Percebendo a seriedade nas palavras de Tharg e a expressão dos aliados que endossava suas palavras, o anão comandante daquela patrulha, com voz séria e comedida explica: “- Grund-Tharg… Saímos tem minutos do posto avançado quase diante dos Salões… Não estás perto de Qweerhar, estamos no lado oeste da Floresta Enluarada, como bem dissestes, praticamente dois dias de onde tu alegas ter estado…”

O grupo fica atônito, se olham entre si e Tharg ainda fica a observar o anão esperando a risada que confirmaria a piada do mesmo, mas ela não veio e então o bárbaro exprime sua sentença máxima de espanto:
“- QUE PORRA É ESSA..."



Galeria de imagens:

Kinseph - Clérigo de Luuthander:

A anfitriã de Qweerhar - Elora:

Comandante da Patrulha de Anões Protetores - Burnnar:

O ataque dos Goblins:

5 comentários:

  1. Mais um capítulo espetacular!
    No inicio mostrando a recuperação do grupom foi escrito com maestria todos os detalhes, desde a inserção totalmente orgânica do Clérigo, ao planejamento da viagem e, claro, o enlace entre a Elfa das sombras com o Tharg.
    A corrida pela floresta é repleta de informações, essas também feitas de forma bem pontuada dentro da história, um escritor menos habilidoso poderia incluir notas, ou uma "parada para explicações" o que quebraria o ritmo da leitura, mas feito como você fez, em meio a conversas entre os membros do grupo fica muito melhor de ler.
    e chegamos ao final do capítulo, mas não antes dos aventureiros terem um confronto com goblins! Muito bem descrito e com ação na medida certa, encerrando com um puta gancho perfeito!
    Teria Tharg errado o caminho ou temos algo mais por trás disso?
    E assim ficamos nós, os leitores, falando "QUE PORRA É ESSA" junto com o Tharg e torcendo para que a explicação se apresente logo.
    Meus mais sinceros parabéns amigão! Mandou bem demais!

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    1. Grande Norb, muito obrigado pela leitura, apoio e incentivo de sempre, fico muito feliz com essa parceria! Este episódio na verdade quando da campanha em jogo, aconteceu tudo muito mais rápido e sem profundidade porém aqui, para ficar uma história no mínimo aceitável, precisei incrementar acontecimentos para então ter um conteúdo, o que claro, dividiu o que aconteceu em uma sessão de cinco horas, vai render de três a quatro episódios! Basicamente acordamos no vilarejo e logo partimos, acometidos pela névoa e já chegamos onde chegaremos nos episódios seguintes, aliás, a história de Grund teve creio que dois anos de sessões então imagina o quanto vai render em episódios pra contar tudo... Claro, algumas coisas sem muito sentido que aconteceram irei remover, até pra não passar outra eternidade contando a história, mas, a licença poética vai acabar completando essas lacunas... Nessa história especificamente para não ficar, "eles acordaram, arrumaram material e seguiram caminho até que uma névoa os encontrou", eu inseri Elora e o Kinseph que não história original não tinha, mostrando mais um pouco das facetas de Tharg, um clérigo para o grupo que tinhamos na pessoa de um personagem do mestre na aventura, e também explicando que a caravana chegou na cidade, que a fúria é uma habilidade padrão dos bárbaros assim como, integrei um personagem meu que estava perdido no limbo, à fazer parte de uma aventura maior ainda! E como bem dissestes, essas explicações e conversas podem vir enquanto fazem algo, sem a necessidade de parar ou fazer fichas explicando e comparando personagens, acho que com isso ganho mais interação entre eles e deixo a trama mais diversificada! Fico feliz que tenha curtido, no próximo episódio mistério e logo depois, pancadaria com direito à situações extremas!

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  2. Grande Lanthys Lionheart dos contos incríveis e das histórias épicas !

    Concordo com o meu amigo Norberto em seu raciocínio e argumento.

    Não é fácil alcançar o resultado que tu alcança em teus trabalhos.

    A experiência o diferencia.

    Temos aqui,um capítulo onde se percebe que o grupo ,mesmo sendo heterogêneo, conseguiu se entrosar.

    Conviver e aceitar o diferente é a tônica e a lição que tu nis passa, fazendo acreditar que é possível sim.

    Ah! Se o nosso mundo real entendesse isso !!!!....

    A chegada de Kinseph, o clérigo de Luuthander ,deixou as coisas melhores .

    Seu jeito agradável de ser , contribui para um maior equilíbrio da equipe.

    Não pude deixar de perceber que ,apesar de ser desejado pelas mulheres calientes da equipe , o grandalhão Grund andou falhando algumas vezes .... Kkkkkkkk

    Toda a piada tem um fundo de verdade....

    É muito fogo , mesmo para um gigante bárbaro ,não é mesmo ?

    Kkkkk...

    O grandalhão despertou o interesse de Elora .

    Tu descrevesse com maestria o desejo mal disfarçado que ela teve pelo grandalhão assim que botou os olhos neles.

    Era possível ver a cara de raiva , despeito e ciúme de Syndra e Nissa quando perceberam que a elfa da cor roxeada invadiu o território que eram delas ....kkkkkkkk!!

    No mais ,a equipe se une e segue viagem ,enfrentando os Globlins (monstrinhos numerosos e chatos de combater ), surgindo Bruunar, um amigo de longa data de Grund ,cujs a revelação no final ,dá a entender que eles , possam ter sido enganados ou que a névoa que os envolveram, misteriosamente os mudaram de lugar ...

    Quem está por trás dessa conjuração?

    Ou como o Grund Tharg disse :

    Que porra é essa ? Kkkkk

    Maravilhoso como sempre!!

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    1. Grande amigo Jirayrider, fico imensamente feliz com tuas palavras, teu apoio, incentivo e amizade de sempre, continuo a dizer, não mereço mas agradeço e muito, pois isso nos faz continuar! Tudo que tu disse ae sobre eu e minha escrita é superestimação de minha pessoa, apenas sou alguém apaixonado pelas histórias que crio e me divirto as fazendo, nada além disso, mas de qualquer forma, muito obrigado pela consideração! Quanto ao Kinseph, como a gente tinha comentado, foi tu quem deu essa dica muito lá atrás, como seria interessante se eles pudessem aparecer de novo em outras sagas, e então, tcharam, eis os personagens de sagas anteriores aparecendo na saga do Grund, em uma aventura única e que vai eternizar todos meus personagens de RPG, tudo isso graças a uma frase que tu disse, despretensiosamente... Quanto às "falhas" do bárbaro, acho que ele te ouviu e vai vir conversar contigo sobre essa calúnia já, já kkkkkk, mas acho que Syndra e Nissa sempre contarão histórias de um certo bárbaro que disse que fazia e acontecia e num guentou as duas kkkkkk! O fato é que, eu procuro narrar um lado sexual dos personagens, pois é algo que tem muito no RPG, sem partir para o pornô, deixando subentendida a situação, mas sem entrar nos detalhes... Poucos no mundo medieval, seguiam regras de monogamia ou restrições com relação às relações, era tudo muito livre e aberto, entre os deuses inclusive... Os selvagens por cultura, não possuem uma regra, podem escolher a monogamia quanto a poligamia ou mesmo relações livres, tudo depende de concordarem entre si e muito quebra-pau pra resolver tudo, então, Nissa e Syndra, fogosas e descomprometidas vêem em Tharg não um relacionamento, mas sim, um "brinquedo", assim como o próprio não vê qualquer problema nisso e aproveita o que vem! Sobre a Elora, não ignore que ela diz: "...Ainda mais que a última vez que comeu algo por aqui, já tem mais de seis luas..." Ou seja, não é a primeira vez que Tharg "fez refeições" lá, se é que tu me entende... Então a reação de Nissa e Syndra é justamente se tocar de algo que deveriam ter percebido tem tempos, Tharg é brinquedinho de muitas, algo natural pra ele e que também serve pra mostrar um pouco mais da forma de pensar e de se relacionar desse povo... Os goblins foi apenas um adereço pra colocarmos o grupo em combate pois apenas, na história original, fizemos o trajeto pela névoa até o local onde chegaremos a seguir, então incluí acontecimentos pra deixar mais a ativo, o episódio! Agora é como vocês dois disseram, gritar algo "QUE PORRA É ESSA" e esperar pra ver o que vem pela frente, só posso dizer que será... Dracônico! Abração, valeu pela leitura, pelo apoio, incentivo e pelo apoio de sempre, que Grund-Tharg possa continuar a te cativar, apesar dos deslizes de moral, até o final de sua jornada! \0/

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    2. Que é isso ,meu amigo ?
      Grund é o cara !

      Super machão!

      Poderoso!
      Da conta das duas e de que mais vier pela frente !!!!

      Tá querendo me complicar ,é?

      Deus me livre !!


      Kkkkkk

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Grund-Tharg - Cap. 25: "- Aproximação pelo Monte Egophia!"

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